sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Retrato de uma Princesa desconhecida


Imagem retirada da Net

Para que ela tivesse um pescoço tão fino
Para que os seus pulsos tivessem um quebrar de caule
Para que os seus olhos fossem tão frontais e limpos
Para que a sua espinha fosse tão direita
E ela usasse a cabeça tão erguida
Com uma tão simples claridade sobre a testa
Foram necessárias sucessivas gerações de escravos
De corpo dobrado e grossas mãos pacientes
Servindo sucessivas gerações de príncipes
Ainda um pouco toscos e grosseiros
Ávidos cruéis e fraudulentos

Foi um imenso desperdiçar de gente
Para que ela fosse aquela perfeição
Solitária exilada sem destino


Sophia de Mello Breyner Andresen

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

AMOR de Mãe

Gustav klimt

MÃE, AMO-TE TANTO.
DISSE A FILHA. AMO-TE MAIS DO QUE SEI.
ELA COLOCOU A SUA CABEÇA NO BRAÇO DA MÃE,
E O AMOR ENTRE ELAS MANTEVE-AS QUENTES.

(Stevie Smith)

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

As camélias








Imagens retiradas da net

Segundo o calendário, é inverno em Portugal, não obstante os belos e radiosos dias de sol e céu azul, com que o Criador nos tem presenteado.
Aparecem as primeiras flores na terra, e em algumas árvores, muito poucas ainda... começam a despontar as primeiras folhas.
Ma há uma flor, belíssima! que escolhe esta altura do ano para desabrochar, e abrir as suas maravilhosas flores: A Camélia, tambem conhecida por Japónica, dada a sua origem ser o Japão.
Elas estão aí em todo o seu esplendor!
Brancas, vermelhas, em tons rosa, matizadas de várias cores...
Ao contrário da maior parte das flores, as camélias "impõem a sua beleza numa época do ano em que as condições climatéricas se apresentam menos favoráveis", o que justifica o facto de serem conhecidas como "Rainhas do Inverno.
Aprecie, promova e divulge as Camélias.
Elas são merecedoras disso.

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Arma secreta


Imagem retirada da Net

Tenho uma arma secreta
ao serviço das nações.
Não tem carga nem espoleta
mas dipara em linha recta
mais longe que os foguetões.

Não é Júpiter, nem Thor,
nem Snark ou outros que tais.
É coisa muito melhor
que todo o vasto teor
dos Cabos Canaverais.

A potência destinada
às rotações da turbina
não vem da nafta queimada,
nem é de água oxigenada
nem de ergóis de furalina.

Erecta, na noite erguida,
em alerta permanente,
espera o sinal da partida.
Podia chamar-se VIDA.
Chama-se AMOR, simplesmente.

(António Gedeão)

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Deus e a Natureza


Foto retirada da net

"A harmonia da Natureza é o reflexo da bondade de Deus."

sábado, 21 de fevereiro de 2009

Porque hoje é Domingo (45)


Imagem retirada da Net

Jesus continuou dizendo:

«Haverá alguém que acenda um candeeiro e o ponha debaixo de uma caixa, ou debaixo da cama? Não o põe antes num lugar em que alumie bem?

Porque não há nada que esteja escondido que não venha a ser descoberto, e tudo que é feito em segredo virá a ser conhecido.

Quem tem ouvidos, preste atenção! »

E disse-lhes mais: «Reparem bem no que eu digo! A medida com que julgarem os outros será a mesma que Deus há- de usar convosco, e até com mais rigor. Porque o que tiver muito, receberá ainda mais, mas o que tiver pouco, até esse pouco lhe será tirado.»

( Evang. de S. Marcos 4:21 a 25)

"Desafio: seis verdades e três mentiras" - revelação



Amigos

E as três mentirinhas são:

A 2 - Sou baixinha e gordinha

A 4 - A minha côr preferida é o amarelo

A 9 -Sei muito bem fazer omoletas

Todas as outras são verdadeiras.

Aquela praia vazia


Praia da Figueira da Foz -Portugal

Aquela praia vazia,
a areia molhada e fria
e o mar bravo nos rochedos,
Está tão triste e desolada!
Lembra a minha alma magoada
Cheia de angùstias e medos.

Mas o sol vai regressar
e a luz há-de inundar
de novo aquele areal.
O mar azul transparente,
ondulará docemente,
vai passar o temporal.

Tenho que crer na mudança
e sentir-me em segurança,
deixando os medos p'ra trás.
Sei que o Senhor não permite
que eu ultrapasse o limite,
e por fim terei a paz.

Quero ver o sol brilhar
e as nuvens negras rasgar,
quero um novo amanhecer;
e andar devagarinho,
saboreando o caminho
que me falta percorrer!

(Edite Costa Carvalho Pereira)

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

In Memorian - Madalena


Açucena

Hoje, Mira - Sintra ficou mais pobre e mais triste.
A Madalena foi viver para outro lugar.
Jamais a encontrarei na Cooperativa a fazer compras, nem pararei mais na rua a conversar com ela. Jamais ela telefonará a pedir para eu e o Jorge ir-mos lá a casa, logo ali em baixo, para termos um Culto Familiar, com toda aquela gente, que ela convocava, como Mãe de família. e onde com toda a reverência se ouvia a exposição da Palavra, e onde cada um escolhia o seu hino preferido para cantar.

