quinta-feira, 31 de julho de 2008

A alegria da vida



Uma palavra simples
de bondade -
uma só! - vale mais
do que um tesouro;
os pobres corações que
a dor invade
é amor que reclamam,
não é ouro;
procura os fatigados
da viagem
os que a sorte maltrata
dia a dia:
estende-lhes a mão,
dá-lhes coragem
- e sentirás a benção
da alegria!

(Brian O'Higgins )
Publicada por Paula Cristina Silva
No blogue - Crentes em Cristo

quarta-feira, 30 de julho de 2008

À descoberta, na Ribeira das Jardas

O meu neto Gil de 14 anos convidou-me a mim e ao Zé, o meu filho mais novo, para ontem á tarde, quando o sol já não estivesse muito quente… ir-mos fazer um passeio de estudo ao longo da Ribeira das Jardas que passa aqui perto da nossa casa.
Munidos de água e máquinas fotográficas, lá partimos alegremente, para a nossa aventura, sim porque é sempre uma aventura irmos para aquele lugar, pois nunca sabemos bem o que vamos por lá encontrar.

Para o Gil, havia ainda um segundo objectivo que era poder fotografar os “comboios”, de lugares e ângulos, dos quais ainda não tinha tido oportunidade de o fazer.

Começámos por observar e estudar, junto á Estação de Mira – Sintra - Meleças, uma ponte de pedra de construção muito, muito antiga, sustentada por pilares de pedra e com um tabuleiro de grandes e pesadas lages. Destas lages que em princípio deveriam ser quatro, só resta uma.
Aí foi possível ver Libelinhas ou, Libélulas, de cor preta, pousadas nas plantas dentro da Ribeira.
Ao lado desta ponte, foi construída uma outra por onde passam actualmente as pessoas, e na qual entretanto, passou uma “pastora” com um rebanho de cabras e os seus vários cães, e cujo curral fica ali ao lado.
Qual não é o meu espanto quando olho e vejo a pastora, com uma vassoura na mão a varrer as “caganitas” das cabras de cima da ponte!
Eu sorri para a pastora e disse-lhe: A senhora está a varrer as “caganitas” das cabras!?
Nunca vi tal coisa! Ao que ela me respondeu: “Então, se não varresse as pessoas não poderiam aqui passar!”
Daqui se prova que há pessoas preocupadas com o meio - ambiente e com os outros.

A partir dali, fomos andando e observando tudo á nossa volta. Detivemo-nos a olhar um sobreiro enorme, creio que centenário. O que mais impressiona nele é a grossura e extensão dos seus ramos, os quais formam uma copa enorme de uma beleza extraordinária.

À beira da ribeira logo a seguir, há pinheiros com uma envergadura de tronco enormes.
Devem esta ali há centenas de anos.

Logo mais abaixo, encontrámos uma outra ponte também muito antiga, mas em melhor estado de conservação, pois ainda é usada para se atravessar a Ribeira para o outro lado. Aí, ao debruçar-me sobre a ribeira e olhando em frente, tive a alegria de ver a primeira das cinco… galinhas de água, que vi ontem. Assim que me viu voou em voo rasante para a outra margem, onde imediatamente desapareceu no meio dos arbustos. Já da outra vez que ali estive também vi uma no mesmo local. Disse-me a pastora que há algum tempo atrás viu ali uma galinha com uma ninhada de pintainhos, que ora estavam com a mãe nadando na água, ora saíam e ficavam na beira da água ao sol a aquecer-se. Quando ela me disse isto fiquei muito contente, pois é sinal que o número de galinhas de água ali está a aumentar.

Continuámos. Um pouco mais abaixo, e logo a seguir a um lugar onde entra na Ribeira um afluente de água limpinha, maravilhámo-nos com centenas de pequeninos peixes, que “brincavam” na água, onde os reflexos do sol do fim da tarde, faziam brilhar as suas pequenas escamas.

Entretanto, os rouxinóis, do cimo das árvores, acompanhavam com alegres e melodiosos trinados o nosso caminhar e as nossas descobertas.

Mais adiante, encontrámos um galho enorme de uma grande árvore, creio que um Freixo, caída no chão; deve ter sido o vento durante a noite, pois esteve muito forte.
Reparámos que não estava totalmente separado da árvore, o que me fez ter a esperança de que a seiva tenha condições para passar e a possa alimentar, pois seria uma pena que assim não fosse.
Ficámos maravilhados com a cor da madeira por baixo da casca. Era de uma beleza extraordinária! A textura tão bela e tão macia e a cor de um tom avermelhado, muito lindo.

Chegámos entretanto á parte da Ribeira onde há melhores condições, creio eu, para o habitat perfeito das galinhas de água. È uma zona em que se torna muito difícil o acesso ás margens da Ribeira, e onde elas estão portanto mais seguras e protegidas.
Mas eu… trepei para cima de um muro e espreitei… e pude ver várias nadando na água São lindas! Lindas! Pretas, com uma crista baixa vermelha. Quando me viam, voavam em voos baixos escondendo-se num ápice no meio da vegetação.

Logo á seguir encontrámos uma zona muito linda, onde a Ribeira alarga e a água corre suavemente sobre as enormes lages do leito. Ali perto, está o que resta do que foi uma azenha, que servia para moer o trigo e o milho das pessoas que habitavam naquelas redondezas.

Já muito pouco resta, e se não forem tomadas medidas para salvar o que ainda pode ser salvo… então, tristemente, aqueles vestígios tão importantes para a História daquela zona, desaparecerão para sempre. Porém, eu tenho fé que isso não aconteça.



E pronto, chegámos á linha férrea onde o Gil queria fotografar os comboios.
Passámos por baixo da ponte ferroviária para o outro lado, subimos um monte onde estão as ruínas de um moinho de vento… e ali ficámos durante muito tempo até o Gil e eu… fotografarmos todos os tipos de comboios que por ali passaram.


Voltámos pelo mesmo caminho, e aí… ainda tive oportunidade de ver mais três galinhas de água.

