quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

As rolas brancas


Há algum tempo atrás, uma rola branca pousou na armação de madeira á volta do estendal da roupa, na janela da cozinha.
Creio que ela vinha á procura de comida. Pousou e ficou virada para a janela a olhar com a cabecinha de lado como elas costumam fazer. Eu abri a janela com jeitinho e suavemente comecei a falar com ela, para ela não se assustar e para eu ganhar a confiança dela.
Ofereci-lhe um punhado de arroz, que ela a medo, começou logo a comer Enquanto comia eu ia falando com ela e creio que “ficámos amigas” a partir daí.
No dia seguinte ela já veio acompanhada de uma outra, e nos dias a seguir, mais outra, e outra e outra, até que ás tantas já vinham cerca de dez ou doze e eu sempre a dar-lhes de comer. Os netos quando as viam ficavam fascinados por elas e queriam ajudar a dar-lhes de comer. Era uma festa. Depois de comerem, elas ficavam pousadas ali, na armação de madeira ou nas cordas do estendal, viradinhas para nós, como que a agradecerem o nosso gesto.
Mas, depressa me apercebi, que estava a surgir um grande problema: Tudo por ali, ficava cheio dos seus excrementos, que caiam também sobre a roupa estendida dos vários vizinhos de baixo, e, o pior… caíam na cabeça das pessoas, sobretudo crianças, que passavam no passeio em baixo e que iam para a escola situada ao lado.
Com muita pena minha, vi-me forçada a deixar de lhes dar de comer, pois a qualquer momento o problema iria surgir.
Custou-me tanto “desabituá-las”! Vê-las ali á espera, tempos e tempos…com a cabecinha de lado, como que a pedir. Eu fechava a cortina para não as ver.
A pouco e pouco, conforme vieram assim se foram; deixaram de aparecer.
Então, eu formulei um desejo: Que elas encontrassem alguém, que como eu gostasse delas e lhes desse de comer; não seria difícil, meigas e lindas como são!

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Eternidade


Quando secar a força da nascente
Onde agora se bebe,
Não se morra de sede no caminho,
Acrescentem-se os passos que se deram
Até ver amieiros no horizonte.
São filhos de amieiros que nasceram
Junto de nova fonte.


Miguel Torga

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Evangelizando - parte dois


Soubemos que a Dª C. estava doente e muito debilitada e decidimos ir visitá-la. È uma senhora de 82 anos que há cerca de um ano e meio sofreu um acidente vascular cerebral do qual recuperou em parte.
Mais recentemente, há cerca de três semanas, “apanhou gripe” que lhe trouxe uma complicação respiratória para a qual tem necessidade de recorrer ao oxigénio.
Encontrámo-la deitada sobre a cama a descansar, coberta com um cobertor que, pelo toque, me apercebi que era muito antigo; disse-me que ainda é do seu enxoval.
Ao seu lado, o seu marido, o senhor E., que sempre carinhoso e solícito a cuidava com imensa ternura. Ele é um pouco mais velho que ela, creio que tem 85 anos.
No quarto estavam mais duas pessoas que eram vizinhas e amigas e que tinham vindo visitar a senhora.
Começámos a conversar e ás tantas falámos da “Casa de Oração” que toda a gente da terra conhece muito bem. Aí, o senhor E começa a cantar um hino muito conhecido entre os crentes: “ O ano novo hoje recebemos, o ano velho nunca mais veremos…”e disse que era hábito cantá-lo na noite de vigília, na passagem de ano, na Casa de Oração quando era criança, aí com uns 7/8 anos. A seguir recita um poema de Natal que disse nessa altura.
Imaginem o nosso espanto! Ele não frequenta a Casa de Oração desde a sua adolescência…E aos 85 anos ainda se lembra de todas essas coisas!
Quer dizer: ele é do tempo do início do trabalho Evangélico na terra! Ele e a esposa que também assistia lá.
Então aproveitei e fiz-lhe muitas perguntas que há muito eu queria saber. Foi delicioso ouvi-lo falar do Herói pioneiro, o Colportor Bíblico, Arduino Gonçalves, que percorreu o País com uma mala cheia de Bíblias a disseminar a palavra de Deus, e que foi parar aquela aldeia porque a esposa, professora do ensino primário, estava “doente dos pulmões” e lhe disseram que aqueles “ares” eram muito bons para a ajudar a curar.
Ambos eram crentes fiéis e zelosos e grandes testemunhas do amor de Deus Mal se instalaram na aldeia, imediatamente começaram a falar ás pessoas dali do que lhes enchia a alma; abriram imediatamente uma escola para ensinar os meninos da terra a ler, pois nesse tempo só os meninos ricos iam á escola.
Rapidamente um grupo de pessoas aceitou o Evangelho e foi assim, que aquela Igreja nasceu, vai fazer no mês de Maio 83 anos.
Fiquei tão contente que combinei com o senhor E. ir lá um dia com mais tempo para me falar mais sobre todas as coisas que ele sabe desses tempos fabulosos.
Já agora, salientar que também os pais das outras pessoas que ali se encontravam de visita, em crianças frequentaram a Casa de Oração.
Na foto acima, uma das minhas queridas amigas que tantas vezes visitei, e a quem sempre levava um raminho de flores... e que já partiu para Deus. Quanta saudade!

