sábado, 31 de outubro de 2009

A Oração de Ghandi


Imagem da net

“Senhor, ajuda-me a dizer a verdade
diante dos fortes e a não dizer mentiras para
ganhar o aplauso dos fracos.
Se me dás fortuna, não me tires a razão.
Se me dás sucesso, não me tires a humildade.
Se me dás humildade, não me tires a dignidade.
Ajuda-me a ver o outro lado da moeda.
Não me deixes acusar o outro
por traição aos demais, apenas por não pensar como eu
Ensina-me a amar os outros como a mim mesmo.
Não deixes que me torne orgulhoso, se triunfo;
nem cair em desespero se fracasso.
Mas recorda-me que o fracasso
é a experiência que precede o triunfo.
Ensina-me que perdoar é um sinal de grandeza
e que a vingança é um sinal de pequenês
Se não me deres o êxito,
dá-me forças para aprender com o fracasso.
Se eu ofender as pessoas,
dá-me coragem para pedir desculpa
E se alguém me ofender
dá-me grandeza para lhe perdoar
Senhor, se eu me esquecer de Ti,
nunca Te esqueças de mim.”

(Ghandi)

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

A Psoríase


O meu cotovelo - Foto do Gil


As minhas lindas e prestáveis mãozinhas - Foto do Gil


A minha psoríase de estimação - Foto do Gil

Comemorou-se ontem o Dia Mundial da Psoríase.

È uma doença que me acompanha desde os meus 17 anos, ou seja, lido com ela há 51 anos. Digamos que quase toda a vida, pois só vivi 16 anos sem ela.
Ela faz parte integrante da minha vida, e decerto continuará a fazer, pois como eu costumo dizer a brincar, o que me consola, é que ela morrerá quando eu morrer
Porém, convivo muito bem com ela, tendo-a aceitado como "companheira de jornada" há muito tempo.
Vou-me cuidando, enfrentando "alegremente" as crises... que ás vezes são bem complicadas, dolorosas, e incomodativas.
Como coimplicação da doença , já herdei tambem uma Artrite Psoriática, que envolve quase todas as articulações e que me impede de movimentar como desejaria.
Nestes anos todos, já fiz várias vezes como o Apóstolo Paulo em relação ao problema ocular com que ficou aquando do encontro com Jesus Cristo a caminho de Damasco; tenho rogado ao Senhor que se fosse da sua vontade me "tirasse este espinho da carne". Porém Ele, Senhor da vida e Deus Omnipotente, achou por bem que o espinho continuasse por cá... e por cá anda.
Gosto de pensar, que tal como aconteceu com o Apóstolo Paulo, por algum motivo "bom para mim!", carrego-a comigo.
Não o retirou, mas deu-me uma enorme capacidade de aceitação, o que me permite viver a vida normalmente, com alegria, e sinceramente...práticamente já nem dou por ela e nem me lembro que a tenho.
Prova disso é o facto de nunca aqui ter falado desta minha situação de saúde. E só o faço hoje, não para me lamentar ou queixar, mas porque me dá prazer partilhar com os meus gentís leitores que aqui vêm, este lado da minha vida.
Faço questão de testemunhar aqui, o quanto Deus, meu Senhor, me tem ajudado e encorajado, a viver estes anos todos com uma doença de tal maneira desagradável, que, segundo um Relatório de um estudo feito por a Associação de doentes com Psoríase de Portugal, tem uma elevada taxa de suicídios, mais alta que a dos doentes com cancro
São sobretudo os homens que preferem morrer a viver com esta doença.
Ainda ontem, quando assistia no Canal 2 da R.T. P. , a um forum sobre o assunto, a apresentadora e moderadora do programa, entre os muitos e-mails que chegaram ao programa, leu um que impressionou e incomodou vivamente, tanto a jornalista como todos os especialistas que pareticipavam do programa.
A mãe de uma "menina" de 15 anos, que sofre de psoríase a cem por cento, ou seja, que tem o corpo todo coberto pela doença, disse á mãe que QUER MORRER..
È tão terrível isto!
Fiquei com imensa pena de não fixar o e-mail para poder tentar apoiar e dar uma palavra de esperança a esta "CRIANÇA"...

Bom, já escrevi muito e ainda não disse o QUE É A PSORÍASE

«A psoríase é uma doença crónica da pele, não contagiosa, que pode surgir em qualquer idade e que afecta 1 a 3% da população. O seu aspecto, extensão, evolução e gravidade são muito variáveis, caracterizando-se, geralmente, pelo aparecimento de lesões vermelhas, espessas e descamativas, que afectam preferencialmente os cotovelos, joelhos, região lombar e couro cabeludo. Nos casos mais graves, estas lesões podem cobrir extensas áreas do corpo. As unhas são também frequentemente afectadas, com alterações que podem variar entre o quase imperceptível e a sua destruição.
Cerca de 10% dos doentes desenvolvem artrite psoriática. Esta traduz-se por dor e deformidade, por vezes bastante debilitante, de pequenas (mãos e pés) ou grandes (membros e coluna) articulações.A origem da psoríase não está totalmente esclarecida, embora se saiba que é geneticamente determinada e envolva alterações no funcionamento do sistema imunitário, que provocam inflamação e aumento da velocidade de renovação das células da epiderme (camada mais superficial da pele).
O facto de ser geneticamente determinada não implica que a hereditariedade de pais para filhos seja obrigatória. Contudo, verifica-se uma maior probabilidade de aparecimento da doença em pessoas que tenham familiares portadores da mesma.
Uma vez que existem múltiplas doenças cutâneas que também se manifestam com lesões vermelhas e descamativas, eventualmente afectando as localizações típicas da psoríase, o diagnóstico deve ser sempre estabelecido pela observação clínica por um dermatologista. Em alguns casos poderá ser necessária a confirmação com biópsia de pele.

“Os efeitos da psoríase e da artrite psoriática são devastadores quer ao nível físico quer psicológico”, comenta João Cunha, o presidente da PSOPortugal - Associação Portuguesa da Psoríase. O responsável baseia-se em estudos internacionais para dizer que estas doenças representam taxas de suicídio superiores às dos doentes com cancro.

