terça-feira, 30 de novembro de 2010

O toque da Pintura


Esta maravilha foi concluída hoje mesmo.








Fui tocada de uma forma muito especial, por estas criações da autoria do meu querido amigo Renato Oliveira, do Porto, que teve a gentileza de as partilhar comigo.
Ao publicá-las aqui, desejo que também os meus simpáticos leitores possam por elas ser tocados.

Melodia


Foto de MC.

Melodia

Corpo delgado.
Aragem doce.
Passa tão leve
Na minha mão

(Ave de pluma
E de silêncio!)

Como se fosse
Uma canção...

(Pedro Homem de Melo)

domingo, 28 de novembro de 2010

A benção recebida



E chegou o momento alto do culto, a exposição da Palavra.
Ele levantou-se do seu lugar, foi á frente, abriu a sua Bíblia e com um sorriso no rosto, serenamente, com convicção e sabedoria, transmitiu de uma forma simples mas perceptível a mensagem que trazia da parte de Deus.
Era a primeira vez que o fazia.
Eu, sua mãe, ao vê-lo e ao ouví-lo, fui inundada por uma tranquila mas profunda alegria e um sentimento tão grande de bem-estar, que nem sequer sei descrever bem.
Valeu a pena estes 28 anos de amor doado, incondicional e sem reservas; de ensino e aconselhamento, e de exemplo vivo, da noção da resposabilidade de "passar a mensagem" que dos meus queridos pais recebi.
Se não fosse por mais nada, teria valido a pena a vida, por a benção hoje recebida.
Obrigada meu filho e que o "nosso" Deus te abençoe.

Nota:

Recebi há pouco este e-mail do Pedro, meu filho mais velho:

Olá mãe

Li o teu post sobre a pregação do Zé (pelo que percebi, foi ontem, não foi?), e pensei em comentar no próprio blog. Mas como não queria que alguém julgasse que me estava a "armar" ou apenas a querer dar um toque mais "emocionante" ao post, resolvi fazê-lo apenas por email. Sei que ficas contente, e é essa única razão para partilhar que, muito provavelmente ao mesmo tempo que o Zé pregava na Amadora, entre as 11,50 h. e as 12, 15 h., eu estava a pregar em Rio Maior. Claro que o Zé tem um significado especial por ser a primeira vez, mas concerteza que a tua alegria vai aumentar ainda mais sabendo que eram dois, e não um, os teus filhos que pregavam a Palavra de Deus.
Beijinhos,

Pedro

Segunda nota:

A essa mesma hora, na Igreja Evangélica Baptista do Cacém, o meu filho Miguel apresentava a Lição da Escola Bíblica Dominical á classe dos Jovens.

sábado, 27 de novembro de 2010

Porque hoje é Domingo (130)


Imagem da net.

Então, pela virtude do Espírito, voltou Jesus para a Galiléia, e a sua fama correu por todas as terras em derredor.
E ensinava nas suas sinagogas, e por todos era louvado.
E, chegando a Nazaré, onde fora criado, entrou num dia de sábado, segundo o seu costume, na sinagoga, e levantou-se para ler.
E foi-lhe dado o livro do profeta Isaías; e, quando abriu o livro, achou o lugar em que estava escrito:
O Espírito do Senhor é sobre mim, Pois que me ungiu para evangelizar os pobres. Enviou-me a curar os quebrantados do coração,
A pregar liberdade aos cativos, E restauração da vista aos cegos, A pôr em liberdade os oprimidos, A anunciar o ano aceitável do SENHOR.
E, cerrando o livro, e tornando-o a dar ao ministro, assentou-se; e os olhos de todos na sinagoga estavam fitos nele.
Então começou a dizer-lhes: Hoje se cumpriu esta Escritura em vossos ouvidos.
E todos lhe davam testemunho, e se maravilhavam das palavras de graça que saíam da sua boca; e diziam: Não é este o filho de José?
E ele lhes disse: Sem dúvida me direis este provérbio: Médico, cura-te a ti mesmo; faze também aqui na tua pátria tudo que ouvimos ter sido feito em Cafarnaum.
E disse: Em verdade vos digo que nenhum profeta é bem recebido na sua pátria.
Em verdade vos digo que muitas viúvas existiam em Israel nos dias de Elias, quando o céu se cerrou por três anos e seis meses, de sorte que em toda a terra houve grande fome;
E a nenhuma delas foi enviado Elias, senão a Sarepta de Sidom, a uma mulher viúva.
E muitos leprosos havia em Israel no tempo do profeta Eliseu, e nenhum deles foi purificado, senão Naamã, o sírio.
E todos, na sinagoga, ouvindo estas coisas, se encheram de ira.
E, levantando-se, o expulsaram da cidade, e o levaram até ao cume do monte em que a cidade deles estava edificada, para dali o precipitarem.
Ele, porém, passando pelo meio deles, retirou-se.
(Ev.de S. Lucas cap.4:14 a 30)

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

"Eu conheço um País"...



*"EU CONHEÇO UM PAÍS..."