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Evangelizando


Foi há cerca de dois anos, que eu e a Eduarda, na sessão deliberativa da minha Igreja (custa-me dizer esta frase pois a Igreja não é minha mas sim do Senhor) onde tiveram lugar as Eleições para os vários cargos nesse ano, nos oferecemos para fazer visitas de evangelização ás pessoas da aldeia, que habitualmente não vão ou que nunca foram á Casa de Oração (é assim que é conhecida a Igreja na terra) .
A Igreja está situada bem no meio da aldeia, que tem cerca de 3000 habitantes e fica nos arredores de Sintra.
Nestes dois anos de trabalho tivemos oportunidade de visitar muitas pessoas, principalmente pessoas de idade, que no nosso ponto de vista têm prioridade, por dois motivos: Em princípio, serão as que partirão primeiro… e depois, porque são as que estão mais sós e mais tristes. Mas também visitámos gente nova quando nos apercebíamos que se tornava necessário.
Este trabalho tem sido uma bênção para nós! Temos sido tão abençoadas! Tão enriquecidas! Que não podemos deixar de dar graças ao Senhor por nos conceder esta oportunidade de colaborarmos com Ele na sua obra.
As visitas são acordadas com as pessoas em questão; marcamos um dia e uma hora e antes de partir-mos vamos á Casa de Oração para, de joelhos, implorar-mos que o Senhor vá á nossa frente preparando os corações para o que iremos dizer e para que seja o seu Espírito e não nós a proporcionar o conforto e a ajuda espiritual de que tanto precisam.
Somos sempre muito bem recebidas e as pessoas pedem-nos para voltar.
Sempre que saímos de uma casa, o nosso “coraçãozinho” vai cheio!
Nestes dois anos foram criados laços tão fortes… que eu creio, irão permanecer por muito, muito tempo.
Só mais uma coisa: Creio que estou a partilhar isto convosco, porque o meu “coração” ainda está cheio da experiência vivida ontem á tarde.
Amanhã. Se Deus quiser, vou contar-vos o que aconteceu.
.

domingo, 27 de janeiro de 2008

Louvai ao Senhor


Louvai ao Senhor. Louvai a Deus no seu santuário. Louvai-o no firmamento do seu poder.
Louvai-o pelos seus actos poderosos; louvai-o conforme a excelência da sua grandeza.
Louvai-o com o som da trombeta; louvai-o com o saltério e a harpa.
Louvai-o com o adufe e a flauta; louvai-o com instrumento de cordas e com órgãos.
Louvai-o com címbalos sonoros; louvai-o com címbalos altissonantes.
Tudo quanto tem fôlego louve ao Senhor. Louvai ao Senhor.
(Salmo 150)

sábado, 26 de janeiro de 2008

- PETZI - e João Pouca Terra


A noite passada, os netos Nuno e Inês dormiram cá em casa Chegada a hora de ir para a cama a Inês pede para contar uma história, como é costume. Eu respondo: claro que a avó vai contar uma história. E pergunto então: Querem uma história “da cabeça da avó” ou de um livro? Ao que eles respondem: de um livro! Qual livro? Pergunto eu. Diz a Inês: olha avó pode ser aquele que é do tempo do pai quando ele era pequeno, que da outra vez tu contaste e nós rimo-nos muito!
OK! Respondi eu. Eu pego no livro, eles sentam-se na cama, e eu começo a ler a história.
Cada frase que lia provocava uma gargalhada! Nós rimos tanto, tanto, tanto, que já chorávamos de tanto rir!
Ah! Mas como foi bom aquele riso todo!
Eles quase que adormeceram a rir!
E eu, sentia-me tão bem, tão descontraída, e ao mesmo tempo tão feliz! Que acabei dando graças a Deus por “ter trazido os netos” para me proporcionar, além de tudo o mais, esta óptima “sessão de terapia pelo riso”!
O livro em causa, é um livro de banda desenhada, editado pela Verbo em 1970, cujo título é: - PETZI – e João Pouca Terra, e faz parte de uma colecção de muitos, que na altura e nos anos que se seguiram, fizeram as delícias de muitas crianças, de muitos adolescentes e de muitos adultos.
Curioso é o facto de ainda hoje, passados todos estes anos, esses livros (temos muitos dessa colecção) serem preferidos pelas crianças e conseguirem causar nelas este impacto tão interessante.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

As violetas já floriram!


Entre as várias plantas que há no meu jardim, estão as violetas -viola odorata -. Foram plantadas há muitos, muitos anos pela minha mãe e não requerem grandes cuidados pois são muito resistentes.Elas gostam de ambientes húmidos, sombrios e frios. Florescem nos fins de Janeiro /Fevereiro e permanecen floridas durante muito tempo.Ontem quando olhava o jardim ,reparei que elas já estavam em flor. Fiquei tão contente! São lindas, tão lindas!