Soubemos hoje pela filha mais nova, a Célia, que ela antes de ser internada no Hospital, já tinha pensado no dia em que estaríamos reunidos na sua casa outra vez.

Os filhos e netos querem que a reunião se realize, do mesmo modo, mas... o lugar dela vai estar vazio. Atenção, digo o lugar... porque ela estará presente certamente, enchendo aquela casa, e os nossos corações.

Mulher Guerreira, Lutadora, Corajosa, Abnegada, Sofrida, Determinada, Perdoadora, Mãe amorosa, Esposa fiel, Avó carinhosa, Mulher de Fé que remove montanhas, Testemunha ousada do Amor de Cristo, Mulher grande em todos os sentidos, Mulher exemplo de vida, Mulher inspiração, minha amiga do coração, a quem sempre recordarei e por cuja vida serei sempre grata ao meu Deus.

Que bom, que eu lhe disse muitas vezes o quanto a admirava, o quanto a amava e o quanto bem que lhe queria.
Que bom, que eu abracei e beijei muitas vezes...

Agora, não a verei mais por aqui, mas vê-la-ei um dia, num lugar muito bonito, que o nosso bendito Senhor Jesus Cristo preparou para todos aqueles que o amam e o aceitam nos seus corações como seu Senhor e Salvador.

È aí, com Ele, que a minha querida Madalena, mora agora.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Mais um Desafio


A MINHA AMIGA ISABEL DO LICAS ONTEM E HOJE -
LANÇOU-ME O SEGUINTE DESAFIO: 6 VERDADES E TRÊS MENTIRAS.

Você diz 9 coisas aleatórias a seu respeito, não importando a relevância.
Tendo de ter 6 verdades e 3 mentiras.

Quem receber o Meme, deverá postar as 3 coisas que acha serem as mentiras do blogueiro que lhe passou o Meme».
As minhas 9 escolhas são:
1 - Gosto muito de figos
2 - Sou baixinha e gordinha
3 - Casei no ano de 1966
4 - A minha côr preferida é o amarelo
5 - Já apresentei uma rúbrica na R.T.P.
6 - Gosto muito de cantar
7 - Já fui á Áustria
8 - Já andei a cavalo
9 - Sei muito bem fazer omoletas

As mentiras da Isabel são: (no meu entender)

1 -Sou alta, muito loira e magrinha

2 - Gosto muito de uvas verdes

3 -O meu bisavô era preto

Desafio agora as seguintes amigas a descobrirem as minhas três "mentiras:"


Vá lá! Faz bem brincar um bocadinho.
Obrigada

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Desafio lançado pela amiga Sandra


Esta foto é uma montagem, feita como surpresa, para mim, por o meu simpático cunhado João Pedro.
Ele fê-la a partir de uma foto em que eu e o Jorge estávamos a orar, num encontro em que participámos. fez um ano pelo Natal.
È a sexta foto da pasta das minhas fotografias na internet.

Recebi da minha amiga Sandra, do blogue:

http://aotoquedoamor.blogspot.com/

este
Desafio:

Consiste, em ir a sua pasta de fotos no seu computador
e achar a sexta foto, publicá-la e descrevê-la.
Agora é só passar para seis blogs amigos.

Passo agora este interessante desafio para as seguintes pessoas amigas:

1 - Sónia Regina do blogue: http://sonreglom.blogspot.com/
2 - Ana Maria do blogue: http://atelierdaspoesias.blogspot.com/
3 - Carmen do blogue: http://anseiosdaalma-etc.blogspot.com/
4 - Bete do blogue: -http://tsarphatah.blogspot.com/
5 - Neli do blogue: http://eopensamentovoa.blogspot.com/
6 - Anita do blogue - http://amorfraternal.blogspot.com/

Leilão de Jardim


Sécia - flor Imagem retirada da net

Quem me compra um jardim
com flores?

borboletas de muitas
cores,

lavadeiras e
passarinhos,

ovos verdes e azuis
nos ninhos?

Quem me compra este
caracol?

Quem me compra um raio
de sol?

Um lagarto entre o muro
e a hera,

Uma estátua da
Primavera?

Quem me compra este
formigueiro?

E este sapo que é
jardineiro?

E a cigarra e a sua
canção?

E o grilinho dentro
do chão?

(Este é o meu leilão!)

(Cecília Meireles)

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Recado


Foto retirada da net

Homem!

A mulher não é objecto qualquer
que esteja no mundo p'ra dar prazer,
nem a mera máquina só de procriar:
muito mais que isso...ela é para amar.

Amar como Cristo na Bíblia te diz.
Tem-lhe muito amor...fá-la feliz,
sendo os dois um só em santa união,
no prazer, na dor, alegria ou aflição.

Que o teu amor para ela seja
igual ao de Cristo para com a Igreja.
Que se deu por ela, se sacrificou,
vê que belo exemplo Jesus te deixou.

A mulher tambem tem deveres a cumprir.
Ao que Cristo disse não deve fugir.
Seja submissa, boa esposa e mãe,
fiel companheira, querer-te muito bem.

Até seu desejo para ti será,
com boa vontade tudo ela fará
p'ra te ver feliz, para te agradar,
sempre com amor, sem se obrigar.

Se a ela amas como te amas a ti,
a boa harmonia entre vós sorri.
Se ambos desfrutam esse bom "sentir",
mútuo é o desejo de retribuir.

Ah! se tudo assim fosse...bom seria!
Haveria Paz, Ternura, Alegria...
Mas estes dois seres, de livre vontade,
transformam em guerra a felicidade.