**Nicolau Santos,** Director - adjunto do Jornal Expresso, In Revista
"Exportar"
*-Eu conheço um país que tem uma das mais baixas taxas de mortalidade
mundial de recém-nascidos, melhor que a média da UE.
-Eu conheço um país onde tem sede uma empresa que é líder mundial de
tecnologia de transformadores.
-Eu conheço um país que é líder mundial na produção de feltros para chapéus.
*-Eu conheço um país que tem uma empresa que inventa jogos para telemóveis e
os vende no exterior para dezenas de mercados.*
*Eu conheço um país que tem uma empresa que concebeu um sistema pelo qual
você pode escolher, no seu telemóvel, a sala de cinema onde quer ir, o filme
que quer ver e a cadeira onde se quer sentar.*
*Eu conheço um país que tem uma empresa que inventou um sistema biométrico
de pagamento nas bombas de gasolina.*
*Eu conheço um país que tem uma empresa que inventou uma bilha de gás muito
leve que já ganhou prémios internacionais.*
*Eu conheço um país que tem um dos melhores sistemas de Multibanco a nível
mundial, permitindo operações inexistentes na Alemanha, Inglaterra ou
Estados Unidos.
Eu conheço um país que revolucionou o sistema financeiro e tem três Bancos
nos cinco primeiros da Europa.*
*Eu conheço um país que está muito avançado na investigação e produção de
energia através das ondas do mar e do vento.*
*Eu conheço um país que tem uma empresa que analisa o ADN de plantas e
animais e envia os resultados para os de toda a EU.*
*Eu conheço um país que desenvolveu sistemas de gestão inovadores de
clientes e de stocks, dirigidos às PMES.
Eu conheço um país que tem diversas empresas a trabalhar para a NASA e a
Agência Espacial Europeia.
Eu conheço um país que desenvolveu um sistema muito cómodo de passar nas
portagens das auto-estradas.
Eu conheço um país que inventou e produz um medicamento anti-epiléptico para
o mercado mundial.
Eu conheço um país que é líder mundial na produção de rolhas de cortiça.
Eu conheço um país que produz um vinho que em duas provas ibéricas superou
vários dos melhores vinhos espanhóis.*
*Eu conheço um país que inventou e desenvolveu o melhor sistema mundial de
pagamento de pré-pagos para telemóveis.*
*Eu conheço um país que construiu um conjunto de projectos hoteleiros de
excelente qualidade pelo Mundo.
**Eu Luís Pirão,** acrescento mais uns pontos à lista do Nicolau Santos:
- Eu conheço um país que é segundo em net de banda larga na Europa.*
*- Eu conheço um país que tem uma capital com eventos culturais fantásticos
que fazem frente a qualquer cidade do mundo. Que tem potencialidades
turísticas ilimitadas com restaurantes para todas as carteiras e com comida
deliciosa, assim como alojamento para todas as bolsas e de razoável
qualidade. Basta ir a Londres e ver toda a gente a comer sandwiches no
jardim pois a alimentação atingiu preços exorbitantes nos restaurantes.*
*- Eu conheço um país com uma história ímpar que ligou todos os continentes
comercialmente pela primeira vez na história da humanidade no século XVI.*
*- Eu conheço um país que tem a sua selecção de futebol neste mês de Maio no
3.º lugar do ranking mundial em mais de 200 nações, só o Brasil e a Espanha
estão à frente com poucos pontos de diferença.*
*- Eu conheço um país que conquistou meio mundo no século XVI com base no
respeito pelos outros povos, com base nas trocas comerciais, com base na
diplomacia. *
*- Eu conheço um país que venceu os seus compatriotas espanhóis pela força
de vontade de um homem chamado Nuno Alvares Pereira e que permitiu a paz
para a nação se lançar nos descobrimentos marítimos.*
*Eu **José Lopes**, acrescento mais uns pontos à lista do Nicolau Santos e
do Luís Pirão:*
*- Eu conheço um País que está a criar um medicamento que previne e combate
a obesidade.
- Eu conheço um País que produz os melhores sapatos do mundo.
- Eu conheço um País que produz os fatos usados na Fórmula 1 e nos
astronautas da NASA.
- Eu conheço um País que produz o melhor software de GPS do mundo.
- Eu conheço um País que faz os melhores lasers do mundo, utilizados na
medicina e na indústria aeroespacial.
- Eu conheço um País que tem um monumento que tem 6 orgãos, sendo o único no
mundo (Convento Mafra).
- Eu conheço um País que produz os adereços utilizados pela indústria
cinematográfica de Hollywood.
- Eu conheço um País que tem a maior variedade gastronómica do mundo.
- Eu conheço um País que criou a única palete de cores para leitura de
daltónicos.
O leitor, possivelmente, não reconheceu neste país aquele em que vive...

*P O R T U G A L !!!!*

* **Mas é verdade.**Tudo o que leu acima foi feito por empresas fundadas
por **portugueses,** desenvolvidas por portugueses, dirigidas por
portugueses, com sede em Portugal, que funcionam com técnicos e
trabalhadores portugueses.*
*Chamam-se, por ordem, Efacec, Fepsa, Ydreams, Mobycomp, GALP, SIBS, BPI,
BCP, Totta, BES, CGD, Stab Vida, Altitude Software, Out Systems, WeDo,
Quinta do Monte d'Oiro, Brisa Space Services, Bial, Activespace
Technologies, Deimos Engenharia, Lusospace, Skysoft, Portugal Telecom
Inovação, Grupos Vila Galé, Amorim, Pestana, Porto Bay e BES Turismo.*
*Há ainda** grandes **empresas multinacionais** instalada no País, mas
dirigidas por portugueses, com **técnicos** **portugueses,** de reconhecido
sucesso junto das casas mãe,como a Siemens Portugal, Bosch, Vulcano,
Alcatel, BP Portugal e a Mc Donalds (que desenvolveu e aperfeiçoou em
Portugal um sistema que permite quantificar as refeições e tipo que são
vendidas em cada e todos os estabelecimentos da cadeia em todo o mundo ) .
*É este o País de sucesso** em que também vivemos, mas nós só falamos do
País que está mal, daquele que não acompanhou o progresso. **É tempo de
mostrarmos ao mundo os nossos sucessos e nos orgulharmos disso**.*
*Vamos mudar a nossa** **mentalidade para ajudarmos o nosso país que tanto
precisa de nós, vamos dar o primeiro passo e falar coisas positivas e
optimistas.*
(Recebido via e-mail.)

