terça-feira, 31 de agosto de 2010

As férias de dois pombinhos - Rama Lyon


Imagem da net.

A areia ficou dourada
Com os raios do sol-posto
Numa praia abandonada
Em finais do mês d’Agosto.

Dois pombinhos à beira-mar
Iam arrulhando coisas sérias,
O que é doce vai acabar,
Amanhã findam as férias.

E assim tão enamorados
Tendo o mar por companhia,
Despediram-se enlaçados
Do descanso e da alegria.

Regressaram ao seu pombal
Onde à anos fizeram ninho
Num modesto roseiral
Feito de amor e carinho.

E depois no dia seguinte
Pela manhã bem cedinho
Como faz o bom pedinte
Puseram asas ao caminho.

E lá foram pró trabalho
De cabeça bem erguida
Por esse difícil atalho
Que faz parte da sua vida.

Estes versos pobrezinhos
Vem mostrar em rica voz,
Que o caso destes pombinhos
É a história de todos nós.

Rama Lyon

Nota:
Encontrei este interessante poema do meu amigo Rama Lyon, no blogue da minha amiga Fernanda - http://laosdepoesia.blogspot.com/

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

A casinha da minha amiga Ludovina


Gosto muito desta casinha

Publicado no dia 14/07/2008

Nela vive sòzinha, a minha amiga Ludovina que tem a linda idade de 95 anos.
Mãe de três filhos - dois homens e uma mulher, ficou viúva há muitos, muitos anos.Teve vários pretendentes, mas nunca quis voltar a casar.

Ela é uma pessoa linda!

Embora tenha vários problemas de saúde, entre os quais uma quase impossibilidade de andar…o que faz com que tenha de ficar muito tempo só, na sua casa, é uma pessoa extremamente alegre e bem disposta.
Junto dela ninguém está triste! Ela tem o dom, raro, quanto a mim… de alegrar as pessoas.
Mesmo os que a vão visitar, para lhe levar uma palavra de carinho, de encorajamento, acabam por sair de ao pé dela, muito mais alegres e bem dispostos do que chegaram.
Gosto muito de estar com ela e de a ouvir contar histórias lindas de outros tempos, e é sempre difícil para mim, vir-me embora, deixá-la, porque não me canso de olhar para o seu rosto lindo, cheio de rugas... e de ver o brilho dos seus olhos, já bem pequeninos.

Ela é uma das minhas grandes amigas!

Dou muitas graças a Deus por a sua vida, e por Ele me ter dado o grande privilégio de a conhecer e poder visitá-la, e usufruir da sua companhia.
Oro para que Ele permita que ela esteja por cá ainda muito tempo, pois ela tem a linda missão de fazer uma coisa que é tão necessária nos dias que correm, e que não há muita gente capaz de a fazer, que é alegrar e fazer rir os outros.

Que Deus abençoe a minha querida amiga Ludovina.

Hoje - 30/08/2010


Soube há pouco que a minha amiga Ludovina partiu para junto de Deus, a quem tanto amava.
Já não habita mais nesta linda casinha nem precisa dela para nada.
Ela agora mora numa mansão que o Senhor Jesus Cristo prometeu que lhe ia preparar.
Partiu aos 97 anos, e eu creio que Deus gostou imenso de a receber lá no céu, pois com aquele rostinho sempre sorridente, com toda aquela alegria, optimismo e boa disposição, tudo ficou mais bonito por lá.

Geralmente, quando recebo a notícia que alguém querido e amado partiu, choro sempre...mas hoje, desde que soube que a minha doce e linda amiguinha se mudou para o céu, ainda não se apagou o sorriso que nasceu no meu rosto.
Penso nela e sorrio. creio que nunca me aconteceu uma coisa assim.

domingo, 29 de agosto de 2010

Porque hoje é Domingo (117)


Imagem da net.

A seguir apresentou-lhes esta parábola:

«A quinta de um certo rico tinha dado uma grande colheita. E o rico pôs-se a pensar assim: "Que hei-de eu fazer? Não tenho onde guardar a minha colheita! Já sei: deito abaixo os celeiros e faço outros maiores, onde guardarei o trigo e todos os meus bens.
Depois poderei dizer para comigo: Ès feliz! Tens em depósito tantos bens que te vão dar para muitos anos. Não te rales: Come, bebe e diverte-te»
Mas Deus advertiu-o: "Louco, esta noite vais morrer, e o que tens guardado para quem será?"
Jesus concluiu: "Assim acontecerá áqueles que só amontoam riquezas para si, mas que não são ricos aos olhos de Deus.»
( Ev.segundo S.Lucas cap.12:16 a 21)

sábado, 28 de agosto de 2010

A linda Bromélia.


Bromélia Aekmea Fasciata Baker (ou bromélia Rosa)

De uma Bromélia Aekmea Fasciata Baker, que a minha vizinha Amélia me ofereceu num vaso há cerca de uns cinco anos, tenho neste momento plantados no chão do novo jardim da casa da aldeia, uns quinze pés.
É impressionante a forma como se multiplicam.
Só florescem uma vez, após o que dão novos rebentos morrendo a seguir.
Neste momento há cinco que estão floridas, sendo uma delas a da foto.
Se quiser conhecer melhor as bromélias
Ler mais aqui.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

O Jorge e as pizzas.



O Jorge (meu marido) nos longínquos anos sessenta, estudou Teologia no Instituto Filadélfia em Turim- Itália.
Passado algum tempo depois do regresso casámo-nos.
Começou a estrear-se nas artes culinárias com pratos caracteristicamente italianos, pois como estudante tinha que dar o seu contributo em várias actividades do Instituto, incluindo na cozinha, daí trazer algum treino.
O primeiro prato que fez foi o "agora" tão famoso esparguete á bolonhesa, mas "com todos os matadores" incluindo o raminho de alecrim.
A seguir veio a pizza que na naquela altura ainda não era conhecida em Portugal.
De vez em quando ia fazendo algumas. Mas foi quando ela entrou em força na ementa "dos jovens"que ele, a pedido dos filhos, passou a fazer com mais frequência.
Agora...bom, agora são os filhos e os netos... e a mulher...que lhe pedem que as faça.Ele não se faz rogado e deita mãos á massa com tal afinco, que se pode dizer, sem favor, que é um verdadeiro especialista.
Inventa! Inventa sempre uma diferente! E mais saborosa e apetitosa que a anterior.
No último sábado fizemos um encontro familiar na casa da aldeia, para comemorarmos o fim das obras. Pois bem, a mesa estava farta! E os netos "atiraram-se á pizza" feita pelo avô, e comendo com visível satisfação diziam em uníssono: "Ó avô! olha que a pizza estã muito boa!
Eu, confesso que não a provei. Fiz outras escolhas.
Mas, uns dias antes, saboreeei uma outra, a da fotografia, que muito sinceramente foi a melhor pizza que já comi!
Sabem uma coisa? Os netos e os filhos...andam a tentar convencer o avô a abrir uma pizzaria.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Nunca ouvi palavras tão belas sobre a mulher e sobre as pedras.


