sexta-feira, 12 de dezembro de 2008
Florbela Espanca
Florbela Espanca
Foto: www.cultura.mg.gov.br.
Completaram-se no passado dia 08/12/08, 114 anos sobre a data de nascimento da grande Poetisa Portuguesa, Florbela Espanca, pelo que achei por bem, publicar neste espaço uma pequena resenha do muito que encheu a vida desta extraordinária mulhe,que é colocada ao lado dos maiores escritores portugueses, e que tão jovem ainda nos deixou; tinha apenas 36 anos.
Diz-se que nessa noite de sete para oito de Dezembro -seu aniversário -tomou barbitúricos em excesso.
O trabalho escrito que se segue é da responsabilidade do Agrupamento de Escolas de Cuba (Cuba portuguesa, claro, no Alentejo).
Os dois poemas que apresento em baixo, encontram-se musicados e cantados e têm sido um sucesso.
«Poetisa portuguesa, natural de Vila Viçosa (Alentejo). Nasceu a 8 de Dezembro de 1894, filha ilegítima de João Maria Espanca e de Antónia da Conceição Lobo, criada de servir (como se dizia na época), que morreu com apenas 36 anos, «de uma doença que ninguém entendeu», mas que veio designada na certidão de óbito como nevrose. Registada como filha de pai incógnito, foi todavia educada pelo pai e pela madrasta, Mariana Espanca, em Vila Viçosa, tal como seu irmão de sangue, Apeles Espanca, nascido em 1897 e registado da mesma maneira. Note-se como curiosidade que o pai, que sempre a acompanhou, só 19 anos após a morte da poetisa, por altura da inauguração do seu busto, em Évora, e por insistência de um grupo de florbelianos, a perfilhou.
Estudou no liceu de Évora, mas só depois do seu casamento (1913) com Alberto Moutinho concluiu, em 1917, a secção de Letras do Curso dos Liceus. Em Outubro desse mesmo ano matriculou-se na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, que passou a frequentar. Na capital, contactou com outros poetas da época e com o grupo de mulheres escritoras que então procurava impor-se. Colaborou em jornais e revistas, entre os quais o Portugal Feminino. Em 1919, quando frequentava o terceiro ano de Direito, publicou a sua primeira obra poética, Livro de Mágoas. Em 1921, divorciou-se de Alberto Moutinho, de quem vivia separada havia alguns anos, e voltou a casar, no Porto, com o oficial de artilharia António Guimarães. Nesse ano também o seu pai se divorciou, para casar, no ano seguinte, com Henriqueta Almeida. Em 1923, publicou o Livro de Sóror Saudade. Em 1925, Florbela casou-se, pela terceira vez, com o médico Mário Laje, em Matosinhos.
Os casamentos falhados, assim como as desilusões amorosas, em geral, e a morte do irmão, Apeles Espanca (a quem Florbela estava ligada por fortes laços afectivos), num acidente com o avião que tripulava sobre o rio Tejo, em 1927, marcaram profundamente a sua vida e obra. Em Dezembro de 1930, agravados os problemas de saúde, sobretudo de ordem psicológica, Florbela morreu em Matosinhos em 1930, tendo sido apresentada como causa da morte, oficialmente, um «edema pulmonar».
A poesia de Florbela caracteriza-se pela recorrência dos temas do sofrimento, da solidão, do desencanto, aliados a uma imensa ternura e a um desejo de felicidade e plenitude que só poderão ser alcançados no absoluto, no infinito. A veemência passional da sua linguagem, marcadamente pessoal, centrada nas suas próprias frustrações e anseios, é de um sensualismo muitas vezes erótico. Simultaneamente, a paisagem da charneca alentejana está presente em muitas das suas imagens e poemas, transbordando a convulsão interior da poetisa para a natureza.
Florbela Espanca não se ligou claramente a qualquer movimento literário. Está mais perto do neo-romantismo e de certos poetas de fim-de-século, portugueses e estrangeiros, que da revolução dos modernistas, a que foi alheia. Pelo carácter confessional, sentimental, da sua poesia, segue a linha de António Nobre, facto reconhecido pela poetisa. Por outro lado, a técnica do soneto, que a celebrizou, é, sobretudo, influência de Antero de Quental e, mais longinquamente, de Camões.