Elas representam a humildade e o amor escondido.Lembro-me, de há muito anos atrás, no Chiado, andarem mulheres a vender raminhos de violetas e os rapazes que andavam por ali a passear com as namoradas, ofereciam-lhe estes raminhos.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Os meus filhos


Vivo neste belo bairro de Mira - Sintra faz 33 anos no próximo dia um de Março.Nessa altura o meu filho Pedro tinha sete anos, o Miguel tinha seis, o João tinha dois e o Zé chegaria oito anos mais tarde.Trabalhava na Amadora e era tambem na Amadora que ficava a Igreja onde o Jorge era pastor e que todos nós frequentávamos. Andávamos sempre de combóio na famosa "linha de Sintra"; ao domingo fazía-mos sempre 4 viagens: ir e vir demanhã e ire vir á tarde.Nos dias de semana para ir para o trabalho tambem fazia 4 viagens por dia, pois vinha almoçar a casa. O Fiat Punto azul metalizado só chegaria a nós, muitos, muitos anos mais tarde, em 1996, com o Pedro e o Miguel já casados (casaram ambos no ano de 1995). Foi até hoje o nosso único carro que ainda temos, e que se tem "portado" muito bem graças a Deus.

Isto tudo para vos dizer que viagei muito de combóio; e para vos contar que nessas viagens , com os meus filhos pequenos, sentávamo-nos todos nos dois bancos que ficavam um virado para o outro. Não imaginam como eu me sentia feliz e, "vaidosa", por ter aqueles filhos tão "lindos"!

Claro que as pessoas olhavam e sorriam; deviam achar graça, por certo. Entretanto eu observava nas outras famílias ou mães que viajavam conosco, algumas com filhos já adolescentes ou jovens... e eu apercebia-me que as mães não tinham um ar feliz como eu, bem pelo contrário... então lembro-me que eu pensava: Como é que pode? Uma mãe com filhos tão lindos como não vai a sorrir ou a mostrar contentamento?E pensava para comigo: Ah! se fossem meus filhos, eu não iria com aquela cara fechada e triste!

Claro que hoje entendo que possívelmente aquelas mães não tivessem motivos para sorrir...

mas para mim, só o facto de serem mães era motivo suficiente para ter "outra cara".

Hoje, com os meus 4 filhos homens...pais de família (excepto o Zé que é solteiro) ainda sorrio mais e mais "vaidosa" me sinto. E acima de tudo há dentro de mim uma enorme, uma profunda gratidão ao bom Deus, Senhor da vida e de todas as coisas. por ter sido tão bondoso para mim "empretando-me" estes queridos filhos.

Agora, "reformada" e só com o Zé em casa, sobra-me muito tempo para reflectir e meditar; e chego á conclusão de que mesmo que não tivesse feito mais nada... ( mas fiz, fiz muitas coisas das quais já nem le lembro, são os outros que me vêm lembrar que as fiz)na vida, já teria feito muito ao gerar, ter, cuidar, criar, amar, ensinar e sobretudo ter passado a Lei de Deus a estes 4 queridos filhos que são muito a minha razão de viver.

- Alegrem-se teu pai e tua mãe e regozije-se a que te gerou -

(Provérbios 23:25)

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Um presente para o dia de hoje


Ontem adormeci pedindo a Deus para "restaurar" a minha alegria.Sempre fui uma pessoa muito alegre e sou conhecida na família e entre os amigos pelas minhas gargalhadas expontâneas e muito especiais. Quando me rio com vontade, ninguem fica indiferenre e ás tantas está tudo a rir. Entretanto, nestes últimos anos, tiveram lugar acontecimentos que "mexeram" com a minha alegria, tais como: O reformar-me, a partida da mãe para Deus e mais recentemente um enorme sofrimento e consequente partida para Deus de um grande, grande amigo, um irmão, por quem ainda estou a fazer o luto.Tambem surgiu uma doença cardíaca que me condiciona muito e me impede de "ser" o que eu era; uma artrite que me dificulta muito o andar (e eu que gosto tanto de andar...)Enfim, uma série de circunstâncias novas que fazem com que me ria muito menos; tenho imensa saudade de me rir muito como eu me ria... e por isso tenho pedido ao Senhor nas minhas orações que renove a minha alegria porque eu preciso dela, eu não sei viver sem ela.Como disse atrás, adormeci fazendo essa petição ao Senhor. Dormi muito bem e, sabem o presente que recebi hoje? às 5,30 da manhã? Deus mandou um passarinho cantar no parapeito da janela do quarto, que estava entreaberta, bem juntinho da minha cama; cantou, cantou, cantou! acordou-nos e depois de cantar levantou voo e foi embora. Ainda esperei que ele entrasse para dentro do quarto! isso seria o máximo! mas não, depois de cantar foi-se embora. Não o vi, conheço praticamente o canto de todos os pássaros que temos por aí... porém aquele não conheci; tinha um cantar vigoroso, não devia ser muito pequeno. Fiquei a pensar: com tanto parapeito igual no prédio, como é que logo ele veio cantar no meu!? Acho que foi um presente de Deus para mim, para alegrar o meu dia, para restaurar a minha alegria e por isso eu lhe estou muito grata.

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Padrão



O esforço é grande e o homem é pequeno.

Eu, Diogo Cão, navegador, deixei

Este padrão ao pé do areal moreno

E para diante naveguei.


