segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Inacreditável!


Canário - quase igual ao meu.
Imagem da net.


Foi há cerca de trinta anos, que uma senhora de idade, minha amiga, me ofertou um canário. Ela não tinha condições para cuidar dele e decidiu dar-mo.
Morreu de velho com cerca de doze anos, salvo o erro.
Gostávamos tanto dele, que me recordo de ter chorado quando morreu.
Não resistimos a comprar um casal, e desde então até agora, nunca deixámos de ter canários cá em casa.
Foram-se reproduzindo e neste momento temos sete.Três deles nasceram este ano.
Já vários morreram de velhos, alguns fugiram da gaiola e também já demos alguns a amigos e familiares.
Pois bem, sou eu que todos os dias de manhã e á tardinha cuido deles. Procuro mantê-los confortáveis, gaiolas limpas e bem alimentados. Há um pormenor curioso: Todos os dias eles se deliciam comendo alface! Gostam imenso! É claro que nós, também deveríamos comê-la todos os dias...mas nem sempre isso acontece.

Ontem de manhã, como de costume, cuidei deles antes de sair para o Culto na Casa de Oração.Tapei as gaiolas com uns panos para os proteger do sol, e coloquei-as no parapeito da janela da cozinha, do lado de fora, pois eles gostam imenso de estar ao ar livre. A primeira coisa que fazem é tomar um bom banho e catar as penas ao sol.

Estive fora todo o dia, tendo regressado a casa só ao anoitecer, indo tirar as gaiolas para dentro para as lavar e as preparar para eles dormirem.
De repente, verifiquei que numa gaiola onde deveriam estar quatro, faltava um, o mais novinho, que tinha apenas dois meses. Estranhei, tentei perceber o que é que tinha acontecido. Descobri então que um comedouro externo tinha ficado com uma folga, quando o coloquei um tanto apressada antes de sair.
Pois é, o passarinho saiu por lá.
Fiquei muito triste pois eu tinha cuidado dele sempre com tanto carinho, e estava tão bonito! O Zé, disse-me para não pensar mais nele, pois ainda tinha mais seis.
Achei que ele tinha razão e tentei não pensar no passarinho.

Hoje de manhã, quando os destapei e os cumprimentei, tive muita pena que o mais novinho não estivesse ali com os irmãos e o tio. Mas logo pensei noutras coisas que tinha para fazer.
Ao meio da manhã, conforme tínhamos planeado ontem, eu, o Zé e o Gil, metemo-nos no Punto e saímos para fazer o reconhecimento do percurso de uma caminhada pela serra de Sintra, planeada pelo Zé, para o próximo sábado, e para a qual convidou os irmãos, as sobrinhas mais velhas e um grupo de jovens amigos.
Passámos por trás da nossa casa e entrámos na rua por onde deveríamos seguir, e eis que o Gil que não sabia que o canário tinha fugido da gaiola, olhando para o passeio, disse: Olha! Pareceu-me ver ali no passeio um canário no meio de um bando de pardais! Eu pedi ao Zé para estacionar o carro e saí correndo, para tentar apanhar o bichinho.
Então não é que era mesmo verdade! Que o meu canário estava ali no passeio no meio de um bando de pardais! Os pardais mal me viram levantaram vôo para cima do telhado, mas canário ficou ali fazendo pequenos vôos baixos de um lado para o outro. Comecei a falar com ele como faço sempre, e devagarinho aproximei-me dele; ele voou para cima do contentor do lixo que por sorte estava fechado (está sempre fechado) e ficou paradinho a olhar para mim. Fui muito devagarinho com a minha mão e, pasmem! Ele deixou-se apanhar sem oferecer nenhuma resistência! Nem sequer me tentou bicar como faz quando o tento agarrar dentro da gaiola.
O coraçãozinho dele batia muito forte e todo ele tremia, tremia. Creio que desde ontem não se deve ter alimentado nem sequer bebido água. Ficou muito quietinho e feliz na minha mão.
Eu nem queria acreditar! Tinha assim de uma forma tão simples...conseguido recuperar o meu lindo canarinho amarelo e castanho.
Corri para o carro com ele na mão e mostrei-o ao Gil e ao Zé, que de olhos muito abertos duvidavam que fosse verdade, que eu o tinha conseguido apanhar...
Voltei com o Gil para casa cheia de contentamento, e foi com um enorme sorriso que o intoduzi na gaiola, junto dos irmãos, e onde havia muita comidinha e água fresca para beber.
Entrámos no Punto e lá fomos todos contentes a caminho da serra de Sintra.
Voltei-me para o Gil e disse: Amiguinho, aqui esteve presente o dedinho de Deus!
Ele não me queria ver triste sem o meu canarinho.
Ele olhou-me nos olhos, muito sério e disse-me: "É por isso que, SOLI DEO GLORI!"
Exactamente! disse eu.
Amanhã, dir-vos-ei sobre como correu a subida da serra.