O escultor Francisco Simões


Escultura de mulher.


Uma amostra das minhas pedras.

Habitualmente, como não vejo muita televisão, prefiro o Jornal das Nove (21) da SIC com o jornalista Mário Crespo, ao Telejornal da RTP.
Hoje, o conceituado jornalista teve como convidado especial o escultor Francisco Simões, que eu não conhecia.
O pretexto para o convite teve a ver com uma importante exposição do autor que está patente ao público nos jardins do Casino do Estoril até ao final de Setembro.

Nascido em Almada (Porto Brandão) em 1946, Francisco Simões tem o curso de Escultura da Academia de Música e Belas Artes da Madeira, tendo sido bolseiro da OCDE, em Itália.
Pintor e escultor de monumentos e obras em espaços públicos, o artista assina o Parque dos Poetas, em Oeiras.

Vive e trabalha em Sintra, desde 1991.

Considerando o desenho "a fala do artista", Francisco Simões tem na mulher o tema principal do seu trabalho.

Instado pelo jornalista a justificar essa preferência, o escultor disse, como até hoje nunca ouvi... tenho quase setenta anos - as mais belas e sublimes palavras sobre a mulher. Não só sobre o seu corpo, que acha bonito... mas também sobre muitas áreas da sua vida, como por exemplo a maternidade, geradora de vida, como cuidadora, a sua sensibilidade, a sua inteligência, etc.etc. "Não há nada tão belo como a mulher!"

Li, que numa outra entrevista ele se expressou do seguinte modo:

“ Não há pássaro, não há Sol, não há mar, não há nada que se lhe compare. O corpo da mulher é redondo, não tem arestas, tem uma policromia harmoniosa, cheira bem”.

Ainda no jornal das nove, o jornalista perguntou-lhe porque preferia a pedra para executar as suas peças de arte, tendo ele dito coisas tão belas e tocantes sobre a pedra! Disse:" Nem o ouro, nem a prata, nem outro qualquer material pode comparar-se á beleza da pedra!

A pedra, fala, a pedra sorri, a pedra sente, a pedra tem os seus veios fantásticos, ela tem som...quando por exemplo se parte...aquele ruido do partir é como música!"

Fiquei deliciada! Porque gosto imenso de pedras! Sempre que saio para o campo, para a serra ou para junto do mar...habitualmente regresso sempre com ou outra pedra que encontrei e me cativou!

O problema é já não ter espaço para elas em casa...

Depois de ouvir o escultor Francisco Simões fiquei mais rica!

Sinto que ele me transmitiu coisas muito bonitas e importantes

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Partiu a actriz Maria Dulce


A atriz Maria Dulce com o seu característico ar maroto.

Hoje á noite, enquanto via o Telejornal, passou em roda-pé a notícia da morte da actriz Maria Dulce. Como não vi as notícias até ao fim não sei se o apresentador abordou o assunto ou não.
Tinha setenta e três anos de idade e sessenta de teatro. Começou aos treze com a peça Frei Luis de Sousa, que recordo que foi um enorme sucesso.
Foi encontrada morta, hoje de manhã, na sua casa em Bucelas - Loures, onde vivia sòzinha.
Eu gostava muito dela, não só como atriz mas também como pessoa.

«Maria Dulce estava a ensaiar a peça ‘Sabina Freire’, de Manuel Teixeira Gomes, que devia estrear-se no auditório Eunice Muñoz, em Oeiras, a 5 de Outubro. Em 2009, havia entrado em ‘Hedda Gabler’, de Henrik Ibsen, também encenada por Celso Cleto.

Conhecida dos portugueses graças à sua presença em muitas produções no pequeno ecrã, estreou-se aos 13 anos no filme ‘Frei Luís de Sousa’, de António Lopes Ribeiro. Entrou em telenovelas como ‘Chuva na Areia’, ‘Passerelle’, ‘A Banqueira do Povo’ e ‘A Lenda da Garça’.

Também entrou em séries de humor, participou em ‘Nico d’Obra’, ‘Os Andrades’ e na ‘Grande Noite’, de Filipe La Féria. Mais recentemente, participou nas telenovelas da TVI ‘Anjo Selvagem’ e ‘Baía das Mulheres’ e das séries da RTP ‘Liberdade 21’ e ‘Pai à Força’.»

Acerca da sua morte, o conhecido homem do teatro e encenador Filipe la Féria disse hoje, o seguinte:

"Trata-se de uma grande actriz que desaparece, infelizmente muito esquecida quer pelo público, quer pelos responsáveis pela cultura. Não era uma segunda figura, mas uma primeira figura do teatro português, fez trabalhos fantásticos. Se fosse inglesa, era uma 'dame'. Aqui não, aqui morreu pobremente, com dificuldades, e esquecida por todos. É muito o espírito português, infelizmente. Em Portugal, as pessoas são muito esquecidas e maltratadas. Só quando morrem é que se lembram delas... Isso deixa-me triste, deixa-me muito triste."

Também estou triste...
Obrigada, Maria Dulce, muito obrigada.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Ninguém as semeou...


Florinhas na beira da Ribeira das Jardas.
Clique em cima para ver melhor.

... elas nasceram sòzinhas na beira da ribeira, no tempo próprio, assim distribuídas e entremeadas nas diversas cores e formas.
Vejam que bem resultou o conjunto!
Pensando bem...creio que seria muito pouco provável, que o melhor jardineiro decidisse semeá-las tal qual estão...decerto não se lembraria disso.

Ah! Ali "está o dedinho do Criador"!

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Chegaram mais presentes







Da querida e doce amiga Sandra, do blogue - http://aotoquedoamor.blogspot.com/, recebi estes lindos e significativos presentes.

Agradeço de coração.

domingo, 22 de agosto de 2010

Porque hoje é Domingo (116)


Imagem da net.

«Levantem-se e louvem ao Senhor, nosso Deus por todo o sempre!»

SENHOR que o teu nome glorioso seja louvado,
cuja grandeza está acima de toda a benção e louvor!

