terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Nevoeiro - Fernando Pessoa


Nevoeiro em Sintra.
agorasousra.blogspot.com



Nem rei nem lei, nem paz nem guerra,
define com perfil e ser
este fulgor baço da terra
que é Portugal a entristecer –
brilho sem luz e sem arder,
como o que o fogo-fátuo encerra.


Ninguém sabe que coisa quere.
Ninguém conhece que alma tem,
nem o que é mal nem o que é bem.
(Que ância distante perto chora?)
Tudo é incerto e derradeiro.
Tudo é disperso, nada é inteiro.


É a Hora!

Valete, Frates. 10-12-1928

Fernando Pessoa

8 comentários:

  1. A oportunidade para os grandes actos pode nunca chegar, mas a oportunidade para as boas acções se renova a cada dia!

    Um dia abençoado querida amiga.
    Mil beijinhos.
    Fique bem. Fique com Deus.
    Anita (amor fraternal)

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  2. Ola' Viviana. Nao tenho andado por aqui porque a minha filha chegou ha uma semana. vai estar aqui quase um mes, mas quero usufruir o maximo da companhia dela... depois vou estar mais um ano sem ve-la. por isso por uns tempos nao vou estar muito ativa no computador. beijinhos e que tudo corra bem por ai
    fernanda

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  3. 'Tudo é incerto e derradeiro.
    Tudo é disperso, nada é inteiro.'

    Olá, como tem passado? Espero que bem. Sinto não ter estado por aqui durante o Natal, mas já que o nascimento de cristo se comemora a cada segundo, deixo meus votos atrasados de felicidades.

    Esse poema é encantador, descreve bem um estado humano que é sempre presente; A confusão. Acho que o que torna essa sensação tão dolorosa é saber que a resposta se esconde logo alí, sobre a neblina.

    Mas nem todas as verdades nos convem saber...

    Abç.

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  4. Olá Viviana
    Talvez Pessoa tenha optado pelo lado mais facil de analista em relação ao país que o viu nascer, visto que ninguém sabia o lugar que ocupava. Pessoa era NINGUÉM, dentro do nada que pudesse mobilizar este país...Uma visão pessimista, sem uma luz que possa dar um pouco de esperança.
    Fica o lado critico, a denúncia, que pouco vale vale sem a amostragem de uma solução...
    Talvez Portugal estivesse personalizado no próprio Pessoa, que assim veria a sua própria vida.
    Aproveito para dizer que valorizo muito os seus comentários, porque o são realmente e que seria bom que todas as pessoas comentassem realmente aquilo que lêem. Penso que comentar um poema, por exemplo, é dar a nossa opinião sobre aquilo que lemos e aquilo que entendemos, sem ter que essa opinião, coincidir com a de mais alguém.
    Que tenha um bom ano, em companhia de toda a sua familia e fico grato por de certa maneira trocar ideias com a minha esposa o que equivale a dizer, fico grato pela companhia que lhe faz, mesmo assim.

    Eduardo Mesquita

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  5. Querida Anita

    é certo, amiga.
    Cada dia há é tempo de fazer o bem.

    Assim Dues nos ajude e nós estejamos predispostos para tal-.

    Um beijo

    viviana

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  6. Olá Fernanda

    Que bom que a "filhota" está aí!

    Isso mesmo amiga, reserve muito tempo para as duas.. será um tempo precioso.

    Um abraço

    viviana

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  7. Olá Velton

    Tem razão...

    Oc que crêm celebram contínuamente...o nas cimento do Salvador.

    Gosto muito da poesia do grande Pessoa.

    Pena ter sido aparentemente tão triste.

    Um abraço

    viviana

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  8. Olá Eduardo

    Interessante...

    Quando publiquei o poema , ao lê-lo uma vez mais, fiquei com a sensação de que faltava ali uma palavra de esperança...

    Eu gosto de transmitir esperança, porque eu sou uma pessoa com esperança.

    Mas é como o Eduardo diz: Quem lê um poema interpreta o que a as palavras dizem...independentemente de concordar com elas.

    Sensibilizaram-me as suas palavras quanto á sua esposa.
    Admiro-a e quero-lhe bem.
    Ela é uma pessoa muito linda.

    Um abraço

    viviana

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