segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Um poema de António Aleixo



Escultura do Poeta António Aleixo numa rua de Loulé - Algarve

Os Vendilhões do Templo

Deus disse: faz todo o bem
Neste mundo, e, se puderes,
Acode a toda a desgraça
E não faças a ninguém
Aquilo que tu não queres
Que, por mal, alguém te faça.

Fazer bem não é só dar
Pão aos que dele carecem
E à caridade o imploram,
É também aliviar
As mágoas dos que padecem,
Dos que sofrem, dos que choram.

E o mundo só pode ser
Menos mau, menos atroz,
Se conseguirmos fazer
Mais p'los outros que por nós.

Quem desmente, por exemplo,
Tudo o que Cristo ensinou.
São os vendilhões do templo
Que do templo ele expulsou.

E o povo nada conhece...
Obedece ao seu vigário,
Porque julga que obedece
A Cristo — o bom doutrinário.

(António Aleixo, in "Este Livro que Vos Deixo...")

6 comentários:

  1. que maravilha... este é um livro que se lê de quando em quando!
    excelente escolha
    beijinhos

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  2. Eu adorei ler estas poucas, mas sábias e poéticas palavras, que exprimem todo o sentido da nossa existencia. Fazer o bem sem olhar a quem!
    Um Ano Novo repleto do poder, da glória e humildade de Deus!
    beijos querida amiga!

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  3. Olá, Viviana!

    O Poeta do Povo, foi sem dúvida um sábio que maravilhou e nos trouxe uma lufada de ar fresco no que concerne à poesia dita "naif"!

    Uma bela escolha!

    Um abraço,

    Renato

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  4. Olá Gaivota linda

    Este homem era genial!

    È pena não ser mais lembrado!

    Eu não me canso de o ler.

    Um abraço

    viviana

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  5. Querida Marlene

    Que bom que gostou pas palavras do poeta popular algarvio.

    Homem, pobre, simples...

    mas com imensa sabedoria.

    Um beijo

    viviana

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  6. Olá Renato, mreu bom amigo

    Sim, diz bem: o poetacdo povo

    Disse grandes verdades!

    Eu gosto de o ler.

    Um abraço

    viviana

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