Tu és o Senhor e não há outro.
Foste tu que fizeste o céu
e o mais alto dos céus, com todas as estrelas;
fizeste a terra e tudo o que nela existe, o mar e o que eles contêm.
És tu que dás a vida a todas as coisas.
Adoram-te as estrelas do céu.
(Livro do profeta Neemias cap 9:5 a 8)

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

As rosas brancas



Este ano as minhas roseiras não foram muito pródigas em rosas, confesso que não sei qual o motivo.Cuidei-as do mesmo modo que nos anos anteriores; acarinhei-as, podei-as. reguei-as, coloquei terra nova...enfim, creio que fiz tudo o que era necessário fazer, no entanto as rosas foram escassas.
A semana passada, quando tratava dos vasos, descobri uma roseira nova com dois pequenos botões, que me pareceram brancos...e não me enganei.Na segunda feira estavam abertas duas belas rosas brancas, o que é um espanto pois estamos quase no fim do verão.
Não as cortei, deixei-as ficar a deliciarem-se com a luminosidade e o calor de um autêntico sol português, uma benção preciosa e muito especial.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

"De pequenenino, é que se ensina o menino"


Imagem da net.

Ontem, aí vamos nós, carro cheio a caminho da praia.
No Lourel-Sintra, o Zé pára junto á passadeira para peões.Há um jovem pai, no passeio, com uma criança pequena pela mão que quer atravessar para o outro lado. A criança, um menino, não deverá ter mais de três anos.
O pai caminha firme segurando bem a mãozinha esquerda do menino.
Qual não é o nosso espanto e admiração, quando vemos a criança esboçando um lindo sorriso, levantar a mãozinha direita fazendo sinal de que ia atravessar, primeiro virada para nós, do lado esquerdo, e depois repetiu o gesto para os automobilistas que vinham do lado direito.
Gostei de vêr! Tão pequenino e já sabe como proceder ao atravessar a passadeira!
Se pensarmos que grande maioria - senão a totalidade - dos transeuntes avançam sem olhar e sem fazer qualquer sinal aos automobilistas...
Creio que está na legislação em vigor, que o peão tem o dever de antes de avançar fazer sinal levantando a mão, só que as pessoas não ligam.
Eu, por sistema, antes de atravessar qualquer passadeira paro e só avanço depois de fazer sinal com a mão aos condutores, que vou atravessar.
Talvez por isso, eu achei tão lindo e tão importante o que aquele menino fez.Claro, se o fez...foi porque o ensinaram, o pai ou a mãe, ou a avó, ou na escolinha, não interessa, mas ensinaram e ensinaram bem.
Aqui entra o provérbio popular sobejamente conhecido: "De pequenino é que se ensina o menino." Quer dizer: "De pequenino é que se torce o pepino."

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Um bichinho simpático!


Uma lesma do mar? Clique em cima para vêr melhor.

Há uns dias, metemo-nos no carro e fomos passar o dia com o nosso filho mais velho - o Pedro - á Lagoa de Óbidos, na Foz do Arelho, onde estava a passar férias com a família.
È um lugar muito agradável, onde se pode escolher tomar banho no mar ou na lagoa.
A lagoa é enorme e tem uma "aberta" por onde entra e sai a água do mar, conforme as marés. É muito segura para as crianças pequenas e muito apreciada pelos adultos.
Quando chegámos á praia e nos instalámos, a criançada correu a mergulhar nas limpidas e transparentes águas. A certa altura descobrimos um "bichinho" - lesma do mar? - que surgiu vinda do meio da lagoa aproximando-se da margem, bem juntinho onde nós estávamos. Deslocava-se nadando de uma forma muito graciosa e elegante. Era preta e tinha como que umas "asas" grandes de cada lado do corpo.
Pareceu-nos que ela estava a gostar da nossa companhia, tanto assim que veio calmamente nadando até mesmo á beirinha onde estávamos. Não manifestou qualquer receio, e por ali andou algum tempo como que a meter-se conosco. Depois, assim como veio, assim se foi.Afastou-se vagarosamente e seguiu o seu caminho em direcção á parte mais funda da lagoa.
Consegui fotografá-la, o que me deu bastante alegria.
Nenhum dos presentes sabia identificá-la; chamámos-lhe "lesma do mar".
Já em casa fui pesquisar um pouco na net acerca dela.Encontrei apenas duas fotos e muito poucas explicações.
Será que algum amigo conhece bem este simpático bichinho e me pode dar alguns dados sobre ele?
Ficaria grata.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

"Homenagem ao Bombeiro", de Rama Lyon


Imagem da net.

Há semanas que Portugal arde.
Há semanas que de noite e de dia, há homens e mulheres que se dão inteiramente, completamente, arriscando, ou, entregando a vida em prol dos outros.
Estão extremamente cansados, exaustos e tristes... por verem o braseiro em que o país se tornou.
Para esses bravos e bravas, eis aqui um belíssima homenagem prestada por o meu bom amigo Rama Lyon, do blogue - http://ramalyon.blogspot.com/

Homenagem ao Bombeiro

Vejo chamas, sinto o calor

Que abrasa o país inteiro.

Vejo o esforço, sinto o ardor

Com que luta o bombeiro.

.

Com a agulheta na mão

Pelas vertentes da serra

Combatendo esse dragão

Que pôs fogo à nossa terra.

.

Não tem horas de trabalho

Nem cama para dormir.

Faz da vida um atalho

Para o seu dever cumprir.

.

Como é triste o que ele vê

Num Portugal chamuscado

Onde a fauna está à mercê

Deste fogo tresloucado.

.

Ouve os gritos d’aflição

Do povo em cada aldeia

Onde aquela destruição

Junto às casas serpenteia.

.

Apesar de andar cansado

Com o suor a correr do rosto

Vai lutando como um soldado

Que nunca abandona o posto.

.

Ele merece nosso respeito

Pela sua grande coragem

E por isso tem o direito

A esta simples homenagem.


(Rama.Lyon)ma Lyo

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

"Eu quero que cantem muito."


Imagem da net.

