terça-feira, 20 de julho de 2010
Mas que tempos são estes? Como é que pode?
Imagem da net.
Por norma, e por uma questão de segurança, aqui em casa, não abrimos a porta da rua a pessoas desconhecidas. Quando tocam eu vou sempre discretamente á janela (vivo num terceiro andar) ver quem é.
Hoje á tarde tocaram a campaínha da porta de entrada, na escada. Abri, e estava diante de mim uma senhora africana na casa dos sessenta anos, que depois de me cumprimentar, começou de uma forma mecânica e rápida, a apresentar-me a publicidade a uma marca de telefones . Ela sabia cór o que a incumbiram de me dizer.
Ouvi-a com toda a atenção, e reparei enquanto falava, que na voz e no rosto havia um aspecto extremamente cansado.
Gentilmente, disse-lhe: Ó minha senhora! Eu agradeço-lhe reconhecida pela sua oferta, e aprecio e valorizo o seu trabalho, mas há pouco tempo instalámos uma outra marca e estamos satisfeitos com o serviço prestado.
A senhora respondeu-me: «Eu queria agradecer-lhe com um sorriso a forma como me atendeu, mas eu não consigo sorrir. Estou tão cansada! Desde manhã a subir e a descer escadas! Repare nos meus pés, como estão inchados! Estou completamente esgotada, sem forças...e triste, muito triste. Tenho que fazer este trabalho mesmo sem poder.»
Eu comovida, cheia de pena, disse-lhe que não era justo, que assim fosse.
Perguntei-lhe: A senhora crê em Deus? Ela respondeu: «Quanto! Mas quanto eu creio! Entre cada lance de escadas que subo e desço...eu suplico socorro!
Eu, com um nó na garganta, disse-lhe: Olhe, minha senhora! Neste mundo cruel e terrível onde vivemos...acho que só mesmo Ele a poderá ajudar.
Ela agradeceu muito a atenção que lhe dispensei e num grande esforço, continuou a subir as escadas que a levaram ao quarto andar, onde, eu sabia que ela não iria conseguir vender nada, porque um apartamento está fechado e a outra moradora é cliente doutra marca.
Pedi licença, desejei-lhe sorte e fechei a porta.
Uma vez cá dentro, não resisti ás lágrimas! Chorei, chorei! Revoltada por aquela mulher daquela idade e com uma saúde tão precária, ter de deitar mão áquele meio, para tentar sobreviver!
Vêm tantos! Mas são geralmente gente nova.Como ela nunca tinha vindo ninguém.
Que mundo é este? Que país é este? Onde os ricos cada vez são mais ricos! Onde só no ano de 2009 surgiram em Portugal, MAIS 600 MILIONÀRIOS!
Onde, segundo as notícias de há dois dias, o prédio mais caro de Portugal está todo vendido, mesmo sem estar acabado!
Depois de me revoltar, voltei-me para Deus, e com todo o meu fervor e a minha fé...supliquei que Ele, que é todo amor, tivesse misericórdia daquela senhora e lhe desse, lhe deparasse, uma forma mais suave de ganhar o seu pão.
Eu estou certa que Ele me ouviu e irá responder.
Amiga, aqui no Brasil, também os idosos trabalham até enfermos.
ResponderEliminarQuando aposenta, já está quase na hora da morte.
Triste, né?
Só Deus na causa.
Amiga, no meu blog Selos, Mimos e Homenagens, tem selinho para você. É belíssimo!
Beijinhos!
Porque a vida passou antes que pudéssemos viver .
ResponderEliminarVictor Hugo.
Abraço.
É, não é fácil, não...
ResponderEliminarA vida é bastante incongruente. Uns com tantos, outros sem nada, ou quase nada...
Só Deus mesmo para dar para aqueles que necessitam e nEle confiam...
bjs tristes
Revoltam-me situações como esta que aqui nos contou.
ResponderEliminarTemos mesmo de ter muita fé para conseguirmos subir todas as escadas ...é o que nos vale.
Beijinho
que maravilha! nós bem sabemos o que é ser AVÓ e ter NETOS!
ResponderEliminaré uma benção de Deus!
o meu Martim quando fez 5 anos...
cresceu mesmo...!
e fazem-nos viver com mais força, e acreditar!
beijinhos
Querida Ana Maria
ResponderEliminarSim, eu sei, amiga.
Não deveria, não poderia ser assim...
Obrigada pelo belo e colorido selinho -morango!
Há o trouxe comigo.
Beijos
viviana
Amigo Manuel
ResponderEliminarNão copnhecia este pensamento do Victor Hugo.
Tem que se lhe diga.
Um beijo
viviana
Querida Carmen
ResponderEliminarInfelizmente assim é.
Quanta injustiça por esse mundo!
Tanto apregoar de justiça...
e tão poucos resultados visíveis.
beijos, amiga
viviana
Querida Margarida
ResponderEliminarApesar de tudo...mantenhamos a esperança.
Quem sabe, um dia...
Beijos
viviana
Querida Gaivota
ResponderEliminarÉ mesmo, amiga.
"Eles" enchem-nos a vida!
um abraço
viviana
Estimada irmã,
ResponderEliminarA intercessão é isso mesmo!
Nós vivemos pela fé e não pelo que vemos.
Um grande abraço!
Sérgio