terça-feira, 30 de março de 2010

Nova saída para fotografar combóios.


Um caminho muito antigo - Lavadinho pela chuva


Combóio Regional da linha do Oeste


Sempre gostei desta planta. Em criança chamávamos-lhe Candeia.


A extensa recta do Sabugo


Tudo está verde e florido.


Florinhas amarelas a enfeitar a linha.


Cores bem bonitas.


Há verde por todo o lado.


Verde a perder de vista.


Tão lindinhas estas.


O Burro preso á beira da linha, esperava pacientemente
que o dono apanhasse a erva para ele.


Nova saída, nova volta, para fotografar combóios.
Aí vamos nós no Punto: Gil, Sara, Zé, Jorge e eu.
Sempre a mesma alegria!
Gargalhadas e risos até ás lágrimas!
Qualquer um dá o mote.
Que assim continue,por muitos anos e bons.

Revisitando a infância em Leiria


Aqui era a adega e os celeiros.


Isto é o que resta da casa do Ti Adriano.

Há cerca de sessenta anos, eu vivia numa casa que ficava do lado de lá, desta casa que está na imagem, e que pertencia a um lavrador que se chamava o ti Manel Trinta. Confesso que nunca soube porque razão ele tinha esta alcunha.
Há duas semanas revisitei este lugar e pude verificar que a casa onde vivi já não existe. Foi deitada abaixo e construiram outra no seu lugar.
Com alguma dificuldade reconheci na casa desta imagem acima, a casa do ti Adriano.
Era na altura uma casa cheia de vida e muita actividade.
O ti Adriano era um lavrador próspero, bem sucedido e muito respeitado na zona.Possuia muitas terras que iam deste este espaço junto á casa, até lá para muito longe, junto ao rio.
Havia terras para o milho, para o trigo, para o pasto, para a horta e pomar, para a vinha e o olival.
Recordo que a única fonte que havia na zona, e onde toda a gente ia buscar água, ficava num canavial que era seu.A água brotava da terra logo ali acima e corria formando um pequeno lago onde estava colocada uma telha vermelha que servia de bica para as pessoas encherem os cântaros.
Eu ia lá umas duas ou três vezes por dia buscar água no cântaro de barro, que eu, imaginem, transportava á cabeça, em cima de uma rodilha, que era feita de trapos desfiados e entrelaçados uns nos outros, ficando com uma forma redonda.
Os cântaros soltos, á cabeça, sem mãos, e a caminhar rápido.Como é que não os deixávamos cair?Bom, de vez em quando...lá vinha um ao chão e ficava em pedaços.
O ti Adriano tinha muitos filhos. Talvez uns seis ou sete.Recordo ainda o nome de alguns:
O Adriano que era o mais velho e levou o nome do pai; o Fernando, o Manel, o Luis, o Zé - que era o único que não trabalhava no campo, mas era Factor na Estação dos combóios - o Júlio, e a Maria da Luz, que era a única rapariga e que namorava um homem rico, que tinha uma fábrica de transformação de resina em aguarrás, e que vinha numa grande mota preta, muito brilhante, namorá-la, á quarta-feira á noite e ao Domingo á tarde. Sim, porque nessa altura todos namoravam á quarta e ao domingo, e á porta... ou á janela...ninguém entrava em casa da namorada.
Havia também as "descamisadas", ou "escamisadas" que tinham lugar nas noites quentes de verão, nas eiras(todos os lavradores tinham uma eira)onde se amontoavam as espigas de milho colhidas, para serem limpas da palha que as envolvia(as camisas). Convidavam-se os vizinhos das redondezas para se juntarem na eira, e todos sentados á volta da "montanha" de espigas,iam tirando as camisas e cantando lindas canções populares; contando advinhas e dizendo "graças", no meio de muito riso e muita alegria. No fim do trabalho feito havia um baile na eira,e eram oferecidas bebidas e alguns "comes e bebes". As descamisadas constituiam um momento único e muito especial de convívio e alegria.
Logo de manhã muito cedo, ainda escuro, toda a família ia para o campo trabalhar, só ficava em casa a Maria da Luz que ficava a tratar do almoço e da casa, e a ti Maria que ficava a tratar dos animais.
Lembro-me de estar com eles no campo, eu e os meus irmãos, e assistir-mos ás merendas que a ti Maria lá ia levar. Aí é que era mesmo verdade: Uma sardinha grande, frita, era partida em duas ou três partes iguais, e colocada cada parte sobre uma enorme fatia de brôa, repartindo-as pelos filhos, já homens.
Comiam-se belas azeitonas produzidas na quinta e curtidas por a ti Maria, e bebia-se o bom vinho produzido por eles.
Tinham muito gado: bois, vacas, porcos, um burro,(ou macho?) coelhos, galinhas, dois cães, que estavam presos a uma corrente muito comprida, que por sua vez estava enfiada num longo arame esticado, que ia de uma a outra ponta do pátio, e dois gansos enormes - pelo menos para nós crianças eles eram enormes- e tinham o hábito de correr atrás das pessoas que passavam no caminho, esticando o grande pescoço e ameaçando bicar-nos. Lembro-me que eu tinha sempre receio de lá passar por causa isso.
Creio que os gansos tinham muito o papel de guardas da propriedade.
Havia ainda o Pele de coelho, que era o pavor das crianças das redondezas, inclusivé do meu irmão Serafim e da minha irmã mais nova, a Terezinha.
Era um homem com um aspecto rude e geralmente mal arranjado, que trazia um saco de lona ao ombro e vinha comprar as peles dos coelhos que eram mortos para comer.
Ele ainda vinha longe e já se ouvia:
"Pele de coelho! Pele de coelho! Quem quer vender pele de coelho!"
A miudagem da zona mal o ouvia, ah! pernas para que vos quero!
Toca de fugir para o esconderijo mais próximo.
Isto porque os pais e mães dessa altura, quando os filhos se portavam mal, ameaçavam-nos com os Pele de coelho. Diziam que eles os iam levar no saco.
Um belo dia, o meu irmão ouviu o homem e desatou a fugir e o sítio mais perto para se esconder era no pátio do ti Adriano, logo ali. Entrou por ali a dentro e vendo umas grandes dornas (meias pipas) ali ao lado, saltou para dentro de uma que estava cheia de uvas em fermentação. O que lhe valeu foi estar por ali o Fernando, que vendo-o, o ajudou a sair cá para fora, pois corria o risco de morrer com os vapores fermentados das uvas.