"Não passarei de novo por aqui"


Imagem recebida via e-mail.

"Vou passar pela vida uma só vez,
por isso, qualquer coisa boa que eu possa fazer,
ou alguma amabilidade que possa fazer a um ser humano,
devo fazê-lo agora, porque não passarei de novo por aqui."

Madre Teresa de Calcutá

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Desafio dos Sete


Foto da viviana

Recebi esse Desafio da amiga,Ana - do blogue:
http://anasique.blogspot.com/ um Desafio com 7 que consiste 7 em perguntas:

Obrigada Ana.

7 Coisas que pretendo fazer antes de morrer: (Se Deus assim o entender)

1 - Falar da Boa Nova do amor de Deus a todos quanto puder.
2 - Valorizar e usufruir cada dia mais da amizade e do carinho de tantos,
amigos queridos que Deus mandou ao meu encontro durante a minha vida.
3 - Não defraudar a expectativa daqueles que de alguma maneira esperam algo
de mim.
4 - Caminhar com os meus oito netos - incluindo a Clara que tem dois meses -
pelos campos, escutando os pássaros e ensinando-lhes o nome das árvores e
das flores.
5 - Escrever um livro.
6 - Assistir ao baptismo dos meus oito netos, vendo-os dar cumprimento á Orde-
nança do Senhor Jesus Cristo.
7 - Receber no colo os bisnetos que Deus me vai ofertar.

7 Coisas que mais digo:

1 - Deus é grande
2 - Obrigada Senhor
3 - Senhor por favor ajuda-me
4 - Que os teu anjos Senhor, acompanhem o meu filho e afastem dele todo o mal
e todo o perigo. (Sempre que eles pegam no carro)
5 - Nem a festa se fazia
6 - Tinha que tocar a trombeta
6 - Tudo tem o seu tempo
7 - É fatal como o destino.

7 Coisas que faço bem:

1 - Bolo de chocolate
2 - Esparguete á bolonhesa
3 - Tratar do jardim
4 - Ouvir as pessoas
5 - Passar a roupa a ferro
6 - Falar em público
7 - Decidir o que cozinhar

Defeitos meus

1 - Falar muito
2 - Deitar tarde
3 - Não telefonar aos amigos
4 - Quase não escrever cartas
5 - Quase não comprar roupa
6 - Cada vez sair menos de casa
7 - Não agarrar algumas oportunidades que eu sei que nunca mais voltam.

7 Coisas que amo:

1 - O meu Deus e Senhor
2 - A minha família
3 - Os meus queridos irmãos na fé
4 - Os meus amigos
5 - A natureza e todo o universo
6 - O meu gato Teco, os meus passarinhos e os meus peixinhos
7 - A minha Pátria - Portugal

7 Qualidades minhas:

1 - Verdadeira
2 - Sincera
3 - Honesta
4 - Perdoadora
5 - Compassiva
6 - Grata
7 - Perseverante

7 Amigos para participarem desse Desafio:

1 - Ana Maria - do blogue: http://atelierdaspoesias.blogspot.com/
2 - Leandro - do blogue: http://leandropossadagua.wordpress.com/author/possadagua/
3 - Hélia - do blogue: http://horizontes-helia.blogspot.com/
4 - Michele - do blogue:http://profmieseusdesvaneios.blogspot.com/
5 - Liláz da Violeta - do blogue: http://alfazema-e-violetas.blogspot.com/
6 - Elaine- -do blogue:http://elainegaspareto.blogspot.com/
7 - Jhacy - do blogue: http://jhacyms3m.blogspot.com/

Não é um Desafio fácil de responder, mas deixo aqui
os 7 escolhidos por mim e que eles se sintam à vontade
para aceitar ou não.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Á luz do candeeiro de petróleo



Passou ontem na televisão um excelente trabalho da autoria do Sociólogo Antonio Barreto - Horas do Douro -

A certa altura uma mulher diz:

"A vida era dura. Eu cheguei a andar de noite, quando era criança, com um candeeiro de petróleo na mão, a alumiar o meu pai enquanto ele cavava o nosso pedaço de terra para plantar as nossas coisitas, pois ele durante o dia tinha que ir trabalhar nos vinhedos dos senhores."

Eu não sabia.
Eu não imaginava.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