Só não consegui ver uma coisa que eu tanto queria… e que há já muito tempo não vejo - uma cobra de água - .
Mas não perdi a esperança! Eu acho que num dos próximos passeios irei vê-la.

terça-feira, 29 de julho de 2008

O Louva - a - Deus


Louva – a – Deus
Em inglês - Praying Mantis.
Nome científico – Mantis Religiosa.

È um insecto carnívoro, ou seja, que se alimenta de outros animais, como mosquitos
Tem olhos muito desenvolvidos que lhe permitem ver muito bem, o que os ajuda quando precisam de caçar para se alimentar.
As patas dianteiras são usadas para caçar.
O Louva – a – Deus é um caçador paciente, que fica parado nas plantas, á espera que apareça um insecto.
Enquanto espera, une as patas dianteiras o que dá a impressão de que está a rezar. Daí o seu nome – Louva – a – Deus.
Vivem em matas ou áreas com vegetação e conseguem confundir-se com as plantas, camuflando-se. Alguns ficam com um aspecto tão colorido quanto as plantas em que pousam.
Por sua vez são caçados por pássaros e morcegos.
Embora sejam bastantes diferentes, são parentes das baratas e dos grilos.
São sempre bem – vindos ás plantações porque ajudam a combater os insectos que destroem as plantas.
O Louva – a – Deus fêmea é uma parceira perigosa. O macho é mais pequeno e quando acasalam, ela pode tentar come-lo. È tão apaixonado o macho, que mesmo depois de decapitado pode continuar a acasalar.
O louva – a – Deus possui um único ouvido que está localizado no tórax.
Existem mais de duas mil variedades de Louva – a – Deus em todo o mundo.
Vivem principalmente nas zonas tropicais e sub – tropicais.

segunda-feira, 28 de julho de 2008

Um soneto de Antero de Quental



A M. C.

Pôs-te Deus sobre a fronte a mão piedosa:
O que fada o poeta e o soldado
Volveu a ti o olhar, de amor velado,
E disse-te: «vai, filha, sê formosa!»

E tu, descendo na onda harmoniosa,
Pousaste neste solo angustiado,
Estrela envolta num clarão sagrado,
Do teu límpido olhar na luz radiosa...

Mas eu... posso eu acaso merecer-te?
Deu-te o Senhor, mulher! o que é vedado,
Anjo! deu-te o Senhor um mundo à parte.

E a mim, a quem deu olhos para ver-te,
Sem poder mais... a mim o que me há dado?
Voz que te cante e uma alma para amar-te!

(Antero de Quental)
1842-1891
Em cima: Pintura de Berthe Morisot


domingo, 27 de julho de 2008

Porque hoje é Domingo (15)



O vós, todos os que tendes sede, vinde às águas, e os que não tendes dinheiro, vinde, comprai, e comei; sim, vinde, comprai, sem dinheiro e sem preço, vinho e leite.

Por que gastais o dinheiro naquilo que não é pão? E o produto do vosso trabalho naquilo que não pode satisfazer? Ouvi-me atentamente, e comei o que é bom, e a vossa alma se deleite com a gordura.

Inclinai os vossos ouvidos, e vinde a mim; ouvi, e a vossa alma viverá; porque convosco farei uma aliança perpétua, dando-vos as firmes beneficências de Davi.
Eis que eu o dei por testemunha aos povos, como líder e governador dos povos.

Eis que chamarás a uma nação que não conheces, e uma nação que nunca te conheceu correrá para ti, por amor do SENHOR teu Deus, e do Santo de Israel; porque ele te glorificou.

Buscai ao SENHOR enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto.

Deixe o ímpio o seu caminho, e o homem maligno os seus pensamentos, e se converta ao SENHOR, que se compadecerá dele; torne para o nosso Deus, porque grandioso é em perdoar.

Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos os meus caminhos, diz o SENHOR.

Porque assim como os céus são mais altos do que a terra, assim são os meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os meus pensamentos mais altos do que os vossos pensamentos.

Porque, assim como desce a chuva e a neve dos céus, e para lá não tornam, mas regam a terra, e a fazem produzir, e brotar, e dar semente ao semeador, e pão ao que come,
Assim será a minha palavra, que sair da minha boca; ela não voltará para mim vazia, antes fará o que me apraz, e prosperará naquilo para que a enviei.
Porque com alegria saireis, e em paz sereis guiados; os montes e os outeiros romperão em cântico diante de vós, e todas as árvores do campo baterão palmas.

Em lugar do espinheiro crescerá a faia, e em lugar da sarça crescerá a murta; o que será para o SENHOR por nome, e por sinal eterno, que nunca se apagará.
(Livro do Profeta Isaías cap. 55:1 a13)

sábado, 26 de julho de 2008

A Figueira "Milagre"




Desde pequenita que convivo com figueiras, daí provavelmente eu apreciar tanto os figos e levar o ano inteiro á espera que eles “venham”, no mês de Agosto.
Neste momento temos quatro figueiras: Uma já bastante grande - que é a heroína desta história - outra um pouco mais pequena, que veio de Rio – Maior, oferecida pelo meu compadre Salvado e estão ambas á volta da casa; uma, que não sei como… mas nasceu sozinha no pátio, numa fenda no chão de pedra, bem encostadinha ao muro que separa o meu pátio do da vizinha do lado; e ainda uma outra bem pequenina, que luta para sobreviver, no meio das flores do jardim. Esta última, tem para nós os quatro irmãos, uma importância muito especial, é que a trouxemos – apenas um pequenino tronquinho, sem raiz… que ousámos tirar da centenária figueira, onde comiamos os mais saborosos figos, pequenos e quase redondos, vermelhinhos por dentro, muito doces... que havia junto da nossa casa de infância, em Leiria - quando fomos os quatro “matar saudades”, revesitando um dos locais onde vivemos as maiores e mais lindas aventuras da nossa meninice.

Mas o que me leva a escrever este post sobre as figueiras, é essencialmente, para vos contar a singular história da primeira, da maior.