A aparência das lesões na pele provoca um grande impacto e por isso há muitos doentes que se sentem de tal forma incomodados com os olhares de repulsa quando estão em locais públicos que se recusam a sair de casa”.Associação quer que doença seja reconhecida como incapacitante A psoríase afecta 125 milhões de pessoas em todo o mundo e mais de 250 mil portugueses.
A PSOPortugal luta para que a doença seja reconhecida como crónica e incapacitante e para que os medicamentos sejam comparticipados. “Por vezes, há uma clara incapacidade para se conseguir fazer a vida normal. Houve um associado que não conseguia ir trabalhar, porque tinha os pés em chagas, mas o médico não lhe podia passar uma baixa por psoríase”, relata João Cunha.Actualmente, a “esmagadora maioria dos doentes gasta mais de 200 euros por mês na farmácia”, refere João Cunha, baseando-se numa sondagem feita pela PSOPortugal junto dos associados. Mas há quem não tenha capacidade financeira para se tratar. “Como a doença não mata, não se tratam. As pessoas até vão ao médico mas quando chegam à farmácia não conseguem levar os medicamentos para casa, porque têm de optar entre comer ou comprar os medicamentos”, alerta. No passado dia 15, no primeiro dia da nova legislatura, a associação entregou na Assembleia da República uma petição com 11.517 assinaturas a pedir a comparticipação a 100 por cento de seis medicamentos. Sem tratamento, a doença vai-se agravando. “Existem doentes que têm 90 por cento do corpo com psoríase”, indica João Cunha. Para combater o isolamento, a associação está a angariar fundos para criar uma linha telefónica “para que as pessoas possam conversar e ter apoio psicológico, refugiadas pelo anonimato do telefone”
(Associação de doentes com Psoríase de Portugal)

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Um poema de Cecília Meireles


Cancela no mosteiro do Capuchos - Sintra

Ou Isto Ou Aquilo

«Ou se tem chuva e não se tem sol,
ou se tem sol e não se tem chuva!
Ou se calça a luva e não se põe o anel,
ou se põe o anel e não se calça a luva!
Quem sobe nos ares não fica no chão,
quem fica no chão não sobe nos ares.
É uma grande pena que não se possa
estar ao mesmo tempo nos dois lugares!
Ou guardo o dinheiro e não compro o doce,
ou compro o doce e gasto o dinheiro.
Ou isto ou aquilo: ou isto ou aquilo...
e vivo escolhendo o dia inteiro!
Não sei se brinco, não sei se estudo,
se saio correndo ou fico tranqüilo.
Mas não consegui entender ainda
qual é melhor: se é isto ou aquilo.»

(Cecília Meireles)

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

"ACORDAI!" - Do Maestro e Compositor Fernando Lopes Graça


Maestro Fernando Lopes Graça - Imagem da net

Aqui em Mira-Sintra, temos a benção de ter todos os sábados e domingos, eventos na Casa da Cultura, onde a entrada é livre.
No início da cada mês é fixado e distribuído o respéctivo programa, que é tambem afixado nos estabelecimentos comerciais e outros lugares públicos.
Sempre que eu posso estou lá, usufruindo de excelentes e variados expectáculos, proporcionados pela Autarquia de Sintra, pelo seu pelouro da Cultura.
Há pouco tempo, assisti a um Concerto pelo Coro da Escola de Música Leal da Câmara, onde por sinal os meus netos Nuno e Inês estudam música, ele violino e ela piano, concerto esse que foi magnífico, do mais lindo que já vi.
Entre os vários números que apresentaram, saliento o "ACORDAI" do Maestro Português Fernando Lopes Graça.
O Coro foi tão aplaudido, de pé, pelos presentes que o dirigente deu oportunidade ao público para escolher do repertório apresentado, uma peça de que mais tivessemos gostado.
Brindaram-nos então com o "ACORDAI".

Vou coloccar aqui a letra e o vídeo, mas não cantado por aquele coro, mas sim por outro.

Acordai!
Acordai!
Homens que dormis
a embalar a dôr
nos silêncios vís!
Vinde no clamor
das almas virís,
arrancar a flor
que dorme na raíz!
Acordai!
Raios e tufões
que dormís no ar
e nas muitidões!
Vinde incendiar
de astros e canções
as pedras e o mar
o mundo e os corações!
Acordai!
Acordai!
de almas e de sóis,
este mar sem cais
nem luz de faróis!
Acordai depois
das lutas finais
os nossos heróis
que dormem nos covais
Acordai!

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Beleza de Mulher


A beleza de uma mulher não está
nas roupas que ela usa,
na imagem que ela carrega,
ou na maneira que ela penteia
os cabelos.
A beleza da mulher tem que
ser vista a partir dos
seus olhos, porque essa
é a porta para o seu coração,
o lugar onde o amor reside.
A beleza da mulher não está
nas marcas do seu rosto.
Mas a verdadeira beleza
numa mulher está refletida
na sua alma, está no cuidado
que ela amorosamente tem
(pelos outros), a paixão
que ela demonstra.
E a beleza de uma mulher
com o passar dos anos,
apenas cresce.

(Autor desconhecido)

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

A "Doninha" e o "Leão"


Imagem da net


Galgo - Imagem da net


Doninha - Imagem da net

A Doninha era uma cadelinha da nossa infância.
Eu era ainda bem pequena, quando fomos viver numa casinha que fazia parte das casas de uma quinta, de um grande lavrador - o senhor Ribeiro.

Para além da casinha onde morávamos, tínhamos no pátio uma casa do forno, onde a mãe cozia o pão; ao lado havia o curral dos porcos, ainda com as gamelas de pedra, mas nós nunca tivemos porcos; pegado a este curral dos porcos estava o curral das vacas, onde ainda permanecia uma enorme mangedora, porém aqui também não tínhamos vacas, só na nossa chacara na Argentina é que tivemos muitas vacas e cavalos.
Do outro lado do pátio estavam as coelheiras e o galinheiro, cheios de coelhos e galinhas.
Nessa quinta fomos encontrar uma cadelinha pequena sem cauda, de pêlo côr de mel, focinho curto e orelhas pequenas tambem.Era muito bonita, muito graciosa e muito amiga de toda a gente, especialmente das crianças.
Creio que lhe foi posto o nome de Doninha por ser mesmo muito parecida com uma doninha
Ela andava sempre por ali e visitava com frequência o nosso pátio.
A Doninha não estava presa, e movimentava-se á vontade num grande raio de acção
Um dia reparámos que a barriga dela estava a crescer e que ela ia ter cãezinhos.
Nós não fazíamos ideia de quem seria o pai.
Um belo dia, em que eu estava sózìnha em casa, reparei que a Doninha se foi deitar em cima de umas palhas no curral dos porcos.Fui para junto dela e fiquei ali a olhá-la, e então, depressa me apercebi que os cãezinhos iam nascer. Tive muita pena dela porque ela estava em grande sofrimento e pareceu-me que a tarefa ia ser dífícil.
Fiquei ali todo o tempo sentada ao lado dela a acarinhá-la e a incentivá-la a ter os filhos
De repente, nasce o primeiro: Era da côr dela, côr de mel com o pelo muito curtinho.
Vinha dentro de uma membrana que ela se encarregou de retirar com os dentes comendo-a a seguir. Logo depois nasceu um outro cãozinho, este de côr branca mas de resto igualzinho ao irmão.
Assim que os vi fiquei logo a saber quem era o pai dos bichinhos...
Era um dos vários galgos do senhor Ribeiro "dos quatrocentos contos", que morava numa bela quinta não muito longe dali, e que assim se chamava porque teve a sorte de na lotaria lhe saírem quatrocentos contos, o que naquela altura, há cerca de sessenta anos atrás... era muito dinheiro.
Era um "senhor" que era do Porto e que mantinha a pronuncia fiel das gentes daquela zona do país.
Costumava ir á caça e para esse fim tinha uma série de galgos, que por sinal eram muito bonitos
Pois bem, a Doninha", tão pequenina, tão pequenina, teve dois filhos galgos..
Ficámos com um, o côr de mel, e o nosso amigo Horácio que vivia ali perto ficou com o outro, isto claro, depois de desmamados.
Fomos nós, as crianças, que escolhemos o nome para o cãozinho: "Leão."
Agora imaginem: O Leão filho da Doninha!

