Ela nasceu no longínquo ano de 1912, numa aldeia toda vestida de verde, encravada entre os altos montes do Minho.
A vida dura e difícil do campo, bem cedo a envolveu, e ainda bem menina, subia todas as manhãs, com sol ou com neve, os montes, conduzindo o rebanho das cabras teimosas que sempre tentavam fugir.
Os lobos, que os havia em abundância por aquelas serranias, eram o seu pavor maior; valiam-lhe os cães, de pêlo sujo e áspero, que estavam sempre atentos e preparados para os perseguir.
Por ali cresceu, sem o menor pingo de conforto e sem saber o que era um brinquedo, excepto os que construía com as suas próprias mãos com coisitas que ia encontrando pelo caminho.
Fez-se mulher, e como era normal, apareceu um homem, o Ramiro, a quem ofereceu a sua vida e a si própria.
Até que chegou um dia e como quase todos os que ali nasceram…abalou com o eu Ramiro á procura de um lugar onde pudesse criar os filhos e onde a vida pudesse ser um pouco mais suave e motivadora.
Foi a cidade de Leiria que a acolheu. Ali nasceram os seus seis filhos homens.
Vida tão dura e difícil! O seu Ramiro com falta de trabalho!
Ela vendia roupas usadas para uma senhora da terra, que por cada peça que vendia lhe dava alguns escudos… que serviam para minorar as necessidades.
Teve que recorrer á sopa dos pobres – do sr. Lopes – e ao casqueiro do quartel sete.
Um dia, um dia de triste e eterna memória, o seu Ramiro, sem trabalho e sem pão para a boca dos filhos… numa manhã de sol, foi para a horta e pendurou-se numa oliveira. Ali ficou, até que a Maria, como ele demorasse em voltar para casa, mandou o filho João de cinco anos ir chamá-lo para vir almoçar. E o menino, olhando o pai pendurado na oliveira dizia: Ò pai, a mãe disse para vires almoçar.
O Paulo, o filho mais novo, tinha na altura poucos meses de vida.
A partir daí, a Maria ficou sozinha, com os seus seis filhos para criar.
Lembro-me de estar ao pé dela um dia ao pôr – Sol e ouvindo os galos cantar ela disse: Ai Viviana, esta hora é tão triste! E o cantar dos galos traz-me tanta tristeza!
Bom, a Maria não era mulher para cruzar os braços ou desanimar.
Ela teve a bênção, de quando chegou a Leiria, alguém a convidar a ir ao Culto á Igreja Baptista. Ali ela encontrou, e aceitou, de alma e coração o grande e imenso Amor que Deus lhe oferecia, através da morte do seu filho amado, na cruz do Calvário.
E foi esta decisão que e encheu de esperança, coragem e energia… para enfrentar tanta coisa difícil e dura que a vida lhe trouxe.
A sua vida foi o mais lindo e digno exemplo! Nunca deixou de sorrir! Tinha um dos sorrisos mais lindos que até hoje eu já vi.
Mulher meiga, dócil, terna, compreensiva, amiga de ajudar toda a gente!
Repartia o pouco que tinha com os outros que tinham menos que ela Sempre solidária, sempre disponível, sempre atenta, sempre pronta a perdoar tudo o que lhe faziam… sempre a dar testemunho da sua fé, sempre presente em todos os cultos na sua igreja. Andava a pé para ir e vir, cerca de 7 kilometros. A estrada da estação para Leiria, foi palmilhada por os seus pés cansados…milhares e milhares de vezes.
Os filhos casaram todos, e ela ficou sósinha na sua humilde mas acolhedora casinha, que brilhava de asseio.
Até que os anos passaram … e ela não conseguia mais cuidar de si própria, e então foi viver para o Lar Emanuel em Leiria , onde a receberam e trataram carinhosamente até ao fim dos seus dias.
Ontem, tranquilamente, quase com 96 anos de vida, a Maria partiu para a morada eterna, para junto do seu Deus, a quem tanto amou a vida inteira, e onde Jesus a esperava de braços abertos para lhe dar agora sim, uma vida plena, uma vida feliz, uma vida eterna onde descansa de todos os seus trabalhos e sofrimentos.
Na cidade de Leiria, não há ninguém que a não conheça.
Ela foi uma das mulheres mais valentes e mais nobres daquela cidade!
Ela, sim, merecia uma condecoração no dia de Portugal!
Mas nunca lhe foi dada.
Eu lembrá-la – ei sempre, como uma das pessoas mais lindas que já viveram sobre a terra.
Ela será sempre para mi um exemplo e uma referência preciosa!
Ela era prima direita do meu pai.
Ela será sempre, para mim…a prima Maria.
A vida dura e difícil do campo, bem cedo a envolveu, e ainda bem menina, subia todas as manhãs, com sol ou com neve, os montes, conduzindo o rebanho das cabras teimosas que sempre tentavam fugir.
Os lobos, que os havia em abundância por aquelas serranias, eram o seu pavor maior; valiam-lhe os cães, de pêlo sujo e áspero, que estavam sempre atentos e preparados para os perseguir.
Por ali cresceu, sem o menor pingo de conforto e sem saber o que era um brinquedo, excepto os que construía com as suas próprias mãos com coisitas que ia encontrando pelo caminho.
Fez-se mulher, e como era normal, apareceu um homem, o Ramiro, a quem ofereceu a sua vida e a si própria.
Até que chegou um dia e como quase todos os que ali nasceram…abalou com o eu Ramiro á procura de um lugar onde pudesse criar os filhos e onde a vida pudesse ser um pouco mais suave e motivadora.
Foi a cidade de Leiria que a acolheu. Ali nasceram os seus seis filhos homens.
