quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Um poema de Guilherme de Almeida


Imagem da net

A Hóspede

Não precisa bater quando chegares.
Toma a chave de ferro que encontrares
sobre o pilar, ao lado da cancela,
e abre com ela
a porta baixa, antiga e silenciosa.

Entra. Aí tens a poltrona, o livro, a rosa,
o cântaro de barro e o pão de trigo.

O cão amigo
pousará nos teus joelhos a cabeça.
Deixa que a noite, vagarosa, desça.
Cheiram a relva e sol, na arca e nos quartos,
os linhos fartos,
e cheira a lar o azeite da candeia.

Dorme. Sonha. Desperta. Da colméia
nasce a manhã de mel contra a janela.
Fecha a cancela
e vai. Há sol nos frutos dos pomares.

Não olhes para trás quando tomares
o caminho sonâmbulo que desce.
Caminha - e esquece.

(Guilherme de Almeida)

16 comentários:

  1. Querida amiga bom dia, já se sente o cheiro do Natal do ar, época que mais adoro, lembro-me sempre dos meus natais de infância e do meu querido pai, que dedicava horas a montar o presépio e a fazer a árvore de Natal, uma coisa que passei para os meus filhos mas que infelizmente se está a perder aos poucos nas nossas familias.
    Amiga aos poucos estou a recuperar mas agora "perdi" a voz. Para quem me conhece e sabe o quanto eu adoro falar e rir isto para mim é um tormento... mas isto vai lá, ai se não vai...

    Ao ver esta imagem fez-me recordar a casa da minha avó materna na Beira Alta... e o poema soou-me maravilhosamente.

    Querida Viviana hoje apeteceu-me deixar uma coisa diferente lá no meu cantinho espero que goste e a música a "cheirar" a Natal ajuda também a meter-mos a "mão na massa"!
    Beijinhos e votos de um dia cheio de bençãos.
    Fique bem. Fique com Deus.
    Anita (amor fraternal)

    ResponderEliminar
  2. que lindo o "miau"..., boa foto num poema bonito e a vida é para seguir em frente, mas por vezes, há quje olhar para trás...
    beijinhos

    ResponderEliminar
  3. Vim deixar um abraço e desejar um lindo dia pra vc amiga.

    Bom dia!


    beijooo.

    ResponderEliminar
  4. Oi Viviana!!!
    Nossa, que poema lindo!
    Beijinhos
    Ângela

    ResponderEliminar
  5. Viviana querida,

    Que belo poema que a amiga nos deixa aqui!

    Tão real, tão lindo! Parece uma pintura!

    A imagem também é muito fofinha!

    Uma beijoca carinhosa e uma ótima quarta-feira, linda!

    Neli

    ResponderEliminar
  6. Olá Viviana!

    Não conhecia este autor Guilherme de Almeida, mas gostei de ler este seu poema!

    Tem objectividade e realidade!

    Um abraço,

    Renato

    ResponderEliminar
  7. Querida Anita

    Os Natais!

    Os Natais da infância!

    da nossa, e da dos nossos filhos...

    Saudades!

    Enquanto tivemos conosco a nossa querida mãe, a Nena! Sempre celebrámos na casa dela o Natal.

    Toda a família!

    Era das coisas mais lindas que possamos imaginar...

    O ùltimo com ela, foi no ano de de 2001.

    Ela pariu para o Céu na véspera do Natal de 2002, aos 91 anos.

    Chegámos do funeral e fomos celebrar a consoada...pela primeiro vez sem Ela...em casa da minha irmã Teresa.

    Com saudades, com lágrimas mas com muita paz.

    Como se ela estivesse conosco...

    Na casa dela nunca mais fomos capazes de celebrar o Natal.
    Juntamo-nos lá para refeições em grupo, mas Natal não.

    Amiga

    Já fui espreitar o seu blogue e encontrei coisas giras...

    Ainda não comentei...mas gostei muito do que vi.

    Obrigada

    Um beijo

    viviana

    ResponderEliminar
  8. Olá Gaivota linda

    Tenho um "miau" parecido com este.

    È o nosso "Teco".

    Quanto ao pema , achei-o interessante.

    um beijo

    viviana

    ResponderEliminar
  9. Olá Ana linda

    Obrigada, boa amiga.

    Igualmewnt, para si.

    Beijos

    viviana

    ResponderEliminar
  10. Querida Angela

    Olá amiga!

    Obrigada.

    Beijos

    ResponderEliminar
  11. Néli querida

    Se a minha amiga diz que é belo o poema...é porque é mesmo!

    Poemas é consigo!

    Eu apaixonei-me por a forma bela como está escrito, e pela riqueza das palavras.
    Gostei mesmo muito.

    Já o li hoje umas dez vezes...

    Já quase o sei de còr.

    Um abraço carinhoso

    viviana

    ResponderEliminar
  12. Olá Renato, meu bom amigo

    Encontrei este autor por acaso, aqui há tempos.
    Li alguns dos seus poemas e gostei muito; creio que já aqui publiquei pelo menos uns dois...

    Ontem, achei este e apaixonei-me por ele.

    Não podia deixar de o partilhar aqui.

    E já tenho outros dele...na calha, para sairem tambem.
    Desejo-lhe uma boa noite

    um abraço

    viviana

    ResponderEliminar
  13. Olá! Boa noite, minha maninha querida.

    Sabes que ontem apaguei, não sei como, o comentário, já não me deu jeito voltar a faze-lo.

    Mas que linda e alegre janela.
    E o poema!!!... Gostei muito... Li com gosto, fez-me lembrar coisas de quando éramos pequenas e até de quando éramos moças. era mesmo assim.
    Tem, tenhamos todos uma noite tranquila
    Esperança

    ResponderEliminar
  14. Olá minha linda maninha Esperança

    Sim, a janela é linda!
    E o poema tambem...

    Fala claramente de coisas tão nossas familiares...
    Cãntaro de barro... pão de trigo. cheiro a alazema dos tecidos de linho...ect.

    Gostei muito.

    Um beijinho e uma boa noite

    viviana

    ResponderEliminar
  15. Viviana!

    Um beleza a sua escolha.

    Parando para observar o meu poema deve,inconcientemente,ter se inspirado nesta preciosidade!!

    Falam dos mesmos assuntos com a devida proporção do mestre para a menina ainda no jardim da infância,rss!!!

    Todo o meu carinho!

    Sonia Regina.

    ResponderEliminar
  16. Querida Sónia

    Que coincidência, amiga!

    Muito curioso mesmo.

    Eu creio, para mim, que as almas poéticas, vão beber ás mesmas fontes...

    Por isso...

    Peço-lhe que continue a escrever, amiga.

    Tem tanta coisa bonita dentro de si para nos mostrar, para repartir conosco!

    Obrigada por tudo

    Um abraço

    viviana

    ResponderEliminar