O brinco



A semana passada eu e o Jorge decidimos ir almoçar a um pequeno restaurante que abriu há pouco tempo aqui no Bairro, e onde se pode comer uma excelente comida caseira.
Vivo num terceiro andar onde há uma escadaria de pedra.
O Jorge foi descendo para ir vêr o correio, e eu fiquei a acabar de colocar uns brincos, que só raramente uso, pois reservo-os mais para dias especiais. São bonitos, cada um com uma pérola grande e uma estrutura dourada. Tenho apreço por eles porque me foram oferecidos por a Néné, uma jovem amiga guineense da qual sou madrinha de casamento.
Ao sair a porta para a escada tive o cuidado de levar a mão á orelha direita para ter a certeza que o brinco estava bem preso (são de mola) mas não fiz o mesmo com a orelha esquerda.
Tinha apenas descido os dois primeiros degraus da escada, quando ouvi o brinco esquerdo cair na escada e saltitar de degrau em degrau por ali abaixo.
Fiquei tristíssima, pois pensei que a pérola batendo nas escadas de pedra se partiria toda e o brinco ficaria inutilizado. Até parei na escada a lamentar o estrago do brinco.
Bom, fui descendo e procurando com os olhos os possíveis bocados do brinco. Ao fim do primeiro lanço de escadas estava junto á janela a estrutura dourada do brinco, porém não via a pérola ou pedaços dela.Continuei descendo e procurando até que no tapete do vizinho do andar de baixo, vi a pérola.Baixei-me, apanhei-a, e sem reparar como estava coloquei-a fechada na palma da mão esquerda onde já estava guardada a outra parte do brinco, ou seja, a estrutura metálica.
Como o Jorge estava lá em baixo á minha espera, e eu, habitualmente não faço esperar ninguém...pelo menos não gosto nada, fui descendo rápidamente sem olhar em pormenor as duas partes do brinco.
Quando cheguei á rua, junto do Jorge, estava a contar.lhe o que tinha acontecido com o meu brinco de estimação e, nesse momento, abro a mão para vêr os estragos, pensando que o brinco estaria inutilizado, mas, para meu espanto, inacreditávelmente, a pérola não só não estava partida nem riscada...como estava montada, colada, no respectivo suporte metálico! Eu fiquei espantadíssima, sem acreditar no que acontecera! "Alguém" montou o brinco na minha mão fechada!
Resultado, peguei no brinco, coloquei-o na orelha e fui almoçar e depois caminhar sempre com o brinco!
Eu não sei explicar o que aconteceu dentro da minha mão fechada onde eu tinha guardado as duas partes separadas do brinco.
Cá para mim, foi o meu Deus que gosta tanto de mim que não queria ver-me triste. Ele é o Deus tanto das grandes coisas, como também das pequenas!

domingo, 21 de novembro de 2010

Aos oitenta anos uma vida com sentido


Imagem da net.

Gosto de estar informada e para isso, vejo habitualmente, os noticiários da manhã, da tarde e da noite na televisão.
Esta noite, quando me preparava para me levantar do sofá, após as notícias, chamou-me a atenção um programa onde se via uma mulher idosa, a quem se abria a porta do Estabelecimento Prisional de Leiria, terra da minha infância.
Ao vê-la, com um pequeno saco de papel na mão, pensei que fosse uma mãe a visitar um filho que ali estivesse preso. Mas não, cedo me apercebi que afinal a senhora com os seus oitenta anos visita um grupo de cerca de dez jovens que ali estão detidos.
Com um sorriso bonito, calma, serena, ligeirinha, com o cabelinho arranjado, elegante, e com um vestido bonito, esta mulher sentou- se na sala onde os presos recebem as visitas. Não demorou muito sem que aparecesse um grupo de cerca de dez jovens, uns ligeiramente mais velhos que os outros, que alegremente a abraçavam e sorriam, ficando depois, um a um a conversar com ela . Reparei que um deitava a cabeça no seu colo e ela abraçava-o e acarinhava-o.

Todos disseram palavras bonitas sobre ela e deram o seu testemunho de como ela é importante na vida deles. Tratam-na por avózinha e é assim que ela é conhecida na prisão.
Ao sair, e ao ser-lhe perguntado pela jornalista do programa porque razão ela com aquela idade vinha ali com frequência visitar os jovens, ela respondeu:
"Eu já venho aqui há muito tempo e gosto muito de cá vir e estar com eles. Eu sou velha, tenho oitenta anos, mas eles são jovens e têm a vida pela frente, então eu procuro encorajá-los e ajudá-los a não se deixarem abater. Olhe, eu nem sequer vou ao médico, porque já sei que se lá fôr ele concerteza que com esta idade me vai encontrar alguma coisinha e isso faria com que me mandasse fazer exames e coisas e mais coisas e eu nunca mais dali saía... e eu não tenho tempo para isso."

E lá seguiu ligeirinha e sorridente o seu caminho.
Fiquei a pensar na forma sábia e tão útil como esta mulher idosa, que tinha todo o direito de estar a descansar, ocupa o seu tempo.
Impressionou-me.
Mostrou-me também que eu, com menos dez anos do que ela, posso certamente de alguma forma ser útil a alguém que por aí precise de mim.

Porque hoje é Domingo (129)


Capela de Gouveia -Sintra

“Ainda que a figueira não floresça,
nem haja fruto na vide;
o produto da oliveira minta,
e os campos não produzam
mantimento;
as ovelhas sejam arrebatadas
do aprisco,
e nos currais não haja gado,
todavia, eu me alegro no Senhor,
exulto no Deus da minha salvação.
O Senhor Deus é a minha fortaleza,
e faz os meus pés como os da corça,
e me faz andar altaneiramente.”

(Livro do profeta Habacuque cap.3:17 a 19)

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Alemanha não tem Islão a mais, mas Cristianismo a menos, diz Merkel



Cristãos Democratas preparam-se para passar resolução que consagra as raízes judaico-cristãs da Alemanha.
A Chanceler da Alemanha, Angela Merkel, recebeu um estrondoso aplauso do Congresso do seu partido, a União Democrata Cristã, ao anunciar que o problema da Alemanha não passa por um excesso de Islão, mas sim de uma escassez de Cristianismo.

O comentário de Merkel surge no contexto de um debate alargado sobre a identidade alemã, o lugar dos cerca de 4 milhões de muçulmanos na sociedade e o multiculturalismo, um projecto que a Chanceler considera ter falhado.

“Não temos demasiado Islão, temos pouco Cristianismo. Temos poucas discussões sobre a visão cristã da humanidade”, afirmou a política, que em diversas ocasiões já manifestou publicamente a sua fé cristã.