Decorria o culto, normalmente.
De repente o querido irmão Moisés (95 anos) começou a chorar convulsivamente.
Reparei que todos ficaram muito preocupados e sem saber bem o que fazer.
Ele olhou para mim - sentada duas filas atrás dele - e fez-me sinal com a mão para eu me aproximar. Fui imediatamente, abracei-o, e ele, olhando-me disse-me: «Irmã Viviana, eu sinto que o Senhor me vai chamar á sua presença muito brevemente.Por favor diga-lhes que eu quero que cantem muito no meu funeral. Que louvem muito o Senhor!»(Nós os evangélicos cantamos hinos de louvor a Deus, nos funerais.)
Eu, comovida, encostei o meu rosto ao dele e prometi-lhe: Concerteza, meu querido irmão, eu vou dizer-lhes isso mesmo.Fique tranquilo.
Ele olhou-me sorrindo e disse: «Muito obrigada irmã Viviana.»
Ficou calmo, sereno, denotando uma enorme paz.
Todos os rostos estavam fitos em nós os dois, em absoluto silêncio.
Endireitei-me, e com a voz embargada, transmiti aos irmãos o pedido que ele me fez: O nosso querido irmão Moisés disse-me que sente que o Senhor o vai chamar muito brevemente, e pediu-me para dizer aos irmãos que ele quer que se cante muito no seu funeral. Que se louve muito ao Senhor.
Estavam todos emocionados e sem saber o que dizer.
Voltei para o meu lugar, elevei a minha alma a Deus, sorri-lhe...e agradeci por aquele momento único que acabara de viver.
O culto continou.

domingo, 15 de agosto de 2010

Porque hoje é Domingo (115)


A velha Bíblia de família. Imagem da net.

Palavras do sábio Qohelet, filho de David, rei de Jerusalém

O sábio Qohelet diz: « Ilusão! Pura ilusão! Tudo é uma ilusão.»
Que proveito tira uma pessoa
de tantos trabalhos que tem neste mundo?
Uma geração vai, outra geração vem,
mas a terra continua sempre a mesma.
O sol nasce e depois esconde-se:
regressa cansado ao seu lugar,
para dali voltar a nascer.
O vento sopra para o sul e roda para o norte;
o vento gira e vira sem parar.
Todos os rios correm para o mar,
mas o mar nunca se enche.
Voltam para a sua origem
para retomarem o mesmo caminho.
Todas as coisas nos enfadam tanto,
que não há palavras que cheguem para explicar.
Ninguém se satisfaz com aquilo que os seus olhos vêem,
nem com aquilo que os seus ouvidos ouvem.
O que já aconteceu é o que há-de acontecer;
o que já foi feito há-de voltar a fazer-se.
Não há nada novo neste mundo.
Aparece qualquer coisa e alguém diz:
«Olha, isto é novo!»
Mas tudo aquilo já existiu noutros tempos,
muito antes de nós.
Já ninguém se lembra das coisas passadas
e o mesmo acontecerá com as do futuro;
não se recordarão delas os que vierem mais tarde.

Eu, o sábio Qohelet, fui rei de Israel, em Jerusalém. Dediquei-me inteiramente a averiguar com profundidade e a meditar em tudo o que acontece neste mundo. Deus destinou aos homens uma tarefa bem pesada, que eles têm de suportar. Dei-me conta de que tudo aquilo que se faz neste mundo é realmente ilusão, é correr atrás do vento. Não se pode endireitar o que é torto, nem se pode contar o que não existe.
Disse então para comigo mesmo: «Aqui estou eu, que me tornei o mais importante e mais sábio de quantos, antes de mim, reinaram em Jerusalém. Tive ocasião de adquirir muita sabedoria e experiência. Entreguei-me completamente ao estudo do que é sabedoria e do que é loucura e ignorância; mas concluí que também isto é correr atrás do vento.
De facto, quanto maior a sabedoria, maiores as preocupações; quanto mais se sabe, mais se sofre.»
Eu disse para mim mesmo:» Vou mas é tentar divertir-me e gozar bem a vida.» Mas também isto é uma ilusão. Concluí que o riso é uma tolice e os prazeres de nada valem.
Pensei então entregar-me ao prazer do vinho, embora o meu espírito continuasse guiado pela sabedoria. Quis experimentar, para ver se seria essa a melhor maneira de gozar o pouco tempo que vivemos neste mundo.
Realizei grandes coisas, Construí casas, plantei vinhas. Cultivei hortas e pomares e plantei toda a espécie de árvores de fruto. Fiz represas de água para fazer verdejar todas estas árvores e plantas. Adquiri escravos e escravas e tive também alguns nascidos em minha casa. Possuí muito mais vacas e ovelhas do que todos os que existiram antes de mim em Jerusalém. Juntei tesouros de prata e ouro, riquezas que antes pertenceram a outros reis e a outros reinos. Tive cantores e cantoras e muitas concubinas, prazeres humanos. Fui mais importante e mais rico do que todos os que existiram antes de mim em Jerusalém. E além disso, a minha sabedoria não me abandonava. Não renunciei a nada daquilo que me agradava, nem deixei de saborear nenhum prazer. Estou contente com tudo o que passei e esta é a recompensa que me ficou.
(Livro do Eclesiástes cap. 1:1 a 18 - 2:1 a 10)

sábado, 14 de agosto de 2010

Aquela Mãe...


Imagem de net.

Hoje, tivemos a benção de participar numa surpreendente cerimónia de casamento, de um jovem amigo nosso, num templo Cristão Evangélico, em Miratejo.
O salão abarrotava de gente. Centenas de pessoas, a grande maioria guineenses, que entoaram maravilhosos cânticos de louvor e adoração, ao ritmo africano.
A noiva, como acontece quase sempre, fez-se esperar.
Surgiu bela, radiante de felicidade...antecedida dos pagens e das damas de honor.
Era conduzida pelo braço de uma mulher de meia idade, vestida em tons de um azul celeste, com uma enorme felicidade estampada no rosto. Era a mãe.
Estranhámos, pois habitualmente a noiva é conduzida pelo pai ou pelo padrinho.
Neste caso, de acordo com o ritual africano, seria o pai ou um tio.
Quando a mulher vestida em tons de azul entregou a filha ao noivo, ela disse ao microfone:
"Eu sei que deveria ser o pai ou um tio a conduzir a Sara e a entregá-la ao Sabino; porém, fiz questão de ser eu a fazer isso, porque eu criei-a sòzinha."
Depois voltando-se para o noivo disse-lhe:
"Sabino, eu entrego-te a minha filha Sara para que cuides dela como eu cuidei; para que a ames como eu amo, e para que faças tudo para que ela seja feliz, como eu fiz."

No fim da delaração dos votos pelos noivos, já casados...ela, a mãe da noiva, fez questão de cantar a solo e sem acompanhamento musical, este belíssimo hino dedicado aos dois:

Deus vos guarde

Deus vos guarde pelo seu poder,
Protegidos e velados,
Desfrutando os seus cuidados,
Deus vos guarde pelo seu poder!

Coro:
Pelo seu poder e no seu amor,
Até nos encontrarmos com Jesus!
Pelo seu poder e no seu amor,
Oh! que Deus vos guarde em sua luz!