Poetisa de excessos, cultivou exacerbadamente a paixão, com voz marcadamente feminina (em que alguns críticos encontram dom-joanismo no feminino). A sua poesia, mesmo pecando por vezes por algum convencionalismo, tem suscitado interesse contínuo de leitores e investigadores. É tida como a grande figura feminina das primeiras décadas da literatura portuguesa do século XX
Ser Poeta
Ser poeta é ser mais alto, é ser maior
Do que os homens! Morder como quem beija!
É ser mendigo e dar como quem seja
Rei do Reino de Áquem e de Além Dor!
É ter de mil desejos o esplendor
E não saber sequer que se deseja!
É ter cá dentro um astro que flameja,
É ter garras e asas de condor!
É ter fome, é ter sede de Infinito!
Por elmo, as manhas de oiro e de cetim...
É condensar o mundo num só grito!
E é amar-te, assim, perdidamente...
É seres alma, e sangue, e vida em mim
E dize-lo cantando a toda a gente!
Amar !
Eu quero amar, amar perdidamente!
Amar só por amar: Aqui... além...
Mais Este e Aquele, o Outro e a toda a gente...
Amar! Amar! E não amar ninguém!
Recordar? Esquecer? Indiferente!...
Prender ou desprender? É mal? É bem?
Quem disser que se pode amar alguém
Durante a vida inteira é porque mente!
Há uma Primavera em cada vida:
É preciso cantá-la assim florida,
Pois se Deus nos deu voz, foi pra cantar!
E se um dia hei-de ser pó, cinza e nada
Que seja a minha noite uma alvorada,
Que me saiba perder... pra me encontrar... »
(Florbela Espanca)
Vim colocar na sua página:
ResponderEliminarum pingo de alegria;
uma gota de chuva;
um raio de sol;
um rabisco de saudades;
um risco de esperança e um gostinho de felicidade!!!
Votos de um abençoado fim de semana.
Como sempre mais uma bela homenagem... Neste caso à nossa maravilhosa Florbela Espanca.
Beijinhos.
Fique bem. Fique com Deus.
Anita (amor fraternal)
Que linda esta postagem
ResponderEliminarNão conhecia esta poetiza e achei linda a sua história, seus versos...
Vida triste, versos lindos...
bjs
Já ouvi falar muito desta poetiza...Natural do Alentejo.
ResponderEliminarLindos os poemas dela.
Beijos, otimo fim de semana.
Olá querida Anita,
ResponderEliminarAlegria,chuva,sol,saudades. esperança e felicidades!
Quanta coisa linda!
Do seu coraçãopara mim...
Obrigada, minha boa amiga.
Um beijo
Viviana
Olá querida Carmen,
ResponderEliminarEsta é uma poetisa muito popular e muito querida do povo português.
Um tanto triste!
Mas a vida foi madrasta para ela.
Há quem ache os seus poemas tristes e péssimistas...porém eu entendo-a bem...
Um beijinho amiga linda.
Um abraço
Viviana
Olá Lia linda,
ResponderEliminarEla é bastante conhecida.
Dizem alguns críticos que ela era uma mulher muito avançada para a sua época.
Nessa altura as os direitos e a igualdade entre homem e mulher era coisa bem diferente de hoje.
Um beijo
Viviana
Bela postagem!
ResponderEliminarUm fim de semana iluminado para vc amiga.
beijooo.
Olá Ana linda,
ResponderEliminarObrigada amiga.
Para si tambem, odesejo de um óptimo fim de semana.
Um beijo
viviana
Olá, boa noite menina linda, está tudo bem ?
ResponderEliminarEu estou a comer uma fatia de bolo rei, e a beber uma chávena de chá quentinho; acho que o tempo arrefeceu outra vez.
Hoje fiquei a conhecer, o que foi a vida de Florbela Espanca. tenho que confessar que não sabia mesmo nada de como foi a sua vida. Sei um-ou-outro soneto, que foi infeliz e que morreu cedo.
Como diz uma senhora, que costuma comentar: aqui a, no teu cantinho, vou aprendendo umas coisas.
Tem, tenhamos todos que passamos por aqui, uma noite tranquila, e um bom despertar amanhã.
Um forte abraço
Querida amiga Vivizinha!