Tudo ultrapassando, querendo mandar,
ser dono e senhor, tudo dominar,
e nesta cegueira de a tudo se impôr
não vê como vai "matando" o amor.

Homem e mulher, parem por momentos:
por favor respeitem vossos sentimentos...
Não existe paz, não há comunhão,
não existe amor... sim violação!!!

.........................................................................

Não desesperemos, pois há sempre esperança
de a tempestade virar em bonança.
Há uma maneira de tudo mudar,
é p'ra Cristo olhar... é p'ra Cristo olhar...

È orar... suplicar... e se humilhar...

( Manuela Oliveira)

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Porque hoje é Domingo (44)


Foto retirada da net

«Portanto, se já ressuscitaram com Cristo, procurem as coisas que são do céu, onde Cristo ocupa lugar de honra á direita de Deus.
Pensem nas coisas do céu e não nas da terra. Porque vocês morreram com Cristo e a vossa vida está escondida com Ele em Deus.Cristo é a vossa vida e quando Ele aparecer tambem vocês aparecerão com Ele, na sua glória.
Por isso, façam morrer em vocês tudo o que forem desejos deste mundo: a imoralidade, a devassidão, a sensualidade, as paixões desordenadas e a cobiça - porque a cobiça é uma espécie de idolatria.
Essas coisas provocam o castigo de Deus sobre os que lhe desobedecem. Era dessa maneira que vocês procediam antigamente, quando viviam por essas coisas. Mas agora deverão libertar-se de tudo isso : das atitudes de ira e de irritação, da malícia, dos insultos e das más palavras que possam sair da vossa boca.
Não mintam uns aos outros porque vocês já são diferentes do que eram e deixaram-se dos velhos hábitos. Vocês agora são diferentes, renovados de acordo com a imagem do próprio Deus e criados por Ele para o conhecerem.
Assim não se irá pôr mais a questão de ser ou não ser judeu, de estar circuncidado ou não, de ser ou não civilizado, estrangeiro, escravo ou livre, pois Cristo é tudo e está em todos
Vocês são o povo de Deus, porque Ele ama-vos e escolheu-vos
Portanto, é preciso que tenham sentimentos de compaixão, bondade, humildade, modéstia e paciência. Ajudem-se uns aos outos, e se algum tiver alguma razão de queixa contra outro, deve perdoar-lhe .
Assim como o Senhor vos perdoou, assim devem tambem vocês perdoar uns aos outros .
Acima de tudo, tenham amor, que é o que une perfeitamente todas as coisas.
Reine nos vossos corações a paz de Cristo, para a qual Deus vos chamou, para formarem um só corpo. E sejam agradecidos.
Que a mensagem de Cristo viva em vós com toda a sua riqueza. Procurem instruir-se e animarem-se uns aos outros o melhor que souberem.
Cantem salmos, hinos e cânticos inspirados, louvando a Deus de todo o coração.
Tudo o que disserem ou fizerem, seja em nome doSenhor Jesus, e por meio dele agradeçam a Deus Pai. »
((Epístola de S. Paulo aos Colossenses 3:1 a 17)

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Àrvores despidas


"Braços no ar" de encontro ao céu azul -Foto de Gil Lemos


Àrvore em Mira -Sintra - Foto do Gil Lemos


Jardim de Mira-Sintra -Foto do Gil lemos



Ninho em árvore despida - Foto retirada da Net

As árvores fascinam-me.
Sempre.
Quer cobertas de folhagem verde, ou em tons de castanho, vermelho e amarelo, ou, ainda despidas de qualquer folhagem, quando ao olhá-las, as vemos de "braços" estendidos para o Céu, qual uma bela e fantástica escultura.
È assim que elas estão agora.
E eu quando saio por aí, usufruo de um enorme prazer ao olhá-las e contemplá-las.
Chega a doer-me o pescoço de tanto olhar e andar de cabeça no ar...
E depois, se casualmente vislumbro um ninho construído numa forquilha de um dos seus ramos...então, aí, a alegria e o prazer são dobrados.
Foi o que aconteceu ontem quando nós os quatro, Jorge, Zé, Gil e eu, andámos mais de duas horas por aí, por campos e vales, por rios e ribeiros a mirar, a contemplar e a encher a alma e os olhos com tantas coisas belas, iluminadas e aquecidas por um maravilhoso e esplendoroso sol
Foi bom, foi mesmo muito bom.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Mais selos -prémio


Selos-prémio oferecidos por a minha amiga Isabel (Licas) do blogue:
Selo prémio oferecido por a minha amiga Sónia do blogue:












Selos-prémio oferecidos por a minha amiga Ana do blogue:

As minhas amigas são uns amores.
São simpáticas, gentis e generosas.
Quiseram novamente presentear-me com belos e significativos selos-prémios...
Claro que eu fico toda contente e agradeço de coração
Obrigada Isabel (Licas)
Obrigada Ana
Obrigada Sónia.
Um abraço grande e bem apertado.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Isto não pode ser assim...