O Leão cresceu rápidamente e depressa se tornou num belo e enorme galgo, que para nós era um fiel e grande amigo, companheiro de brincadeiras e corridas. Recordo que a minha irmã mais nova, que tinha na altura aí uns quatro anos, montava a cavalo nele e ele lá ia com ela obedecendo ás ordens que ela lhe dava.
Era tão docil, tão fiel, tão amigo, que mesmo quando lhe faziamos alguma maroteira de que ele não gostava, mesmo assim ,ele deixava cair as grandes orelhas para trás e parecia que sorria para nós.

È verdade!

O Leão e a Doninha foram dois maravilhosos companheiros de infância que ainda hoje, recordamos sorrindo, e com uma imensa, enorme. saudade.

domingo, 25 de outubro de 2009

Porque hoje é Domingo (74)


Igreja Protestante de Macau.

Cristo, pedra fundamental

«Aproximem-se do Senhor, que é pedra viva, rejeitada pelos homens, mas escolhida e de muito valor aos olhos de Deus.
Tambem vocês entram como pedras vivas, na construção de um templo espiritual, onde são consagrados a Deus, como sacerdotes para oferecerem sacrifícios espirituais que lhe são agradáveis, por Jesus Cristo.

Por isso, diz a Escritura:

Eu ponho em Sião a pedra principal do edifício,
pedra escolhida e de muito valor,
e quem acreditar nela não será desiludido.

Para vocês que crêem, esta pedra é de grande valor, mas para aqueles que não crêm, cumpre-se o que diz a Escritura:

A pedra que os construtores rejeitaram
tornou-se a pedra principal do edifício.

E diz ainda:

È uma pedra que faz tropeçar
uma rocha que faz cair.

Eles tropeçaram por não acreditarem na Palavra de Deus. Era o que lhes estava destinado.
Vocês porém são gente escolhida, um povo santo de sacerdotes ao serviço do Reino, nação santa, povo que pertence a Deus.
Foram escolhidos para proclamar as admiráveis obras de Deus, que vos chamou das trevas para a sua luz maravilhosa.
Dantes, nem eram um povo e agora são povo de Deus. Dantes, não conheciam a misericòrdia de Deus e agora alcançaram essa misericórdia.»

( Epístola de S. Pedro 2:4 a 10)

sábado, 24 de outubro de 2009

"FILHOS DO ACASO?"


Valle Encantado - Bariloche - Argentina

«È preciso que crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos ouçam que nada, absolutamente nada, nos pode manter separados de Deus.
Os vícios podem ser vencidos, os fracassos podem ser ultrapassados, os medos podem ser vencidos, as potestades do mal já foram derrotadas.
Por Jesus somos feitos mais do que vencedores!
Uma geração prisioneira do prazer a qualquer preço, dependente das drogas, do álcool, do sexo, da indiferença e do vazio precisa descobrir em Jesus uma vida que vala a pena ser vivida não apenas no tempo, mas por toda a eternidade.
Celebrar a vida em Jesus Cristo, vida com abundância, vida eterna - a vida de Deus.

Não somos filhos do acaso!

Somos criação de Deus e em Jesus Cristo podemos ser filhos de Deus!

Seja e viva como um filho de Deus!»

Nota:È assim que termina o livro "FILHOS DO ACASO?"da autoria de Samuel Pinheiro
Edição da COMACEP
(Comissão para a Acção Educativa Evangélica nas Escolas Públicas)

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

A casa á beira-mar


Casa da praia - Foto de viviana . Clique em cima para ver melhor.

Entre esta casa e o mar há apenas uma rua e uma arriba.
Ela está mesmo á beirinha do mar.
Nunca entrei nela, mas posso imaginar como será bela a paisagem vista de lá, e como será agradável dormir num quarto com uma janela virada para o mar, ouvindo o marulhar das ondas, e acordar com o pipiar das gaivotas...
Já a conheço naquele local há muitos anos...não sei precisar quantos, mas são muitos.
E sempre que chego á praia e passo diante dela, pois é em frente dela que estacionamos o carro,tenho que a olhar demoradamente.
E olho-a não só por a achar linda e gostar dela, mas tambem, e especialmente, por um pequeno grande pormenor: A porta ao cimo das escadas, está sempre, sempre aberta.
Se repararem bem, verão isso na fotografia.
E, geralmente, há sempre uma senhora de "meia idade", que anda sempre por ali, a fazer qualqur coisa.
No sábado passado, viu-me tirar esta foto e ficou um tempo a olhar para mim.
Como eu estava do outro lado da rua não lhe dirigi a palavra, mas confesso que um dia destes que eu volte á linda praia do Magoito - a minha eleita - hei-de meter conversa com ela, pois creio que deverá ser uma pessoa especial, tal como a sua casa.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Crianças


Imagem da net

Crianças!
Ei-las que passam
A saltitar
E as gargalhadas
Despreocupadas
Ficam no ar...
passam cantando,
Em grupo alegre,
Colhendo flores
Pelo caminho
Parecem aves
Rumo ao seu ninho!
Loiras, morenas,
Meigas, gentis,
O sol se enleva
De as aquecer
E pôr nas faces
Rubro matiz...
Oh! Quem pudesse
Ficar criança,
Bordar de esp´rança
O véu da vida;
Andar p´la mão
Da inocência,
Sem se cansar
Desta subida...