Enfim! Quanta vida e quantas coisas na casa do ti Adriano!
Tantas memórias! Tantas lembranças!
E parece que foi ontem!
Mas a verdade é que já lá vão uns bons sessenta anos!
E, o que resta de tudo aquilo?
Uma parte da casa que ainda está de pé... (era sólida a construção) e o resto é um monte de ruínas, entulho, muros caídos, ervas e silvas a invadirem todo aquele espaço.
Segundo informou um vizinho, a casa "calhou" em partilhas á Maria da Luz, que mora ali perto numa bela vivenda, e que brevemente irá contruir ali naquele espaço, um prédio. Já andaram por lá os técnicos a fazer as medições.
Como diria a Nena, minha querida mãe: "Tudo passa! Tudo tem o seu tempo!"

domingo, 28 de março de 2010

"Cântico da mulher grávida"


Ilse Losa

«Mexes-te no meu ventre. Estarás satisfeito ou impaciente, meu filho? Quem me dera saber!

Serás belo, belo como o teu pai. Terás o corpo esbelto como os pinheiros nos montes e os olhos meigos como as corças da floresta.

A tua bondade será cristalina como a água das fontes e a tua inteligência vigorosa como a brisa que vem do mar.

Mas ai! se não fores perfeito?...Ai! se te faltarem as mãos, um braço, ou a luz dos olhos?...Ai! se te olharem com desprezo ou com fingida piedade...

Chorarei então, meu filho, mas amar-te-ei ainda mais. O meu coração só velará por ti e encontrará sempre palavras para te confortar.

Plantei no meu jardim macieiras, pessegueiros, graminha verde, flores garridas.

Procurei enfeites de cor e de alegria, agasalhos macios, tecidos leves e transparentes.

Meu filho, como eu te amo já! Como quero a tua felicidade! Hei-de ensinar-te lindos versos; inventar histórias maravilhosas e embalar-te com as mais doces canções.

Doem-me os seios! Dor abençoada! É o leite que tu beberás!

Brilha sol! Abri-vos rosas! Macieiras, pessegueiros, árvores todas do meu jardim, flori!