Casas do Alentejo

Na manhã do sábado passado, em apenas duas horas da minha vida...tiveram lugar quatro acontecimentos que me marcaram profundamente.
O primeiro e, por ordem, foi o caso do Ti António da Luisa relatado há dois dias.
O segundo liga-se com o primeiro, mas não falarei dele hoje, ficará para noutro dia.
O terceiro segue-se ao segundo, mas tambem ficará para outra altura.
Hoje decidi falar-vos do quarto.
Chegadas á casa da aldeia, abrimos as portas e janelas- fechadas há uns dez dias-para o sol e o ar entrarem, pois era a primeira manhã de sol depois de várias semanas de muita chuva, vento e frio.
Depois, eu fui varrer as folhas no jardim dinte da casa, e a Teresinha foi varrer as folhas no pátio atrás da casa.
Eu acabei e disse para a minha irmã: olha, vou apanhar um pouco de salsa para ti e para mim.
A salsa cresce por todo o lado junto ao portão que dá para o pátio.
Há aí um pequeno carreiro por onde passam as pessoas que moram numas casinhas lá atrás.
Nesta altura, por causa do inverno ele está enlameado e escorregadio.
Quando me aproximo, vejo á minha frente caminhando, a Ti Ana, uma velhinha que mora há pouco tempo em casa de um filho lá atrás, e que é tão pequenina, tão pequenina, que eu creio que não deve ter um metro de altura.Magrinha, tão magrinha, que deverá, quando muito, pesar uns trinta kilos.
Calçava umas galochas (botas de borracha)e vestia uma saia preta com roda, e trazia a envolver-lhe os ombros e as costas, um xaile ou uma espécie de capa, um lenço atado debaixo do queixo e um chapéuzinho preto por cima do lenço.
Vejo-a, caminhando á minha frente e digo-lhe: A senhora tenha cuidado para não escorregar e cair pois o chão está muito enlameado.
Só aí ela deu por mim e voltando-se para mim disse:
"Eu estou a ter cuidado."
Virada para mim, parecia mesmo uma menina pequena, com um rostinho pequenino e uma expressão infantil.Comoveu-me.
Perguntei-lhe: Como vai a senhora?
Esta frase dita com muito carinho, foi como se fosse uma chave que abriu por dentro o coraçãozinho dela, que estava tão cheio, tão cheio, capaz de rebentar.
Com lágrimas caindo daqueles olhinhos pequeninos, já sem brilho, ela disse-me:
"Aconteceram-me duas coisas muito tristes.
A primeira, foi que morreu a minha filha - e aqui começa a soluçar - em casa de quem eu estava em Almada."(uma cidade do outro lado do Rio Tejo)
Então contou-me toda a história da filha dela que faleceu há 4 meses.
A segunda, é que eu queria muito estar na minha casinha no Alentejo, que está fechada e eu estou aqui em casa do meu flho que foi operado ao coração e está de cama muito doente.
Eu disse: então a senhora gostava muito de ir para a sua casinha no Alentejo? "era a coisa que eu mais queria"disse ela."Já lá não vou há tanto tempo! Era lá que eu queria estar e era lá que eu queria acabar os meus dias.
Se Deus me desse dinheiro para eu poder pagar a uma mulher lá, para tomar conta de mim..."
E aqui, as lágrimas pingavam dos olhos a quatro e quatro...
Eu disse-lhe:
Quem me dera poder arranjar-lhe esse dinheiro para a senhora ir hoje já, para lá!
Então abracei-a e disse-lhe:Deixe-me dar-lhe um beijinho porque eu gosto muito de si.
A senhora é muito bonita! Tem uma cara tão linda! essas rugas ficam-lhe tão bem!
Então vi-a esboçar um sorriso e disse-me: "muito obrigada."
Lá se foi, andando e chorando.
E eu lá fui tambem, andando e chorando e pensando: Não pode ser, isto não pode ser assim.
Isto está errado, Não aceito, não posso aceitar que esta velhinha de noventa e dois anos, praticamenete no fim da vida, chore e sofra desta maneira com toda esta enorme tristeza que carrega no seu cansado coração.
Este velhinha, nesta altura da sua vida, precisava, e devia...de sorrir, de se alegrar, de ser carinhosamente tratada e cuidada e devia poder viver os seus últimos dias, gozando a sua casinha e desfrutando do seu saudoso canto, lá na terra onde nasceu, no Alentejo.
Que mundo é este?
Que civilização é esta ?
Que cultura é esta?
Onde os idosos levam o tempo chorando e sofrendo!
Algo está profundamente errado, algo precisa de mudar com urgência.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Cuidado com o julgar...



terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Carmen Miranda nasceu há 100 anos


Carmen Miranda

Fez ontem 100 anos que nasceu na Freguesia de Várzea da Ovelha e Aliviada, concelho de Marco de Canavezes, Beira Alta, Portugal, uma menina, a quem deram o nome de Maria do Carmo Miranda da Cunha, e que viria a tornar-se na grande cantora e atriz Carmem Miranda.
Era a segunda filha do barbeiro José Maria Pinto Cunha (1887-1938) e de Maria Emília Miranda (1886-1971). Ganhou o apelido de Carmen no Brasil, graças ao gosto que seu pai tinha por óperas.
Pouco depois de seu nascimento, seu pai, José Maria, emigrou para o Brasil, onde se instalou no Rio de Janeiro. Em 1910, sua mãe, Maria Emília seguiu o marido, acompanhada da filha mais velha, Olinda, e de Carmen, que tinha menos de um ano de idade. Carmen nunca voltou à sua terra natal, o que não impediu que a câmara do concelho de Marco de Canaveses desse seu nome ao museu municipal.
No Rio de Janeiro, seu pai abriu um salão de barbeiro na rua da Misericórdia, número 70, em sociedade com um conterrâneo. A família estabeleceu-se no sobrado acima do salão. Mais tarde mudaram-se para a rua Joaquim Silva, número 53, na Lapa.
No Brasil, nasceram os outros quatro filhos do casal: Amaro (1911), Cecília (1913), Aurora (1915 - 2005) e Oscar (1916).