17 comentários:

  1. Que bom fim de história! Até o meu coração ficou aliviado!

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  2. Bom encontro esse; imagino como o pobrezinho estava infeliz.

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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  4. Que linda história de amor!!!
    Aos animais, aos passarinhos que cuidas e... do amor de Deus, que cuidou dele para você e o troxe de volta para que pudesse ser cuidado tam~bém!!!

    E depois dizem que é coincidência!!!

    bjs alegres

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  5. Muito interessante e difícil de acontecer!Estes passarinhos criados por nós,nunca vão saber o que é a liberdade,até porque não conseguem a alimentação adquada e acabam por morrer!Mas daí a entregarem-se (como filho pródigo)nas mãos dos donos,não é tão fácil!
    Parabéns ,ele gosta muito da dona!!

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  6. Canário, cantar
    Melodioso;
    Canário, carinho
    Natureza
    Alegria, alvorecer
    Ritmar
    Impressionante.
    Olhai os lírios do campo!
    Olhai o canto do canário!

    Ana Maria

    Adoro canarinhos!
    Beijinhos no seu coração grande amiga!

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  7. A viviana e' uma pessoa fantastica e a pessoas fantasticas, por vezes acontecem coisas esplenderosas e com pouca explicacao.

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  8. Navegando pela net, por acaso encontrei teu blog... e fiquei encantada... linda a história de seu canarinho... Parabéns pelo blog !!!

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  9. Querida Eunice

    Olá!

    Uma história com um final feliz!

    Se soubesse como o passarinho está feliz junto dos "manos"!

    E eu...também.

    Um beijo

    Viviana

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  10. Querida Mimi

    Contado assim...quase não se acredita!

    Tinha fugido no dia anterior.

    Encontrei-o um pouco para lá detrás da casa.

    Sorrio. quando penso nisso.

    Foi o meu Deus...

    Um beijo

    Viviana

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  11. Querida Carmen

    Eu própria me espanto!

    Ao ar livre, no meio de um bando de pardais!

    Ele não voar e fugir...

    Acho que ele ficou muito contente e tranquilo quando ouviu a minha voz e me viu.
    Bonito, não?

    Um abraço grande

    Viviana

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  12. Amigo Manuel

    É isso.

    Se fosse maltratado não se deixaria agarrar, creio eu.

    Eu consegui inter-agir com ele.

    Foi lindo.

    Um abraço

    Viviana

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  13. Querida Rute

    Esse era o meu receio...que ele não conseguisse sobreviver.

    Olhe, se eu já gostava muito dele (e dos outros) imagine agora o que eu sinto quando o olho e falo com ele.

    É um macho...está a ganhar forma.

    Um beijo

    viviana

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  14. Querida Ana Maria

    minha linda e doce amiga

    Sempre a poesia!

    Está-lhe na alma, no espírito!

    Um beijo

    viviana

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  15. Querida Fernanda

    Confesso que a miúde ma acontecem coisas que não entendo!

    Mas que no fundo, no fundo...eu sei que é o dedinho do meu Deus e Senhor, a olhar por mim.

    Agradeço as suas tão amáveis palavras, creia.

    A Fernanda e o Eduardo, é que são pessoas fantásticas, fora do comum.

    Abraço-vos com carinho

    viviana

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  16. Sam

    Olá!

    Que agradável surpresa encontrá-la aqui...

    É muito bem vinda, creia.

    Agradeço reconhecida as suas palavras de apreço por este tão humilde cantinho.

    Já fiu esprreitar o seu blogue e achei lindo, nuito lindo!

    Tanta coisa com interesse!

    Li bastante.

    Um abraço

    viviana

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