Pássaros, cantai! Rasgai a terra, águas das fontes! Alma, coração, rejubilai!

O meu filho vai nascer!»

(Ilse Losa)

Ilse Losa
[N. Buer (Alemanha), 1913 – M. Porto, 2006]

Escritora.

Frequentou o Instituto Comercial em Hanover. Judia, foi obrigada a abandonar o seu país, em 1934, refugiando-se no Porto.
Foi colaboradora dos jornais Jornal de Notícias, O Comércio do Porto, Diário de Notícias e Neue Deutsche Literatur e das revistas Seara Nova e Vértice.
Tradutora, não só de alemão para português, dos mais importantes autores alemães, como também, no sentido inverso, de autores portugueses, organizou várias antologias.
Dedicou-se à literatura infantil, recebendo o Grande Prémio Gulbenkian.
Recebeu, também, o Grande Prémio de Crónica da APE

sábado, 27 de março de 2010

Porque hoje é Domingo (96)


Imagem da net

«No princípio era a Palavra.
A Palavra estava com Deus,
e a Palavra era Deus.
Aquele que é a Palavra estava no princípio com Deus.
Todas as coisas foram feitas por meio dele,
e sem ele nada foi criado..
Nele estava a vida,
vida que era a luz dos homens.
A luz brilha nas trevas,
trevas que não o venceram.
Houve um homem enviado por Deus que se chamava João.
Ele veio para dar testemunho,
para dar testemunho da luz,
para que todos cressem por meio dele.
João não era a luz,
mas foi enviado para dar testemunho da luz.
Aquele que é a Palavra era a luz verdadeira;
Ele ilumina toda a gente ao vir a este mundo.
Ele estava no mundo, mundo que foi feito por ele.
O mundo não o conheceu.
Ele veio para o seu próprio povo
e o seu povo não o recebeu.
Mas a todos quantos o receberam,
aos que crêm,
deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus.»
(Ev. de S. João cap.1: 1 a 12)

"A meus irmãos" - Sebastião da Gama


Imagem da net

«Batam-me à porta
os que andam lá por fora, à neve;
batam
os que tiverem frio ou sede;
os que sintam saudades de um carinho;
os desprezados;
os que há muito não vêem uma flor
e encontram só poeira no caminho;
os que não amam já nem já os ama
ninguém;
os esquecidos de como se sorri;
os que não têm Mãe…

Batam-me à porta os Desgraçados,
os que têm os dedos calejados
dos dedos ásperos da Miséria,
os que travam desordens nas tavernas
e brincam às facadas,
os que não têm abrigo nem Amigo,
os que o Destino escarrou,
os que não foram crianças,
os que nasceram num bordel
e por quem passam todos sem olhar.

Batei à minha porta, Irmãos,
entrai,
que eu tenho Amor pra vos dar…

E se eu também bater
(que eu também choro
muitas vezes, lá por fora;
também amargo tristezas;
que eu também sou Desgraçado)…
pois se eu bater,
vinde logo depressa abrir-me a porta;
aquecei-me no meu lume;
dai-me do pão que eu parti
e do Amor que vos dei…
como se fosse um de vós,
que eu também sou Desgraçado…

Ah! Se eu bater
(mas é preciso que eu possa
ter força ainda nas mãos),
por Deus abri a porta, meus Irmãos,
como se a casa fora vossa!»

(Sebastião da Gama)

sexta-feira, 26 de março de 2010

A Mina da Guimarota


Seria assim a Mina que eu deveria encontrar.
Clique em cima para ver melhor.



A luz que se vê é da máquina fotográfica.


