quinta-feira, 23 de junho de 2011

O pão e o contra - peso


Forno de cozer pão-
Fonte da imagem:
rouxinoldepomares.blogs.sapo.pt

Há dias, falando com a maninha Esperança sobre a nosssa infância em Leiria, recordámos a boa broa que a nossa mãe cozia no forno. Era uma mistura de dez kilos de farinha de milho com três kilos de farinha de trigo. A mãe esmerava-se na amassadura e no aquecer do forno, o que fazia com que a brôa ficasse muito saborosa.
Cozia uma vez por semana e as seis ou sete brôas chegavam perfeitamente.
Em dias especiais comía-mos pão da padaria. As "merendeiras" -hoje, carçaças - custavam quarenta centavos cada uma. Havia também um pão de mistura - pão de dezassete - porque custava dezassete tostões. Pois este pão de dezassete deveria ter o peso de meio kilo, mas quase nunca tinha e então, a senhora Maria (padeira)tinha sempre em cima do balcão um pão de dezassete que ia sendo cortado em pequenos pedaços que eram usados para completar o meio kilo que o pão deveria pesar.Recordo tão bem como ela cortava tão rápido o pedaço e completava o peso na balança...
Hoje, alguém faz isso? Alguém se dá ao trabalho de pesar o pão ou as carcaças e completar o peso com um contra-peso? E olhem que ás vezes o pão que o Jorge trás do supermercado parece ser bem mais pequeno do que aquilo que deveria ser.
Razão tinha a Nena (mãe) quando dizia: "Tudo passa! Tudo tem o seu tempo!

4 comentários:

  1. Olá Viviana
    Que esteja a viver de uma forma agradável este feriado (tão cheio de sentido para nós).
    Ao ler o post tive a sensação de sentir o cheirinho do pão de antigamente.
    Talvez porque era tão pouco "na minha casa era" que lhe dávamos outro valor.

    Bom, mas posso dizer que continuo a comer uma deliciosa broa de milho e uma bôla, umas vezes de carne outras de bacalhau, deliciosas.
    São feitas por uma amiga, que faz questão de todos os sábados mas vir trazer.
    Estão longe, de contrário dividia com todos vocês.

    Bom resto de tarde.
    Abraços

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  2. Querida Rosa

    Sim, amiga, naquele tempo o pãozinho reprezentava tanto para muitos!

    Numa breve passagem por a casa do meu avô paterno no Minho, lembro muito bem do enorme pão de centeio que saía da arca para cada dia...

    Eram uns doze em casa.

    Graças a Deus que hoje temos fartura de pão e até uma boa bola de carne ou bacalhau!

    Um grande abraço, boa amiga
    viviana

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  3. comigo e com os meus, todos bem graças ao nosso Deus.

    Passei agora pelo teu cantinho e vi que alguém estava a ver, “ O pão e o contra-peso”. Fiquei interessada porque me lembrei da nossa infância, e vim ver. Gostei tanto!!!...Recordei tudo…Como se fosse um filme, tudo tão bom!!!...Com os nossos queridos pais ainda novos e nós crianças…Como a vida foi boa para nós…
    O pão de 17 era escuro, muito bom!!! Era para os mais pobres, o branco mais caro, para os mais ricos. Hoje, é ao contrário, o escuro é o mais caro. E com o peixe acontece o mesmo: Antigamente, o peixe era para os pobres, e a carne para os ricos. Na nossa casa não faltava, o peixe frito, para comer a qualquer hora, com a tal broa deliciosa que a nossa saudosa mãe fazia. Hoje o peixe é mais caro do que a carne.
    Tem, tenhamos todos, um bom resto de noite

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