Talvez há cerca de vinte anos atrás, só tínhamos uma figueira, na horta, longe de casa, e que foi plantada pelo meu pai. A minha mãe queria muito ter uma figueira junto á casa, onde se pudesse sair da porta, estender a mão e apanhar os figuínhos.
Então, teve uma ideia, que foi pedir a um vizinho que mora juntinho de nós, e que tinha uma grande figueira, na qual estavam a nascer sempre muitos rebentos, para nos dar um desses rebentos e, como era preciso fazer um buraco muito fundo… o que era difícil para ela, pediu-lhe para ele plantar a figueira, e ele plantou, junto á saída do portão do pátio.
A minha mãe regava-a com frequência e lá ia cuidando dela.
Um dia, tinha ela aí uns dez centímetros, apareceu cortada bem juntinho ao chão. A minha mãe ficou muito triste e espantada, por haver alguém capaz de destruir uma plantinha que não incomodava ninguém…
Passado algum tempo a figueirinha brotou de novo e, imaginem… de novo foi cortada. Aí, a mãe e nós, ficámos “de pé atrás”…tínhamos que tentar desvendar o mistério e saber quem era o autor ou autora, do feito.
Bom, o que é certo é que cada vez que ela arrebitava… alguém a cortava e por isso a esperança que tínhamos de ela crescer, era mesmo muito pouca ou nenhuma..
Um certo domingo fomos todos lá almoçar com a mãe e, ao estacionarmos o carro, olhámos e reparámos que tinha sido mais uma vez cortada logo acima da raiz. Claro que ficámos muito tristes e fomos dizer á mãe. A mãe só dizia: “A pessoa que faz isto há-de dar contas a Deus!
Porque isto não se faz! E muito menos a uma viúva!”
Enquanto olhávamos a figueirinha cortada, reparámos que as folhas ainda estavam frescas, o que queria dizer que tinha sido cortada há pouco tempo. Então a minha irmã, que por sinal também é enfermeira como eu, de repente teve uma ideia! Disse: vou fazer uma operação! (Sim porque o curso de enfermagem não serve apenas para "cuidar" das pessoas... mas tambem dos animais, das plantas, das árvores, ect.)E corre para casa e vai buscar um rolo de adesivo (esparadrapo) e, com muito jeitinho eu e ela tentámos juntar o melhor possível as duas partes, e enquanto eu segurava, ela com mãos exímias de enfermeira… colocou o adesivo á volta, unindo as duas partes; foi depois buscar água e regou abundantemente.
Olhámos para a “obra” e elevámos os olhos ao céu pedindo a bênção de Deus para a plantinha. Fomos para dentro de casa e contámos á mãe o nosso feito, ao que ela sorriu e disse: "Quem sabe? Era muio bom que ela conseguisse."

Sabem uma coisa? Aos poucos ela começou a arrebitar, a ficar mais verdinha, mais bonita, e hoje, é a linda e vigorosa árvore que vos mostro nas fotos. Reparem na grosssura do tronco! Reparem na altura, reparem no porte!
Com ela aprendemos duas grandes e importantes lições.

A primeira:

Que nunca devemos desistir daquilo que para nós é importante, sem que tenhamos tentado tudo, mas mesmo tudo, mesmo quando parece que já não vale a pena! Porque ás vezes… podemos ter belas surpresas.

A segunda:

Que as coisas criadas por Deus, têm capacidades enormes, para cumprir
o fim para que foram criadas, sendo capazes de lutar, lutar, pela sua sobrevivência.

Ela não só foi uma sobrevivente, ela foi e é...uma "figueira milagre"! que todos os anos nos compensa e alegra, com enormes quantidades de saborosos figos, tipo - pingo de mel – que são uma delícia.

Perguntarão agora:

Então, e a pessoa que a quebrou tantas vezes, porque é que não a quebrou mais?
Eu não sei, porém creio que ela, como nós… ficou na expectativa de ver o que é “aquilo dava”. Ou então, arrependeu-se eu sei lá.

Perguntarão ainda:

E nunca chegaram a descobrir quem era?

Respondemos que não! Embora tenhamos quase a certeza de quem é.
E pensamos ainda que foi por inveja.
Mas fosse porque fosse, não interessa, sempre nos demos bem com todos os vizinhos e ainda hoje nos continuamos a dar.

E sabem, a figueira está junto a um carreiro onde os vizinhos passam, e no verão, quando ela está carregadinha de figos, eu digo a todos eles:

A figueira é de todos! Todos podem apanhar e comer” á vontade.
E digo-vos…os figos chegam e sobram para todos, inclusive para os melros, pardais, papa – figos e muitos outros pássaros.
Se algum dia por lá passarem… também podem apanhar e comer á vontade.

sexta-feira, 25 de julho de 2008

O mal e o bem


Para se fazer o mal ninguém precisa de ser ensinado, mas para se fazer o bem
è preciso aprender durante toda a vida.

( Pastor Manuel Alexandre Júnior)

quinta-feira, 24 de julho de 2008

Até logo, Luisa


A minha amiga e irmã em Cristo, Luísa, foi ontem de manhã encontrar-se com Deus.
Foi uma lutadora no verdadeiro sentido da palavra.
Travou muitas batalhas, algumas bem difíceis... durante os 86 anos que andou por aqui.
Muito jovem ainda, na casa dos trinta, e, como herança familiar…foi surpreendida por um cancro no seio, que a mutilou para o resto da vida.
Mas não foi mulher para baixar os braços nem desanimar. Ela acreditava num Deus que a podia curar, e acreditava que esse Deus, deu sabedoria aos homens para ajudarem a salvar vidas, e assim, contrariamente ao que aconteceu com várias mulheres da família, ela venceu a doença!

Guardo dela lindas e doces recordações.
O seu sorriso, por exemplo.

Quando chegámos á Igreja Baptista da Amadora, na Rua Combatentes da Grande Guerra, nos anos setenta, com os filhos ainda bem pequeninos, e como morávamos longe da Igreja, quantas vezes nos convidou para almoçar na casa dela que ficava ali pertinho!
E a alegria com que cozinhava os saborosos pratos para nós!
Havia sempre uma sobremesa gostosa, que apreciávamos muito.
Nunca esquecerei o bem que nos fez.
Lembrá-la-ei sempre com muito carinho e saudade.

Até logo Luísa!