Deus vos guarde bem no seu amor,
Consolados e contentes,
Achegados sempre aos crentes,
Deus vos guarde bem no seu amor!

Deus vos guarde do poder do mal,
Da ruína, do pecado,
Do temor de todo lado,
Deus vos guarde do poder do mal!

Deus vos guarde para seu louvor,
Para seu divino gozo,
Seu serviço tão glorioso,
Deus vos guarde para seu louvor! (565 CC)

Grande mãe!
Grande mulher!

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

"Foste tu que te esqueceste?"


Imagem da net.

"O que é que tens, rapazinho?" Perguntou um cavalheiro a um garoto de pé descalço que encontrou a chorar ao canto de uma rua. Tenho frio e tenho fome respondeu o pequeno". Então e tu acreditas que Deus cuida de ti?" "Acredito, sim senhor", retorquiu o pobrezinho. "Então porque é que esse Deus não diz a alguém que te dê uns agasalhos e alguma comida?"continuou o cavalheiro. "Eu creio que Ele disse a alguém para me socorrer mas que essa pessoa se esqueceu!" (Gálatas 6:9 e 10 e Hebreus 13:16)
In- Alimento Espiritual - Julho de 1943

ALIMENTO ESPIRITUAL

-Fundado em Janeiro de 1943 -Redacção: Praça da Amoreiras, 34 Lisboa -Editor: José Ilídio Freire, -Artigos: Ensino Bíblico, Ensino Doutrinário Testemunhos, Informação diversa Testemunhos de grandes homens, Promessas bíblicas. -A partir do nº 9 passou a ser distribuída no Brasil. -Sustentada por donativos -Dimensões: 13 cm X 16,5 cm Exemplar consultado: Vol 1, Nº 1, de Janeiro de 1943

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

" A soldado desconhecida"


Hoje, o funeral.

«Josefa, 21 anos, a viver com a mãe. Estudante de Engenharia Biomédica, trabalhadora de supermercado em part-time e bombeira voluntária. Acumulava trabalhos e não cargos - e essa pode seruma primeira explicação para a não conhecer-mos. Afinal, um jovem daqueles que frequantamos nas revistas de consultório, arranja forma de chamar os holofotes. Se é futebolista,pinta o cabelo de cores impossíveis; se é cantora, mostra o futebolista com quem namora; e se quer ser mesmo importante, é mandatário de juventude. Não entra na cabeça de uma jovem dispersar-se em ninharias acumuladas: um curso no Porto, caixeirinha em Santa Maria da Feira e bombeira de verão. Daí não a conhcermos, á Josefa. Chegáva-lhe, talvez, que um colega mais experiente disssesse dela: "Ela era das poucas pessoas com que um gajo sabia que podia contar nas piores alturas."Enfim, 15 minutos de fama só se ocorresse um azar... Aconteceu: anteontem, Josefa morreu em Monte Meda, Gondomar, cercada das chamas dos outros que foi apagar de graça. A morte de uma jovem é sempre uma coisa tão enorme para os seus que, evidentemente, nem trato aqui. Interessa-me, na Josefa, relevar o que ela nos disse: que há miudos de 21 anos que são estudantes e trabalhadores e bombeiros, sem nós sabermos. Como é possível, nos dias comuns e não de tragédia, não ouvirmos falar das Josefas que são sal da nossa terra?»
(José Manuel Fernandes - Diário de notícias, 12/08/2010)

"SE ESTÁ NAS SUAS MÃOS AJUDE"

A minha amiga Fernanda do blogue "Viver e sentir" -
http://nanda-fernandarocmsncom.blogspot.com/ publicou... e pediu para ser divulgado este pedido de ajuda do João:



«Onde moram os propósitos do símbolo deste cravo?
Dignidade e direito ao trabalho para quem apenas quer viver e deixar crescer os seus filhos, à base do seu trabalho?

Eu acabei de receber este email da Rádio Lusitânia e o manterei neste blog na esperança de que algum país que tenha a emigração aberta ou de alguém que vive num desses países e tenha condições de ajudar, por favor não volte as costas a este pedido. Hoje é o Sr. João, amanhã poderemos ser um de nós.»

Fernanda

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Este email chegou à nossa rádio há uns dias. Na verdade nem tinhamos reparado bem na mensagem que continha (mea culpa) já que pensavamos tratar-se de mais um daquelas toneladas de lixo electronico que recebemos diáriamente. Pedimos desculpa ao Sr. João Fernandes pela nossa falta de atenção. Assim, reencaminhamos o mesmo para a nossa rede de contactos. Quem sabe se conhece alguém que o possa ajudar?!

Carlos Carvalho (www.radio.lusitaniacb.com)
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"Bom dia,
Sei que os portugueses são solidarios na hora de ajudar quem precisa, principalmente quem se encontra no exterior...
Resido em Portugal, aliás sempre residi aqui, conheçi hoje a vossa rádio na internet, não sei a quem recorrer e por isso vou lançar-vos o apelo...
Tenho 44 anos e 3 filhos a estudar, necessito de emigrar para conseguir dar-lhes uma vida digna, será que alguém conhece alguem que precise de uma pessoa para trabalhar ai ?
Não escolho profissão, terá de ser algo pouco tecnico, tenho experiencia mas em materias administrativas de finanças, falo um pouco de Ingles e penso que em 3 meses domino a lingua com facilidade...
Agradeço desde já se alguem me puder ajudar..."
Um abraço
João

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Estou para ver...


Bombeiros de Lourosa.

Hoje á tarde, uma jovem mulher-bombeira morreu carbonizada quando combatia um incêndio em Monte Meda - Gondomar.
Josefa Santos tinha 21 anos, era estudante universitária no Porto e exercia voluntariado como bombeira desde 2008. Há cerca de ano e meio, passou a conciliar essas duas actividades com as funções de operadora de caixa num supermercado de S. João de Ver, no mesmo município.
“Toda a gente gostava muito dela". Disse uma colega de trabalho.
Um bombeiro seu colega disse: "era muito simpática e sempre sorridente”.
Ouvi um outro seu colega dizer: "Era muito corajosa. Avançava sempre para a frente do incêndio e estava sempre a incentivar os colegas para continuarem...mesmo quando já estavam muito cansados."
A morte desta jovem mulher deu-se quando a viatura dos bombeiros ficou cercada pelas chamas, não tendo ela conseguido fugir.