Vida tão dura e difícil! O seu Ramiro com falta de trabalho!
Ela vendia roupas usadas para uma senhora da terra, que por cada peça que vendia lhe dava alguns escudos… que serviam para minorar as necessidades.
Teve que recorrer á sopa dos pobres – do sr. Lopes – e ao casqueiro do quartel sete.
Um dia, um dia de triste e eterna memória, o seu Ramiro, sem trabalho e sem pão para a boca dos filhos… numa manhã de sol, foi para a horta e pendurou-se numa oliveira. Ali ficou, até que a Maria, como ele demorasse em voltar para casa, mandou o filho João de cinco anos ir chamá-lo para vir almoçar. E o menino, olhando o pai pendurado na oliveira dizia: Ò pai, a mãe disse para vires almoçar.
O Paulo, o filho mais novo, tinha na altura poucos meses de vida.
A partir daí, a Maria ficou sozinha, com os seus seis filhos para criar.
Lembro-me de estar ao pé dela um dia ao pôr – Sol e ouvindo os galos cantar ela disse: Ai Viviana, esta hora é tão triste! E o cantar dos galos traz-me tanta tristeza!
Bom, a Maria não era mulher para cruzar os braços ou desanimar.
Ela teve a bênção, de quando chegou a Leiria, alguém a convidar a ir ao Culto á Igreja Baptista. Ali ela encontrou, e aceitou, de alma e coração o grande e imenso Amor que Deus lhe oferecia, através da morte do seu filho amado, na cruz do Calvário.
E foi esta decisão que e encheu de esperança, coragem e energia… para enfrentar tanta coisa difícil e dura que a vida lhe trouxe.
A sua vida foi o mais lindo e digno exemplo! Nunca deixou de sorrir! Tinha um dos sorrisos mais lindos que até hoje eu já vi.
Mulher meiga, dócil, terna, compreensiva, amiga de ajudar toda a gente!
Repartia o pouco que tinha com os outros que tinham menos que ela Sempre solidária, sempre disponível, sempre atenta, sempre pronta a perdoar tudo o que lhe faziam… sempre a dar testemunho da sua fé, sempre presente em todos os cultos na sua igreja. Andava a pé para ir e vir, cerca de 7 kilometros. A estrada da estação para Leiria, foi palmilhada por os seus pés cansados…milhares e milhares de vezes.
Os filhos casaram todos, e ela ficou sósinha na sua humilde mas acolhedora casinha, que brilhava de asseio.
Até que os anos passaram … e ela não conseguia mais cuidar de si própria, e então foi viver para o Lar Emanuel em Leiria , onde a receberam e trataram carinhosamente até ao fim dos seus dias.
Ontem, tranquilamente, quase com 96 anos de vida, a Maria partiu para a morada eterna, para junto do seu Deus, a quem tanto amou a vida inteira, e onde Jesus a esperava de braços abertos para lhe dar agora sim, uma vida plena, uma vida feliz, uma vida eterna onde descansa de todos os seus trabalhos e sofrimentos.
Na cidade de Leiria, não há ninguém que a não conheça.
Ela foi uma das mulheres mais valentes e mais nobres daquela cidade!
Ela, sim, merecia uma condecoração no dia de Portugal!
Mas nunca lhe foi dada.
Eu lembrá-la – ei sempre, como uma das pessoas mais lindas que já viveram sobre a terra.
Ela será sempre para mi um exemplo e uma referência preciosa!
Ela era prima direita do meu pai.
Ela será sempre, para mim…a prima Maria.
Vai a enterrar hoje pelas 15 horas no cemitério dos Marrazes em Leiria
Viviana, você fez, uma linda condecoração. A prima Maria foi para a glória, Viva a Prima Maria.
ResponderEliminarOlá Bete,
ResponderEliminarÈ.
Ela está na Glória!
E nós celebramos essa promoção... com muita alegria.
Um abraço
viviana
Que vá em paz. Parabéns pela tu aescrita amiga, tu escreves bem, gosto de ler o que aqui vais postando amiga.
ResponderEliminarHoje coloquei a foto para a qual escreveste, tens lá o teu texto :-)
Bjs amiga e uma boa noite,
Nuno de Sousa
Olá Nuno,
ResponderEliminarSim. Ela foi em paz.
Lá entregámos o seu corpo á terra hoje á tarde.
Parecia uma criança a dormir...
Não vou esquecer aquele rosto.
Quanto ao que vou escrevendo... é precisamente o que está no coração.
Já fui espreitar a foto e o texto e acho que estão bem um para o outro.
Obrigada pela oportunidade.
Uma boa semana e um beijinho
viviana
Também fico a pensar nessa vida preciosa da Prima Maria! O volume enorme dos nossos problemas,não são mais do que pequenas areias arrastadas pelo vento.O que fica na terra é o fruto do testemunho,e a saudade,mas a vida eterna com Deus é a melhor recompensa.
ResponderEliminarOlá Rute,
ResponderEliminarÈ isso mesmo.
A prima Maria foi uma pessoa linda que veio da Eternidade e por aqui andou quase 96 anos!
Tinha uma missão a cumprir e cumpriu-a!
Agora já recebeu a Coroa da Glória!
Agora...acabaram-se para sempre o sofrimento e os problemas!
Como dizia a amiga Bete:
Viva a Prima Maria!
Viva!
um abraço
Viviana
que parta em paz!
ResponderEliminarbonita homenagem à Maria, a prima...
de certo vai fiacr sempre presente no teu coração!
beijinhos
Olá amiga Gaivota,
ResponderEliminarSim, a prima Maria ficará para sempre na minha vida e no meu coração!
Parecia uma criança dormindo!
Assim se foi... com o mesmo sorriso com que sempre viveu.
Um abraço
viviana