A gente encontra-se um dia destes!

quarta-feira, 23 de julho de 2008

Os meus hinos queridos


Uma das incontáveis bênçãos, recebidas de Deus ao longo da minha vida, foi o facto de ter nascido, crescido e vivido num lar genuinamente cristão.
Ali, Deus era respeitado, adorado, invocado e proclamado!
Os ensinos da Palavra de Deus, eram vividos e postos em prática.
A Bíblia era sem dúvida o Guia das nossas vidas.
Por muito cansado que o pai estivesse, não passava um dia sequer, sem que se realizasse o Culto Doméstico, ao fim do dia, com toda a família sentada á volta da mesa da sala.
Essa mesa ainda está lá… e em cima dela, colocados sobre a imaculada toalha de renda branca, feita pela mãe, a volumosa Bíblia de capa preta e o pequenino Cantor Cristão, do pai.
Do culto fazia parte o cântico de vários hinos, do querido “Cantor Cristão”, hinos esses que de tanto os cantar durante toda a minha vida… os aprendi de cor, não necessitando do Cantor Cristão para os cantar; porém gosto, ainda hoje, de nos meus momentos pessoais de comunhão com Deus, abrir o velho livro, já muito manuseado e gasto, gosto de o abrir calmamente, e ler os velhos – mas sempre actuais – hinos, procurando interiorizar a mensagem que cada um contem.
Querendo Deus, irei a partir de hoje publicar aqui, de vez em quando, alguns desses hinos, que são os hinos da minha vida... que me dizem tanto... e que significam muitopara mim.


Hino 396 do Cantor Cristão - Isaac Watts 1674-1748


Oh ! tão cego eu andei, e perdido vaguei,
Longe, longe do meu Salvador.
Mas da glória desceu e seu sangue verteu
Prá salvar um tão pobre pecador.

Foi na cruz, foi na cruz, onde um dia eu vi,
Meu pecado castigado em Jesus.
Foi ali pela fé, que meus olhos abri,
E eu agora me alegro em sua luz.

Eu ouvia falar dessa graça sem par,
Que do céu trouxe nosso Jesus.
Mas eu surdo me fiz, converter-me não quis
Ao Senhor que por mim morreu na cruz.

Mas um dia senti meus pecados, e vi
Sobre mim o castigo da lei.
Mas depressa fugi, em Jesus me escondi,
E refúgio seguro nEle achei.

Oh ! que grande prazer inundou o meu ser,
Conhecendo este tão grande amor.
Que levou meu Jesus a sofrer lá na cruz
Pra salvar um tão pobre pecador.

Aqui fica o link onde poderá encontrar informação sobre o autor.
Nota:
A semana passada quando o neto Nuno de 4 anos esteve aqui connosco, andou um dia inteiro a "trautear" a música deste hino. Quando lhe perguntei quem lhe tinha ensinado, respondeu: Foi na Igreja do pai e da mãe(Igreja Evangélica Baptista do Cacem)

terça-feira, 22 de julho de 2008

As nozes


Partir uma noz, abri-la, retirar devagarinho o seu miolo e saboreá-lo lentamente, ficando com aquele gostinho agradável na boca, dá um imenso prazer.
Há mais de dez variedades de nozes, mas talvez a mais conhecida seja a noz da “nogueira”de formato oval e cor castanho – clara
Nas últimas décadas, os nutricionistas descobriram que a noz é um óptimo alimento, porque para alem de conter gorduras insaturadas, a chamada gordura saudável, contem proteínas, fibras, vitamina E, potássio, magnésio, e é rica em Ómega -3, que é anti – oxidante que confere protecção ao coração, ajuda a controlar a tensão arterial, a diabetes e a prevenir o aparecimento do cancro.
È aconselhável comer cerca de trinta gramas diários – 3 ou 4 nozes – podendo ser ingeridas quer em cima do pequeno - almoço, lanche, ou nas principais refeições misturadas em saladas, ou compondo pratos de carne, peixe , ou outros.

São aconselháveis também para os atletas e desportistas, bem assim como para os idosos e crianças.

Deus dá as nozes devido á sua riqueza nutricional.
Podia bem ser uma alternativa ao ditado popular.

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Nevoeiro


Nem rei nem lei, nem paz nem guerra,
Define com perfil e ser
Este fulgor baço da terra
Que é Portugal a entristecer -
Brilho sem luz e sem arder,
Como o que o fogo – fátuo encerra.

Ninguém sabe que coisa quer,
Ninguém conhece a alma que tem.
Nem o que é mal nem o que é bem.
(Que ânsia distante perto chora?)
Tudo é incerto, e derradeiro.
Tudo é disperso, nada é inteiro.
Ò Portugal, hoje és nevoeiro…

È a hora!
(Fernando Pessoa)

domingo, 20 de julho de 2008

Porque hoje é Domingo (14)


Louvem ao Senhor pela sua bondade,
E pelas suas maravilhas para com os filhos dos homens.
E ofereçam os sacrifícios de louvor,
E relatem as suas obras com regozijo.
Louvem ao Senhor pela sua bondade
E pelas suas maravilhas para com os filhos dos homens.
Exaltem-no na congregação do povo,
E glorifiquem-no na assembleia dos anciãos.

(Salmo 107:21, 22, 31 e 32)

sábado, 19 de julho de 2008

Uma amora madura, na palma da minha mão


Esta semana o Nuno, meu neto de quatro anos, esteve connosco aqui em casa.

Todos os dias ao fim da tarde, quando o sol estava já menos quente, fomos ao belo parque urbano que temos aqui em Mira – Sintra, onde para alem de equipamento para exercício físico e jogos, há belos jardins e também um parque infantil onde ele gosta muito de brincar.

Ali, o Nuno, queimava as suas energias jogando a bola, correndo, saltando, trepando, escorregando, eu sei lá, de imensas maneiras.

Ontem, quando voltávamos para casa, estava um rapazinho de cerca de dez ou onze anos, empoleirado num pequeno morro á beira da estrada por onde íamos a caminhar,
Como nunca vimos ali ninguém, o Nuno ficou um pouco intrigado e perguntou-me:
Ò avó, o que é que o menino está ali a fazer?
Eu reparei então que ele estava no meio de um monte de silvas a colher as primeiras amoras que amadureceram este ano.