E ao imenso e possível oceano

Ensinam estas quinas, que aqui vês,

Que o mar com fim será grego ou romano;

O mar sem fim é português.


( Fernando Pessoa)

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Uma "gracinha" apenas...


Ontem, quando o irmão António distribuiu os rebuçados no fim do culto, o Pedro tirou um de "santo Onofre", e uma vez em casa scaneou o papelinho que o embrulhava e envou-mo via e-mail. Achei a ideia engraçada e, só po uma questão de "graça", vou divulgá-lo aqui. Prometo que tão cedo não escrevo mais sobre rebuçados.

Texto Bíblico lido ontem na Escola Dominical


Mas agora Deus mostrou-nos como é que as pessoas entram em boas relações com Deus, sem ser por meio da Lei. E é a própria Lei de Moisés e os profetas que provam isso. Deus faz com que as pessoas entrem em boas relações com Ele por meio da fé em Jesus Cristo. È assim para todos os que crêm em Jesus Cristo, sem haver diferença de pessoas. Todos pecaram e ficaram longe de Deus . Mas, pela sua bondade, Deus torna-os seus amigos gratuitamente por meio de Jesus Cristo que os libertou do poder do pecado. Deus fez com que Cristo, pela sua morte, se tornasse instrumento de perdão para os que crêm nele. Mostrou assim como é bondoso. Outrora tinha sido paciente e não tinha castigado os pecados dos homens. Agora mostra como pôe as pessoas em boas relações com ele, pois Deus é bom e faz com que fiquem de bem com Ele os que crêm em Jesus.

Onde está portanto o motivo para alguem se orgulhar? Não há motivo nenhum. Que razão poderia existir? Por se praticarem as obras da Lei? Não. Somente porque se tem fé. Nós consideramos que entramos em boas relações com Deus pela fé e não por causa das obras da Lei. Doutro modo Deus seria apenas o deus dos judeus. E não é ele igualmente o Deus de todos os outros? Claro que sim. Ele é tambem Deus dos outros povos. Com efeito há um só Deus que torna seus amigos, por meio da fé, tanto os judeus como aqueles que o não são. Quer isto dizer que, por causa da fé, nós negamos todo o valor da Lei? De modo nenhum. Pelo contrário reconhecemos á Lei o seu verdadeiro valor.

(Epístola de Paulo aos Romanos cap. 3: 21 a 31. )

sábado, 19 de janeiro de 2008

Eugénio de Andrade nasceu faz hoje 85 anos


Faz hoje 85 anos (19/01/23) que na Póvoa da Atalaia - Fundão - nasceu José Fontinhas, que viria a usar o pseudónimo de Eugénio de Andrade, um dos grandes nomes da poesia portuguesa contemporânea. Nasceu de um amor juvenil. A mãe, Maria dos Anjos, era filha de trabalhadores modestos. O pai, de família proprietária mais abastada, partiu para Lisboa sem casar nem perfilhar o bébé.O casamento veio a realizar-se mais tarde mas durou pouco e quando o pai quiz perfilhá-lo, Eugénio recusou. Fez da mãe a figura central da sua poesia, de onde o pai está quase ausente. Em entrevistas referia-se a ele : "O senhorito do Monte da Ribeira da Orca". Viveu parte da sua infância na Beira; ainda menino foi com a mãe para Castelo Branco e depois para Lisboa onde vive e estuda. Escreve os primeiros poemas com 13 anos. Entretanto começa a usar o pseudónimo de Eugénio de Andrade. Depois passa alguns anos em Coimbra e daqui visita Espanha e França. Inicia a sua vida de profissional como inspector dos Serviços Médico - Sociais (antiga Caixa de Previdência) onde trabalha até 1980. Em 1950 muda-se para a cidade do Porto, Rua Duque de Palmela, onde fica até ir para a sua última casa, na Foz, sempre acompanhado de livros, quadros, flores e gatos. Desejava muito ir á Grécia , mas para o conseguir teve de vender algumas coisas que lhe eram caras.Mais tarde voltou á Grécia várias vezes. Na casa onde vivia, na Foz, criou em 1995 a Fundação Eugénio de Andrade. " A poesia de Eugénio de Andrade , está entre as mais belas coisas produzidas pela natureza", disse o poeta brasileiro Eucanaã Ferraz. Enquanto o poeta Mia Couto - apelida a escrita de Eugénio de : "Um dos momentos mais raros da poesia portuguesa".São de Eugénio estas palavras: "O silêncio é o meu fascínio. A minha necessidade dele é crescente e cada vez se torna mais difícil obtê-lo." Ficou doente durante 3 anos e já sem poder ler ou escrever, pois não tinha nem sequer força para pegar na caneta, ditava versos á mãe do seu afilhado que os escrevia. Morreu durante o sono, no dia 13 de Junho de 2005, ás 3,30 horas da manhã, com uma paragem cardio - respiratória. O seu afilhado encontrou-o de olhos fechados com uma expressão serena, sem sofrimento, e foi feito conforme o seu desejo: Quis ser enterrado de pijama e chinelos de quarto. Descobri a sua poesia há muito pouco tempo mas admiro-a muito, mexe comigo... Eugénio de Andrade é com Miguel Torga e Teixeira de Pascoaes, meu mpoeta preferido. Hoje, quero prestar-lhe a minha homenagem e agradecer-lhe tudo de belo que nos deixou. O texto vai longo, mas não posso deixar de de neste dia, vos oferecer um dos seus belos poemas:


Algumas reflexões sobre a mulher


Elas são as mães:

Rompem do inferno, furam a treva,

Arrastando

Os seus mantos na poeira das estrelas.