(Graciete Pio)

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Comentário deixado ontem ao poema "Carta de chamada"


O pai, a mãe, com o Serafim ao colo, a Esperança
é a maior e eu a mais pequena .Cheiínhas de frio.
Algures num porto , numa paragem do navio
que nos trouxe para Portugal.

«Este poema "Carta de Chamada" tem muito que se lhe diga... mas como já te tenho dito, não consigo escrever como penso. Resumindo: Hoje é fácil viajar; mas naquele tempo (1915) era uma aventura.
Penso no nosso querido pai, e como ele, em volta de 1919 deixo a terra, lá num recanto do Minho, e foi à aventura, por esse Munda fora... França, Brasil, Argentina.Quanta saudade!!!...Ele deveria ter dos irmãos absorvidos, com as uvas, com o centeio, com os rebanhos no monte, com o souto (de castanheiros), com as sementeiras nas tapadas, etc. E lá foi trabalhar para o nosso avô, e casou com a filha, com a nossa querida mãe; que por sua vez, deixou tudo...(coitadinha) e veio com o nosso pai, e connosco para Portugal. Quantas, quantas saudades... ela deve ter sentido, da mãe e dos irmãos!!!...
Isto dava um livro, olá-se-dava, e melhor que o do Saramago»

Esperança

Nota: Espera só mais um pouco minha irmã, porque o livro está prestes a chegar.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Carta de chamada - um poema de Luis Veiga Leitão


Latitude Norte 1 de Janeiro

Meu irmão: porque não vieste?
Ando no mar Sou marinheiro
Mal sabes o bem que tu perdeste
Vogamos de porto em porto
Como as aves de ramo em ramo
Por isso quando te chamo
ao romper do novo ano
Sou mais livre e mais humano

E tu irmão absorto?

E tu irmão absorto
de fronte caída
nos mapas onde o mar é morto
e morta a vida?

Deixa os teus horizontes pequenos
e vem meu irmão e meu amigo
vem ver ao menos
o mar que trago comigo.

(Luis Veiga Leitão)
1915

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Bençãos sobre bençãos


Imagem da net

Um dos hinos cristãos que canto desde a infância, diz:

"Conta as bençãos, conta quantas são,
Recebidas da divina mão.
Uma a uma, dize-as de uma vez,
Hás de ver surpreso quanto Deus já fez!"

Eu gosto de as contar, de as agradecer ao Pai e de me regozijar com elas!
Vou partilhar aqui, convosco, algumas das muitas que como família tenho recebido.

A Raquel e o Zé, terminaram os seus mestrados e ambos estão empregados a fazer o que gostam.
A Raquel e o Zé, casaram por amor... há cerca de um mês e estão muito felizes.
O Ricardo, acabou o mestrado e conseguiu um estágio numa grande empresa.
O Gil, aos 15 anos, está já no décimo primeiro ano e é o melhor aluno da escola.
A Sara, a Beatriz e a Inês, deixaram para trás a escola primária e frequentam agora o quinto ano, noutra escola.
A Carolina está no 2º ano do ensino básico.
O Nuno entrou para o primeiro ano.

A família vai receber com uma alegria imensa, o Alexandre, filho da Susana e do Miguel, que nascerá dentro de alguns dias e que será o número trinta e oito,na descendência do Chê e da Nena, meus pais.
Nos lares de cada um, há pão na mesa, conforto e paz.

Estas, são apenas algumas das incontáveis bençãos que o Deus de Amor, por sua misericórdia e bondade, nos tem concedido.
A Ele, toda a Glória, Adoração e Louvor.

domingo, 18 de outubro de 2009

Porque hoje é Domingo (73)


Culto na Terceira Igreja Baptista de Lisboa

Jesus chama Zaqueu

Jesus entrou em Jericó e atravessou a cidade.
Havia lá um homem rico chamado Zaqueu, chefe de cobradores de impostos
Queria ver quem era Jesus, mas como era muito baixo não conseguia. por causa da multidão.
Correu então adiante do poco, subiu então a uma figueira brava e ficou á espera que Jesus por ali passasse para o ver.
Quando Jesus lá chegou, olhou para cima e disse-lhe:
«Zaqueu, desce depressa, porque hoje preciso de ficar em tua casa.
Ele desceu imediatamente e recebeu Jesus com alegria.
Ao verem isto, começaram todos a criticar e a dizer que Jesus tinha ido para casa de um homem de má fama.
Então Zaqueu pôs-se de pé e falou assim:
«Escuta-me, Senhor! Vou dar aos pobres metade de todos os meus bens e ás pessoas a quem prejudiquei vou dar-lhes quatro vezes mais.»
Jesus então declarou:
«Hoje entrou a salvação nesta casa, porque este homem também é descendente de Abraão.
Na verdade, o Filho do Homem veio buscar e salvar os que estavam perdidos.»

(Ev. de S. Lucas 19:1 a 10)

sábado, 17 de outubro de 2009

Mais presentes lindos


Este selo tão bonitinho, é uma gentil oferta da querida amiga Fátima André.do blogue "Revisitar a Educação", quando comemora o segundo aniversário deste rico e importante blogue.

Obrigada Fátima!
Parabéns, muitos parabéns pelo excelente trabalho.
Continue!!
Que possa alegrar-se com os resultados de tanto empenho e de tanta dedicação.
Para si, um grande abraço


Este selo é mais um delicioso presente da querida amiga Ana, do blogue "Pelos caminhos da vida", quando comemora as 70.000 visitas.
È um blogue que dá gosto visitar quer pela sua suave beleza, quer pelos precioso conteído.
È tão feminino, tão belo!

Parabéns querida amiga Ana, muitos, muitos parabéns!.
Vá em frente!
E obrigada por tanta amizade e tanto carinho.
Que Deus a abençoe.
Um beijo
viviana

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Lamento da mãe orfã - Um poema de Cecília Meireles


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ATENÇÂO!

AVISO IMPORTANTE

Se o leitor fôr impressionável, então não leia este poema, pois poderá ficar chocado.

Para mim, ele é muito belo, pois reflete um imenso e profundo Amor de mãe, que nas palavras da grande Cecília Meireles nos toca e nos comove.

Quem seria capaz de escrever sobre isto?