O jovem ouviu a pergunta do Nuno, e virando-se para nós disse-me: “Quer uma?”
Parámos, e eu gentilmente disse-lhe que não e agradeci-lhe.
Conversámos um pouco sobre as amoras, após o que nos despedimos e fomos andando.

Quando já ia lá adiante, ouvi a voz do rapazinho:

Olhe, venha cá!

Voltámos para junto dele, e reparo então que ele tinha na mão uma linda amora preta, bem madurinha, e diz:”È para si, tome!”.
E esticando o braço o mais que pôde, virou-se na minha direcção para me dar a amora.
Eu, estendi o meu braço o mais que pude na direcção dele –ele estava num equilíbrio periclitante… e com um sorriso nos lábios e os olhos muito brilhantes… colocou a amora na palma da minha mão.
Eu, olhei para aquela amora preta madurinha, na palma da minha mão, e olhando o jovem nos olhos, eu disse-lhe: Vou comê-la já! E, colocando-a na boca… mastiguei-a suavemente e apreciei aquele sabor bom, único, de uma amora das silvas madura, e disse-lhe: Ai, que boa! Que bom este saborzinho que fica na boca!
Ele segue o que eu estou a fazer… e responde com a cabeça afirmativamente, com um olhar e um sorriso muito lindos!
Agradeci-lhe, por o gesto e por a amora, e fomos andando.

Aquela atitude daquele menino, caiu-me tão bem!
Achei tão generoso, tão lindo!

Para mim, foi um daqueles momentos únicos!
Senti uma alegria imensa, por o menino me ter oferecido daquela forma… aquela amora madura.
Partilhei os meus sentimentos com o Nuno e disse-lhe da minha alegria.

Para mim, aquele… foi talvez o momento mais marcante do meu dia.
Acho que vou lembrar e recordar como uma coisa mágica, o momento em que um menino, de sorriso e olhar doces, me colocou uma amora madura na palma da minha mão.
Na foto em cima - Flor de amora da silva
(Foto de André Maurício da Silva)

sexta-feira, 18 de julho de 2008

Hino de amor



Do meu livro de leitura do primeiro ano do Liceu, extraí este lindo poema:


Hino de amor

Andava um dia
Em pequenino
Nos arredores
De Nazaré,
Em companhia
De São José,
O Deus-Menino,
O Bom-Jesus.
Eis senão quando
Vê num silvado
Andar piando
Arrepiado
E esvoaçando
Um rouxinol,
Que uma serpente
De olhar de luz
Resplandecente
Como a do sol,
E penetrante
Como diamante,
Tinha atraído,
Tinha encantado.
Jesus, doído
Do desgraçado
Do passarinho,
Sai do caminho
Corre apressado,
Quebra o encanto;
Foge a serpente;
E de repente
O pobrezinho,
Salvo e contente,
Rompe num canto
Tão requebrado,
Ou antes pranto
Tão soluçado,
Tão repassado
De gratidão,
Duma alegria,
Uma expansão,
Uma veemência,
Uma expressão,
Uma cadência,
Que comovia
O coração!
Jesus caminha
No seu passeio;
E a avezinha
Continuando
No seu gorgeio,
Em quanto o via:
De vez em quando
lá lhe passava
À dianteira;
E, mal pousava,
Não afrouxava
Nem repetia;
Que redobrava
De melodia!
Assim foi indo
E o foi seguindo.
De tal maneira
Que, noite e dia,
Numa palmeira,
Que havia perto
Donde morava
Nosso Senhor
Em pequenino,
(Era já certo)
Ela lá estava
A pobre ave
Cantando o hino
Terno e suave
Do seu amor
Ao Salvador!


João de Deus

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Por favor, nunca bata no rosto de uma criança


Por favor, nunca bata no rosto de uma criança.

O bater no rosto, ou na cabeça, humilha a criança de tal modo, que para alem da dor, gera nela sentimentos de mágoa e não educa nem resolve coisa nenhuma.

È das situações que mais me sensibiliza e revolta, quando vou na rua ou num transporte público, e vejo um pai ou uma mãe a “dar um estalo” no rosto de uma criança.

A última cena destas a que assisti, teve lugar há pouco tempo, na fila de espera do autocarro no Cacém.

Era já noite, talvez cerca das 21,30, e na fila estava uma jovem mãe com uma criança pequena, provavelmente na casa dos dois anos. A criança chorava agarrada ás pernas da mãe pedindo colo, ao que a mãe respondia com gritos e ameaça de pancada.

Eu, naturalmente, esperava que a única coisa a fazer ali, seria ela pegar-lhe ao colo; aliás, não percebi porque ela já não o teria feito. Àquela hora da noite a criança devia estar cheia de sono. Mas não, quando a criança começou a chorar com mais força, ela dá –lhe um forte estalo na cara.

Eu imediatamente a interpelei dizendo-lhe que ela não podia fazer aquilo, que era uma violência. Ela ficou calada e não me respondeu.

Como este, tenho assistido a muitos outros casos, os quais acho de uma enorme barbaridade.

Em muitos países do mundo, sobretudo na Europa do Norte, é considerado crime bater numa criança em público, e eu acho isso muito bem. Por essas e por outras, é que o primeiro número de telefone na agenda que trago sempre comigo, é o do Serviço de Apoio á criança – 217931617.
Está escrito na contra – capa da agenda, para rapidamente o encontrar.

Desafio-vos a que façam o mesmo.

Por favor, quando assistirem a uma destas tristes situações, intervenham, não fiquem indiferentes, protejam e ajudem as crianças, porque se o não fizerem... estarão ser cúmplices de violência infantil.
E por favor…nunca batam no rosto de uma criança!

quarta-feira, 16 de julho de 2008

O valor das coisas



O valor das coisas não está no tempo que elas duram,
mas na intensidade com que elas acontecem.

Por isso existem momentos inesquecíveis,
coisas inexplicáveis, e pessoas incomparáveis.