As televisões anunciaram a sua morte nos últimos noticiários, porém até agora, e já lá vão várias horas...nem sequer foi apresentada uma fotografia sua, nem entrevistada a família.
Eu própria, tentei em vão... encontrar na net uma fotografia, pois teria muito gosto em publicá-la aqui.
Não vi enhum governante ou autoridade deste país, vir a terreiro lamentar a sua morte.Inclusivé, uma jovem que apresenta o "Minuto verde" na R.T.P., e que foi convidada pelo Jornalista Mário Crespo no noticiário das 21 na SIC, para se pronunciar sobre os incêndios em Portugal nos últimos dias, esteve todo o tempo muito sorridente e bem disposta, e que me lembre nem sequer falou na morte da jovem Josefa Santos. Como diria o meu irmão quando era adolescente: "Esteve sempre na galhofa".
Estou para ver...como lidarão com este tristíssimo caso.Que importância e que honrarias lhe vão dispensar...
Estou certa que se fosse da classe política ou das artes...a esta hora seria o assunto de momento e apareceriam todos a querer "botar palavra" e a elogiá-la.
Mas como era bombeira...adiante.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

"Poema tirado das cinzas"


Porque Portugal continua a arder...

Do blogue da minha amiga Fernanda Mesquita - Viver e sentir -http://nanda-fernandarocmsncom.blogspot.com/ . - trouxe estas oportunas e pertinentes palavras:

segunda-feira, 9 de Agosto de 2010

Rama Lyon- Poema tirado das cinzas

Infelizmente existem razões para editar este poema aqui!
Que todos pensem um pouco porque é que estas situações existem e persistem...
Que todos pensem um pouco porque é que o nosso país vive nas mãos de quem vive. O mal tem vindo a ser mantido durante anos e permitido que passe de mão em mão. O mal não nasceu agora. O mal tem vindo a ser acolhido por todos e por todos nós dado de mão beijada a quem for o mais esperto e a quem tiver mais habilidade para agarrar essa herança, usufruindo o que é bom em proveito proprio e deixando os restos já deteriorados para o povo que tudo vai aguentando. Até quando?
Que relacionamento existe entre isto e os incêndios? Muito! A maldade vai sendo permitida, os verdadeiros crimes vão sendo permitidos, enquanto o tempo e dinheiro vão sendo usados para assuntos que apenas entretêm o país e o afundam ainda mais... e o povo português, vai aguentando... de novo pergunto: até quando?

Fernanda

"POEMA TIRADO DAS CINZAS"

Ó que grande desventura
Em que o país mergulhou,
Perdeu um manto de verdura
E um de cinzas encontrou.

Neste horror foi envolvido,
Com amarga devastação.
Faz pena vê-lo vestido
Com terra cor de carvão.

A floresta calcinada
Foi resistindo, só até,
À hora que asfixiada,
Também ela morreu de pé.

Há tantas mãos enganosas
Que do lume fazem um jogo
Assassinas, criminosas,
Como o dragão a deitar fogo.

Eu penso que o criminoso
Havia de vestir também,
P´ra ver se lhe dava gozo,
A farda que o país tem.

Que Deus dê à nossa terra,
Novamente formosura,
Desde o campo até à serra
Seja um jardim de verdura.

Todos nós gostamos ver
Fogueiras do São João,
Mas nunca na vida ter
Portugal feito em carvão.

Rama Lyon

Este poema foi escrito em Agosto de 2005, por ocasião dos grandes fogos que puseram em brasa o nosso verde país. Infelizmente, neste momento e, derivado às circunstâncias que aos nossos olhos se apresentam, ele é de novo em foco de actualidade… É por essa razão que o trago de novo a ‘‘lume’’ deste bom povo português…

Rama Lyon

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Um momento emocionante e sublime.


A minha rosa.

Ele e ela estavam sentados na primeira fila em frente ao orgão.
A congregação, de pé,cantava o último hino do culto.
Ela levantou-se e toda desiquilibrada, deitou mão da bengala de madeira que a ajuda a manter-se de pé, e caminhou pela coxia num equilibrio tão periclitante que dava a ideia de que iria cair no chão a qualquer momento.
Eu estava de pé junto á coxia e ao vê-la passar sorri para ela.
Depois, levantou-se ele e caminhou apoiado também na sua bengala que segurava na mão direita.
Ao passar por mim sorri-lhe, e, acariciei-lhe-lhe a mão magra e enrugada.
Ele olhou-me, e sorrindo pegou na minha mão e levou-a ao peito junto do seu coração, sem palavras e continuou a caminhar.
Enquanto cantava o hino as lágrimas inundaram-me os olhos e comovida, agradeci a Deus o momento único e inesquecível que acabara de viver.

domingo, 8 de agosto de 2010

Porque hoje é Domingo (114)


Imagem da net.

Vale mais o bom nome do que um perfume,
vale mais o dia da morte do que o do nascimento.
Vale mais ir a um funeral do que ir a um banquete,
pois aquele é o destino de todos
e quem está vivo deve ter isso na lembrança.
Vale mais chorar do que rir,
pois as lágrimas do rosto aliviam o coração.
O pensamento do sábio está nos funerais,
o pensamento do insensato está nas festas.
É melhor ouvir a repreensão dum sábio
do que ouvir elogios dum insensato.
Pois o riso dos insensatos
é como o estalejar da lenha debaixo da panela.
E também isto é uma ilusão.
Realmente, as opressões perturbam o sábio
e o suborno corrrompe o seu carácter.
Vale mais concluir uma coisa do que simplesmente começá-la;
vale mais ter paciência do que exaltar-se.
( Livro do Eclesiástes cap. 7 : 1 a 8)

sábado, 7 de agosto de 2010

"...Só temos olhos para chorar, mais nada..."


Um bombeiro enfrentando as chamas.
Imagem da net.


"...Só temos olhos para chorar, mais nada..."disse o homem de meia idade que hoje ajudava a combater o fogo na sua terra - uma aldeia da Serra da Gralheira perto de S. Pedro do Sul.
E com uma enorme tristeza e desespero, estampados no rosto, continuou:
«Há três anos morrreram aqui três pessoas no incêndio, e foi-nos prometido pelo governo que nos iriam ajudar; passaram-se três anos e ninguém fez nada. Nem sequer limparam o caminho. Quero agradecer ao governo o que fez por nós...»

Salvo o erro, foi ontem, que ouvi um lavrador com a voz embargada dizer:
"Morreram-me todas as cabeças de gado, queimadas."

E anteontem, uma mulher que gritava e dizia:
"Fiquei sem a minha casa. Ardeu a minha casa com tudo o que eu tinha."

E a gente vê isto e derrete-se-nos o coração no peito.