A Alemanha precisa de mais debate sobre “os valores que nos guiam e a nossa tradição judaico-cristã. Temos que realçar isto com confiança, então conseguiremos chegar à coesão na nossa sociedade”.

As palavras de Merkel surgem numa altura em que foi tornado público que o seu partido quer passar uma resolução a consagrar a identidade judaico-cristã da Alemanha. Uma medida que não significa a exclusão dos muçulmanos, insiste a chanceler. “Esperamos que aqueles que venham para cá a respeitem [a tradição judaico-cristã], mantendo todavia a sua identidade pessoal”.

A liberdade religiosa não está em causa, adianta Merkel, que aproveitou para deixar uma mensagem sobre as minorias cristãs em países de maioria islâmica, ao dizer: “Claro que somos pela liberdade de cada um praticar a sua fé. Mas a liberdade cristã não pode parar nas nossas fronteiras. Isto aplica-se também a cristãos noutros países do mundo”.
(Renascença)

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Deputados Portugueses recebem Bíblia assinada pelos próprios




«A iniciativa, da Sociedade Bíblica Portuguesa, tem como objectivo ajudar a repensar a política a partir da Sagrada Escritura.

Os deputados portugueses receberam esta quarta-feira, uma Bíblia exclusiva, com textos introdutórios escritos pelos próprios.

Cada deputado escreveu o seu texto introdutório à Bíblia

“Convidámos um parlamentar de cada um dos grupos a escrever um texto introdutório à Bíblia. Temos um de cada dos partidos representados na Assembleia da República. Há uns que privilegiaram a questão dos valores e da cultura, outros privilegiam a luta contra as injustiças e há também até quem chame a atenção para a importância que a mensagem bíblica tem no cuidado do nosso planeta, que é um dos maiores desafios que a humanidade alguma vez enfrentou”, afirma Alfredo Abreu, da Sociedade Bíblica Portuguesa, autora da iniciativa.

A Sociedade Bíblica Portuguesa assinala assim os 200 anos da sua actividade no nosso país. Com esta iniciativa, pretende também ajudar a repensar a política a partir da Sagrada Escritura.

"É o momento certo para reflectir", diz Alfredo Abreu

“Há, na própria Bíblia, alguns textos específicos para quem tem responsabilidades de governação. Num momento como este, em que nós nos questionamos se temos feito um modelo de sociedade melhor – parece-me que não, parece-me que temos feito algumas más escolhas – é o momento certo para reflectir”, indica Alfredo Abreu.

A entrega da Bíblia foi feita numa audiência com Jaime Gama, Presidente da Assembleia da República.»
(Renascença)

Diz a Palavra:

FELIZ A NAÇÃO, CUJO DEUS É O SENHOR;
FELIZ È O POVO QUE ELE ESCOLHEU PARA SI.
(Livro dos salmos cap. 34:12)

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Saudades das poças de água da infância


Foto em: http://scrapbyde.blogspot.com/

Hoje, conversando via telefone com a maninha Esperança, ela referiu-se a um comentário deixado no meu blogue por um novo leitor de apelido Possadágua.
Eu disse-lhe: Olha, gosto do nome Possadágua! Acho muito bonito! Os que me conhecem mais de perto sabem o quanto eu aprecio a água, a chuva, os ribeiros, os rios, o mar, etc.etc. De imediato, ela, que leva três anos á minha frente, suspirou e disse: "Ai Viviana! Que saudades das poças de água da nossa infância! Lembras-te de como nós, com os pés descalços, não perdíamos a oportunidade de atravessar as poças fazendo salpicar a água para tudo quanto era lado! Ás vezes, aí, era mais o nosso irmão, que leva três anos atrás de mim, que vinha de lá a correr e dava um salto para dentro da poça divertindo-se imenso a nos molhar-nos! Lembro-me de andar á chuva com a água a escorrer pelas tranças que caíam sobre as costas...
Estávamos nós nesta nostalgia das poças de água, quando a maninha Esperança disse: "Há quanto tempo eu não vejo uma poça de água!" Ela mora há mais de quarenta anos no centro da cidade de Lisboa. Eu disse-lhe: Olha, eu por aqui como há campo, bosques e matas e a minha querida Ribeira das Jardas...vejo poças com frequência, só que já não meto os pés descalços dentro delas! Consolo-me em vê-las, em olhá-las.
Pois é, disse eu, aí em Lisboa impermeabilizaram de tal maneira o chão que não há mesmo hipóptese de haver poças de água.Foi quando ela disse: "É isso, construiram a cidade de tal maneira, que o que há são inundações que transformam as ruas em rios...mal chove um pouco demais.
É verdade, disse eu. Não era melhor haver "bocadinhos" de chão de terra, onde se formassem as poças, iguais ás da nossa infância?

Outros "Mimos" que chegaram nos últimos tempos


"Mimo" acabadinho de chegar, presente lindo da amiga Sandra do blogue:
http://aotoquedoamor.blogspot.com/
Obrigada, querida amiguinha


Este, chegou agorinha mesmo, oferecido com carinho por a Ana do blogue:
http://anamgs.blogspot.com/
Obrigada, amiga querida.


"Mimo" recebido da querida amiga Isabel do blogue:
http://bc-beblogspotcom.blogspot.com/
Obrigada boa amiga.













"Mimos" oferecidos pela amiga Sandra do blogue:
http://aotoquedoamor.blogspot.com/
Obrigada, querida amiguinha

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Um presente lindo



PRÉMIO DARDOS

" O prémio dNegritoardos é o reconhecimento dos ideais que cada blogueiro emprega ao publicar, ou transmitir valores culturais, éticos, literários, pessoais, etc... que em suma demonstram a sua criatividade através do pensamento vivo que está intacto entre suas letras e suas palavras.