Talvez o nosso Fernando Pessoa... no poema "O MENINO DE SUA MÃE"

Lamento da Mãe orfã

Foge por dentro da noite
reaprende a ter pés e a caminhar,
descruza os dedos, dilata a narina à brisa dos ciprestes,
corre entre a luz e os mármores,
vem ver-me,
entra invisível nesta casa, e a tua boca
de novo à arquitetura das palavras
habitua,
e teus olhos à dimensão e aos costumes dos vivos!

Vem para perto, nem que já estejas desmanchando
em fermentos do chão, desfigurado e decomposto!
Não te envergonhes do teu cheiro subterrâneo,
dos vermes que não podes sacudir de tuas pálpebras,
da umidade que penteia teus finos, frios cabelos
cariciosos.

Vem como estás, metade gente, metade universo,
com dedos e raízes, ossos e vento, e as tuas veias
a caminho do oceano, inchadas, sentindo a inquietação das marés.

Não venhas para ficar, mas para levar-me, como outrora também te trouxe,
porque hoje és dono do caminho,
és meu guia, meu guarda, meu pai, meu filho, meu amor!

Conduze-me aonde quiseres, ao que conheces, - em teu braço
recebe-me, e caminhemos, forasteiros de mãos dadas,
arrastando pedaços de nossa vida em nossa morte,
aprendendo a linguagem desses lugares, procurando os senhores
e as suas leis,
mirando a paisagem que começa do outro lado de nossos cadáveres,
estudando outra vez nosso princípio, em nosso fim.

Cecília Meireles
In: Mar absoluto -1945-

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Mulheres na Assembleia da República Portuguesa


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Tem hoje inicio o funcionamento da nova legislatura da Assembleia da República Portuguesa.
Ali tomarão assento os 230 deputados, escolhidos pelos 6 partidos que têm assento Paralamentar, e eleitos pelo povo português.
Destes 230, um cada quatro são mulheres. Ou seja, são 63 mulheres e 167 homens.
E isto, por força da Lei da Paridade emanada de Bruxelas, que diz que nas listas de candidatos a eleições, NÃO PODEM CONSTAR MAIS DE DOIS NOMES DO MESMO SEXO SEGUIDOS.
Os partidos dão volta a esta lei da seguinte forma:
Colocam sempre dois nomes masculinos seguidos de UM feminino, o que no final dá este resultado, impedido as mulheres de serem eleitas.
Assim se explica que o número de mulheres seja mais baixo do que a Lei da Paridade previa.
Deveriam ser no mínimo 33 por cento dos eleitos, quando são apenas 27 por cento.
O novo Parlamento vai ter menos mulheres do que no final da última legislatura. Há menos três do que no final da última legislatura, mas mais 14 do que em igual período de 2005, quando o executivo de José Sócrates iniciou funções. Isto tem a seguinte explicação: Mais para o fim da legislatura, os homens abandonam a Assembleia e são então substituidos por mulheres.
A presidente do Departamento Nacional das Mulheres Socialistas está «insatisfeita» com a aplicação da lei, inclusive no PS. Maria Manuela Augusto explica que a regra de uma mulher a seguir a dois homens não está escrita, mas é assim que os partidos estão a interpretar a lei.
A socialista afirma que «as mulheres são "marteladas" nas listas, e ficam, salvo raríssimas excepções, em terceiro, sexto ou nono lugar das listas de candidatos a deputados».
Maria Manuela Augusto, por exemplo, foi a candidato número nove do PS em Lisboa.
Muitas mulheres ficam, no entanto, em lugares não elegíveis nos círculos eleitorais mais pequenos.
Apenas o BE ultrapassa um terço de representação feminina, previsto na Lei da Paridade.

Deputados eleitos em 2009:

Partido Socialista - 97 - 28,9 por cento são mulheres
Partido Social Democrata - 81 - 27,2 são mulheres
Partido Popular - 21 - 19,o são mulheres
Bloco de Esquerda - 15 - 37,5 são mulheres
C D U - 15 - 20,0 são mulheres

Total 230

Mesmo assim...A lei da paridade mudou o género na AR. Sem ela, dizem os cálculos das Nações Unidas, esta conquista levaria 70 anos a concretizar-se.
Nota:
Nas Eleições Autárquicas que tiveram lugar no último Domingo, a situação apresenta-se ainda pior:
Dos 328 presidentes de Câmara eleitos, apenas 22 são mulheres.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

AMA


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«AMA SEM MÁGOA, SEM ESPANTO.

AMA CANTANDO.

AMA CHORANDO.

AMA BEIJANDO.

AMA SOFRENDO.

AMA RENUNCIANDO.»

(Desconheço o autor)

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Mais um pôr-do-sol em Mira Sintra


Pôr-do-sol em Mira-Sintra - Clique em cima para ver melhor - Foto do Gil

Este é só mais um, dos esplêndidos poentes de Mira-Sintra.
O Pintor-Mor, pegou na paleta, e espalhou as cores e as formas desta maneira sublime.
Ao apreciar tamanha obra de arte, lembrei-me das palavras do Salmista quando diz:

"QUANDO VEJO OS TEUS CÉUS, OBRA DOS TEUS DEDOS, A LUA E AS ESTRELAS QUE PREPARÁSTE; QUE È O HOMEM MORTAL PARA QUE TE LEMBRES DELE?
E O FILHO DO HOMEM PARA QUE O VISITES?

(Salmo 8:3 e 4)

"OS CÉUS MANIFESTAM A GLÓRIA DE DEUS, E O FIRMAMENTO ANUNCIA A OBRA DAS SUAS MÃOS."

(Salmo 19:1)

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Era certo e sabido que eles só poderiam ganhar!


Dr. Fernando Seara - Presidente da Camara Municipal de Sintra


Dr. Rui Pinto - Presidente da Junta de Freguesia de Mira- Sintra

Tanto um como o outro, voltaram a ter maiorias absolutas nas Eleições Autárquicas!
Começaram juntos e unidos, há oito anos, e cada vez mais juntos e mais unidos continuam!
Toda a gente que os conhece sabe, que um e outro, fizeram por Sintra e por Mira-Sintra, o que nunca nenhum outro Presidente fez!
O povo reconhece isso, tem-os em alta estima, respeita-os, confia neles, e está-lhes muito, muito grato.
São dois homens bons, que vão continuar a tomar conta dos destinos do nosso Concelho e da nossa Freguesia.
Hoje, apráz-me dizer-lhes:
Muito obrigada Dr. Fernando Seara!
Muito obrigada Dr. Rui Pinto!
Continuem!
E que Deus vos abençoe.

domingo, 11 de outubro de 2009

Porque hoje é Domingo (72)