(Fernando Pessoa)

terça-feira, 15 de julho de 2008

Por favor orem por a Rosangela



Do estimado irmão Pastor e amigo Jorge Ligeiro, da Igreja Baptista de Arrifana (Alcoentre) recebemos o seguinte pedido de oração :


Amados irmãos em Cristo Jesus.

A Igreja Baptista de Arrifana está a passar por momentos muito difíceis. A um dos nossos membros foi diagnosticada no passado Sábado uma leucemia aguda. Terrível, não é verdade? A Palavra do Senhor diz que quando um membro sofre, todos sofrem com ele, e é exactamente isto que está a acontecer connosco. Por isso, amados irmãos, estamos a juntar um exército de "oradores justos" que a uma só voz intercedam a Deus. Chama-se Rosangela, e é mãe de um jovem de 16 anos, o Douglas, e de duas crianças o Rodrigo de 4 anos e da Mariana com 6 anos. Seu marido, o Célio, como não poderia deixar de ser está desolado, mas confiante. É uma família recentemente chegada à nossa Igreja de crentes muito fiéis ao Senhor.

Está já a fazer algumas sessões de Quimioterapia. Esta nossa irmã está a precisar de algumas transfusões de plaquetas. Por dia estão-lhe a ser administradas duas. Cada transfusão destas precisa de sete dadores de sangue. Estamos a procurar também doadores de sangue para esta nossa irmã. Se o irmão/irmã, pode doar e deseja colaborar neste sentido, apenas terá de ir ao hospital de S.José, ao Serviço de Sangue e fazer a sua doação em nome de "Rozangela Cristina Paiva Fernandes". Só mais uma ajuda: o papel que vos entregarem, comprovativo da doação, deverá chegar às mãos da Rosangela.

Se algum irmão ou irmão a desejar visitar, pois o seu marido tem de trabalhar e mora aqui em Arrifana, não a pode visitar senão ao fim de semana, então poderá dirigir-se ao hospital dos Capuchos, serviço de Hematologia, cama 14. As horas das visitas são as seguintes: 12 às 13; 15 às 16; e das 19 às 20h30.

Se desejarem, também podem telefonar para o seu marido, Célio, ou até enviarem um e-mail, para ele saber que o irmão /irmã, a sua Igreja, está em oração pela sua esposa. Telemóvel: 969155177 e-mail: celiosdias@live.com.pt


Grato pela vossa pronta disponibilidade em se juntarem a nós neste exército de oração.

No serviço do Senhor:

Jorge Ligeiro.


Pastor

segunda-feira, 14 de julho de 2008

A casinha da minha amiga Ludovina


Gosto muito desta casinha!

Nela vive sòzinha, a minha amiga Ludovina que tem a linda idade de 95 anos.
Mãe de três filhos - dois homens e uma mulher, ficou viúva há muitos, muitos anos.
Teve vários pretendentes, mas nunca quis voltar a casar.

Ela é uma pessoa linda!

Embora tenha vários problemas de saúde, entre os quais uma quase impossibilidade de andar…o que faz com que tenha de ficar muito tempo só, na sua casa, é uma pessoa extremamente alegre e bem disposta.
Junto dela ninguém está triste! Ela tem o dom, raro, quanto a mim… de alegrar as pessoas.
Mesmo os que a vão visitar, para lhe levar uma palavra de carinho, de encorajamento, acabam por sair de ao pé dela, muito mais alegres e bem dispostos do que chegaram.
Gosto muito de estar com ela e de a ouvir contar histórias lindas de outros tempos, e é sempre difícil para mim, vir-me embora, deixá-la, porque não me canso de olhar para o seu rosto lindo, cheio de rugas... e de ver o brilho dos seus olhos, já bem pequeninos.

Ela é uma das minhas grandes amigas!

Dou muitas graças a Deus por a sua vida, e por Ele me ter dado o grande privilégio de a conhecer e poder visitá-la, e usufruir da sua companhia.
Oro para que Ele permita que ela esteja por cá ainda muito tempo, pois ela tem a linda missão de fazer uma coisa que é tão necessária nos dias que correm, e que não há muita gente capaz de a fazer, que é alegrar e fazer rir os outros.

Que Deus abençoe a minha querida amiga Ludovina.

domingo, 13 de julho de 2008

Porque hoje é Domingo...(13)




Maria disse então:

"O meu coração louva ao Senhor
e alegra-se em Deus meu Salvador
porque ele olhou com amor para esta sua humilde serva!
Daqui em diante toda a gente me vai chamar ditosa
pois grandes coisas me fez o Deus poderoso.
Ele é Santo!
Ele é sempre misericordioso para aqueles que o adoram,
em todas as gerações.
Faz coisas grandiosas com o seu poder extraordinário.
Vence os orgulhosos e deixa -os confundidos.
Derruba os poderosos
e levanta os humildes.
Enche de coisas boas os que têm fome,
e manda embora os ricos de mãos vazias.
Conforme tinha prometido aos nossos antepassados
ajudou o povo de Israel, que o serve.
Lembrou-se dele, cheio de misericórdia.
Foi bondoso para Abraão e seus descendentes para sempre."

(Evangelho segundo S. Lucas cap. 1- vers.46 a 55)

sábado, 12 de julho de 2008

O jardim da alma


Se o jardim da alma é preparado com amor e compaixão,
as flores crescem harmoniosamente, sem qualqur prturbação.
Ainda que o vento lhes sopre,
a chuva lhes pese,
serenamente,
sem qualqur distracção.
Contemplando a beleza da existência,
as flores crescem,
e o seu perfume fica no ar.

(Bodhianand)

sexta-feira, 11 de julho de 2008

No mês de Julho


Depois os juncos verdes – oh, que verde tão brilhante!
Os juncos parecem sussurrar, murmurar, abanar…
E nenhuma rainha enfeitada de gaze e jóias
Se mostra tão rica como as libelinhas de olhos verdes,
A pairar sobre as flores, quais aéreas criaturas,
Com pequenos arco – íris a brilhar nas suas asas.

