Desde pequenita que convivo com figueiras, daí provavelmente eu apreciar tanto os figos e levar o ano inteiro á espera que eles “venham”, no mês de Agosto.
Neste momento temos quatro figueiras: Uma já bastante grande - que é a heroína desta história - outra um pouco mais pequena, que veio de Rio – Maior, oferecida pelo meu compadre Salvado e estão ambas á volta da casa; uma, que não sei como… mas nasceu sozinha no pátio, numa fenda no chão de pedra, bem encostadinha ao muro que separa o meu pátio do da vizinha do lado; e ainda uma outra bem pequenina, que luta para sobreviver, no meio das flores do jardim. Esta última, tem para nós os quatro irmãos, uma importância muito especial, é que a trouxemos – apenas um pequenino tronquinho, sem raiz… que ousámos tirar da centenária figueira, onde comiamos os mais saborosos figos, pequenos e quase redondos, vermelhinhos por dentro, muito doces... que havia junto da nossa casa de infância, em Leiria - quando fomos os quatro “matar saudades”, revesitando um dos locais onde vivemos as maiores e mais lindas aventuras da nossa meninice.
Mas o que me leva a escrever este post sobre as figueiras, é essencialmente, para vos contar a singular história da primeira, da maior.
Talvez há cerca de vinte anos atrás, só tínhamos uma figueira, na horta, longe de casa, e que foi plantada pelo meu pai. A minha mãe queria muito ter uma figueira junto á casa, onde se pudesse sair da porta, estender a mão e apanhar os figuínhos.
Então, teve uma ideia, que foi pedir a um vizinho que mora juntinho de nós, e que tinha uma grande figueira, na qual estavam a nascer sempre muitos rebentos, para nos dar um desses rebentos e, como era preciso fazer um buraco muito fundo… o que era difícil para ela, pediu-lhe para ele plantar a figueira, e ele plantou, junto á saída do portão do pátio.
A minha mãe regava-a com frequência e lá ia cuidando dela.
Um dia, tinha ela aí uns dez centímetros, apareceu cortada bem juntinho ao chão. A minha mãe ficou muito triste e espantada, por haver alguém capaz de destruir uma plantinha que não incomodava ninguém…
Passado algum tempo a figueirinha brotou de novo e, imaginem… de novo foi cortada. Aí, a mãe e nós, ficámos “de pé atrás”…tínhamos que tentar desvendar o mistério e saber quem era o autor ou autora, do feito.
Bom, o que é certo é que cada vez que ela arrebitava… alguém a cortava e por isso a esperança que tínhamos de ela crescer, era mesmo muito pouca ou nenhuma..
Um certo domingo fomos todos lá almoçar com a mãe e, ao estacionarmos o carro, olhámos e reparámos que tinha sido mais uma vez cortada logo acima da raiz. Claro que ficámos muito tristes e fomos dizer á mãe. A mãe só dizia: “A pessoa que faz isto há-de dar contas a Deus!
Porque isto não se faz! E muito menos a uma viúva!”
Enquanto olhávamos a figueirinha cortada, reparámos que as folhas ainda estavam frescas, o que queria dizer que tinha sido cortada há pouco tempo. Então a minha irmã, que por sinal também é enfermeira como eu, de repente teve uma ideia! Disse: vou fazer uma operação! (Sim porque o curso de enfermagem não serve apenas para "cuidar" das pessoas... mas tambem dos animais, das plantas, das árvores, ect.)E corre para casa e vai buscar um rolo de adesivo (esparadrapo) e, com muito jeitinho eu e ela tentámos juntar o melhor possível as duas partes, e enquanto eu segurava, ela com mãos exímias de enfermeira… colocou o adesivo á volta, unindo as duas partes; foi depois buscar água e regou abundantemente.
Olhámos para a “obra” e elevámos os olhos ao céu pedindo a bênção de Deus para a plantinha. Fomos para dentro de casa e contámos á mãe o nosso feito, ao que ela sorriu e disse: "Quem sabe? Era muio bom que ela conseguisse."
Sabem uma coisa? Aos poucos ela começou a arrebitar, a ficar mais verdinha, mais bonita, e hoje, é a linda e vigorosa árvore que vos mostro nas fotos. Reparem na grosssura do tronco! Reparem na altura, reparem no porte!
Com ela aprendemos duas grandes e importantes lições.
