segunda-feira, 18 de outubro de 2010
A Lenda da Serra da Estrela
http://www.meteopt.com/forum/portugal/serra-da-estrela
Encontrei esta bela lenda no blogue da minha amiga Fernanda - http://nanda-fernandarocmsncom.blogspot.com/ - e com a sua permissão, estou a publicá-la aqui.
A Lenda da Serra da Estrela
«Era uma vez um jovem pastor que vivia numa longínqua aldeia. Por único amigo tinha um cachorrinho, que nas longas noites de solidão se deitava a seus pés sem esperar nenhum gesto, nenhuma palavra. Sofria este pastor de uma estranha inquietação: cismava alcançar uma serra enorme que via muito ao longe, ver as terras que existiriam para lá da muralha rochosa que constituía o seu horizonte desde que nascera. E muitas noites passava em claro, meditando nesse seu desejo infindável.
Certa noite em que se julgava acordado, sonhou que uma estrela descia até si e lhe segredava que o guiaria até ao objecto dos seus desejos. Acordou o pastor mais inquieto e angustiado que nunca, e procurou no céu a verdade do que sonhara. Lá estavam todas as estrelas iguais a si mesmas, imutáveis e eternas aparentemente. Mas estava também uma que lhe pareceu diferente e mais sua.
Passavam-se os dias e o desejo do pastor aumentava, fazia doer-lhe o corpo, ardia-lhe febril na cabeça. De noite, todas, todas as noites, procurava no céu a sua estrela diferente. E em sonhos ela aparecia-lhe muitas vezes desafiando-o, desafiando-lhe sempre a vontade. Mas a vontade por vezes é tão difícil!!
Uma noite, num ímpeto, decidiu-se. Arrumou tudo o que tinha e era nada, chamou o cão e partiu. Ao passar pela aldeia o cão ladrou e os velhos souberam que ele ia partir. Abanaram a cabeça ante a loucura do que assim partia à procura da fome, do frio, da morte. Mas o pastor levava consigo toda a riqueza que tinha: a fé, a vida e uma estrela. E o pastor caminhou tantos anos que o cão envelheceu e não aguentou a caminhada. Morreu na noite, nos caminhos, e foi enterrado à beira da estrada que fora de ambos. Só com a sua estrela, agora, o pastor continuou a caminhar, sempre com a serra adiante. E à medida que caminhava a serra ia estando sempre ali, no mesmo sítio e à mesma distância.
Passou todas as fomes e frios que os velhos lhe tinham vaticinado. Atravessou rios, galgou campos verdes e campos ressequidos, caminhou sobre rochedos escarpados, passou dentro de cidades cheias de muros e gente, mas a montanha dos seus desejos nunca a baniu do coração. Por fim, já velho, alcançou a muralha escarpada que desde a infância o chamava. Subiu, subiu até ao mais alto da serra e ali pôde então largar o desejo do seu coração, agora em paz e sem desejo.
O horizonte era tão vasto e maravilhoso, a impressão de liberdade tão avassaladora que o pastor, sem falar, gritava dentro de si um hino de louvor que mais parecia o vento uivando por entre os penhascos rochosos de silêncio. Instalou-se o velho pastor e a sua estrela ficou com ele, no céu.
O rei do mundo, porém, ouviu falar naquele velho pastor e na sua estrela fantástica. Mandou emissários à serra: todas as riquezas do mundo daria ao pastor em troca da sua pequena estrela. O pastor ouviu com atenção o que lhe mandava dizer o rei. Depois, olhou em volta. Tudo eram pedras e rochedos. Uma pequena cabana de rocha coberta de colmo era a sua morada. Uma côdea de pão negro e uma gamela de leite as suas refeições. A sua distracção a paisagem igual e diferente do mundo de lá em cima. A sua única amiga, a estrela.
Suavemente, como quem sabe o segredo das palavras e o valor de todos os bens possíveis, virou-se para os emissários do rei do mundo e rejeitou todos os tesouros da terra, escolhendo a pequenez da sua estrela. Passaram os anos e o velho morreu. Enterraram-no debaixo de uma fraga e nessa noite, estranhamente, a estrela brilhou com uma luz mais intensa. Os pastores da serra notaram essa diferença porque a reconheciam também entre as outras, pelo que o velho lhes contava em certas noites.
E em memória desta lenda, a serra passou a chamar-se, para sempre, serra da Estrela.»
(Fernanda Frazão)
ola Viviana. Fiquei muito contente que o tivesse feito. Nao existe nada melhor no mundo do que a partilha para provocar um bom sorriso.
ResponderEliminarcom amizade
fernanda
Da cidade mais Alta, situada na bela Serra da Estrela.Vai o meu abraço,e votos de um bom dia.
ResponderEliminarLídia
e eu não conhecia a lenda... na verdade também não sou "muito serrana", embora goste muito de lá ir e até fazer um pouco de férias por lá, tanto de verão como de inverno!
ResponderEliminarobrigada pela partilha
beijinhos
Olá, Fernanda
ResponderEliminarAmiguinha linda
Se a alegrei...fico contente.
É muio bela esta lenda.
Vou guardá-la.-
Um beijo
viviana
Lidia!!!
ResponderEliminarOh! minha querida amiga e irmã em Cristo!
Quanta saudade!
Ainda há momentos, na minha Oração do fim da tarde, orei e dei muitas graças pelo carinho e amizade dos queridos irmãos da Guarda.
Saiba que estão na minha lista de oração e no meu coração.
Todos os dias procuro orar.
Quantas saudades do querido Pastor Joaquim Emanuel!
Por favor abrace-o com muita força...por mim, certo?
É linda esta lenda da Serra da Estrela!
Eu não a conhecia.
Beijos, muitos beijos para todos
Viviana
Querida Gaivota
ResponderEliminarminha linda amiga "Nazarena"
Imagino que aprecie mais o Litoral...
Acho a Serra da eEtrela encantadora.
Maravilhosa, mesmo.
Um beijo boa amiga
viviana
Obrigada por partilhar esta lenda.
ResponderEliminarBeijinho grande, Viviana
Olá, Margarida
ResponderEliminarNão imagina como gostei de conhecer esta lenda...
Bonita, não?
Um grande abraço
viviana