Sempre que é possível, vou passar alguns dias á aldeia, á casa que foi da mãe.
Há por lá muitos lugares interessantes para visitar, e um dos que visito primeiro é o rio Mourão que è um local mágico e encantador para mim.
Numa das minhas idas lá, decidi, tal como o Pedro e o Gil antes fizeram, apanhar uns peixinhos para colocar num aquário. Levei para isso, um pequeno passador de arame e uma pequena garrafa de plástico.
Era o fim do verão e o rio levava pouca água, pelo que também havia muito poucos peixes; mas lá consegui apanhar “dois”.
Quando voltei para a minha casa aqui em Mira – Sintra e fui colocar os peixinhos no aquário, apercebi-me que há apenas um peixinho e que o outro que eu julgava um peixe, é simplesmente um pequeno lagostim de água doce. Tão pequeno era!
Bom, comecei a pensar o que iria fazer com ele. Se o deixasse junto do peixinho que era maior do que ele, decerto seria comido. Resolvi então deixá-lo dentro da garrafa e depois, quando eu pudesse, iria colocá-lo na ribeira das Jardas que passa aqui perto, e assim ele seria salvo. Só que, como guardei a garrafa num local pouco visível, na bancada do lava – loiça, esqueci-me dele… e durante aqueles dias todos não lhe dei de comer. Tinha passado quase uma semana… quando dei por isso. Pensei logo que ele tinha morrido de fome, e então fiquei cheia de problemas de consciência, pois achei que isso seria inadmissível. Mas não, o”lagostinzínho” estava vivo e bem vivo! Creio que a água onde estava, como era a do rio, deveria ter nela nutrientes que eu não vi.
Foi um alívio ver que estava vivo! Logo a seguir fui com o Jorge levá-lo para a ribeira.
Uma vez lá, procurei o que eu achei que seria o melhor lugar para ele: Um sitio com luz solar, com alguma vegetação e com alguma corrente.
Decidi então que haveria um “momento solene”, com alguma pompa e circunstância.
Ele merecia! Tinha tido uma má experiência e até aguentou vários dias sem morrer de fome!
O sol brilhava na água que “cantava” uma melodia apropriada para a ocasião. No ar corria uma suave e benfazeja brisa que mexia levemente a vegetação.
Parados á beira da água, eu e o Jorge, demos inicio á cerimónia e com a garrafa na palma da mão e fixando com carinho os olhos no pequeno lagostim, iniciei o discurso:
Ò lindo e pequenino lagostim! Peço-te desculpa por te ter retirado do teu habitat natural, onde vivias decerto tão feliz! Mas olha, foi sem querer, eu, como vejo mal, não reparei que afinal não eras um peixinho mas apenas um lagostim! Desculpa também ter-me esquecido de dar-te de comer e quase te ter matado á fome! Não foi de propósito mas, tão somente, porque a minha cabeça já está cansada e um bocado esquecida.
Mas olha, pensando bem, és capaz de viver mais feliz nesta ribeira do que lá no rio, pois aqui a água é mais limpa e corre mais e, sobretudo esta ribeira vai ter água todo o ano, e não corre o risco de secar, como o rio, que está todo assoreado e cheio de pedras pelo meio. Eu acho até, que aqui tens mais condições para viver feliz. E olha, eu prometo que virei visitar-te, sempre que possa, e terei muito gosto em ficar aqui um bocadinho a falar contigo, certo?
Terminei a cerimónia colocando-o suave e lentamente na água, onde ele mal caiu, se foi refugiar debaixo de uma folha verde de uma planta muito linda. E lá ficou no seu novo habitat, creio que muito feliz! Pelo menos eu fiz por isso.
Do outro lado da ribeira, o Jorge assistiu a tudo isto sem dizer uma palavra e com um ar um pouco estranho. Confesso que não sei muito bem o que ia na cabeça dele.
Contei esta história aos netos, e imediatamente eles pediram para ir ver o “Pequeno Lagostim” que vive na ribeira das jardas.
Sempre que podemos vamos até lá, mas nunca mais o conseguimos ver.
Há por lá muitos lugares interessantes para visitar, e um dos que visito primeiro é o rio Mourão que è um local mágico e encantador para mim.
Numa das minhas idas lá, decidi, tal como o Pedro e o Gil antes fizeram, apanhar uns peixinhos para colocar num aquário. Levei para isso, um pequeno passador de arame e uma pequena garrafa de plástico.
Era o fim do verão e o rio levava pouca água, pelo que também havia muito poucos peixes; mas lá consegui apanhar “dois”.
Quando voltei para a minha casa aqui em Mira – Sintra e fui colocar os peixinhos no aquário, apercebi-me que há apenas um peixinho e que o outro que eu julgava um peixe, é simplesmente um pequeno lagostim de água doce. Tão pequeno era!
Bom, comecei a pensar o que iria fazer com ele. Se o deixasse junto do peixinho que era maior do que ele, decerto seria comido. Resolvi então deixá-lo dentro da garrafa e depois, quando eu pudesse, iria colocá-lo na ribeira das Jardas que passa aqui perto, e assim ele seria salvo. Só que, como guardei a garrafa num local pouco visível, na bancada do lava – loiça, esqueci-me dele… e durante aqueles dias todos não lhe dei de comer. Tinha passado quase uma semana… quando dei por isso. Pensei logo que ele tinha morrido de fome, e então fiquei cheia de problemas de consciência, pois achei que isso seria inadmissível. Mas não, o”lagostinzínho” estava vivo e bem vivo! Creio que a água onde estava, como era a do rio, deveria ter nela nutrientes que eu não vi.
Foi um alívio ver que estava vivo! Logo a seguir fui com o Jorge levá-lo para a ribeira.