Carmen estudou na escola de freiras Santa Teresa, na rua da Lapa, número 24. Teve o seu primeiro emprego aos 14 anos numa loja de gravatas, e depois numa chapelaria. Contam que foi despedida por passar o tempo cantando, mas o seu biógrafo Ruy Castro diz que ela cantava por influência de sua irmã mais velha, Olinda, e que assim atraía clientes.

Nesta época, a sua família deixou a Lapa e passou a residir num sobrado na Travessa do Comércio, número 13. Em 1925, Olinda, acometida de tuberculose, voltou a Portugal para tratamento, onde permaneceu até sua morte em 1931. Para complementar a renda familiar, sua mãe passou a administrar uma pensão doméstica que servia refeições para empregados de comércio.
Em 1926, Carmen, que tentava ser artista, apareceu incógnita numa fotografia na seção de cinema do jornalista Pedro Lima da revista Selecta. Em 1929, foi apresentada ao compositor Josué de Barros, que encantado com seu talento passou a promovê-la em editoras e teatros. No mesmo ano, gravou na editora alemã Brunswick, os primeiros discos com o samba Não Vá Sim'bora e o choro Se O Samba é Moda. Pela gravadora Victor, gravou Triste Jandaia e Dona Balbina.
Carmen Miranda era uma mulher baixinha...alguma coisa por volta de 1m 53. Em função de sua pouca estatura gostava de usar aqueles saltos enormes, plataformas mesmo de tão altos. Por causa disso o radialista César Ladeira a batizou, carinhosamente, de “ A pequena notável”.

No final da década de 30 já estava contratada como artista exclusiva do Cassino da Urca. Cantava os melhores compositores da época, como Assis Valente e Ary Barroso. Junto com o conjunto Bando da Lua, cantava a música “O que é que a baiana tem” quando foi vista por Lee Schubert, empresário americano de muita influência na Broadway. Esse contato rendeu a Carmen o ingresso no universo artístico norte-americano. Seu sucesso foi absoluto. Não tardou a ser chamada para fazer um filme em Hollywood. Outro sucesso. Seis meses depois de ter chegado na meca do cinema mundial foi convidada a deixar as marcas de suas mãos, pés e o seu autógrafo registrados na consagrada “ walk of fame”. Era uma consagração nunca vista por uma artista brasileira fora do Brasil. Carmen tinha alcançado o topo de sua carreira. Era reconhecida dentro e fora do Brasil. E no exterior estava no mesmo patamar das maiores estrelas internacionais.

Mas todo esse sucesso tem um preço e Carmen sentiu no corpo o cansaço e o esgotamento que tantos compromissos acarretaram. Volta para o Brasil em dezembro de 1954. Fica reclusa no Copacabana Palace Hotel durante quatro meses. Mas as suas obrigações com produtores americanos a obrigam a voltar para os estados Unidos.

Durante um desses compromissos, teve um discreto desmaio. Poucos perceberam. Voltou para sua casa em Beverly Hills onde recebeu alguns amigos. A última pessoa que deixou a casa saiu às 3 e 30 da manhã. Foram as últimas pessoas a verem Carmen Miranda com vida. Foi encontrada morta logo depois. Era o dia 5 de agosto de 1955. Carmen morria aos 46 anos de idade.

Aquela mulher pequena , com bananas equilibradas na cabeças e sapatos de saltos plataforma deixou de ser uma cantora de renome internacional e virou um mito. Nunca nenhum brasileiro chegou tão longe em sucesso e fama como ela. Era realmente uma pequena notável.

No dia 12 de agosto de 1955 pela manhã chegou ao Brasil o seu corpo, tendo sido velado na antiga Câmara de Vereadores do Rio de janeiro. Das 13 horas desse dia até às 13 horas do dia 13, mais de 60.000 pessoas desfilaram perante seu corpo.
Foi sepultada num lote de terreno cedido pela Santa Casa da Misericòrdia e no seu funeral estiveram presentes mais de 500.000 pessoas.

Nasceu portuguesa e morreu portuguesa.
Embora fosse considerada cidadã - luso - brasileira e do mundo.

Fonte:
Vários sites na Internet.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

In Memorian - Ti António da Luisa


Entro no cemitério, dou alguns passos, e reparo num montão de flores frescas numa campa.
Estanco, e digo para a minha irmã que ia comigo: Espera aí. Esta campa éra da mulher do Ti António da Luisa; não me digas que ele morreu e eu não soube. Tanto que eu queria vir ao funeral...
Naquele lugar, durante muito anos, esteve uma pedaço de mármore com a seguinte inscrição:
"Este chão pertence a António da Luisa."
Há alguns anos atrás, poucos, foi sepultada ali a ti Carolina, mulher do ti António da Luisa.