A entrada da Mina

Pouco depois da Segunda Grande Guerra Mundial terminar, eu e a minha família mudámo-nos de Vilela, no Minho, para a cidade de Leiria.
Convém dizer que por causa da Guerra não pudemos regressar á Argentina, onde tínhamos a nossa vida e os nossos bens.
O meu pai estava á procura de trabalho, e como um seu familar radicado em Leiria, lhe dera indicações que talvez conseguisse trabalho por aqueles lados, partimos para lá.
Eu tinha então sete anos.
O meu pai, homem habituado a trabalhos duros, foi aceitando o que aparecia, e recordo que fez de tudo um pouco.Quatro filhos para criar, era coisa séria.
Foram anos bem difíceis, esses.
Habituados que estávamos a tanta fartura e a nada nos faltar, na nossa chácara em Misiones, estávamos agora em situação bem diferente.
Foi nessa altura que o meu pai foi trabalhar numa mina de carvão - a Mina da Guimarota. Distava do nossa casa cerca de quatro ou cinco quilómetros que eram sempre percorridos a pé.
Para o meu pai ter uma refeição "de comida de sal", como se dizia, eu fui incumbida de lhe ir levar o almoço. Devia ter cerca de 11 ou 12 anos.
Para chegar á Mina eu tinha que andar da Estação de Leiria até á cidade, e depois atravessar toda a cidade e por fim sair dela e entrar em caminhos de matas e pinhais, praticamente sem casas, até chegar á Guimarota.
Eu nunca lá tinha ido e não fazia a mais pequena ideia onde ficava.
Até sair da cidade eu conseguia orientar-me, o pior era depois. Perdia-me. Não atinava com o caminho. E triste, muito triste, voltava para casa com o cestinho do almoço no braço, e o meu querido pai, fazendo um trabalho árduo e esgotante no fundo da mina, acabava por ficar sem comer. Não havia lugar nenhum ali perto para comprar o que quer que fosse.
Quando chegava a casa com o almoço, a minha mãe ficava perturbada e ralhava comigo, porém nunca me castigou por isso.
Aconteceu várias vezes, até que o meu pai começou a ter que levar comida de casa. Não recordo bem o quê.
Cresci, e pela vida fora, sempre ficou em mim esta mágoa, uma espécie de remorso, por nunca ter conseguido encontrar a Mina da Guimarota.
Claro que os meus filhos conhecem esta história.
Há pouco mais de uma semana o meu Pedro, que é o mais velho, e que está a escrever um livro sobre a nossa família, convidou-me para ir com ele a Leiria e percorrer os lugares da minha infância, adolescência e parte da juventude.
Fiquei toda contente! Manhã bem cedinho lá partimos os quatro: o Pedro, o Zé, eu, e a minha irmã mais nova que nasceu em Leiria.
Organizado como é, o Pedro fez pela internet o roteiro da viagem.
Entrámos em Leiria pela parte norte. Verificámos que a cidade está tão desenvolvida e houve um tão grande crescimento que já une a cidade com o que eram os arredores.
Mal entrámos, vi uma enorme urbanização nova, e olhando leio numa placa de um prédio: Avenida da Guimarota.
Eu disse espantada: Olhem, aqui é a Guimarota!
Eu ainda não tinha percebido que foi de propósito que entrámos por ali, pois o Pedro queria fazer-me a surpresa de finalmente... eu saber onde ficava a Guimarota.
Ele levava o "croqui" todo certinho. Em breve estávamos a entrar numa rua estreita que nos levou direitinhos á Mina.
Eu não estava em mim!
Eu não queria acreditar! Eu ia finalmente saber onde ficava a mina que eu nunca encontrei!
Fica agora numa propriedade privada.
A entrada é um buraco do feitio de um retângulo no passeio.
Quem não souber não dá por ela.
Há umas escadas de ferro ferrugento nesse buraco que desce para um pequeno hall onde está a entrada da mina.
Tudo velho, muito velho! Tudo escuro, muito escuro! Assustador...
O Pedro desceu, e logo desci eu também. Estava tão curiosa de saber como era o local onde o meu pai trabalhou... O Zé e a Terezinha ficaram cá fora.
Quando eu desci por aquelas escadas todos ficaram preocupados que eu caísse.
Mas não, a minha experiência infantil de subir e descer árvores, de trepar aos sítios mais incríveis...valeu-me na hora.
A porta da mina estava aberta e eu entrei e comecei a descer, a descer, sem qualquer medo e sempre a querer descer mais um pouco. Era tudo muito escuro e não se via nada. Lá ao fundo, só escuridão.
Entretanto chega o proprietário da mina, pessoa muito simpática que descobre que eu estava lá dentro. Desce rápidamente dizendo-me para sair porque há dentro da mina um gaz mortífero.
Eu, contrariada, imaginem! Lá saí.
Ficámos dentro do rectângulo a conversar e tive então oportunidade de saber e conhecer muito acerca da Mina da Guimarota.
Ele disse-nos que basta ele entrar naquele retângulo ao pé da porta, para que quando chega cá fora sinta um enorme cansaço.
Eu não estava a cem por cento e receei por mim...tentei descontrair e vim para fora respirar ar puro, e logo estava bem.
Apreciei muito o gesto do Pedro em me ajudar a "libertar" do sindrome da Mina da Guimarota que me acompanhou toda a vida.
Agora, tudo está bem.Tudo está resolvido.
Eu já sei onde fica a Mina.
Nota:
Um dia destes escreverei um post acerca da história desta Mina, que se tornou muitíssimo importante, não só em Portrugal mas também no estrangeiro, de tal modo que há um esqueleto de Dinossauro encontrado ali, que tem o nome da mina.