(Jean Ingelow)

quinta-feira, 10 de julho de 2008

O menino enforcou-se


Anteontem, um menino de 12 anos, residente no norte de Portugal, enforcou-se.
Pendurou-se numa corda num telheiro.
O pai encontrou-o já inanimado e conduziu-o para o hospital onde, ontem, se encontrava em situação extremamente grave, considerando os médicos que tem poucas hipóteses de sobreviver.
Não se conhece o motivo porque o fez, mas crê-se que terá a ver com os resultados das notas escolares.

Recordo que todos os anos nesta altura, há adolescentes que se suicidam pela mesma razão – as notas escolares.

Li esta notícia no jornal, ontem, logo de manhã cedo, e digo-vos que fiquei profundamente triste, até agora.
Isto não deveria acontecer! A escola deveria ser motivo de alegria, de contentamento! E nunca, por nunca ser… motivo de tristeza, angústia, sofrimento e morte.
Imagino o quanto esta criança sofreu, sozinha! Até tomar a decisão e a concretizar, deve ter vivido momentos de angústia extrema.

E ninguém deu por nada, ninguém sequer reparou na sua tristeza que deveria ser imensa…decerto andava cada um a pensar em si, a tratar de si, a fazer “coisas” muito importantes! E o adolescente a debater-se sozinho com a sua dor, com a sua morte.

Não pode ser, os meninos não têm que morrer por causa da escola, ou por outra coisa qualquer!Os meninos têm é que viver, brincar, aprender, e ser felizes.

quarta-feira, 9 de julho de 2008

Memória de minha Mãe


“A minha imagem infantil, onde ela vive ainda, perfeita, é na memória de minha Mãe. Ali é que ela vive ainda, como num último refúgio.
“Lá estou, adormecido nos teus braços. Bate-me a luz nos olhos, acordo e brinco, ao sol de Deus. Vês-me a brincar ao sol de Deus, minha Mãe, como eu te vejo nesse tempo em que andou, no mundo, a tua formosura, essa flor donde eu nasci. Vejo-a, tão corada e alegre, ao longe, ao longe, sob uma poeira doirada, a cair do céu”.
(Teixeira de Pascoaes)

terça-feira, 8 de julho de 2008

A salsa semeada pela Sara




Há algum tempo atrás, fomos passar o dia á casa da aldeia.
Temos lá um jardim com muitas plantas, umas em vasos e outras na terra
Foi connosco a Sara, que desde pequenina gosta de semear sementes, ou plantar pequenas plantas, em pequenos vasos.
Andava eu cuidando do jardim, quando a Sara me diz: Ò avó, posso semear alguma coisa? Eu respondi que sim, que eu tinha muitas sementes para semear.
Naturalmente, ficou toda contente, e pediu-me que lhe arranjasse um vaso.
Então, eu fui buscar um vaso e enchi-o com terra que estava ao lado do caminho, debaixo de uma figueira. Dei-lhe também semente de salsa para ela semear no vaso.
Lá foi ela toda contente fazer a sua sementeira.

Quando viemos embora, eu sugeri-lhe trazer-mos o vaso, porque ele precisaria de ser regado com frequência, para as sementes nascerem, e nós, só pensávamos voltara á aldeia daí a uma semana. Ela concordou, e o vaso acabou por ficar no parapeito da minha janela da cozinha.
Fui cuidando, fui regando, e passados poucos dias começaram a surgir as primeiras plantinhas, que pelo aspecto vi logo que não era a salsa; daí a alguns dias o vaso ficou com muitas, muitas plantinhas, e entre elas, lá começou a nascer a salsa, mas muito pequenina comparada com as outras plantas.

A pouco e pouco, o vaso ficou completamente cheio de plantas das mais variadas espécies, que cresceram, cresceram e em pouco tempo estavam enormes.
A salsa, essa, continuava bem pequenininha lá no fundo, tapada e escondida pelas outras
plantas.

Ainda pensei arrancá-las e deixar só a salsa, mas já agora queria ver até onde é que aquilo ia.
As plantas maiores já estavam até a florir e a dar semente, e a salsa quase sempre na mesma.
Hoje, levantei-me cedo e decidi ir “ajudar” a salsa; arranquei todas as outras plantas e deixei-a sozinha no vaso. Irei continuar a regá-la e estou certa que dentro de pouco tempo vou ter ali salsa para os cozinhados.

Dei-me ao trabalho de, ao arrancar as outras plantas, contá-las, e assim, concluí que nasceram lá – sem serem semeadas:
-2, couves de nabo
-3, urtigas
-2, ervas tipo, aveia
-4, plantas “mercúrio”
-2, boas – noites
-1, bolsa de pastor
-1, erva de pasto, grande
-2, ervas com cabecinha nas extremidades
-1, enleio
-4, miosótis

Total: 22

Esta história fez-me lembrar de algumas coisas interessantes, como por exemplo:

A riqueza e variedade de sementes, prenhes de vida, que existem escondidas na terra seca do verão.

A forma como essas sementes quando têm condições para nascer (água) iniciam uma verdadeira luta para sobressaírem e serem as mais desenvolvidas. (as couves)

A salsa, que foi a “única” semeada, foi a que menos se desenvolveu. Foi ultrapassada de longe, pelas outras.

Fez-me lembrar ainda, da parábola do Semeador contada por o Senhor Jesus.

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Pedido de Oração


Hoje, a amiga Ana Maria, do blogue - http://www.atelierdaspoesias.blogspot,com/. - ,
está com o seu coração “apertadinho,” porque uma sua irmã será submetida a uma difícil e complicada cirurgia cardíaca.

Como o Evangelho nos ensina a ser solidários uns para com os outros, e a amarmo-nos uns aos outros como Cristo nos amou… e porque confiamos no poder da oração intercessória, venho pedir a todos aqueles que por aqui passarem hoje, que acreditam neste poder, para fazerem o favor de orar por ela.

Não vos sei dizer o seu nome, porém creio que isso não será impedimento para que oremos.

Obrigada a todos e, tenham um lindo dia.

domingo, 6 de julho de 2008

Porque hoje é Domingo - (12)


Louvarei ao Senhor em todo o tempo;
o seu louvor estará continuamente na minha boca..