Animais sonânbulos,

Dormem nos rios, na raíz do pão.


Na vulva sombria

é onde fazem o lume:

Ali têm casa.


Em segredo, escondem

o latir lancinante dos seus cães.


Nos olhos, o relâmpago

negro do frio.


Longamente bebem

o silêncio

nas próprias mãos.


O olhar

desafia as aves:

o seu voo é mais fundo.


Sobre si se debruçam

a escutar

os passos do crepúsculo.


Despem~se ao espelho

para entrarem

nas águas da sombra.


È quando dançam que todos os caminhos

levam ao mar.


São elas que fabricam o mel,

o aroma do luar,

o branco da rosa.


Quando o galo canta

desprendem-se

para serem orvalho.


(Eugénio de Andrade)









Ainda os rebuçados...agora, de Santo Onofre


Espero que não fiquem enjoados com tanta doçura! Mas é que a Wilma e a Ana dizem preferir os rebuçados de santo Onofre. Até que estão tão bem fechadinhos no pequeno envelope de papel... tenho a certeza que aqui as formigas não iriam conseguir entrar.Conheço-os muito bem! Mas não me lembro de os comprar alguma vez. Não fazem ideia onde é que eu costumo saboreá-los! Pois é... é na Igreja Baptista de Rio Maior! Uma pequena congregação onde cultuam a Deus alguns meus familiares. Ali, no final do culto, o irmão António, um homem sempre sorridente, na casa dos 70 anos, vem amávelmente com o seu cestinho com rebuçados e começando na primeira fila, vai-os oferecendo alegremente a cada um. Há um tempo a esta parte ele tem como ajudante a minha neta Carolina de 5 anos.No cestinho há vários tipos de rebuçados entre eles os de santo Onofre., que por sinal são sempre os que eu tiro.Há uma coisa muito curiosa que é o facto de eu associar o sabor dos rebuçados, á "rapadura" da cana do açucar que na Argentina o meu avô Bengelsdorff me oferecia numa branca carapela (palha da espiga de milho) quando estava a moer a cana para fazer açucar. Não é que tem o mesmo sabor!?Acho que é por isso que eu gosto deles; lembram-me o meu avô e a Argentina.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Os rebuçados do Dr. Bayard


Já que vem a "talhe de foice",aproveito para apresentar a história dos famosos e populares rebuçados do Dr. Bayard: Em 1939, Álvaro Matias, trabalhava como marçano numa mercearia em Lisboa, vindo do Vale da Mula em Almeida, para tentar uma vida melhor na capital.Era o inicio da segunda guerra mundial e Lisboa enchia-se de refugiados europeus endinheirados e os produtos começavam a escassear.Um desses refugiados, francês, entrou um dia na mercearia para comprar presunto. Com alguma dificuldade, Álvaro conseguiu vender-lhe um inteiro e o francês pasou a ser um cliente assíduo. Entretanto foram-se criando laços de amizade entre o marçano e o cliente, chegando este a ensinar-lhe francês, que Álvaro aprendeu com alguma facilidade. Ao longo da sua estadia em Lisboa, a situação económica do Dr. Bayard -era este o nome do francês -alterou-se, passando o Álvaro a "ajudá-lo" com os produtos da mercearia. Com o fim da guerra, o francês e a família regressaram a França, mas antes "agradeceu" ao seu amigo português com a única coisa de valor que ainda possuia -a receita dos rebuçados do Dr. Bayard. Durante 4 anos a receita ficou fechada numa gaveta, após o que o Álvaro começou por ciar uma pequena indúsria caseira , para a qual contribuiu o trabalho da familia.Hoje, com mais de 90 anos, Álvaro tem uma fábrica totalmente mecanizada, na Rua Gomes Freire na Amadora, bem junto ao Centro de Saúde, local onde trabalhei muitos anos. Na empresa, o ruido é ensurdecedor , a massa dos rebuçados é feita num instante : Cozem-se 40 kgs de massa de três em três minutos. Por ano são gastas mais de 40 toneladas de mel e 600 de açucar. Embrulham-se mais de mil rebuçados por minuto e fabricam-se 4 toneladas todos os dias, reduzindo-se para metade no verão. Actualmente, a actividade é continuada pelo filho António José e pelo neto André. Praticamente, em toda a cidade da Amadora, anda no ar o agradável cheirinho da alteia (uma planta)que entra na composição dos rebuçados.



quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Àcido fórmico, já provou?


Como muita boa gente por aí, tenho tido muita tosse; então á noite nem se fala...