quarta-feira, 24 de março de 2010

Nós conhecemos...


Imagem da net

«Nós conhecemos pessoas pobres
que destribuem sorrisos!

Nós conhecemos pessoas que sofrem
que comunicam alegria!

Nós conhecemos pessoas incompreendidas
que sabem compreender!

Nós conhecemos pessoas pacíficas que
caminham levando a paz!

Nós conhecemos pessoas injustiçadas
que souberam perdoar!

Nós conhecemos essas pessoas, o seu
segredo é AMAR!»

(desconheço o autor)

terça-feira, 23 de março de 2010

Um gato de rua, feliz


A dormir descansado em cima do carro.


Nada nem ninguém perturba o seu sono.

Decidi apresentar-vos hoje, um lindo gato de rua, preto e branco, que vive numa zona sossegada e pacata na parte antiga da vila de Sintra.
Conheci-o ainda pequeno, quando visitava o meu filho João que morava então naquela rua.
O gato preto e branco é totalmente livre. Não tem dono.
Mas tem quem goste dele, olhe por ele, o alimente, o deixe entrar e sair da sua casa sempre que lhe apetecer, e quem o acarinhe.
Trata-se de um senhor que vive só, numa linda vivenda, com um jardinzinho, sempre muito bem cuidado.
O gato "não diz mal de quem o trata"; está com bom aspecto, bem nutrido e com o pelo brilhante e com ar saudável.
Está sempre por ali.É só procurar um bocado com os olhos e logo o descobrimos, mais para cá ou mais para lá.
Sempre que lá passo, e é com alguma frequência...vejo-o sempre por ali.
No sábado passado, estava refastelado a dormir ao sol, em cima do tejadilho de um carro estacionado, bem juntinho á casa do senhor da vivenda que cuida dele.
Aproximei-me, falei com ele, ele abriu os olhos, levantou a cabeça, miou e continuou a dormir sem se importar comigo.
Concluí:
Um gato pode ser um gato de rua e ser feliz.

segunda-feira, 22 de março de 2010

Coisas bonitas da minha aldeia


Gosto muito deste muro e desta porta, de uma horta..


Este antigo lavadouro, enchia-se de mulheres
ajoelhadas nas suas Joelheiras
a lavar roupa. Também lavei aqui .


O caminho bem limpo e cuidado, onde está esta talha antiga de pedra,
que ninguém rouba.



Um lugar pitoresco, chamado Segueteira.


Uma profusão de Heras neste muro antigo.

Vivo a muitos milhares de kilómetros do lugar onde nasci. Foi lá do outro lado do Atlântico, perto das Cataratas do Iguaçú.
Os meus sessenta e cinco anos de vida vividos em Portugal, foram repartidos por vários lugares: Vilela, no Minho, Leiria, Maceira - Sintra, Almada, Odivelas, Amadora, e Mira-Sintra.
Duma forma geral, acabamos por ficar presos aos lugares onde vivemos, a uns mais do que a outros.
Posso dizer que os que mais me prenderam foram Leiria e Maceira. Leiria, onde cresci, e Maceira, onde os meus pais viveram mais de cinquenta anos, e onde permanece a casinha deles, praticamente como eles a deixaram. É lá que tenho o meu jardim e o meu pomar, e é lá que eu vou todas as semanas passar algum tempo, e tratar das flores e do que fôr preciso.
Embora não tenha lá nascido, considero que Maceira é a minha aldeia, o meu lugar de eleição, de que gosto muito e onde me sinto muito bem.
Há por lá sítios e coisas bonitas que me alegram, que me acalmam e que me inspiram.
Torna-se um prazer enorme sair de casa e caminhar por ali.
Os meus olhos vão sempre atentos ás mais variadas coisas que encontro, pelos caminhos.Pode ser uma casa velha, uma fonte, uma árvore, uma flor, um passarinho, uma rocha ou uma pedra solta.
Assim, vou descobrindo sempre alguma coisa nova, ao mesmo tempo que revisito as coisas mais antigas.
Fotografo aqui, fotografo ali, e mais além...