Terceira Igreja Evangélica Baptista de Lisboa

« Quão amáveis são os teus tabernáculos, SENHOR dos Exércitos!
A minha alma está desejosa, e desfalece pelos átrios do SENHOR; o meu coração e a minha carne clamam pelo Deus vivo.
Até o pardal encontrou casa, e a andorinha ninho para si, onde ponha seus filhos, até mesmo nos teus altares, SENHOR dos Exércitos, Rei meu e Deus meu.
Bem-aventurados os que habitam em tua casa; louvar-te-ão continuamente.
Bem-aventurado o homem cuja força está em ti, em cujo coração estão os caminhos aplanados.
Que, passando pelo vale de Baca, faz dele uma fonte; a chuva também enche os tanques.
Vão indo de força em força; cada um deles em Sião aparece perante Deus.
SENHOR Deus dos Exércitos, escuta a minha oração; inclina os ouvidos, ó Deus de Jacó!
Olha, ó Deus, escudo nosso, e contempla o rosto do teu ungido.
Porque vale mais um dia nos teus átrios do que mil. Preferiria estar à porta da casa do meu Deus, a habitar nas tendas dos ímpios.
Porque o SENHOR Deus é um sol e escudo; o SENHOR dará graça e glória; não retirará bem algum aos que andam na retidão.
SENHOR dos Exércitos, bem-aventurado o homem que em ti põe a sua confiança»

(Salmo 84)

sábado, 10 de outubro de 2009

Saudades dos lanches da avó Nena



Pão de Mafra - era este o pão


Queijo de ovelha curado apimentado



Café de mistura


Há dias, num belo momento de convívio familiar aqui em casa, de repente, o meu filho Zé exclamou:

Lembram-se dos lanches em casa da avó Nena?
Aquele delicioso queijo de casca vermelha, com aquele pão com um miolo tão macio e tão saboroso, e aquele café de mistura tão especial!?

Ele tinha razão.Todos nos lembramos.

Naquela casa, nunca acabava aquele queijo, aquele pão e aquele café.

A avó Nena foi morar no céu há quase sete anos...

È admirável como todos sentimos tanto a sua falta, e como todos nos lembramos dela com tanto carinho e saudade, e de tantas coisas relacionadas com ela!
Inclusivé, dos sempre desejados lanches que ela preparava para nós com tanto desvelo e ternura.

Quando ela nos deixou, todos chorámos muito por ela.
Agora, quando pensamos nela, sorrimos, e agradecemos ao Pai por no-la ter dado.

Ela deixou nos nossos corações uma suave, doce, e grata lembrança.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Mais coisas bonitas



Uma gentil lembrança da querida amiga Anita, do blogue:








Uma simpática oferta da querida amiga Sandra, do blogue:


Regras

1 - Diga, três nomes que você gosta
Débora, Olga e Raquel

2 - Diga, três lugares que já viveu:
Argentina, Leiria e Almada

3 - Diga, três coisas que gosta de ver
O mar, as flores e o céu

4 - Diga, três lugares que você já foi
Austria, Madeira e Porto

5 - Diga, três comidas favoritas
Condoitro, bacalhau á lagareiro e fatias douradas

6 - Diga, três coisas que espera fazer em breve
Ir á praia do Magoito, passar uns dias numas termas e visitar o meu filho Pedro em Rio Maior

7 - Dizer, três cores favoritas
azul, verde e rosa

8 - Dizer, 3 livros ou autores
Biblia, a Alegria de viver com a Natureza, e a Antologia Poética de Miguel Torga
INDICO
Anita
Sónia
Vilma
Priscila
Carmen
Angela Guedes
Neli
Eunice
Ana Maria
Gerly


Selinho oferecido pela querida amiga Ana, do blogue:

Às três, o meu o muito obrigada
Beijos

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Tudo tem o seu tempo


Um velho castanheiro - imagem da net

Desde criança sempre fui ligeirinha a caminhar.
Recordo que perto da nossa casa havia um caminho de terra batida, ladeado de um lado e doutro por belas oliveiras. Era longo esse caminho.
Passávamos nele vezes sem conta durante o dia.
Lembro-me das corridas ao desafio entre mim e o meu irmão, um pouco mais novo do que eu.Eu ganhava muitas vezes.

Durante a vida inteira sempre "fui á frente"...
E sempre me incomodaram os que podem andar e ficam para trás, ainda hoje.
Porém, como dizia na sua sabedoria,a senhora mimha mãe... tudo tem o seu tempo!

No dia das últimas eleições fui votar bem cedinho, na companhia do filho João, do filho Zé, e da nora Joana.
Ao sairmos da escola, lugar de voto, eles caminharam apressados á minha frente, e eu, claro, tentei acompanhar o ritmo, mas, com os meus quase 69 anos, e com um problema respiratório, não foi fácil acompanhá-los... de tal modo, que ao sairmos o portão, nem sequer reparei num pequenino muro e avancei.O resultado é que tropecei e ia caindo...

Estou a tentar interiorizar esta verdade: Já não sou eu que vou á frente.
Agora começo a ficar para trás.
E eles, estão tão habituados a que eu vá á frente... que mantêm o ritmo e nem sequer reparam que eu vou ficando para trás.
Daqui em diante, vou ter que "pedir" a muita gente, incluindo os amigos, que por favor andem um pouco mais devagar para que eu os possa acompanhar.
Custa...
Pensando nisto,lembrei-me do livro do Eclesiastes, da minha mãe, e deste verdadeiro e belo poema, de Olavo Bilac.

As velhas árvores

Olha estas velhas árvores, mais belas
Do que as árvores moças, mais amigas,
Tanto mais belas quanto mais antigas,
Vencedoras da idade e das procelas...
O homem, a fera e o inseto, à sombra delas
Vivem, livres da fome e de fadigas:
E em seus galhos abrigam-se as cantigas
E os amores das aves tagarelas.
Não choremos, amigo, a mocidade!
Envelheçamos rindo. Envelheçamos
Como as árvores fortes envelhecem,
Na glória de alegria e da bondade,
Agasalhando os pássaros nos ramos,
Dando sombra e consolo aos que padecem!

(Olavo Bilac)

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Quando se é ainda pequenino...


Não é a Margarida - è uma imagem da net

A minha linda neta Margarida, que tem apenas três anos, veio com a família passar o fim de semana a nossa casa.
Se há coisa que ela gosta é de vir a casa da avó Viviana.
Ela e todos os outros netos.
Deliram!
E eu fico toda vaidosa, claro.