O ti António da luisa era um velho amigo meu, de há longos anos, lá da aldeia onde moravam os meus pais, e que frequentou durante muito tempo, os Cultos na Missão Baptista lá, que era dirigida por o Pastor Leal, meu marido.
Era uma pessoa simpática, sempre sorridente e que gostava muito de conversar. Sempre que ia á aldeia e o encontrava, o que não era difícil, pois ele estava reformado (aposentado) e gostava de cirandar por ali, ficávamos sempre um bom bocado a conversar.
Recordo-me daquela vez que eu o encontrei na rua e perguntei-lhe pela mulher, eu não sabia que tinha morrido - e ele começou a chorar, não conseguindo nem sequer falar...
Logo depois, deixei de o ver por ali, e quando perguntei por ele disseram-me que estava muio doente, e já não podia sair de casa.
Fiquei um tempo na casa da aldeia e logo fui á procura dele, com o Jorge.
Batia, batia á porta, e ninguem abria nem dizia nada. Ele estava sózinho e não podis ir abrir a porta.Depois de várias tentativas, procurei alguem da família que providenciou quem me abrisse a porta.
Recordo que foi uma criança que me abriu a porta, uma menina.
Lá estava ele na cama, muito fraquinho, mal me viu começou a chorar, a chorar.Tentei alegrá-lo e encorajá-lo, procurei que ele sorrise ou risse um pouco. Conversámos bastante e notei que ele ficou muito contente por eu lá ter ido.
Despedi-me dele, abraçando-o e beijando-o, e com o sentimento de que poderia muito bem ser a última vez que o via.
E foi.
Que bom que eu consegui vê-lo!
Se não tivesse conseguido, o meu coração hoje ainda estaria mais tiste do que está.

Saímos do cemitério e fomos para a aldeia.
Quando chegámos lá, a vizinha do lado disse que a semana passada morreram quatro pessoas, uma delas o meu amigo ti António da Luisa.
Hoje, 9 de Fevereiro de 2009, o meu amigo ti António da Luisa, faria anos. È o dia do seu aniversário.

Dou graças a Deus por a vida dele, e igualmente dou graças, por o ter conhecido e termos sido bons amigos.

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Porque hoje é Domingo (43)


Quem será o mais importante?

Certa vez estavam os discípulos a discutir sobre qual deles seris o mais importante.
Jesus percebeu as ideias deles e, pegando num menino, colocou-o junto de si e disse:
«Todo aquele que receber esta criança em meu nome, é a mim que tecebe.
E quem me recebe a mim, recebe aquele que me enviou.
Aquele de vocês que for o mais humilde, esse é que será o maior. »

(Evang. de S Lucas 8:46 a 48)

sábado, 7 de fevereiro de 2009

As joaninhas


Quem é que não acha graça a uma joaninha?
São tão bonitinhas!
Apanhá-la numa ervinha e colocá-la na palma da mão, é uma coisa que qualquer um faz com prazer...deixando-a depois andar á vontade dando voltas á mão.
As crianças gostam muito delas.
Lembro-me que quando as minhas netas eram pequenas e andávamos pelo campo, quando encontrávamos uma, logo lhe queriam pegar.
Ficavam como que deslumbradas.
E recordo tambem que quando era criança e encontrava uma joaninha, a colocava na mão, dizia a lenga-lenga e ficava á espera que ela levantasse vôo.
Era assim a lenga-lenga:


Joaninha voa voa
Que o teu pai está em Lisboa
A tua mãe no Moinho
A comer paõ com toucinho

Joaninha voa voa
Que o teu pai está em Lisboa
Com um rabinho de sardinha
Para comer, que mais não tinha.

Já agora, deixo aqui algumas dicas sobre as Joaninhas, para quem se interessar.

«Joaninha é o nome popular de um insecto da família Coccinellidae.
Os cocinelídeos possuem corpo semi-esférico, cabeça pequena, patas muito curtas e asas membranosas muito desenvolvidas, protegidas por uma carapaça quitinosa.
Pode medir de 1 até 10 milimetros.
Podem viver ate 180 dias.
No verão ela voa o dia inteiro, pousando nas plantas e flores, onde se alimenta.
No inverno formam grupos grandes e hibernam debaixo de uma casca de árvore.
Pôem de 3 a 50 ovos ovos, que são depositados na parte de trás das folhas, e que eclodem numa semana.
O seu estágio larvar é de 3 semanas.
Possui duas antenas que servem para sentir o cheiro e o gosto.
Há cerca de 4500 espécies dentro deste grupo, distribuídas por 350 géneros, distinguíveis pelos padrões de cores e pintas da carapaça.
Os seus predadores naturais são os pássaros, as aves, os anfíbios e os répteis.
Os agrotóxicos são a sua grande ameaça.

As joaninhas são predadores no mundo dos insectos e alimentam-se de afídeos, moscas da fruta e outros tipos de insectos. Uma vez que a maioria das suas presas causa estragos às colheitas e plantações, as joaninhas são consideradas benéficas pelos agricultores.»

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Simplesmente, belo e comovente

Alguem, que eu não conheço, enviou-me um e-mail sugerindo-me que visitasse um determinado blogue desconhecido para mim.
Por uma questão de prudência, não abri o e-mail que foi ficando por ali vários dias.
Pensava não o abrir mesmo, mas, a certa altura arrisquei e, imaginem, encontrei este vídeo que me fascinou e comoveu e me fez verter lágrimas sentidas.
Convido os meus amigos que por aqui passarem, a vê-lo tambem.


quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Mestre...


«Mestre, gastamos tanto tempo na "nossa pesca",

tanta canseira, tanto trabalho infrutífero...

Talvez porque dispensamos a Tua presença "no nosso barco"

Temos medo de ouvir os Teus conselhos...