A primeira:
Que nunca devemos desistir daquilo que para nós é importante, sem que tenhamos tentado tudo, mas mesmo tudo, mesmo quando parece que já não vale a pena! Porque ás vezes… podemos ter belas surpresas.
A segunda:
Que as coisas criadas por Deus, têm capacidades enormes, para cumprir
o fim para que foram criadas, sendo capazes de lutar, lutar, pela sua sobrevivência.
Ela não só foi uma sobrevivente, ela foi e é...uma "figueira milagre"! que todos os anos nos compensa e alegra, com enormes quantidades de saborosos figos, tipo - pingo de mel – que são uma delícia.
Perguntarão agora:
Então, e a pessoa que a quebrou tantas vezes, porque é que não a quebrou mais?
Eu não sei, porém creio que ela, como nós… ficou na expectativa de ver o que é “aquilo dava”. Ou então, arrependeu-se eu sei lá.
Perguntarão ainda:
E nunca chegaram a descobrir quem era?
Respondemos que não! Embora tenhamos quase a certeza de quem é.
E pensamos ainda que foi por inveja.
Mas fosse porque fosse, não interessa, sempre nos demos bem com todos os vizinhos e ainda hoje nos continuamos a dar.
E sabem, a figueira está junto a um carreiro onde os vizinhos passam, e no verão, quando ela está carregadinha de figos, eu digo a todos eles:
A figueira é de todos! Todos podem apanhar e comer” á vontade.
E digo-vos…os figos chegam e sobram para todos, inclusive para os melros, pardais, papa – figos e muitos outros pássaros.
Se algum dia por lá passarem… também podem apanhar e comer á vontade.
Neste momento temos quatro figueiras: Uma já bastante grande - que é a heroína desta história - outra um pouco mais pequena, que veio de Rio – Maior, oferecida pelo meu compadre Salvado e estão ambas á volta da casa; uma, que não sei como… mas nasceu sozinha no pátio, numa fenda no chão de pedra, bem encostadinha ao muro que separa o meu pátio do da vizinha do lado; e ainda uma outra bem pequenina, que luta para sobreviver, no meio das flores do jardim. Esta última, tem para nós os quatro irmãos, uma importância muito especial, é que a trouxemos – apenas um pequenino tronquinho, sem raiz… que ousámos tirar da centenária figueira, onde comiamos os mais saborosos figos, pequenos e quase redondos, vermelhinhos por dentro, muito doces... que havia junto da nossa casa de infância, em Leiria - quando fomos os quatro “matar saudades”, revesitando um dos locais onde vivemos as maiores e mais lindas aventuras da nossa meninice.
Mas o que me leva a escrever este post sobre as figueiras, é essencialmente, para vos contar a singular história da primeira, da maior.
Talvez há cerca de vinte anos atrás, só tínhamos uma figueira, na horta, longe de casa, e que foi plantada pelo meu pai. A minha mãe queria muito ter uma figueira junto á casa, onde se pudesse sair da porta, estender a mão e apanhar os figuínhos.
Então, teve uma ideia, que foi pedir a um vizinho que mora juntinho de nós, e que tinha uma grande figueira, na qual estavam a nascer sempre muitos rebentos, para nos dar um desses rebentos e, como era preciso fazer um buraco muito fundo… o que era difícil para ela, pediu-lhe para ele plantar a figueira, e ele plantou, junto á saída do portão do pátio.
A minha mãe regava-a com frequência e lá ia cuidando dela.
Um dia, tinha ela aí uns dez centímetros, apareceu cortada bem juntinho ao chão. A minha mãe ficou muito triste e espantada, por haver alguém capaz de destruir uma plantinha que não incomodava ninguém…
Passado algum tempo a figueirinha brotou de novo e, imaginem… de novo foi cortada. Aí, a mãe e nós, ficámos “de pé atrás”…tínhamos que tentar desvendar o mistério e saber quem era o autor ou autora, do feito.
Bom, o que é certo é que cada vez que ela arrebitava… alguém a cortava e por isso a esperança que tínhamos de ela crescer, era mesmo muito pouca ou nenhuma..
Um certo domingo fomos todos lá almoçar com a mãe e, ao estacionarmos o carro, olhámos e reparámos que tinha sido mais uma vez cortada logo acima da raiz. Claro que ficámos muito tristes e fomos dizer á mãe. A mãe só dizia: “A pessoa que faz isto há-de dar contas a Deus!
