terça-feira, 21 de abril de 2009
"Felicidade, onde andas?...que eu nunca te vi!..."
Imagem da net
Já a tinha visto varias vezes na rua, aqui em Mira-Sintra, principalmente quando ela ia buscar o neto á escola, onde anda a minha neta Sara.
Sempre me impressionou a tristeza que trazia estampada no rosto.
Caminhava parecendo não ver nada nem ninguem, tão absorta ia nos seus pensamentos tristes.
Nunca a vi parar para falar com alguem, o seu caminho era ir sempre em frente.
No sábado passado, eu tinha acabado de entrar no super-mercado quando a vejo chegar junto do lugar onde eu estava e dizer:
"Eles andaram a mudar as prateleiras, e eu estou a ver onde é que está a cera."
Eu disse-lhe: A cera está mesmo aqui.
Ela baixou-se, e apanhou um pacote de cera de encerar o chão.
Enquanto isso, chamou-me atenção, uma vez mais, a tristeza do seu rosto.
Numa fracção de segundos, hesitei se deveria dirigir-lhe a palavra ou não; porém senti que o deveria fazer.Disse-lhe: A senhora desculpe, mas noto que tem um ar muito abatido, está doente ou está triste?
Ela fixou-me e depois de uns segundos de silêncio disse-me: "São preocupações, muitas preocupações".
Eleva os olhos para cima e exclama: "Felicidade, onde estás?...Que eu nunca te vi!...
E conta: "Sou infeliz desde pequenina... nunca soube o que é um bocadinho de felicidade.
A minha mãe morreu quando eu tinha catorze anos.
Èramos três irmãos, e o mais novo tinha só dez meses.
Ainda antes do meu irmão mais novo nascer, o meu pai abandonou-nos aos quatro, e foi viver com outra mulher numa cidade perto.
Ajudou a criar o filho que ela já tinha, e de nós nunca mais quis saber.
Entretanto a minha mãe morreu de Tuberculose, e nós fomos separados e espalhados por vários sitios.
Eu bem pequenina, fui para a Lisboa, onde fui trabalhar como criada de servir.
Andei de casa em casa, até casar com o meu marido que nunca me compreendeu e me maltratou muitas vezes.
Ele morreu há cerca de vinte anos.
O meu pai nunca me procurou, nunca quis saber de mim.
Tenho sofrido muito."
Entretanto, passou a contar-me vários episódios tristes, da sua vida, dos quais não irei falar aqui.
Fiquei ali muito tempo ouvindo-a em silêncio, e ela falou, falou de tantas, tantas coisas tristes...
E disse outra vez bem alto: "Felicidade, onde estás?... que eu nunca te vi!...
Por fim eu disse-lhe: Como é o seu nome? Ela respondeu: "Maria Joana".
Eu continuei: Olhe, Dª Maria Joana, eu lamento muito que a sua vida tenha sido assim como me disse, e o meu desejo é que as coisas possam melhorar, e a senhora possa ter um pouco de alegria e de fecidade.
Disse-lhe mais: Já percebi que a senhora crê em Deus, pois bem, peça-lhe ajuda porque Ele é que a poderá consolar e ajudar.
Ela responde-me: "Oh! se não fosse Ele...não sei mesmo o que teria isdo de mim."
Nesta altura, vem junto de nós a Dª Rosa da peixaria e diz: "Está na hora de fechar.. e não vão poder fazer as compras".
Agradeci á Dª Rosa, e despedi-me da Dª Maria Joana, combinando com ela que quando nos voltássemos a encontrar, continuaríamos a nossa conversa., se ela assim o entendesse.
Estou contente, porque tenho uma nova amiga.
Agora, sempre que a encontrar na rua, ou noutro lugar, vou dizer-lhe:
Bom dia Dª Maria Joana, com está?
Quer vir tomar um cafézinho comigo?
Vai ser muito bom
Cultive mesmo a amizade com esta senhora,de repente ela necessita de carinho e companhia e ninguém melhor que a Viviana para lhe oferecer isto!!!
ResponderEliminarBeijo com todo o meu carinho!Sonia Regina.
A amizade faz muitíssimo bem, cultivemos sempre.
ResponderEliminarBeijinhos no seu coração.
Olá viviana, imagino que a esta hora e com este tempo anda a jardinar...
ResponderEliminareu cheguei à pouquito duma praça, Oliveirinha.
Pois é Viviana, a felicidade pode "e deve" andar perto de todos, basta apenas estarmos atentos e como fez a Viviana "distribui-la" pelos que nos rodeiam e andam tristes, amargurados.
Não resolvendo tudo, a amizade, ameniza com certeza a dor e a tristeza.
"Plante uma semente de amizade: colhe um buquê de felicidade"
(Lois L. Kaufmam )
Continuação duma boa tarde,
Beijos
Olá, Viviana!
ResponderEliminarQue belo a sua maneira de estar na vida!
Saber procurar incutir nos outros a felicidade, é um dom que Deus lhe deu!
Eu sei que vai continuar com a mesma postura, pelo que não lhe preciso pedir para prosseguir cultivando o bem!
Que Deus continue a Abençoar a Viviana!
Grande Abraço Amiga!
Renato
A Viviana não jardina só as plantinhas, ela também vive a arrancar os matinhos dos corações das pessoas. Que Deus abençõe a Viviana, e que Deus abençõe a Dona Maria Joana, que ela ainda possa aprender a sorrir, sempre é tempo.
ResponderEliminarAmiga que neste seu dia floresçam rosas de muitas amizades e lhe tragam alegria, luz, paz e muito amor.
ResponderEliminarBeijos.
Fique bem. Fique com Deus.
Anita (amor fraternal)
Querida Sónia,
ResponderEliminarFoi muito boa esta experiência.
Senti que não podia deixar de falar con ela.
Ainda não a voltei a encontrar.
Querida ana Maria,
E a minha boa amiga sabe-o muito, muito bem!
Sei que a amizade brota linda do seu coração...
Querida Rosa,
Lindo o pensamento que aqui deixou!
Tem razão, amiga.
Afinal custa tão pouco...e pode ser tão importante... uma palavra de simpatia, de carinho, de ajuda.
Olá Renato, meu bom amigo
Sim, penso, com a ajuda de Deus...continuar a amar as pessoas.
Dá-me imenso prazer!
Querida bete,
OH minha amiga lindinha!
Sempre a dizer-me coisas lindas, que me incentivam e encorajam...
Obrigada por a sua linda amizade.
Querida anita,
Obrigada por esse desejo lindo, para mim
Aprecio e aceito com imenso prazer...
A todos, o meu muito obrigada por passarem por aqui e deixarem uma palavrinha.
Beijos
viviana