sábado, 9 de fevereiro de 2008

O mendigo


Hoje almocei na Amadora, num daqueles restaurantes que têm bancos altos ao balcão.
O restaurante é estreito e comprido e estava cheio de gente.
Às tantas oiço um cliente que ia sair dizer para o proprietário: ò senhor João, fica aí paga uma bifana no pão que é para aquele rapaz que está ali fora sentado no passeio, vir aqui buscar.
O proprietário do restaurante responde: Ele entra aqui… e os que estão aqui…saem!
Porque ele cheira mal e ninguém aguenta o cheiro dele!
Diz o cliente: então deixe lá, que eu entrego-lhe a sandes.
Nisto, olho para a porta, e lá estava o rapaz, parado, a ouvir a conversa sobre ele.
Fez-me lembrar – com todo o respeito – os cães que ficam lá fora á porta. Senti que ele foi tratado como um cão.
Obediente, não entrou no restaurante.
Ao presenciar esta cena, e ao olhar para o rapaz, tentando ler no seu rosto o que lhe ia na alma, senti uma imensa tristeza! porque afinal, lá porque estava sujo e cheirava mal… não deixava de ser um ser humano, criado á imagem e semelhança de Deus … e, com mais lixo ou menos lixo… era precisamente igual a todos os outros que estavam ali.
Mas este é o mundo dos homens! E esta é a maneira de ver dos homens!
Até quando?

5 comentários:

  1. Pois é, dá que pensar...

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  2. Olá Viviana,
    Infelizmente vivemos num mundo que olha o menos "afortunados" pela vida dessa forma... talvez um dia alguns dos que olham esse rapaz com desprezo como se de um cão se tratara estarão a clamar a Deus para que permita que ele (rapaz) molhe os seus dedos na água para que lhes sacie a sede... como nos fala a parábola do Rico e de Lazaro...
    Lucas 16:20-31

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  3. Vemos ouvimos e lemos não podemos ignorar, o que é que fizeste?
    Guida

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  4. Nada.

    Fiquei-me com a minha tristeza e a minha revolta.

    Andei a pensar naquilo durante vários dias.

    Contei aos meus amigos e familiares e publiquei este post.

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