A minha alma se gloriará no Senhor;
Os mansos o ouvirão e se alegrarão.

Engrandecei ao Senhor comigo:
E juntos exaltemos o seu nome.

(Salmo 34:1 a 3)

sábado, 5 de julho de 2008

Eu e os passarinhos


Nesta época do ano, há inúmeras coisas que me encantam!
Porém os passarinhos, conseguem não só encantar-me, como também deslumbrar-me!
È impossível mesmo, eu não me fascinar com as suas cores, a sua graciosidade, a sua delicadeza e os seus cânticos!
Há muitas árvores e arbustos em Mira – Sintra, e por isso eles abundam por aqui.
È só sair á rua, e logo eles passam esvoaçando por sobre a minha cabeça, ou então, vejo-os nos nas árvores, saltitando de galho em galho!
Fico frequentemente parada debaixo das árvores, de cabeça no ar, espreitando-os por ente as muitas folhas, até descobrir onde estão.
As pessoas passam, olham para mim, algumas têm tendência a olhar para cima também, a tentar perceber o que é que está a acontecer, outras seguem o seu caminho possivelmente desconfiadas da minha sanidade mental! Mas a mim isso pouco me importa.
Ainda ontem, de manhã cedo, quando fui caminhar, ouvi o lindo cântico de um pintassilgo, lá no alto de um eucalipto. No mesmo local, mas á tardinha, ouvi um melro cantando maravilhosamente o seu cântico do entardecer. Sim, porque os melros têm um cântico para o amanhecer, outro para durante o dia, e ainda outro para o entardecer e a noite!
Tenho que aproveitar esta época do ano, quando eles já tiveram os seus filhotes e andam agora a ensiná-los a voar.
Daqui por algum tempo, lá para o fim do Verão ou Outono, eles vão “acalmar”, vão ficar mais quietos e a pouco e pouco irão emigrar para outras paragens, onde a maioria passará o Inverno.
No Inverno sinto imenso a sua falta! Dá-me cá uma tristeza… não os ouvir nem os ver! Estou sempre ansiando que chegue a Primavera para eles voltarem.
Por isso mesmo, vou aproveitar bem este tempo e desfrutar desta maravilha que o Deus – Criador me ofereceu para alegrar a minha vida.

sexta-feira, 4 de julho de 2008

O Canto Cristão


O Cristianismo é a única Religião na qual abunda o canto; o Ateísmo não inspira o canto. O Agnosticismo nada tem que se cante; os vários tipos de paganismo não são melodiosos; No Judaísmo, porém, temos o convite: “Vinde, cantemos ao Senhor; e quando Cristo nasceu, os anjos saudaram com louvores a sua vinda, e, desde então, de século para século, os cânticos cristãos, vão-se multiplicando sempre.

The Christian Digest
(Publicado por Paula Cristina Silva em “Crentes em Cristo”)

quinta-feira, 3 de julho de 2008

Ontem á noite apanhámos um Pirilampo


Ontem á noite (22 horas) eu o Jorge e a Sara, fomos fazer a nossa caminhada do fim do dia.
Aproveitámos para dar comida a uns gatos abandonados que vivem junto a uns arbustos.
Enquanto eu tratava dos gatos, a Sara descobriu a luz de um pirilampo a brilhar no meio das ervas.
Ao ver a luz verde no chão, chamou logo por nós e perguntou: “O que é aquilo?”
Eu respondi-lhe que era um pirilampo e disse ao Jorge para o apanhar para ela ver como era.
Peguei numa folha do plátano que estava acima das nossas cabeças e coloquei-a na palma da mão do Jorge onde ele colocou o bichinho.
A luz era de um verde – amarelo forte.

Entretanto, a Sara disse que assim que viu a luz no chão, pensou que era um telemóvel (celular) que alguém tinha perdido.
Com muito cuidado, para não magoar o pirilampo, levámo-lo para casa, onde o mostrámos á Miriam (irmã da Sara, de 3 anos) e ao Gil.
Depois, com muito jeitinho coloquei-o no canteiro de ervas aromáticas que tenho no parapeito da janela da cozinha.
Daqui a pouco, quando formos fazer a caminhada da manhã, vou levá-lo e colocá-lo no mesmo lugar onde o encontrámos.

Quando eu digo que dá gosto morar em Mira – Sintra… eu tenho razão!
Até condições de vida para os pirilampos há!

Os pirilampos ou vaga – lumes (Elateridae) pertencem á família dos Coleopteros e têm, como característica principal a bioluminiscência, ou seja, a capacidade de emitir luz própria, neste caso uma luz fosforescente, visível na escuridão.

Podem ser encontrados entre Maio e Agosto.
A sua luz não queima, é das luzes mais frias da terra e tem como função o acasalamento. Geralmente a fêmea, um pouco mais pesada que o macho por carregar os ovos, posiciona-se num lugar bem visível na relva, e atrai o macho que sobrevoa o local.
A luz da fêmea é mais brilhante.

Atenção!

Se apanhar um pirilampo, segure-o cuidadosamente e solte-o depois de o ter estudado.Estes insectos estão a desaparecer por causa da poluição e também por destruição do seu habitat natural, pelo que devem ser cuidadosamente tratados

quarta-feira, 2 de julho de 2008

O Infante


Deus quer, o homem sonha, a obra nasce.
Deus quis que a terra fosse toda uma,
Que o mar unisse, já não separasse.
Sagrou-te e foste desvendando a espuma.

E a orla branca foi de ilha em continente,
Clareou, até ao fim do mundo,
E viu-se a terra inteira, de repente,
Surgir, redonda, do azul profundo.

Quem te sagrou criou-te português.
Do mar e nós em ti nos deu sinal.
Cumpriu-se o Mar, e o Império se desfez
Senhor, falta cumprir-se Portugal!

(Fernando Pessoa)

terça-feira, 1 de julho de 2008

Perante Deus todos os homens são iguais


- “Temos como evidente a verdade de que todos os homens nascem iguais e de que o Criador lhes concedeu certos direitos inalienáveis, entre os quais o da Vida, o da Liberdade e o da procura da Felicidade “ –

(Thomas Jefferson)