Estava sentada no sofá da sala, e como vestia uma camisola curtinha, reparou no seu umbigo e exclamou para todos ouvirem:

"Olha para o meu bigode!"

Ela queria dizer umbigo.
Na ânsia de aprender... ela troca as palavras.
As duas palavras não são nada parecidas, mas eu creio que o que a baralhou foi o "bi" que ambas têm.

Quando se é pequenino...

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Aquele homem


Imagem da net

O dia aproximava-se do fim.
Como habitualmente faço, fui caminhar um pouco, pois continuo a acreditar que o caminhar é um dos melhores exercícios físicos.
Convidei o meu filho Zé e ele acompanhou-me.
Fomos andando e conversando pois ambos apreciamos conversar.
Quando demos por nós, estávamos a chegar á estação de Mira-Sintra - Meleças.
Há ali um espaço excelente para caminhar, pois há largas faixas de rodagem com reduzido movimento, vários passeios, jardins, a Ribeira das Jardas e um belíssimo pinhal de centenários pinheiros mansos.
Ao caminharmos por um passeio no meio daquele espaço, apercebi-me da presença de um vulto, sentado de costas para nós, num murinho separador da faixa de rodagem mais á direita, que é a faixa mais usada por onde os carros entram e saem da estação.
Reparei nele e chamei a atenção do Zé, pelo simples facto de que vamos ali vezes sem conta e nunca vimos ninguém ali sentado.
Continuámos a andar até lá ao fundo e voltámos para trás.
Verificámos que o vulto permanecia imóvel no mesmo lugar.
Eu fiquei um pouco perplexa pois estava mesmo quase a anoitecer e tornava-se perigoso alguem estar ali naquele lugar á noite, pois a partir tde uma certa hora a estação e todo aquele espaço torna-se deserto e isolado.
Pensei: eu não posso ir-me embora sem ver o que se passa, pois poderá ser alguém que precise de ajuda.
O Zé ficou ali parado, e eu, suavemente, aproximei-me da pessoa em questão.Cheguei por trás dela e disse-lhe: Boa noite.
Ele não reagiu.
Disse-lhe novamente: Boa noite.
Ele então volveu a cabeça para o meu lado e olhou-me fixamente, sem proferir uma palavra.
Quando vi o seu rosto foi um choque terrível. Ele tinha a cara com várias feridas que sangravam, os lábios com golpes profundos que sangravam tambem, e um tumor negro na face direita, que lhe repuxava a pele e lhe dava um aspecto muito estranho.
Procurei conter -me e parecer o mais natural possível e disse-lhe:
Olhe que está quase a anoitecer e é melhor o senhor ir andando, porque rápidamente vai ficar escuro e o senhor não pode ficar aqui sòsinho neste lugar isolado.
Ele continuou a olhar-me, com um olhar profundamente triste, levou as mãos ao rosto e quando as retirou reparou que elas tinham sangue e isso deixou-o perturbado.
Sem dizer palavra, apoiou a testa nas mãos e assim ficou.
Eu voltei a dizer-lhe que estava a anoitecer e que ele não podia ficar ali. Voltou a fixar-me.
Eu perguntei-lhe: o senhor precisa de ajuda? Onde é que mora?
E ele disse qualquer coisa imperceptível, pois a sua voz era tão débil e o seu corpo estava tão magro e tão frágil, que depressa percebi que a voz seria assim mesmo.
Vestia um blusão de bombazina(num dia de muito calor) e as calças tinham lustro de tanta sugidade.
Mas o Homem tinha um ar fino, nobre, distinto.
Os poucos cabelos grisalhos que tinha estavam penteados, mas muito sujos.

Como ele não tomava uma decisão, eu pensei:
se ele se mantiver aqui eu telefono para a policia para o virem buscar e levar para algum lugar, não sei qual.
Mas, enquanto eu pensava isto, ele muito devagarinho levantou-se, pegou nos dois sacos de plástico, que pareciam pesados, que tinha ao lado, e começou a caminhar no sentido da saída da estação, ou seja, dirijiu-se para os lados da Tala.
Não voltou a olhar-me.
Quando se levantou perguntei-lhe novamente se precisava de ajuda, mas ele nada disse.
Eu fiquei ali parada, longo tempo, a vê-lo caminhar e a segui-lo com o olhar.
Não ia por o passeio, mas por a beirinha da faixa de rodagem, sempre a direito; e lá foi sem nunca olhar para trás, até eu o perder de vista.
O Zé, ali ao lado, assistiu a tudo isto, sem palavras. Vi que estava impressionado.
Impressionada e muito triste, tambem eu fiquei.
Não me sentia muito bem por não o ter acompanhado, e dise isso ao Zé, mas ele disse-me que eu deveria respeitar aquele homem, pois nada sabíamos a seu respeito.
Eu pensei que poderia muito bem ser uma daquelas pessoas das quais se escreve no jornal: "Desapareceu da sua residência..."
O Zè lembrou-me que talvez fosse isso sim, mas que talvez ele desaparecesse de casa por opção própria, por escolha, por ter talvez uma família que não o amasse e o aceitasse. Quem sabe?
Cá para mim, confesso que não fiquei de bem com a minha consciência, pois sinto que o deveria ter acompanhado sim, e ver onde morava, e se precisava de algum apoio ou alguma orientação médica ou social.
Não o quis fazer para não me intrometer na vida, e privacidade, e direitos dele.
Mas será que fiz bem?
Em casa orei por ele, e chorei, chorei muito, porque creio que nenhum ser humano, em nenhum lugar do mundo, deve viver na situação que aquele homem vive.
Está errado. Profundamente errado.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

"A Terra não é igual em lado nenhum"


Serra da Gardunha - Imagem da net

«A Terra não é igual em lado nenhum.

Aqui encolhe-se, ali espalma-se, acolá afunda-se.

Como acontece num grande livro, que tem páginas para lágrimas e páginas para sorrisos, assim a
natureza conta uma história alegre em Viana e uma história trágica no Cabo de S. Vicente.»