Entre as várias "mézinhas" caseiras, os rebuçados Dr. Bayard( usados há décadas cá em casa) dão uma grande ajuda.Uma noite destas levei um para a mesinha de cabeceira para acalmar a tosse de noite, e assim evitar acordar a família inteira e os vizinhos de baixo.Acontece que não o cheguei a usar e demanhã, enquanto arrumava o quarto, olho e vejo o rebuçado e como estivesse a tossir, desembrulhei-o e "despejei-o" directamenre do papel para a boca. Dou a primeira chupadela e imediatamente sinto um gosto horrível na boca e garganta , ao mesmo tempo senti um ácido muito forte e com um gosto muito esquisito a fazer-me arder a boca e a garganta. O meu primeiro pensamento é que o rebuçado estava "envenenado"; tiro o rebuçado da boca e vejo uma pequena formiga agarrada a ele. Corro para o lavatório e cuspo com força e aí... vejo o lavatório preto de formigas... quanto mais tossia e cuspia mais e mais formigas vinham; bochechei, gargarejei, eu sei lá o que eu fiz; por fim, já não vinham formigas, mas estava a sentir uma sensação estranha na garganta, como que a ficar grossa; pensei que poderia estar a fazer uma reacção alérgica ao ácido fórmico e que pudesse vir a ter um edema da glote, coisa que é muito grave. Fui comer uma colher de mel deixando-o deslizar lentamente pela garganta e aí melhorei.

Imaginem o que "umas formiguinhas", tão pequenininhas podem fazer!


e não as julguem pelo seu tamanho nem a sua insignificância!


Claro que depois disto, fui pesquisar sobre elas e lá estava, "preto no branco": As formigas têm uma substância irritante - àcido fórmico - que pode provocar "choque anafilático", que poderá ser muito perigoso.

Assim sendo, é caso para dizer: Muito cuidadinho com as formigas!





quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

As flores e o funeral


No funeral da Dª B. esta tarde, podiam ver-se quatro carros funerários; um transportando o corpo e muitas flores, e os outros três carregados com coroas de flores. A esta hora, há uma montanha de flores no chão, junto ao "gavetão" onde a senhora repousa.Não posso pensar que todas aquelas flores tão belas, ali estão ao vento e á chuva completamente abandonadas, e ali ficarão até apodrecerem. Que pena! Gosto delas demais, para vê-las acabar assim.

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

A beleza


"Uma flor acaso tem beleza?

Tem beleza acaso um fruto?

Não: Tem côr e forma

E existência apenas.

A beleza é o nome de qualquer coisa que não existe.

Que eu dou ás coisas em troca do agrado que me dão.

Não significa nada.

Então porque digo eu das coisas: são belas?".

(Álvaro de Campos)








segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

" Moderna"


Há alguns dias atrás, estava sentada no sofá da sala, com o neto Gil recostado sobre o meu ombro direito e a neta Sara sobre o ombro esquerdo. Vía-mos qualquer coisa que despertou o nosso interesse na televisão.De repente, a Sara olha para mim, fita-ma uns breves instantes e diz: "Ò avó tu és moderna!" e eu, admirada perguntei-lhe: Porquê? Porque é que achas que eu sou moderna? Ela responde: " Porque tens o cabelo comprido, usas um "rabo de cavalo" e tens isto aqui" (aponta para um pequeno lenço que trazia ao pescoço).

Como se diz que da boca das crianças sai a verdade... meus amigos, desde aí acho que tenho o direito de me considerar uma mulher moderna.

domingo, 13 de janeiro de 2008

Louvor


Eu te louvarei, Senhor, de todo o meu coração; contarei todas as tuas maravilhas.

Em ti me alegrarei e saltarei de prazer; cantarei louvores ao teu nome , ó Altíssimo.

(Salmo 9.1 e 2)


Um coração em sintonia com Deus não consegue deixar de cantar os seus louvores.

sábado, 12 de janeiro de 2008

Barca Bela


- Pescador da barca bela,

onde vais pescar com ela,

que é tão bela,

ó pescador?


Não vês que a última estrela

no céu nublado se vela?

Colhe a vela,

ó pescador!


Deita o lanço com cautela,

que a sereia canta bela...

Mas cautela,

ó pescador!


Não se enrede a rede nela,

que perdido é remo e vela

só de vê-la

ó pescador.


Pescador da barca bela,

inda é tempo , foge dela,

foge dela.

ó pescador!


(Almeida Garrett)






quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

Lembram-se dela?


"A beleza se uma mulher não está nas roupas que veste, nem no seu corpo, ou na forma como penteia o cabelo. A beleza de uma mulher deve ser vista nos seus olhos, porque esta é a porta para o seu coração, o lugar onde reside o amor."

(Audrey Hepburn)



Saudades do melro



Que saudades eu tenho de ser acordada ao nascer do sol, pelo canto alegre e desafiante do melro, que nas duas últimas Primaveras, cantava empoleirado na antena do prédio em frente!...


Creio que ele vai voltar de novo, lá para fins de Fevereiro/Março.


Já não falta muito!


Cá fico á espera.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Paz, Alegria, Sabedoria


Há três coisas que eu peço insistentemente

a Deus nas minhas oraçôes:
Paz, Alegria, Sabedoria.
Eu preciso delas para viver.

Quero ter Paz com Deus.
Quero ter Paz comigo própria.
Quero ter Paz com os outros.

Quero ter Paz com o que me rodeia.