Para que nunca se esqueça


Irena Sendler faleceu em Maio de 2008.
Para que nunca se esqueça quem foi esta extraordinária mulher, publico aqui este texto:

Irena Sendler morreu
Sabem quem era?
Injustiça!
Nem sempre quem merece é que leva o prémio.

Uma senhora de 98 anos faleceu em Maio de 2008.
Durante a segunda Guerra Mundial, Irena conseguiu uma autorização, para trabalhar no Gueto de Varsóvia como especialista de canalizações.
Mas os seus planos iam mais além. Sabia quais eram as intenções dos nazis em relação aos judeus (sendo alemã).
Irena trazia meninos escondidos no fundo da sua caixa de ferramentas, e levava um saco de serapilheira na parte de trás da sua camioneta (para crianças de maior tamanho).
Também levava na parte de trás da sua camioneta, um cão a quem ensinara a ladrar aos soldados nazis quando entrava e saía do Gueto.
Claro que os soldados não queriam nada com o cão, e o ladrar deste encobriria qualquer ruído que os meninos pudessem fazer.
Enquanto conseguiu fazer este trabalho, conseguiu retirar e salvar cerca de 2.500 crianças.
Por fim os nazis apanharam-na e partiram-lhe ambas as pernas e os braços e prenderam-na brutalmente.
Irena mantinha um registo com o nome de todas as crianças que conseguiu retirar do Gueto, que guardava num frasco de vidro enterrado debaixo de uma árvore no seu jardim.
Depois de terminada a Guerra tentou localizar os pais que tivessem sobrevivido e reunir a família. A maioria tinha ido para as câmaras de gaz. Para aqueles que tinham perdido os pais, ajudou a encontrar casas de acolhimento ou pais adoptivos.
Em 2007 foi proposta para receber o Prémio Nobel da Paz...mas não foi selecionada...quem o recebeu foi Al Gore, por uns diapositivos sobre o aquecimento global.

Não permitamos que alguma vez esta senhora seja esquecida.
(http://blogdavozinha.blogspot.com/)

domingo, 21 de março de 2010

Porque hoje é Domingo (95)


Ouvindo a Palavra, na Igreja E. Baptista das Boas Novas - Amadora

«Peçam e Deus vos dará; procurem e hão-de encontrar, batam á porta ela há-de abrir-se -vos, pois aquele que pede, recebe; aquele que procura, encontra, e a quem bate, a porta se abrirá. Qual de vocês que seja pai seria capaz de dar uma pedra ao filho, quando este lhe pedisse pão? Ou quem lhe daria uma cobra quando lhe pedisse peixe? Ora se vocês, mesmo sendo maus sabem dar coisas boas aos vossos filhos, quanto mais o vosso Pai que está no céu dará coisas boas áqueles que lhas pedirem?
Façam aos outros tudo aquilo que desejariam que eles vos fizessem. Aqui está o essencial da lei e do ensino dos profetas»
«Entrem pela porta estreita! Pois é larga a porta e espaçoso o caminho que vai dar á perdição e são muitas as pesoas que para ali se encaminham. Mas é estreita a porta e apertado o caminho que vai dar á vida eterna e são poucas as pessoas que o encontram.»
( Ev. S. Mateus cap. 7: 7 a 14)

sábado, 20 de março de 2010

E Portugal ficou mesmo muito mais limpo!


Repare-se no ar satisfeito e bem disposto destes jovens, junto dos seus "Troféus".
É o resultado do trabalho do Grupo de Escuteiros do Corpo Nacional de Escutas
do Agrupamento 704- de Mira-Sintra.Limparam na zona da Ribeira das Jardas.


Estes jovens fazem parte do Agrupamento 122 dos Escuteiros, em Mira-Sintra
Vejam o resultado do seu trabalho.Amplie para ver melhor.