Seria suposto que os governantes, os responsáveis por este país, e os políticos, viessem a público e denotassem alguma compaixão, alguma solidariedade. Que se vislumbrasse no rosto alguma tristeza, algum sentimento bom.
Mas não, não vemos nem damos por nada, pelo menos eu...
É como se nada de especial acontecesse; como se toda esta enorme tragédia e sofrimento tenha que ser mesmo assim.
Reparem na boa disposição e humor, o risinho fácil e pronto, com que eles se apresentam em público.
E se por acaso são confrontados com a situação por um ou outro jornalista mais sensível, eles aproveitam não para se identificarem com os que choram e sofrem, mas antes para tocar a trombeta, e desbobinar a lista de tudo o que fizeram ou vão fazer para melhorar a situação.
Pobre povo!
Todos os anos nesta altura é sempre a mesma coisa.
Não está certo. Não pode ser.
Chegará um dia em que a situação vai ter que mudar.
Que venha esse dia.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Os Poetas


Eu, há vinte e tal anos.

Na minha aldeia há dois poetas e os dois são meus amigos.
Já aqui apresentei a ambos e divulguei algus poemas seus.
Anteontem, andava eu a mudar a terra dos vasos - são dezenas - quando ouvi a minha irmã lá fora a chamar-me: «Ó Viviana! Olha, está aqui o sr. Chico da carreira á tua procura.»
Larguei logo tudo, e com as mãos sujas de terra abri o portão e fui ao seu encontro.
Calmo, sereno, tranquilo, cabelos brancos condizentes com os seus oitenta e tal anos, o senhor António Magueijo, mais conhecido como "Chico da Carreira", é meu amigo há muitos anos. Estendeu-me a mão e cumprimentou-me.Depois de conversarmos um pouco, ele pegou no seu último livro de poemas, abriu - o e pediu-me licença para me ler alguns dos seus preferidos. Debaixo da figueira, á sombra, ouvi atentatamente e comovidamente os seus poemas.

Hoje, andava eu a plantar roseiras, debaixo de um sol abrasador, quando veio ter comigo o sr. António Rufino, o outro poeta da aldeia que mora duas casas ao lado da minha.Passou-me para as mãos um dossier que trazia na mão e disse-me:
«Ó dona Viviana, queria que fizesse o favor de ler estes dois últimos poemas que eu escrevi.»
O suor, como se diz por cá, "corria-me em bica"! Os olhos ardiam-me creio que pelo sal do suor que pingava da testa.
Sugeri ao sr. Rufino que por causa do sol queimar muito nos abrigássemos debaixo do "Laurel", que se encontra todo florido.
Eu fiz questão de ler em voz alta, devagar, pausadamente, tentando captar o melhor possível o sentimento e o estado de alma que o levou a passar para o papel o que lhe ia no coração.
Depois, quando acabei, convidou-me a ir á sua casa ali ao lado, para apreciar uns quadros que ele fez com colagens.Estavam em molduras de madeira rústica de pinho, que ele próprio tinha construído. Eram bonitas!
Quando já nos despedíamos com um "até já", pois vemo-nos com frequência, ele voltou a entrar em casa e trouxe na mão uma linda moldura de madeira castanha, feita por ele; ofereceu-ma para eu colocar uma fotografia minha. Aceitei-a e disse_lhe: Estou emocionada, obrigada, do coração.
Como ele sugeriu assim fiz. A moldura já tem uma fotografia minha que eu tirei há mais de vinte anos no meio de um campo. Coloqei-a na sala.

"Este nosso mês d'Agosto"


Imagem da net.

O meu amigo Rama.Lyon, do blogue Jardim de Amizade - -http://ramalyon.blogspot.com/- publicou este interessante poema, da sua autoria.
Pedi permissão para o publicar aqui.
Obrigada, amigo.

Este nosso mês d'Agosto

.

Não há qualquer engano

Nas dúvidas do suposto,

O oitavo mês do ano

È mesmo o mês d’Agosto.

.

Lindo mês dos bailaricos

E das romarias d’aldeia,

Onde há tantos namoricos

Sob o olhar da lua cheia.

.

É o viver de um povo

A cantar p´la noite fora,

Que nos traz hoje de novo

As alegrias de outrora.

.

É a vinda de quem erra

Por esse mundo, distante

E agora volta à terra

Como puro emigrante.

.

Muito embora a lenda diga

Que é um mês de desgosto,

Eu penso que é cantiga

Dizer isso do mês d’Agosto.

.

Vejam bem todo o fulgor

Neste mês de mil eventos,

Onde pairam laços d’amor

Em namoros e casamentos.

.

Por isso vamos dar a mão

Com alegria e com gosto,

Regalando o coração

Neste lindo mês d’Agosto.

Rama Lyon

.

terça-feira, 3 de agosto de 2010

O jornalista Mário Bettencourt Resendes, deixou-nos.


O jornalista Mário Brettencourt Resendes

O jornalista Mário Bettencourt Resendes morreu aos 58 anos vitima de cancro.
Era um homem bom, calmo, sereno apaziguador, e um profissional muitíssimo competente.
Eu gostava muito de o ouvir como comentador político na SIC.

Tocou-me, o facto de ele pedir que o seu caixão fossse coberto com a bandeira dos Açores, sua terra natal, com a bandeira do Diário de Notícias, do qual foi director e com a bandeira do Benfica.

Em sua homenagem, e como sinal do meu apreço e reconhecimento pelo seu valioso trabalho, decidi publicar aqui, hoje, o seu depoimento sobre o Benfica - inserido no livro "Ser Benfiquista", da autoria de Luís Miguel Pereira.
Quando ontem á noite em família comentávamos a sua partida, o meu Zé apareceu-me com o livro aberto na página noventa para que eu lesse o seu depoimento. Li, achei muito bonito e decidi publicá-lo.
É uma das cem figuras históricas que dão o seu contributo para este livro.