Quero muito ser alegre.

Quero distribuir alegria.

Quero contagiar os outros com alegria.

Quero, desejo, rir muito.

Dar umas boas gargalhadas.


Quero ser sábia no meu pensar.

Quero ser sábia no meu decidir.

Quero ser sábia no meu agir.


Não posso pensar em viver de outra maneira.

O que seria de mim?

Que bom que posso recorrer ao Pai Bondoso

Ele tem tudo isso para me oferecer em abundância.

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

A viagem



Paquete Cabo de Buena Esperanza


No dia 30 de Maio da ano de 1944, em Buenos Aires, Argentina, eu, o pai, a mãe, a Esperança e o Serafim, ( Pastor Regueiras) embarcámos no Paquete Cabo de Buena Esperanza, a caminho de Portugal, de onde o pai saira para o Brasil, com 26 anos de idade no ano de 1927. O paquete Cabo de Buena Esperanza, era um transatlântico Espanhol, que habitualmente fazia as viagens entre a Espanha e Argentina.Atravessámos o Oceano Atlântico e chegámos ao Porto de Lisboa no dia 8 de Julho, depois de "andar-mos" no mar 3 9 dias.Eu tinha 4 anos, e dessa viagem guardo algumas recordações: por causa da ondulação, o navio balançava muito e eu ficava muito agoniada, mal disposta e com vontade de vomitar; tentava refugiar-me nalgum lugar, mas não havia onde, pois até no camarote , na cama, era a mesma coisa. Lembro-me tambem de a certa altura da viagem, ver golfinhos - creio que eram golfinhos - a saltar e a acompanhar o andamento do barco. Um dia, a minha mãe apanhou um grande susto porque o meu irmão João Serafim, que era bébézinho com dez meses e, como era muito lindo e muito simpático, andada de colo em colo, e a certa altura a senhora que o tinha ao colo desapareceu da vista da mãe, e a mãe preocupadíssima, começou a procurar o menino pelo navio. Eis senão quando, surge a tal senhora com ele , muito bem disposto, ao seu colo e a segurar nas suas pequeninas mãos... um saquinho de "caramêlos", que a senhora entretanto tinha ido buscar com ele ao camarote. Dali em diante, recordo-me que a mãe já não deixava o seu menino andar de colo em colo entre os passageiros.Uma vez em Lisboa, ficámos nesse dia numa pensão, da qual não me lembro mais nada alem de que tinha umas portas com vidros martelados... que achei lindos... e onde havia um cheiro específico que ainda hoje me lembro.Engraçado que ainda hoje, gosto de ver vidros martelados, e habitualmente lembro-me daqueles.Seguimos no dia seguinte, de comboio, que apanhámos em Santa Apolónia, para Braga e de lá para Vilela, a aldeia onde o meu pai nasceu.

E aí... começou uma imensa e tremenda aventura de vida, que nada tinha a ver com a vida que tínhamos em Oberá - Misiones... minha terra... meu berço.

A foto que encabeça este texto é o Paquete Cabo de Buena Esperanza onde viajei.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

A cancela florida


Uma vez sonhei que estava acima da terra nas nuvens, e que á minha frente havia uma cancela florida, lindíssima, que tinha dois degraus á entrada e á saída. Eu sabia que para além da cancela estava o Céu, não o céu que a gente vê cá de baixo, mas o Céu que Jesus foi preparar e para onde todos nós queremos ir.Então eu, quando pisei os degraus para entrar e coloquei a mão na cancela para a abrir... fui possuida de uma alegria imensa e toda eu vibrava porque finalmente eu ia poder entrar no Céu, com o qual sonhara toda a vida. Lembro-me que eu me ria muito e lembro-me tambem que eu pegava pela mão uma criança pequena que se ria muito tambem e que seria um dos meus filhos.Não consigo descrever o sentimento que havia em mim quando desci os dois degraus e comecei a andar sobre as nuvens brancas e fofas, mas o que eu sentia era tão forte que me fez acordar e, para minha grande tristeza o sonho da cancela florida acabou ali.

Mas sabem, nunca esqueci este sonho e gosto muito de pensar nele.

domingo, 6 de janeiro de 2008

Adoração e Louvor


Hoje, se Deus permitir, estarei aqui na Casa de Oração da minha Igreja, adorando e louvando o meu Deus juntamente com estes meus queridos irmãos na fé.

sábado, 5 de janeiro de 2008

Ternura


Recordo-me que quando os meus filhos eram bébézinhos, pequeninos, uma das coisas que eu gostava muito de fazer, era colocar ambos os pézinhos na palma da minha mão e agarrá-los. Cabiam lá tão bem! E pela expressão do seu rosto, creio que eles apreciavam esta atitude ternurenta da mãe.

Hoje... quando olho para os seus grandes pés...ou para os seus grandes sapatos... nrº 44, 45, 43... dá-me vontade de rir e ao mesmo tempo sinto uma imensa, uma enorme saudade e ternura dos seus pézinhos que cabiam fechados na palma da minha mão.

sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

Perenidade


Nada no mundo se repete.

Nenhuma hora é igual á que passou.

Cada fruto que vem cria e repete

uma doçura que ninguem provou.