Porque isto não se faz! E muito menos a uma viúva!”
Enquanto olhávamos a figueirinha cortada, reparámos que as folhas ainda estavam frescas, o que queria dizer que tinha sido cortada há pouco tempo. Então a minha irmã, que por sinal também é enfermeira como eu, de repente teve uma ideia! Disse: vou fazer uma operação! (Sim porque o curso de enfermagem não serve apenas para "cuidar" das pessoas... mas tambem dos animais, das plantas, das árvores, ect.)E corre para casa e vai buscar um rolo de adesivo (esparadrapo) e, com muito jeitinho eu e ela tentámos juntar o melhor possível as duas partes, e enquanto eu segurava, ela com mãos exímias de enfermeira… colocou o adesivo á volta, unindo as duas partes; foi depois buscar água e regou abundantemente.
Olhámos para a “obra” e elevámos os olhos ao céu pedindo a bênção de Deus para a plantinha. Fomos para dentro de casa e contámos á mãe o nosso feito, ao que ela sorriu e disse: "Quem sabe? Era muio bom que ela conseguisse."
Sabem uma coisa? Aos poucos ela começou a arrebitar, a ficar mais verdinha, mais bonita, e hoje, é a linda e vigorosa árvore que vos mostro nas fotos. Reparem na grosssura do tronco! Reparem na altura, reparem no porte!
Com ela aprendemos duas grandes e importantes lições.
A primeira:
Que nunca devemos desistir daquilo que para nós é importante, sem que tenhamos tentado tudo, mas mesmo tudo, mesmo quando parece que já não vale a pena! Porque ás vezes… podemos ter belas surpresas.
A segunda:
Que as coisas criadas por Deus, têm capacidades enormes, para cumprir
o fim para que foram criadas, sendo capazes de lutar, lutar, pela sua sobrevivência.
Ela não só foi uma sobrevivente, ela foi e é...uma "figueira milagre"! que todos os anos nos compensa e alegra, com enormes quantidades de saborosos figos, tipo - pingo de mel – que são uma delícia.
Perguntarão agora:
Então, e a pessoa que a quebrou tantas vezes, porque é que não a quebrou mais?
Eu não sei, porém creio que ela, como nós… ficou na expectativa de ver o que é “aquilo dava”. Ou então, arrependeu-se eu sei lá.
Perguntarão ainda:
E nunca chegaram a descobrir quem era?
Respondemos que não! Embora tenhamos quase a certeza de quem é.
E pensamos ainda que foi por inveja.
Mas fosse porque fosse, não interessa, sempre nos demos bem com todos os vizinhos e ainda hoje nos continuamos a dar.
E sabem, a figueira está junto a um carreiro onde os vizinhos passam, e no verão, quando ela está carregadinha de figos, eu digo a todos eles:
A figueira é de todos! Todos podem apanhar e comer” á vontade.
E digo-vos…os figos chegam e sobram para todos, inclusive para os melros, pardais, papa – figos e muitos outros pássaros.
Se algum dia por lá passarem… também podem apanhar e comer á vontade.
sabe o que mais gosto aqui ?... é encontrar um coração vivo e latente transmitindo vida em suas palavras.
ResponderEliminarmil bjkas pra vc
Obrigada, querida Alice.
ResponderEliminarEu acho que sim, que o meu coração, embora doente, fisicamente falando...transborda de amor pela vida!
OH! como eu gosto de viver!
De olhar, ver, apreciar e sentir a vida que pulsa á minha volta.
Peço ao meu Deus,que não permita que eu deixe de pensar assim.
Tenha uma linda tarde.
Um beijo
Viviana
A vida é a arte de pintar e sentir nossa própria história.
ResponderEliminarSomos riscos, rabiscos, traços, curvas e cores que fazem da nossa vida uma verdadeira obra de arte.
Amiga estou de volta depois de uma semaninha de férias. Agora só lá mais para a frente.
Que linda mensagem nos deixou aqui. O quanto temos a aprender com ela. Bem haja minha amiga por nos dar tantas lições com coisas tão simples.
Muitos beijinhos e um abençoado fim de semana.
Fique bem. Fique com Deus.
Anita (amor fraternal)
Olá querida Anita!
ResponderEliminarQuantas saudades!
Senti a sua falta, sabe?