Mestre, que eu seja capaz de levar a Tua mensagem aos homens.

Que nunca deixe de Te convidar a estar comigo no barco da minha vida.»

(De um comentário da amiga Rosa)

Novos Selos - Prémio


Sobrevivente ao Romantismo

Selo-Prémio oferecido pela minha querida amiga Isabel do blogue:
http://bc-beblogspotcom.blogspot.com/

Muito obrigada Isabel por esta dádiva.

Com este pequeno prémio pretendemos honrar as pessoas que ainda se regem pelo coração, que percebem o que é o verdadeiro amor, que lutam por ele e o conseguem transmitir na sua escrita.

Este prémio obedece às seguintes regras:

1. Exibir a imagem do selo

2. Linkar o blog pelo qual se recebeu a indicação.

3. Escolher outros blogs a quem entregar o prémio







Selo Continuar a nossa Amizade em 2009



Selo da Proximidade




Selo Valor, Coragem e Talento

Os três Selos -Prémio, acima, foram-me gentilmente oferecidos pela minha querida amiga Ana, do blogue:


http://anamgs.blogspot.com/

Muito obrigada Ana por esta gentileza.
Convido todos os meus amigos que aqui vêm, a levar estes selos se assim o desejarem.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Um poema de Antonio Gedeão


Rua Escura -S. Gregório


Mãezinha

A terra de meu pai era pequena
e os transportes difíceis.
Não havia comboios, nem automóveis, nem aviões, nem misséis.
Corria branda a noite e a vida era serena.

Segundo informação, concreta e exacta,
dos boletins oficiais,
viviam lá na terra, a essa data,
3023 mulheres, das quais
45 por cento eram de tenra idade,
chamando tenra idade
à que vai do berço até à puberdade.

28 por cento das restantes
eram senhoras, daquelas senhoras que só havia dantes.
Umas, viúvas, que nunca mais (oh! nunca mais!) tinham sequer sorrido
desde o dia da morte do extremoso marido;
outras, senhoras casadas, mães de fiilhos…
(De resto, as senhoras casadas,
pelas suas próprias condições,
não têm que ser consideradas
nestas considerações.)

Das outras, 10 por cento,
eram meninas casadoiras, seriíssimas, discretas,
mas que por temperamento,
ou por outras razões mais ou menos secretas,
não se inclinavam para o casamento.

Além destas meninas
havia, salvo erro, 32,
que à meiga luz das horas vespertinas
se punham a bordar por detrás das cortinas
espreitando, de revés, quem passava nas ruas.

Dessas havia 9 que moravam
em prédios baixos como então havia,
um aqui, outro além, mas que todos ficavam
no troço habitual que o meu pai percorria,
tranquilamente no maior sossego, às horas em
que entrava e saía do emprego.

Dessas 9 excelentes raprigas
uma fugiu com o criado da lavoura;
5 morreram novas, de bexigas;
outra, que veio a ser grande senhora,
teve as suas fraquezas mas casou-se
e foi condessa por real mercê;
outra suicidou-se
não se sabe porquê.

A que sobeja
chama-se Rosinha.
Foi essa que o meu pai levou à igeja.
Foi a minha mãezinha.

(António Gedeão)

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

A um velho Eucalipto










Oh! meu bom e velho amigo, Eucalipto!
Estavas aí há tantos anos!
Mais de cinquenta, dizem...
Eu conhecia-te há mais de trinta, quando vim morar perto de ti.
Recordo que tinhas á tua beira uns três ou quatro irmãos, alguns deles ainda mais velhos do que tu.
Viviam todos felizes nesse espaço, bailando ao sabor do vento, e cantando belas e mágicas canções, ás vezes em surdina, outras vezes num crescendo, que nas noites serenas e calmas do verão, soavam na minha janela.
Um dia porém, lembraram-se de empedrar esse chão onde todos viviam alegremente.
Da terra batida quiseram fazer um caminho de paralelipípedos, e para tal, sem dó nem piedade...decidiram, friamente, matar três dos teus irmãos.
Deixaram-te a ti, e a um outro, que estava ferido de morte, porquanto tocaram e danificaram as suas raízes.
Esse outro, não durou muito.Em pouco tempo morreu.
Sobráste tu, só tu.
Eu senti que sofreste com a morte dos teus irmãos.
Tinhas um ar triste. Nem parecias tu.
Mas aos poucos, tal como acontece com os humanos, percebeste que a vida continuava e que era preciso ser forte , resistir, viver.
Decididamente, lançáste as tuas raízes nas profundezas da terra, e foste lá bem ao fundo procurar e buscar a seiva, que fez nascer e crescer novos ramos, que te fizeram chegar mais alto que nunca, e de onde podias olhar e sorrir carinhosamente para as crianças, que ao teu lado brincavam no recreio da escola, e ainda a todos aqueles -muitos-que passavam p'ra lá e p'ra cá, por baixo de ti. Lembras-te de todos aqueles alunos do secundário, da outra escola do outro lado?
Era fantástico, todos os anos em Janeiro, olhar e ver como te cobrias de flores brancas cheirosas, que eram a perdição das abelhas...A! como elas gostavam tanto do teu polén!
Lembro-me agora, que aqui há tempos comprei mel de eucalipto, quem sabe se seria teu?
Todas as Primaveras e Verões, os pássaros e as aves vinham de todo o lado empoleirar-se nos teus ramos e por lá ficavam tempos esquecidos a cantar e a gorgear
Tantas vezes, quando me aproximava de ti, vinha pé-ante-pé, para não espantar aquele melro que lá no último galho cantava alegremente, todos os nascer e todos os pôr do-sol...
Ah! e aquele verdelhão que se escondia no meio das tuas folhas verdes, e encantava quem passava, como eu, com a sua música maravilhosa.
Quantas vezes fiquei de cabeça no ar, olhando, olhando, a tentar descobrir onde ele estava.
E quantas e quantas vezes, tu me oferecias as tuas folhas agradávelmente cheirosas e medicinais... para o meu Zé, fazer inalações nas crises de sinusite que o deixavam tão mal.
Tambem para as nossas constipações, eram as tuas folhas que nos valiam...E sempre que aparecíamos a pedir-te mais um raminho, tu sorrias para nós e dizias: «Podem levar! Levem á vontade! Não me fazem falta! Eu tenho tantas!
E lá vínhamos nós com os nossos braçados.
Sabes, que hoje de manhã, eu não queria acreditar no que o que os meus olhos viram... seria que eu estaria a vêr mesmo bem?
Tu estavas caído no chão!
O teu tronco estava partido junto á raíz...
De repente lembrei-me da enorme tempestade de vento forte e chuva intensa que chegou ás duas da manhã.
Foi ela, foi a tempestade que te derrubou!
Atirou-te ao chão!
Assim, sem dó nem piedade!
Tu não merecias morrer assim!
Tu nasceste para viver centenas de anos!
Mas não foi só a tempestade.
Foram os homens que quando empedraram o caminho, não te respeitaram...
Eles colocaram cimento e paralelipípedos, encostados á volta do teu tronco.
Tu precisavas de um espaço limpo, de terra, á tua volta, um quadrado grande para as tuas raízes respirarem e desenvolverem-se. Mas eles não respeitaram isso e o que aconteceu, foi que as tuas raízes apodreceram, bem como parte do teu troco.
A tempestade quando chegou tinha o trabalho facilitado, para te abater...