Mas a vida deseja

em cada recomeço o mesmo fim.

E a borboleta, mal desperta, adeja

pelas ruas floridas do jardim.


Homem novo que vens, olha a beleza!

Olha a graça que o teu instinto pede.

Tira da Natureza

O luxo eterno que ela te concede.


( Miguel Torga)

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

Como Deus é bom!


Vivemos numa Europa cristã, sem embargo, o continente mais tradicionalmente cristão. Vivemos num País cristão, tradicionalmente cristão.Porém, isto não significa ou quer dizer, que todas as pessoas conheçam o grande, o extraordinário e o inegualável AMOR DE DEUS POR CADA UM DE NÓS.Infelizmente como sabemos a maioria dos cristãos são-o apenas de nome.

E ao dizer isto não é minha intenção julgar seja quem fôr, pois considero que só a Deus pertence o juizo, aliás, é um dos pecados que com a ajuda Divina procuro evitar cometer, e quem me conhece bem sabe que é assim. Mas o que me preocupa, com o povo europeu e com o povo português, é que não conhecendo bem a Deus, estejam privados do maior bem, da maior benção, da melhor porção, que é ter-mos a Deus como o Senhor da nossa vida, como nosso Salvador Pessoal, para esta vida aqui e agora e por toda a eternidade, como nosso ajudador e companheiro de jornada em quem podemos absolutamente confiar e nEle descansar, com quem podemos falar, abrindo-lhe o nosso coração, quer seja em momentos de alegria e gratidão, bem como em momentos de tristeza, de dôr, de sofrimento, de angustia ou quando sofremos pelos nossos familiares, pelos nossos amigos ou por pessoas que estão por vezes em situação desesperada e a quem amamos e queremos ajudar sem saber bem como. Ele é a nossa Paz e a nossa Alegria! É com Ele e por Ele que vivemos. Como eu gostaria que todos os Europeus e todos os Portugueses valorizassem Deus, procurassem conhecê-lo bem e o entronizassem nos seus corações... aí, por certo, tudo mudaria e o povo Europeu e o Povo Português seriam povos felizes, povos bons e solidários e, que com o seu exemplo e vivência segundo os princípios do Evangelho, ajudariam sem dúvida a tornar mais felizes e prósperos todos os povos do mundo.

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

Finalmente!... Ufa!!!


Há quantos anos eu ouço o Governo dizer que vai aprovar uma nova lei sobre o tabagismo!...

Como enfermeira de "Saúde Pública", que fui, durante algumas dezenas de anos.. esforcei-me por fazer a prevenção do tabagismo, principalmente na Saúde Escolar e por isso, não consigo entender como é que nunca tenha sido feito nada para proteger do "perigozíssimo" fumo dos cigarros, as pessoas que não fumam, que felizmente constituem a maioria. Ainda há pouco tempo quiz almoçar num determinado restaurante e ao entrar, era tal a "nuvem" de fumo, que imediatamente saí e fui procurar um outro lugar.Esta lei, esteve na gaveta vários anos. Porquê?Que interesses estiveram envolvidos aqui para esta tão longa e complicada demora!? Dá que pensar... Esta noite ás 0 horas entrou finalmente em vigor, e para já... ás 2,30horas horas, no Casino do Estoril o presidente da ASAE, que é o responsável pelo cumprimento desta lei... foi fotografado a fumar... conforme notícia o Diário de Notícias de Hoje. E sabem, cá para mim, tenho a firme convicção, que esta nova lei não foi regulamentada por "desejo e vontade" do Governo, mas, isso sim... por exigência das normas da União Europeia...onde, como sabemos a ideia é que esta lei seja aplicada em todos os países da União.

Há quantos anos eu esperava por ela!!!Ufa! Finalmente chegou...como diria a minha mãe:" já não era sem tempo! " Apetece-me festejar!

terça-feira, 1 de janeiro de 2008

Receita de Ano novo


Para você ganhar belíssimo Ano Novo

cor de arco-íris, ou da cor da sua paz,

Ano Novo sem comparação como todo o tempo já vivido

(mal vivido ou talvez sem sentido)

para você ganhar um ano

não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,

mas novo nas sementinhas do vir-a-ser,

novo até no coração das coisas menos percebidas

(a começar pelo seu interior)

novo espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,

mas com ele se come, se passeia,

se ama, se compreende, se trabalha,

você não precisa beber champanhe ou qualquer outra birita,

não precisa expedir nem receber mensagens

(planta recebe mensagens?

passa telegramas?).

Não precisa fazer lista de boas intenções

para arquivá-las na gaveta.

Não precisa chorar de arrependido

pelas besteiras consumadas

nem parvamente acreditar

que por decreto da esperança

a partir de janeiro as coisas mudem

e seja tudo claridade, recompensa,

justiça entre os homens e as nações,

liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,

direitos respeitados, começando

pelo direito augusto de viver.

Para ganhar um ano-novo

que mereça este nome,

você, meu caro, tem de merecê-lo,

tem de fazê-lo de novo, eu sei que não é fácil,

mas tente, experimente, consciente.

É dentro de você que o Ano Novo

cochila e espera desde sempre.


(Carlos Drumond de Andrade)