(Miguel Torga)

Diário III

Fundão, Serra da Gardunha, 24 de Fevereiro de 1945

domingo, 4 de outubro de 2009

Porque hoje é Domingo (71)


Capela na zona do Minho. Imagem da net

Convidados para o Reino de Deus

Ao ouvir isto, um dos que estavam sentados á mesa disse a Jesus:
«Feliz aquele que se sentar á mesa no Reino de Deus!»
Jesus respondeu-lhe:
«Um certo homem preparou um dia um grande banquete e convidou muita gente.
Á hora da festa mandou um criado dizer aos convidados:
«Venham, que está tudo pronto.»
Mas todos eles, um por um, se foram desculpando. O primeiro disse: «Comprei um campo e tenho que ir vê-lo. Desculpa mas não posso ir.» Outro disse : «Comprei cinco juntas de bois e vou experimentá-los. Não posso ir.»Outro desculpou-se assim: «Acabei de casar e por isso não posso ir.»
O criado voltou e contou isso tudo ao dono da casa. Ele então muito zangado, deu-lhe esta ordem:
«Vai depressa pelas praças e pelas ruas da cidade e trás para cá os pobres, os inválidos, os cegos e os coxos.»
Quando o criado, voltou disse: «Já fiz como mandastes mas ainda há lugares.»Então aquele senhor acrescentou:«Vai pelos caminhos e pelos atalhos e e obriga-os a vir, para que a minha casa fique cheia.
Garanto-vos que nenhum daqueles que convidei primeiro, há-de provar da minha ceia.»

(Evangelho S. Lucas 14:15 a 24)

sábado, 3 de outubro de 2009

Ainda a ti Ana


Cesta de fisos do Algarve - imagem da net

Regava eu o jardim diante da casa da aldeia, estes dias, quando ouvi uma voz já conhecida, que dizia para a Teresinha, que varria os figos caídos no caminho e as folhas da figueira, ao lado da casa:
"Bom dia!
Dê-me dois ou três figuinhos se faz favor."
Era a ti Ana.
A velhinha de noventa e muitos anos que é alentejana, que veio viver já há muito tempo com o unico filho que tem, e que mora numa casinha branca, mesmo por trás do muro do nosso quintal.
Já aqui falei dela mais do que uma vez.
Ela sempre me impressiona quando a vejo.
Parei a rega e dirigi-me para junto dela, pois não poderia de maneira nenhuma perder mais esta oportunidade de falar com ela, de a olhar, de a ouvir, e de a admirar.
Vou á aldeia uma vez por semana e nem sempre a vejo.
Tenho sempre o receio de não a voltar a ver, pois sei que um dia destes, ela vai-se ficar, como diz o povo, "que nem um passarinho".
Ao chegar junto dela, impressionou-me como ela vai ficando cada vez mais pequenina e mais magrinha.
O seu rosto não é maior que o rosto de uma criança pequena. Posso dizer que apenas a pele, o cobre. São cada vez mais evidentes os pequenos ossos nas "maçâs" do rosto.
Tem algumas rugas, não muitas, que lhe dão uma beleza ainda maior.
È tão estreitinho o seu perfil, que até dá a ideia que se tornou quase transparente, podendo nós ver, quando a olhamos de frente, o lado das suas costas.
Mas é tão lindinha!
Tem o rosto bronzeado de andar sempre ao sol; ela anda quase sempre por ali por o quintal, com uma enxada, arrancando ervas que crescem á beira do caminho, ou então com a vassoura na mão a varrer as folhas mortas que o tapam; não é mais que um pequeno carreiro por onde passam as poucas pessoas das duas ou tres casas que ficam lá atrás.
Não pára quieta, está sempre por ali a lidar, a fazer qualquer coisa.
Quando lhe falo nisso ela responde que não consegue estar parada, que gosta muito de trabalhar, que sempre trabalhou muito durante toda a vida.
E enquanto ali estava falando conosco, com a vassoura que trazia na mão, ajudou a Teresinha a limpar o caminho das folhas da figueira que já começaram a cair, e dos muitos figos que de tão maduros caem lá do alto da árvore para o chão, e perigam fazer as pessoas escorregar neles e caírem.
Ali ficou longo tempo a conversar conosco.Vía-se que precisava de falar.
Despedi-me dela abraçando-a carinhosamente e pensando:
Será que quando cá voltar a encontrarei?
Quem sabe?
Lá seguiu o seu caminho com o saquinho de figos na mão.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Louvação - Um poema de Gióia Júnior


Cordeiro - Imagem da net

Cristo dos pobres,
dos pequeninos,
dos angustiados,
dos libertinos,
das prostitutas,
dos assaltantes,
dos operários,
dos estudantes,
dos cancerosos,
e dos lixeiros,
dos perseguidos,
dos prisioneiros...
NÓS TE LOUVAMOS!


Cristo dos orfãos,
e dos perdidos,
dos humilhados,
dos ofendidos,
Cristo dos sábios,
e das crianças,
das alegrias,
das esperanças,
Cristo dos simples,
Cristo dos fracos,
das enxovias
e dos barracos...
NÓS TE LOUVAMOS!


Cristo do berço
na estrebaria,
Cristo da humilde
carpintaria,
Cristo menino
com os doutores,
Cristo da luta
dos professores,
Cristo da calma
no mar profundo,
descanso da alma,
Senhor do mundo...
NÓS TE LOUVAMOS!


Cristo de Judas
e das moedas,
das nossas dores,
das nossas quedas,
da nossa angústia,
da nossa ofensa,
do nosso medo.
da nossa crença,
das nossas preces,
dos nossos ais,
dos orfanatos,
dos hospitais...
NÓS TE LOUVAMOS!


Cristo dos gritos
e das canções,
dos escritórios
e das prisões,
Cristo das ruas
e das distancias,
dos sofrimento,
das ambulâncias,
dos nossos crimes,
dos nossos erros,
dos casamentos
e dos enterros...
NÓS TE LOUVAMOS!


Cristo do brilho
da estrela D`Alva,
Cristo que ensina,
Cristo que salva,
Cristo Verdade
que me motiva,
Cristo que morre
para que eu viva,
Cristo que sofre
na cruz maldita,
mas vence a morte
e ressuscita...
NÓS TE LOUVAMOS


Cristo que fende
do Templo o véu,
que move a pedra,
que sobe ao céu,
que vive e reina
no Paraíso,
que me prepara
para o Juízo,
Cristo que aplaca
minha revolta
e me promete
que logo volta...
NÓS TE LOUVAMOS!


Cristo que sabe
qual o meu nome,
que me alimenta
se tenho fome,
que me levanta
se estou no chão,
que me anistia
com seu perdão,
que me sacode,
que me desperta,
que me abençoa,
que me liberta...
NÓS TE LOUVAMOS!


Nós te louvamos
eternamente,
numa harmonia
de corpo e mente.
Nasce das luzes
o nosso canto:
bendito seja
Teu nome Santo!
Guia, Caminho,
Verdade Bem...
NÓS TE LOUVAMOS!
AMEN! AMEN!

(Gióia Júnior)