E agora?
O que é que eu digo ao melro e ao verdelhão, quando eles chegarem no mês que vem?
O que é que eu digo a todos os outros pássaros e aves que vão vir procurar-te?
O que é que eu digo ás abelhas quando vierem para buscar o teu polén?
O que é eu digo ás crianças das escolas?
O que é que eu digo aos velhos que virão, para se sentarem á tua sombra?
Aonde é que eu vou buscar as folhas para tratar a sinusite do Zé e as nossas constipações?
Como é que que eu vou ser capaz de passar nesse caminho e não te ver?
Como é que eu vou ser capaz de olhar desta janela e o teu espaço estar vazio?
Oh meu bom e velho amigo Eucalipto, vou sentir tanto a tua falta...
Vai ser difícil para mim não te ver lá...
Mas olha, meu amigo, eu prometo que sempre te irei recordar com muita saudade, e falarei de ti aos meus netos, que tão bem te conheciam, para que nunca te esqueçam
E sabes, vou pedir ao meu amigo Presidente da Junta, para plantar um igual a ti nesse espaço que era teu...
Á tarde, comecei a ouvir a moto-serra, e quando olhei da janela, vi que te estavam a cortar aos pedaços para levar-te não sei para onde.
Depois, vi dois camiões parados aqui na rua que vinham carregar-te e levar-te.
Não tive coragem de olhar quando passáste nos camiões, partido aos bocados...
Era duro demais...
Adeus, meu bom amigo Eucalipto!
Obrigada por todas as alegrias que me deste.
Por todas as vezes que me fizeste sorrir.
Por toda a felicidade que me proporcionáste.
Obrigada meu Deus, por teres criado esta árvore tão bela, que foi tão importante para mim e para tantos outros.

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Porque hoje é Domingo (42)


Um dia estava Jesus á beira do Lago de Genesaré e a multidão o apertava porque queria ouvir a mensagem de Deus.
Ele viu dois barcos parados junto á praia. Os pescadores tinham saído e estavam a lavar as redes.
Jesus entrou num dos barcos, que era de Simão Pedro , e pediu-lhe que o afastasse um pouco da terra. Sentou-se e do barco ensinava a multidão.Quando acabou de falar disse a Simão: «Leva o barco para a parte mais funda do Lago com os trus companheiros e lança as redes » Simão respondeu-lhe: «Mestre, andámos toda a noite á pesca e não apanhámos, mas, já que tu o dizes, vou lançar as redes»
Deitaram as redes á água e apanharam tanto peixe que elas ficaram quase a rebentar.
Fizeram então sinais aos companheiros que estavam no outro barco para os irem ajudar.
Eles foram e encheram os dois barcos com tanto peixe que quase se afundaram.
Quando Simão Pedro viu aquilo, ajoelhou-se aos pés de Jesus e disse: «Afasta-te de mim, Senhor, que eu sou um pecador».
Tanto Simão quanto os que estavam com eles ficaram pasmados com a enorme quantidade de peixe que tinham apanhado. O mesmo aconteceu com os companheiros de Simão, que se chamavam Tiago e João, filhos de Zebedeu.
Jesus disse a Simão: «Não tenhas medo! Daqui em diante serás pescador de homens.».
Eles puxaram então os barcos para terra, deixaram tudo e foram com Jesus.
(Evangelho de S. Lucas 5:1 a 11)