Estes selos foram criados com a intenção de promover a confraternização entre os blogueiros , uma forma de demonstrar o carinho e reconhecimento por um trabalho que agregue valor à web"

Estou muito grata á minha amiga Fernanda do blogue:

http://nanda-fernandarocmsncom.blogspot.com/
Por ter tido a gentileza de me oferecer este selo. Obrigada, pois.

Quero ofertá-lo com muito gosto aos seguintes amigos:
1 - Manuel - do blogue:
http://arrozcomtodos.blogspot.com/
2 - Ana Maria - do blogue:
http://atelierdaspoesias.blogspot.com/
3 - Ana - do blogue:
http://anamgs.blogspot.com/
4 - Sonia - do blogue:
http://sonreglom.blogspot.com/
5 - Margarida - do blogue
http://a-sombra-do-vento.blogspot.com/

Assim falou Madre Teresa de Calcutá


fotosearch.com.br.

«É fácil amar os que estão longe. Mas nem sempre é fácil amar os que vivem ao nosso lado. É mais fácil dar um prato de comida a um faminto, do que abrandar a solidão de quem precisa de amor, na nossa própria casa.»

(Madre Teresa)

domingo, 14 de novembro de 2010

Adeus, senhor Adeus!


João Serra, o "senhor Adeus"

Já tanta gente falou e escreveu sobre ele, "o senhor Adeus," que provávelmente uma boa parte dos portugueses já conhece a sua história, mas, não quero deixar passar a oportunidade de publicar aqui neste cantinho, alguma coisa sobre este homem que teve um comportamento que nos faz pensar.
Nasceu numa família abastada que residia num palacete perto do Saldanha. Aos 13 anos os pais separaram-se e ele foi residir com o pai no Restelo (zona chique da cidade) de onde saiu para ir viver com a mãe, novamente, junto ao Saldanha, quando o pai morreu.
Nunca se casou, nunca teve filhos, e viveu com a mãe até esta morrrer,
há cerca de quinze anos.
Dizia que não aguentava a solidão, sobretudo á noite, pois não tinha ninguém com quem falar. Foi então que se lembrou de sair para rua, por volta das 23 horas e colocando-se no passeio acenava, sorria e atirava beijos aos transeuntes e aos automobilistas que por ali circulavam, só voltando para casa cerca das duas horas da madrugada, altura em que o trânsito diminuia. Regressava muito mais feliz e muito menos só, pois sentia-se "acompanhado" por todas aquelas pessoas a quem, de mão no ar, cumprimentava de uma forma tão única e especial. Fez isto durante muios anos tendo grangeado muitos amigos que ao vê-lo no passeio buzinavam para ele e cumprimentavam-no.
Era também um cinéfilo que apreciava ir ver um bom filme, e assim, há seis anos a esta parte, todos os domingos á tarde ia ao cinema com um jovem amigo, músico numa banda de jazz.
Este homem simpáico e sorridente, que procurava fazer os outros felizes, morreu de um dia para o outro, aos 80 anos de idade, mas não sem antes, na véspera desejar um bom Natal!
Os automobilistas e os transeuntes da zona do Saldanha, estão decerto a sentir a sua falta.
Não haverá por aí um outro "senhor Adeus" que esteja disponível para continuar o seu importante trabalho? Quem sabe? É que atitudes como esta do senhor João Serra - o "senhor Adeus," terão o condão de alegrar, de encorajar e fazer mais felizes os dias dos tempos pesados e negros que estamos a viver.

sábado, 13 de novembro de 2010

Porque hoje é Domingo (128)


Igreja de Rio de Onor - by VRfoto

Aos ricos eu digo; chorem em altos brados pelas desgraças que vos vão acontecer. A vossa riqueza está podre e as vossas roupas estão roídas pela traça. O vosso ouro e a vossa prata desfazem-se. E isso há-de ser a prova do vosso engano e há-de ser como fogo que devora a vossa carne, pois amontoaram riquezs nos últimos dias.
Não pagaram o salário aos trabalhadores que ceifavam as vossas searas. O seu salário roubado protesta contra vós e os gritos dois ceifeiros já chegaram aos ouvidos de Deus todo-poderoso.Passaram a vida no luxo e nos prazeres. O que fizeram foi engordar, como animais para o dia da matança. Condenaram e mataram o justo, que não é capaz de vos resistir.
(Ep.de S. Tiago cap. 5:1a 6)

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

As perdas irreparáveis da Aldeia Comunitária de Rio de Onor


Aldeia e Rio de Onor.Imagem da net.


Imagem da net.


Imagem da net.