È muito bom encontrá-la aqui.
"A vida é a arte de pintar e sentir a nossa própria história.
Somos riscos, rabiscos,traços, curvas e cores que fazem da nossa vida uma verdadeira obra de arte.
Que lindo!
Gostei muito!
Quanto á história da figueira, já há algum tempo que andava para a contar... foi hoje.
Eu fui a primeira a aprender com ela.
Desejo-lhe um lindo entardecer.
Um beijo
Viviana
Um bom entardecer, minha doce maninha Viviana, uma noite bem dormida, e um despertar alegre para todos os teus trabalhos do dia Do Senhor...
ResponderEliminarQue o Jorge chegue bem, cheio de saúde e feliz por o trabalho que fez ter corrido bem...
aqui tudo bem...está calor, mas penso que não tanto coco aí, as desertas estão encobertas, sinal de bom tempo amanhã.
Que rica ideia tiveste, em escrever a história da figueira, gostei muito de a ler...verdadinha, sem tirar nem por, e quantas recordações tão boas!!!...E que bem...a Anita descreveu, em poucas palavras, a obra de arte que é a vida!!!...Gostei...
Descreveste muito bem...e que belas lições de vida....toda ela escorre sumo, para nos saciarmos...bons
conselhos estes da perseverança e a sobrevivência.
Um xi e até amanhã .se Deus quiser
Olá, minha linda maninha Esperança,
ResponderEliminarGostaste então que "contasse" a história da figueira!?
Já há algum tempo que o pensava fazer; calhou ser hoje.
Que bom que por aí está tudo bem.
Por aqui tambem. Acabei de falar com o nosso irmão e com a nossa irmã; combinámos almoçar amanhã em casa da nossa irmã, ela vis fazer bacalhau com grão.
Eu cheguei agora de um "velório". Foi um vizinho meu que morreu.O funeral é amanhã ás 10 horas, e eu vou, aqui com a minha vizinha do lado, a Dª Amélia.
Depois o nosso irmão passa por aqui para me levar para a nossa irmã.
Dsejo uma boa noite de descanso.
Beijinhos
viviana
viviana, passo só para deixar um beijinho grande e desejar uma boa semana, desde aquí de oviedo, do campeontao de hóquei em patins...
ResponderEliminare agora me lembro que a minha amiga é do país mais lindo e famoso em hoquistas, que por "acaso" até conheço alguns...
beijinho muito grande
Olá Gaivota,
ResponderEliminarQue bom que pode aí estar...
Aproveite bem!
Vejo que está "por dentro do Hoquei"!
E sabe mais do que eu sobre os hoquistas argentinos!
Que giro!
Até conhece alguns!
Boa!
desejo-lhe uma óptima estadia aí .
Um grande abraço
Viviana
Que bela história a da Figueira maior. Quando há amor nada fica sem despontar apesar das contrariedades da vida. Uma bela parábola de vida.
ResponderEliminar.
E bem gostaria de comer alguns figos dela. Vai ser dificil... mas quem sabe. Eu tenho uma figueira plantada no ano passado. Já tens algums figos. Vamos lá ver. Espero que cresça como as vossas.
.
Carped diem!
Olá Raul,
ResponderEliminarÈ sempre muito bem-vindo a este cantinho.
Então tambem plantou uma figueira?
Creio que os portugueses da minha geração gostam muito de figos.
Esta gente mais nova como os meus filhos, na casa dos 30/40 já não apreciam.
È pena, porque é um bom fruto.
Quanto a comer os figos...acho que dentro de duas semanas, mais coisa menos coisa,já estarão alguns maduros, é só aparecer...
Tenha uma linda semana.
um abraço
viviana
Que bela história esta da figueira que data já de 2008 mas continua de atualidade, também eu sempre gostei muito de figos, fui criado na aldeia e tínhamos três figueiras enormes em redor da casa da minha avó com quem vivíamos, hoje apenas existe uma, a casa foi renovada e lá mora uma irmã minha mais nova e no verão quando os figos começam a amadurecer lá está ela a perguntar se não quero figos, existe grande variedade de figos mas nunca encontrei com um gosto como esses. Obrigado a pessoa que contou esta história já lá vão quase onze anos espero que continuem todos bem de saúde. Rio Maior não fica longe da Marinha Grande, gosto muito de percorrer essa região e é verdade que é uma regiam de muitos figos
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