Este grupo esteve activo em Belas - Num local cheio de entulho

Foi bonito de vêr! Os rostos sorridentes e o ar de satisfação, daqueles que hoje dedicaram o seu tempo, ou uma parte do seu tempo, a recolher lixo espalhado por esse país fora, de maneira a que Portugal esteja agora bem mais limpo.
Parabéns! Muitos parabéns!
E, muito Obrigada.
Não imaginam o quanto apreciei o vosso trabalho!
Bem hajam.

VAMOS LIMPAR PORTUGAL!


Hoje, dia 20 de Março, está a decorrer em todo o país a execução do interessantíssimo Projecto a nivel Nacional:" VAMOS LIMPAR PORTUGAL!"
Cerca de cem mil pessoas, incluindo o Presidente da República, estão em campo, numa tentativa de limpar treze mil pontos considerados"sujos".
Se está incluido neste grupo, então, MUITOS PARABÉNS!
Caso queira ainda participar e não tenha tido oportunidade de se inscrever, entre em contacto com a Junta de Freguesia da sua residência e solicite informações.
Se puder...não deixe de colaborar.
Vai ser muito bom, logo ao fim do dia, Portugal estar bem mais limpinho.

sexta-feira, 19 de março de 2010

É urgente menos alcatrão e menos impermeabilização dos solos











Quanto mais alcatrão e mais impermeabilização dos solos, mais riscos corremos de tragédias e catástrofes.
A água da chuva não encontra possibilidade de infiltrar-se na terra e nela ficar.
Acabará por juntar-se e correr por onde não deve nem é desejável.
Quanto mais alcatrão e impermeabilização dos solos, menos hipoteses têm as sementes das plantas, das ervas e das flores, de germinar, crescer e desenvolver-se, servindo de alimento quer aos homens, quer aos animais .
Quanto mais alcatrão e impermeabilização dos solos, menos árvores, menos florestas e menos verde existirá.
Para confirmar o que digo, sugiro-lhe que repare neste exemplo:
Ao fundo da minha rua, por baixo das minhas janelas, foram poupados ao alcatrão e á brita, dois pequenos canteiros redondos, onde foram plantadas duas árvores, neste caso, dois pinheiros.
Naqueles tão pequenos espaços, germinaram, brotaram e cresceram, expontâneamente, uma grande variedade de plantas que habitualmente encontramos pelos campos.
Algumas delas, com tendência a desaparecer.

quarta-feira, 17 de março de 2010

Ouvir a chuva

Eu deliciei-me a ver, e a ouvir, este vídeo que recebi da minha irmã .
Não admira! Eu gosto muito, mas mesmo muito, da chuva.
Decidi partilhá-lo convosco.
Provávelmente alguns já o conhecem...

terça-feira, 16 de março de 2010

Olha que dois!


Será pai e filho?

Esta é a entrada da minha rua.
Habitualmente há carros estacionados de um lado e doutro, na rua toda até lá ao fundo.
São os carros dos residentes, e muitos carros dos professores da Escola que fica mesmo ali ao lado.
Achei muito curioso e engraçado, que com tantos lugares de estacionamento, estes dois carros amarelos, tenham estacionado bem ao lado um do outro...
Se repararmos bem no contraste entre os dois, tirando a côr tudo é bem diferente!
O grande. até um elefante com patas grossas tem...
O pequenito, é tão pequenito...e tem a chapa á frente toda metida para dentro.
Por vezes torna-se engraçado como casualmente encontramos coisas táo diferentes, logo ao virar de uma esquina.

O Inverno cá e o Inverno lá


O mar português- -ontem, na Ericeira.


A filha da minha amiga Brita (que é professora tambném) com os alunos no bosque.


Mar Báltico - Utto - Finlândia


Esquiando na neve

Estamos a poucos dias de nos despedir-mos deste inverno bem rigoroso, que se instalou em Portugal, trazendo muita chuva, muito vento e muito(?) frio!
As andorinhas já voltaram e andam numa azáfama construindo os seus ninhos.
Os gatos e as gatas lá da aldeia, têm andado num namoro pegado e bem ruidoso, com muitos "miaus".
Os melros pretos de bico amarelo, empoleiram-se nas antenas das televisões nos telhados, entoando o seu cântico favorito afinado, para atrair as fêmeas.
Os meus canários cantam que se "desunham", num trinado tão elaborado e tão comprido, que nos causam aflição por estarem tanto tempo seguido sem respirar, para conquistar as canárias que se fazem difíceis - é tão engraçado observar - mas que depois se entregam totalmente "de alma e coração"!
Incrível a rapidez com que a jovem canária castanha construiu o ninho mais belo e perfeito que já vi! Três dias, foi o tempo que demorou.
O nosso mar português está calmo e tranquilo, emoldurado pelas belas flores amarelas, que nasceram bem á beirinha da água.
Os prados cobrem-se de flores brancas e amarelas.
Tudo está verde e luxuriosamente viçoso.
É que vem mesmo aí a Primavera.