Uma vez lá, procurei o que eu achei que seria o melhor lugar para ele: Um sitio com luz solar, com alguma vegetação e com alguma corrente.
Decidi então que haveria um “momento solene”, com alguma pompa e circunstância.
Ele merecia! Tinha tido uma má experiência e até aguentou vários dias sem morrer de fome!
O sol brilhava na água que “cantava” uma melodia apropriada para a ocasião. No ar corria uma suave e benfazeja brisa que mexia levemente a vegetação.
Parados á beira da água, eu e o Jorge, demos inicio á cerimónia e com a garrafa na palma da mão e fixando com carinho os olhos no pequeno lagostim, iniciei o discurso:
Ò lindo e pequenino lagostim! Peço-te desculpa por te ter retirado do teu habitat natural, onde vivias decerto tão feliz! Mas olha, foi sem querer, eu, como vejo mal, não reparei que afinal não eras um peixinho mas apenas um lagostim! Desculpa também ter-me esquecido de dar-te de comer e quase te ter matado á fome! Não foi de propósito mas, tão somente, porque a minha cabeça já está cansada e um bocado esquecida.
Mas olha, pensando bem, és capaz de viver mais feliz nesta ribeira do que lá no rio, pois aqui a água é mais limpa e corre mais e, sobretudo esta ribeira vai ter água todo o ano, e não corre o risco de secar, como o rio, que está todo assoreado e cheio de pedras pelo meio. Eu acho até, que aqui tens mais condições para viver feliz. E olha, eu prometo que virei visitar-te, sempre que possa, e terei muito gosto em ficar aqui um bocadinho a falar contigo, certo?
Terminei a cerimónia colocando-o suave e lentamente na água, onde ele mal caiu, se foi refugiar debaixo de uma folha verde de uma planta muito linda. E lá ficou no seu novo habitat, creio que muito feliz! Pelo menos eu fiz por isso.
Do outro lado da ribeira, o Jorge assistiu a tudo isto sem dizer uma palavra e com um ar um pouco estranho. Confesso que não sei muito bem o que ia na cabeça dele.
Contei esta história aos netos, e imediatamente eles pediram para ir ver o “Pequeno Lagostim” que vive na ribeira das jardas.
Sempre que podemos vamos até lá, mas nunca mais o conseguimos ver.
Olá Viviana!
ResponderEliminarVoltei, depois de pensar e repensar,
se continuaria para já com o blog, resolvi fazê-lo, talvez não com a mesma assiduidade (VEREMOS)mas já cá estou de corpo e alma. Quero dizer-lhe que olhei para o céu à noite, e não há dúvidas, existem poucos céus como aquele alentejano,
sempre estrelado, são estrelas aos
milhares, que brilham, que piscam,
lindas, realmente dá vontade de falar com elas e enviar mensagens aos amigos.
Beijinhos
Isabel!!!
ResponderEliminarQue boa e agradável surpresa!
Apetece-me cantar e bater as palmas...
Fez muito bem em continuar com o seu blogue: Já aprendemos o caminho para lá e seria muito triste se se fosse embora.
Vá, vamos em trente!
Um abraço grande
viviana
Olá
ResponderEliminarQueria apenas deixar um pequeno comentário:
Segundo penso, actualmente a ribeira das Jardas não possui nenhuma colónia de lagostins residentes.
A senhora apanhou um lagostim de um rio (esse lagostim será provavelmente a espécie Procambarus clarkii, uma espécie invasora proveniente da América do Norte e que actualmente está a colonizar Portugal) e foi deitá-lo na ribeira das Jardas. É preciso ter cuidado com este tipo de actos, pois esta é a forma como muitas espécies invasoras colonizam e destróem habitats que ainda contêm fauna autóctone do nosso país.
Cumprimentos
Olá!
ResponderEliminarSó estes dias vi o comentário que deixou no meu blogue.
Peço desculpa mas a minha inexperiência nestas artes conduz-me a estas situações.
Li com toda a atenção o seu recadinho.
Compreendo a sua preocupação.
Sabe que me passou por a cabeça... se seria uma boa opção "deitar o pequeno lagostim" na Ribeira das Jardas!?
Mas olhe, na verdade, o que estava em causa mesmo... era salvar a vida do bichinho.
Ir colocà-lo no sítio de one o retirei, era bem mais complicado.
A ideia foi boa!
A atitude é que talvez nem tanto.
De qualquer forma estou grata por a sua chamada de atenção, pois estas coisas relacionadas com o meio - ambiente e a salvaguarda da natureza, diz-me bastante.
"Amo aquela ribeira", e toda a zona envolvente.
Aliás, acho que Mira - Sintra é um lugar óptimo para viver.
Já fui consultar o seu blogue e achei muito interessante.
Toda aquela informação me encantou.
Sabe que já vi galinhas de água lá, com filhotes!
Se quiser posso-lçhe indicar o local.
Tambem já vi um guarda - rios, em voo razante quase por cima da minha cabeça.
Antes via lá com facilidade cobras de água.
Ultimamente não tenho visto.
A propósito das galinhas, sabe que vi um homem com câes de caça dentro da ribeira a farejar as margens á procura delas!
Sei que isso é proibido.
Tambem quando construiram a estação de Mira - Sintra - Meleças, vi na ribeira, junto´´a ponte por onde passam os carros, bastantes lagosins!'
Agora... não tenho visto nenhum.
Bom, eu tenciono vir aqui de vez em quando espreitar as suas novidades sobre a Ribeira das Jardas.
Aproveito para lhe agradecer, do coração, por ser o seu protector.
Eu nem imaginava que ela tinha um protector!
Fiquei toda contente.
Continue.
Seja feliz:
Um abraço
Viviana