sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Manuela de Azevedo - Um nome que honra as mulheres portuguesas


Manuela Azevedo hoje, aos cem anos


A Jornalista quando jovem


O último livro publicado

Manuela de Azevedo, a decana do jornalismo nacional comemorou ontem cem anos. O seu sentido crítico mantem o apuro de outros tempos.

Se o tempo lhe devolvesse a vista, não sobravam dúvidas a Manuela de Azevedo. "Se a saúde me deixasse, faria uma reportagem que envolvesse velhos e crianças", admitiu a primeira mulher a receber em Portugal a carteira profissional de jornalista.O quê, ao certo, não sabe. "Se eu estivesse realmente em contacto com a vida, conheceria os problemas de raíz, problemas que necessitam de ser divulgados e que não conheço porque, não sendo cega, vejo já muito mal e não consigo ler. As notícias? Oh,menina, essas só as vou ouvindo", confessou ontem ao DN, (Diário de Notícias) no dia em que celebrou cem anos.
Volvido um século de vida e quase oitenta de início de actividade, Manuela de Azevedo confessa que a máxima que lhe foi passada pelo director do Diário de Lisboa (DL) JoaquimManso ainda lhe serve de inspiração: "Os jornalistas têm liberdade e autoridade máximas". E, se não têm, deveriam ter."Porque o jornalismo ajuda a abrir os olhos e ao desenvolvimento do País. Actualmente, só lhe falta sentido de responsabilidade. Especula-se um bocado e eu não gosto disso", criticou. Graças a Deus não é sempre nem em todos os orgãos", adiantou.
Começou a trabalhar nova, tinha 23 anos e desde então levou a maior parte dos seus dias a escrever 16 horas seguidas. Pisou as redações de República, Vida Mundial,Dl, O Dia e DN. "Sinto-me profissionalmente realizada.Dentro dos meus horizontes, não deixei nada por fazer. Nunca quis ser directora, nem chefe de redação, nem coisas nenhuma desse género. Queria, e tinha, a liberdade de entrar e sair quando me apetecia."
E assim fazia.
De reportagem em reportagem, há uma que não esquece."Foi uma investigação para o DN, já depois do 25 de Abril, sobre a história de pré-introdutor da Inquisição em Portugal.
Ana Filipa Silveira
(Diário de Notícias)

Nota:

Manuela de Azevedo, para além de jornalista, foi também professora, critica de arte e escritora. Escreveu e publicou dezenas de livros, contos, novelas, ensaios, biografias, crónicas, romance e teatro.
Nascida em Lisboa, foi ainda criança viver em Mangualde, onde o seu pai era correspondente de "O Século", cuja leitura despertou nela o gosto pelo jornalismo.
Em 1935 lançou o livro de poemas "Claridade", com prefácio de Aquilino Ribeiro.
Doou uma parte importante do seu espólio á Camara Municipal de Santarém, local onde a Jornalista é muito considerada e estimada, tendo-lhe sido prestada ontem uma significativa homenagem.
Durante as últimas décadas fundou e dirigiu a Casa Memória de Camões, em Constância.
A esta ilustre e valorosa mulher portuguesa, presto aqui, a minha homenagem e manifesto a minha gratidão, pelo que é, pelo que fez e, por o exemplo que nos deixa, de que vale a pena lutar e perseguir os nossos sonhos, dando sempre o melhor de nós, sem nunca baixar os braços.
Obrigado, muito obrigado, Manuela!
Que Deus lhe conceda ainda muitos anos de vida vividos em paz e contentamento.


8 comentários:

  1. Olá amiga Viviana.

    Mais um belo exemplo de alguém que não esperou que "tudo" lhe caísse no regaço, mas sim com esforço e dedicação...

    "Deus nos dá o talento, e o trabalho transforma o talento em genialidade."
    ( Ana Pavlova )

    Viviana, tenham um bom fim de semana.
    Beijos

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  2. Passei para deixar um beijinho com muitas saudades.
    =)

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  3. Saudações Viviana.
    Estava a tentar encontrar o email da grande Senhora D.Manuela de Azevedo. E encontrei o seu blog que logo me cativou,e do mesmo vou ficar seguidora.
    Há dias escrevi no meu simples blog um apontamento sobre esta Senhora, assim como um soneto, lindo, da sua autoria. Hoje vi-a na t.v. e pensei se tivesse o seu email,escrevia a contar-lhe.Eu não sou ninguém especial,mas a Sra.D.Manuela também não necessita de elogios,não estranharia por uma pessoa simples se lhe dirigir.
    As minhas desculpas por em vez de comentar, estar a falar de mim.
    Voltarei.
    Um abraço.
    Da Dília Maria

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  4. Por acaso vi na televisão a entrevista que lhe fizeram!

    Uma pequena GRANDE MULHER, sem dúvida!

    Beijinho da Flor

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  5. Querida Rosa

    Sim, uma mulher que arregaçou as mangas e avançou sem medo para a luta!

    E chegou lá!

    Tenho por ela um respeito e consideração enormes.

    Um abraço
    viviana

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  6. Olá, querida Fátima

    Que surpresa boa!

    Também tenho saudades...

    Obrigada por a visita

    Um abraço
    viviana

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  7. Olá Dilita

    Mas que coisas boa, recebê-la aqui no meu cantinho...

    Fiquei muito contente com a sua presença, creia.

    Agradeço a referência simpática que faz a este humilde bloguesito.

    Obrigada pelo apreço e também por ser seguidora.

    Já estive no seu blogue e já li vários temas interessantes que ali encontrei, inclusivé o texto dedicado á Senhora Dª Manuela de Azevedo.
    Voltarei lá amanhã se Deus quiser para ali deixar um comentário.

    Um grande abraço
    viviana

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  8. Querida Flor

    É sem dúvida uma grande senhora!

    Tenho por ela enorme admiração e respeito.

    Um beijo
    viviana

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