Rio de Onor - Bragança - Foto- www.olhares.com/vat69

Rio de Onor é uma pequena aldeia do concelho de Bragança, no extremo nordeste de Portugal. É atravessada pelo rio com o mesmo nome, que, servindo de linha de fronteira com Espanha, divide a povoação em duas partes: uma portuguesa e outra espanhola. A população das duas partes, que vive essencialmente da agricultura e da criação de gado, desloca-se e trabalha os campos indiferentemente, quer eles se situem do lado de cá da fronteira, quer se localizem do lado de lá. Utilizando um dialecto muito próprio (o riodonorês), mantém ainda o regime comunitário na administração rural. Este regime é praticamente o único exemplo vivo do comunitarismo medieval.
(Rio de Onor. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2010)

As tradições comunitárias ainda se conservam vivas, sob a forma da posse colectiva de alguns bens - os campos, os moinhos, os rebanhos - e pelo modo de administração rural, levada a cabo por dois mordomos, designados pelo conselho, assembleia que reúne representantes de todas as famílias, os vizinhos. Outrora os mordomos eram eleitos, mas actualmente existe um esquema de rotação cíclica, de modo a que todos possam exercer as funções. De salientar que a organização social da aldeia portuguesa se conservou mais ao jeito tradicional do que a da sua gémea castelhana.
(ttp://aboutportugal-dylan.blogspot.com/2010/01/rio-de-onor-braganca.html)

Nunca visitei Rio de Onor mas ao longo dos anos tenho-me interessado por tudo quanto a ela diz respeito. Considero-a um património nacional único e valiosíssimo, daí, o meu desejo de que esta aldeia comunitária portuguesa permaneça com as suas caracteristicas que a fazem tão especial

Hoje, o que ouvi sobre ela no noticiário televisivo, deixou-me triste e preocupada.
Desapareceu o rebanho comunitário e o boi da terra. Pude ver a tristeza e a dôr reflectida nos rostos dos homens e mulheres idosos, que assim vêm tradições ancestrais do seu povo, da sua comunidade, irem irremediavelmente desaparecendo.
Contam que os rebanhos comunitários chegaram a ter mais de quatrocentas animais, e que agora muito poucos restavam e por isso decidiram cada um vender os seus. Foi apresentado um homem de cabelos brancos com as suas quatro ovelhas que decidiu manter.
Tambem o boi comunitário já não existe.
Lamentaram que os jovens tenham que partir em busca de realização pessoal, pois a aldeia pouco ou nada tem para hes oferecer.
Disseram que restam apenas cerca de noventa pessoas no total, na aldeia, praticamente todos idosos.
Custou-me muito olhar aqueles rostos e ouvir os seus desabafos.

Pergunto:
Será que não se poderiam ter tomado medidas de apoio e incentivo no sentido de preservar as tradições e apoiar as pessoas, sobretudo os jovens?
Não é uma dôr de alma assistir com indiferença ao desaparecimento de tradições comunitárias tão antigas?

Quem me dera que alguém com responsabilidade nesta área, arregaçasse as mangas e deitasse as mão á obra, e salvasse e preservasse intacto este tesouro que é a Aldeia Comunitária de Rio de Onor.

Atenção!

Se os amigos quiserem saber mais sobre Rio de Onor, vão até ao blogue da minha amiga Fernanda - Viver e Sentir - http://nanda-fernandarocmsncom.blogspot.com/
pois ela escreveu um belíssimo texto sobre o assunto e ilustrou-o com um interessante v´ideo.

A lenda do Palácio de Seteais - Sintra


Palácio de Seteais - Sintra

Seteais é um dos mais belos recantos da serra de Sintra.
Conta a lenda que quando Sintra ainda pertencia aos mouros, um dos primeiros cavaleiros cristãos a subir a serra de Xentra (como os mouros chamavam a Sintra) foi D. Mendo de Paiva. No meio da confusão da debandada de uns e chegada de outros, encontrou-se junto a uma pequena porta secreta por onde fugiram vários mouros da fortaleza. Entre eles viu uma moura muito bonita, acompanhada pela velha aia.
Ao dar com os olhos no cristão, a moura suspirou por se sentir descoberta, e a velha, que ainda não reparara no cavaleiro, apressou-se a pedir-lhe que não suspirasse. Porém, reparando no olhar da ama, fixo num ponto determinado, seguiu-o e viu finalmente o inimigo, que sorridente lhe disse:

- Acaba o que ias dizendo!

Mas a velha, de sobrolho carregado, respondeu-lhe:

- O que tenho para dizer não serve para ouvires, cáfir! Os cristãos já têm tudo quanto queriam:
os nossos bens, as nossas terras, o castelo. Vai-te! Vai-te e deixa-nos em paz, conforme o combinado.
Vai-te tu, velha! A rapariga é minha prisioneira!

A moura, ao ouvir tal coisa, suspirou novamente, de medo e comoção. A velha, ao ouvir aquele novo ai, achou que era melhor confessar o seu segredo ao cristão:

- Não digas mais nada, cristão! Não digas mais nada, que a minha ama carrega desde o berço uma terrível maldição!...

- Como assim velha?!- perguntou o cavaleiro, ao mesmo tempo que a moura dava o terceiro suspiro.

- Ah, cavaleiro! À nascença a minha ama foi amaldiçoada por uma feiticeira que odiava a sua mãe por lhe ter roubado o homem que amava. Fadou-a a morrer no dia em que desse sete ais... e como vês, já deu três!

D. Mendo deu uma alegre gargalhada, e a jovem outro ai.

- Não acredito nessas coisas, velha! Olha, a partir de agora ambas ficarão à minha guarda. Eu quero para mim a tua bela ama!

A moura suspirou de novo e a velha, numa aflição sem limites, gritou:

- Ouviste, cavaleiro, ouviste?! É o quinto ai! Que Alá lhe possa valer!

- Não tenhas medo! Espera aqui um pouco... Voltarei para vos levar a um sítio sossegado!