CEM ANOS SEM SOLIDÃO

«Na já longínqua década de oitenta, uma viagen profissional levou-me até á ilha de Maui, no arquipélago paradisíaco do Havai. Durante três dias tive oportunidade de conviver com os descendentes dos emigrantes portugueses que demandaram aquelas paragens há mais de um século.
O ponto alto da visita foi um jantar ao qual compareceram algumas dezenas de pessoas, todas em plena terceira idade.
Á hora da sobremesa, recebi um dos pedidos mais comoventes que ouvi em toda a minha vida. "Por favor, faça-nos um discurso em português, poucos minutos que sejam, nenhum de nós perceberá nada, mas é a língua dos nossos antepassados e queremos escutá-la...e já agora, se não se importar, diga também alguma coisa sobre...o Benfica."
Reprimi, com dificuldade, a emoção, e desempenhei a missão o melhor que pude. Quando acabei, com "Viva o Benfica, viva Portugal," tinha á volta olhos marejados de lágrimas.
Soube, depois, que havia quem não dispensasse os relatos de futebol dos fins de semana que chegavam ao Havai transmitidos por uma rádio local, através das ondas curtas da Rádiodifusão Portuguesa. Para muitos, era o único ponto de ligação a uma pátria distante, que povoava as memórias das histórias da infância.
Quem já teve a possibilidade de contactar as comunidades de origem portuguesa que se espalham um pouco pelos cinco continentes sabe bem o papel aglutinador e de ligação á terra de origem que o futebol desempenha. Nos últimos anos, com a expansão da R.T.P. Internacional, solidificaram-se esses laços e é agora possível transmitir com maior clareza ás novas gerações a magia do desporto - Rei e a importância singular que tem na sociedade portuguesa. E, gostem ou não os adeptos de outos clubes, é indiscutível que o Benfica é um caso á parte, mobiliza as emoções e as almas com uma dinâmica de contágio que não tem paralelo.
Eu próprio recordo, com imensa saudade, as vitórias europeias dos anos sessenta. Frequentava então o Liceu Antero de Quental, em Ponta Delgada, e levava para as aulas um pequeno rádio de pilhas que, quando os jogos aconteciam em tempo escolar, me trazia os golos de Eusèbio, Coluna, Simões, José Augusto, Torres e tantos outros. A televisão só chegaria aos Açores em 1975 e, por isso, o entusiasmo dos locutores da rádio, alimentava e construia imagens de jogadas fabulosas a que nunca havíamos assistido.
Foi também por isso que, em Maui, me senti tão próximo daquele grupo de descendentes de Portugueses que queriam ouvir pronunciar a palavra "Benfica.".»

Mário Bettencourt Resendes
Jornalista e Director Geral de Publicações do Grupo Luso-Média

Um momento hilariante


A mangueira. Faz lembrar as cobras.

A velha e gasta mangueira (de regar) estava mesmo a precisar de ser substituída.
Tinha sido baratinha...daí a qualidade não ser por aí além.
A mãe costumava dizer: «O barato sai caro.» E creio que ela tinha razão.
Há pouco tempo abriu uma grande superfície (Modelo) pertinho da aldeia, e nós, eu e a minha irmã Teresa, logo no dia da inauguração decidimos comprar uma mangueira nova. Claro, que lembrando as palavras da mãe, optámos por uma das melhores e mais caras. É tão avançada, que tem uma série de opções e mecanismos que não é facil logo á primeira lidar com ela com sucesso.
Estes dias, ao fim da tarde, estava a regar com muito cuidado um canteiro onde tinha acabado de plantar algumas plantas. Digo, regar com cuidado, pois se o jacto de água fôr demasiado forte vai decerto desenterrar as plantinhas...
Bom, lá ia regando com muita precaução, mas a certa altura atrapalhei-me pois rodei para o lado errado, e ás tantas, estava a sair um jacto com enorme potência, que eu tentei desviar do canteiro para salvaguardar as plantas, e ao virar a mangueira para fora do canteiro, fui apanhar em cheio o sr. Jaime, que estava ali a trabalhar.Não foi nada! Apanhei-o de frente! Podem imaginar o banho que o homem levou!
Ao olhar para ele, deu-me um ataque de riso daqueles que é difícil de parar, e quanto mais me ria mais descontrolado estava o jacto de água que já ia em todas as direcções!
Foi quando clamei: Acuda-me sr. Jaime! Ajude-me a fechar isto!
Lá veio o homem perdido de riso, encharcado, fechar a mangueira.
Nota:
Informo, com muito prazer e satisfação, que já domino a técnica na perfeição.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

"Namoro todos os dias"


Imagem da net.

Este tempo na aldeia tem sido deveras enriquecedor.
Num destes dias conversando com o amigo A., nascido, criado e "vivido" lá... que anda na casa dos sessenta, faláva-me ele de como foi conseguindo com muito esforço e trabalho, adquirir o património que hoje tem - terrenos e casas para alugar - quando, referindo-se á mulher, a A., a colocou nos píncaros no que respeita á capacidade de trabalho, de luta, de bom senso, de sabedoria, compreensão e AMOR.
Disse-me:
«Concordo sempre com ela.»
De repente, parou de falar, fixou-me e com os olhos pequeninos a brilhar de contentamento e disse-me: «Namoro todos os dias!»
Achei lindo e comovente...
No dia seguinte encontrei-os juntos e foi muito fácil constatar que era mesmo assim...que eles namoram todos os dias.

domingo, 1 de agosto de 2010

Porque hoje é Domingo (113)


Imagem da net.

Meus irmãos, pela fé que têm em Jesus Cristo, nosso glorioso Senhor, não tratem as pessoas com medidas diferentes! Imaginem, por exemplo, que entram dois homens na vossa sinagoga, um com anéis de ouro e ricamente vestido e outro pobre e muito mal vestido. Dirigem-se ao que vem ricamente vestido e dizem-lhe: «Senta-te aqui no lugar de honra!» Depois dizem ao pobre: «Tu fica aí de pé ou senta-te no chão junto ao meu estrado.» Não vêem que desta maneira estão a fazer diferenças entre pessoas e a julgá-las por critérios errados?»

Ouçam bem, meus queridos irmãos. Como sabem, Deus escolheu aqueles que são pobres aos olhos do mundo para lhes dar a riqueza da fé e os fazer herdeiros do reino que ele prometeu a quem o ama. No entanto, desprezam os pobres. Mas não são porventura os ricos que vos oprimem e que vos levam a tribunal? Não são eles que blasfemam contra o maravilhoso nome que foi invocado em vosso benefício?
Portanto, procedem bem, se cumprirem o mandamento fundamental do reino, que está na Escritura: Amarás o teu semalhante como a ti mesmo.
Mas se fazem diferenças entre as pessoas, isso é pecado e a lei de Deus condena-vos como transgressores. Pois aquele que cumpre os mandamentos da lei, mas despreza um só deles, é como se os tivesse desprezado a todos. Deus que disse: Não cometerás adultério também disse: Não matarás. Se matares alguém, ainda que cometas adultério, tornas-te fransgrssor da lei.
Portanto devem falar e viver como quem vai ser julgado pela lei da liberdade. Será julgado sem misericórdia aquele que não mostrou misericórdia.
No dia do juízo, a misericórdia é a que vence.
(Ep. de S. Tiago cap. 2:1 a 13)