Tudo isto cá!

Mas lá, na bela e tranquila Ilha de Utto, no mar Báltico, onde há dias, 50 navios ficaram bloqueados no gelo, lá nessa terra que eu amo e que me enternece, me comove e me inspira, pois nela ainda tenho as minhas raízes, porque ali nasceu e cresceu o meu querido avô Alvar Bengelsdorff...lá, dizia eu, ainda tudo é um manto branco, tão branco, tão alvo, tão belo, que nos impressiona, nos cativa, e nos atrai.
É através da minha querida amiga Brita, professora da escola primária local, que apenas tem três alunos: uma menina e dois rapazes, é através dela, dizia eu, que eu vou sabendo da transição do Inverno para a Primavera.
Ela disse-me hoje que a primavera está a chegar. Que já apareceu por lá o primeiro melro a cantar.
Disse-me também que algumas pequeninas flores começam a espreitar, metendo a cabecinha fora da neve.
Tão diferentemente do nosso, o mar Báltico, ainda se encontra coberto de blocos e placas de gelo. Mas segundo ela informa, o problema com o bloqueio dos navios está resolvido, e nada de grave aconteceu. Apenas ainda demoram muito mais tempo a fazer a travessia para o outro lado.

Inverno cá! Inverno lá!

Ambos belos, porém muito diferentes!

domingo, 14 de março de 2010

O entardecer de um lindo dia de sol


O lindo mar da Ericeira ao anoitecer


A beleza do Graffiti, o verde da relva, e o mar


Os pescadores ficam até tarde no mar


O molhe, o mar, e a serra ao fundo.


Este pescador acedeu a deixar-se fotografar com o seu peixe.


A Capela de S. Sebastião.


Tudo por ali está cheio destas florinhas brancas

Hoje, foi o primeiro domingo verdadeiramente primaveril, deste quase, fim de inverno.
Depois do ensaio do grupo coral, na Igreja, da parte da tarde, decidimos aproveitar o entardecer luminoso e quentinho, e com o Zé ao volante do Fiat Punto, lá fomos nós os cinco: Jorge, Zé, Gil, Sara e eu, matar saudades do nosso mar, na zona das praias de Sintra.
A alegria, o riso, as gargalhadas, as graças e os "cantares", fazem sempre parte destes nossos passeios em família.
Nem os "enjôos" da Sara, na zona das muitas curvas, para os lados do Pobral, chegam para nos roubar a boa disposição ou para nos silenciar.
Eis-nos então chegados á Ericeira, uma vila bonita com muitas casas de côr clara, junto ao mar.
O sol descia rápidamente no seu poente.
O mar estava belo, tranquilo e calmo.
Respirava-se uma certa magia, ao mesmo tempo que uma brisa um pouco fresca demais, cirandava á nossa volta.
Muitos carros, muitos mesmo, estavam de volta a casa, fazendo longas filas naquelas estradas saloias, onde as paisagens muito verdes acalmam e serenam os nossos espíritos.
Quando os outros partiam, nós chegávamos.
Estacionámos o carro e começámos a caminhar junto ao mar, onde um belo murinho bem decorado, fazia a separação entre o caminho e as plantas e flores debruçadas sobre o mar.
Foram mágicos os momentos que por ali estivemos.
Fomos fazendo fotos enquanto a noite descia.
Quando o sol se escondeu por completo e um vento frio soprou, sentimos necessidade de abrigados num café ali ao fundo, beber uma bebida quente e saborear o conforto daquela sala.
Saímos, já era noite escura e ainda aí, o Gil não resistiu a fotografar o mar no escuro da noite.
Regressámos a casa alegres, bem dispostos e muito agradecidos a Deus por estes momentos tão especiais, e também por vivermos numa zona onde estamos a vinte minutos do mar.