O cristão afastou-se rapidamente e, assim que desapareceu dentro das muralhas, um grupo de mouros que ouvira a conversa surgiu subitamente para roubar as duas mulheres. Com um golpe de adaga cortaram a cabeça à velha, que nem teve tempo de dar um ai. A jovem é que, ao ver a sua velha aia morrer daquele modo inesperado e cruel, soltou um novo e dolorido ai. Era o sexto, e o sétimo foi a última coisa que disse, no momento em que viu a adaga voltear para lhe cair sobre o pescoço.
Quando pouco depois D. Mendo voltou com uma escolta, ficou tristemente espantado: afinal cumprira-se a maldição!
D. Mendo jurou vingança e a partir desse dia tornou-se o cristão mais desapiedado que os mouros jamais encontraram no seu caminho.
E, em memória da moura que desejara e uma maldição matara, chamou, àquele recanto de Sintra, Seteais
Ainda hoje, nos belos jardins de Seteais há um sítio onde se alguém disser um "ai" ouvirá um eco que o repetirá seis vezes, ouvindo-se assim sete ais em honra da moura que um dia lá morreu
.

(http://lendasdesintra.blogspot.com/2006/06/lenda-de-seteais.html)

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

As árvores da minha vida (2)


O Castanheiro de Guilhafonso, na Guarda,
é considerado o maior da Europa e tem mais de 400 anos.

Creio poder dizer que a segunda árvore de que me lembro na minha infância, foi um castanheiro. Um castanheiro enorme carregadinho de ouriços com castanhas, que havia em Vilela, Cabeceiras de Basto, terra natal do meu pai e onde viviam na altura os meus avós - Serafim e Amélia Regueiras.
O castanheiro ficava atrás da casa, num largo enorme que havia ali.

Corria o ano de mil novecentos e quarenta e quatro, em plena segunda guerra mundial, quando eu e a minha família tínhamos acabado de chegar a Portugal vindos da Argentina. Desembarcámos do paquete "Cabo da Boa Esperança", em Lisboa, dormimos numa pensão e no dia seguinte rumámos para Vilela onde iría-mos viver durante cerca de três anos.
Foi pouco depois de lá chegar que o meu avô Serafim me pegou pela mão e ao lado do meu pai, levou-me a ver o castanheiro. Recordo-me que havia muitos ouriços com castanhas no chão, atirados pelo vento. Eu, na minha curiosidade abaixei-me para apanhar um, porém o meu avô não me permitiu porque eu iria picar-me com os espinhos. Então ele apanhou um e abriu-o tirou as castanhas e colocou-as na minha mão.

Lembro-me ainda, de noutra altura, ele e o meu pai me terem levado a ver um Souto; assim se chamava a uma enorme plantação de castanheiros.
Entendo que este meu contacto com os castanheiros criou em mim uma admiração grande por estas belíssimas árvores. Ainda hoje, ao ver um castanheiro fico muito feliz e paro sempre para o observar e admirar.
Tenho pena que aquele enorme e velho castanheiro de Vilela já não exista.
Mas há muitos outros por toda aquela zona ali á volta.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

O saber não ocupa lugar


Clementina.

Há alguns anos surgiram no mercado portugês as chamadas clementinas, um fruto da família dos citrinos como a laranja ou a tangerina. Sempre me questionei sobre o nome, pois para mim, Clementina era nome de mulher. Até que agora, ao adquirirmos "O dicionário do nome das coisas e outros epónimos", de Orlando Neves, editado pelo Circulo de Leitores, do qual somos associados há mais de quarenta anos, quando surgiu, pude então satisfzer a minha curiosidade quanto ás clementinas. Eis aqui a explicação:

Clementina

Este fruto, um híbrido entre a laranja - amarga e a tangerina, foi descoberto em 1902, na região de Orão, na Argélia. Aí havia um mosteiro de frades, cujo abade desenvolveu o cultivo dessas árvores. O abade chamava-se Clemente, daí o nome do fruto.

Já agora, o nome Clementina, em Latim, é o feminino de Clemente e significa clemente, bondosa.

A uma Oliveira - Poema de António Cabral


Oliveira - Imagem da net.

A uma Oliveira

Velha oliveira, ó irmã do tempo e do silêncio,
algo de ti se me tornou hoje perceptível;
algo que eu não conhecia e me fez parar
na ténue sombra que teces no caminho;
algo que é uma doce corola de contacto.

Já os passos da luz se afastam na colina
e um rumor de pérolas quebradas
desce, lentamente desce por toda a serrania.
Já as aves tuas amigas procuram na folhagem
a doçura acumulada nos favos da noite.
E também já são horas
de nós os homens, nós os que passamos,
suspendermos as cítaras do pensamento.

Entretanto, ó canção do crepúsculo, velha oliveira,
eu paro sob os longos cílios da tua ramagem.
Paro e, ao sentir nas mãos o teu enrugado tronco,
e, nos olhos, a serenidade das tuas folhas,
começo a entender uma bela mensagem:
a paz, ah a paz!, a rosa da paz.

É como se uma gota de azeite descesse,
brandamente descesse pelas coisas.

António Cabral
Castedo do Douro, 30 de Abril de 1931 - Vila Real, 23 de Outubro de 2007

Nota: Encontrei este poema no blogue da minha amiga Fernanda: http://laosdepoesia.blogspot.com "Trouxe-o" para partilhar com os amigos, pois achei-o muito belo.

domingo, 7 de novembro de 2010

"Senhor...


Imagem da net.

...dá-me um bocadinho de saúde e, ajuda a minha cabeça, para que eu possa fazer o trabalho que quero fazer para ti."

Estas palavras fizeram parte da Oração, em voz alta, que uma amada e muito querida irmã em Cristo, dirigiu hoje ao Senhor, no Culto.
Acresce dizer, que há cerca de três anos a doença de Parkinson entrou de rompante na vida desta mulher enérgica e cheia de força, cuja maior alegria e empenho era e é...servir o seu Deus a quem ela muito ama.
Para mim, um exemplo! Um grande exemplo!