ResponderEliminarSó muito recentemente tomei conhecimento de alguns trabalhos de Florbela Espanca, que considero uma Poetiza maravilhosa; mas não conhecia nada de sua triste vida...
beijinho carinhoso na minha amiga,
Neli
Olá minha linda maninha Esperança,
ResponderEliminarEu própria não sabia muitas coisas da vida da Florbela Espanca.
O postar sobre ela...foi útil para mim em primeiro lugar.
Estamos bem, graças a Deus.
Queria estar a telefonar-te e estas horas, mas está o nuninho e a Teresa a dormir no sofá da sala e como o telefone etá lá...não posso fazer barulho.
Telefo-te amanhã se deus quiser.
Eles vão dormir cá.
Um beijinho e boa noite
viviana
Olá querida Neli,
ResponderEliminarSim, a Florbela Espanca foi sem dúvida uma grande poetisa portuguesa.
Foi pena ter uma vida tão triste...
Mas os seus poemas são maravilhosos.
Um beijo, amiga linda
Boa noite
viviana
Menina!!! fizeste bem em dizer-me que o teu netinho e mãe estão aí, e a dormir, pois eu ia telefonar-te. A Teresa espera aí em casa que o Miguel chegue da R.T.P. ? Ele hoje trabalha até tarde, não é verdade. E a Inês ? Está acordada, tem que estar aí também.
ResponderEliminarDá por favor, beijinhos aos quatro amores que formam essa linda família.
Tia Esperança
VIDA!!!
ResponderEliminarVim Deixar Um Pedacinho de Mim...
Com Palavras Sussuradas...
Ou Pintadas Num Papel...
Faço Festa...
Acarinho Quem Não Tem
Nem Pão Nem Mel...
Com Palavras a Galope...
No Rodar de Uma Canção...
De Repente Sou Cavalo...
Flor Vermelha...
Rio...
Vulcão...
Com Palavras Tenho Asas
Que Me Levam a Voar
Com Palavras Vôo Tão Longe
Quanto o Sonho a Me Levar!...
Vim passando correndo, apenas vim deixar um alô e o meu carinho... agradeço por ter me dado seu carinho e amizade e deixado seu carinho em meu cantinho. Hoje deixo meus beijinhos
ainda continuo com a saúde frágil mais Deus é forte e ele me dá força
Abraços fortes da rosa amiga
Iana!!!
lindo post, dessa fabulosa poetisa.
ResponderEliminarBelo tb teu blog, é muito bom voltar sempre aqui.
Tenha um belo final de semana.
Maurizio
Maninha Esperança
ResponderEliminarA Teresa e o Miguel vieram trazer o Nuno e a Inês que vão dormir cá.
A Teresa é que adormeceu no sofá enquanto o Miguel ajudava o pai a concertar o computador dele.
A Inês veio porque precisa que eu a ajude a inventar e iecrever uma história de Natal, surpresa para os pais... que é o trabalho de csas no fim de semana.
um beijo
viviana
Olá querida Iana,
ResponderEliminarPoema mais lindo!
Gostei muito!
Fico contente que esteja melhor.
Desejo muito que rápidamente se restabeleça da sua saúde.
Não tem que agradecer o carinho e a amizade.
Eles nasceram assim...naturalmente.
Um beijo e um bom dia de sábado
viviana
Olá Maurício, meu bom amigo
ResponderEliminarÈ sempre uma alegria imensa encontrá-lo por aqui.
Vejo que admira a Florbela Espanca!
Fico contente por isso.
Eu tambem gosto muito dela.
Obrigada por a sua simpática apreciação do meu blogue.
Vou colocando aqui coisas que eu gosto e que me dá prazer compartilhar.
Tenha um excelente dia de sábado.
um abraço
viviana
Viuviana!Florbela é uma das minhas poetisas favoritas,junto à Cora Coralina e Cecília Meireles.No meu perfil do orkut coloquei dois pemas dela para me descrever...
ResponderEliminarLindo e bem escolhido post!
Um beijo carinhoso,Sonia Regina.
Querida sónia,
ResponderEliminarque contente fico por a Florbela ser uma das suas poetisas preferidas!
Que bom!
Ela é mesmo grande!
Só lamento que tenha tido tanto sofrimento!
Mas...as coisas são como são.
Um beijinho e uma boa noite
viviana