Aquele, é talvez, o jardim mais bonito e mais bem cuidado da aldeia.Está ali, diante da moradia, á beira da estrada, há cerca de quarenta anos, quando os jovens noivos ali se se instalaram.
A variedade e beleza das flores e plantas, chama a atenção de quem quer que por ali passe, que tenha um pouco de sensibilidade. Eu, confesso, que paro sempre.
Ontem, fui tomar um cafézinho ali ao lado e não pude deixar de ir olhar o jardim.
Por sinal, estava lá a dona a arrancar umas ervas. É uma pessoa que eu cumprimento habitualmente mas com a qual não tenho grande relacionamento, embora eu conheça bem a sua família e fosse grande amiga do sogro, o moleiro da aldeia que tinha dois moínhos lá no alto, e que há muitos anos quando eu era enfermeira instrumentista, no bloco operatório, fiz parte da equipa que o operou a um Quisto Hidático(doença transmitida por os cães).
Ela conheceu e conviveu de perto com os meus pais e irmãos na aldeia.
Ao olhar o jardim, reparei numa rosa belíssima, em tons de vermelho escuro e amarelo dourado, que estava lá atrás, e exclamei:
Mas que rosa tão linda!
Meu Deus, como ela é bela!
Ainda não tinha acabado de falar quando me apercebi que ela foi colher a rosa e veio oferecer-ma com um doce e belo sorriso. Eu, que não estava á espera que ela fizesse isso, recebi a rosa e contemplando-a comovida, disse: Mas a senhora apanhou a rosa? ao que ela respondeu: "Apanhei. É para si. Para levar para sua casa".
Agradeci-lhe, reconhecida, e fiquei contente. Mas, de imediato, ao olhar o lugar onde a rosa estava e não a vendo mais lá...a alegrar e a embelezar aquele jardim e todos os que ali passam, senti-me triste por ter sido eu a causadora ao fazer a apreciação que fiz, á rosa, por ela já lá não estar.
E concluí: Tanto elogiei a rosa que sem sequer o imaginar...fui a causadora do fim da sua vida, naquele jardim. Ali, ela era vista e admirada por todos os que ali passavam, e por a sua proprietária...agora, depois do que eu fiz, ela está ali na minha sala e só é vista por mim, o Jorge e o Zé e dentro de alguns dias vai murchar e desfolhar-se.
A intenção foi boa e sincera. O resultado, é que não foi assim tão bom.
Estou interessada em aprender a lição.
Olá Viviana!
ResponderEliminarNão fez mal. Faria, se a tivesse cortado de qualquer maneira ás escondidas, furtando-a.
Viu-a admirou-lhe a beleza, que assim é de facto: embora a variedade das rosas seja vasta e todas bonitas, esta de facto é pouco vulgar, linda de verdade.
Se continuásse na roseira só duraria mais,mas também ia perdendo beleza e acabaria, como tudo acaba, até nós humanos.
Assim a Sra. oferceu-a a quem a merecia, porque reparou nela e a apreciou,quem sabe se não a amou...
Não tenho flores Viviana, mando-lhe um abracinho.
Dilita
Olá, Dilita
ResponderEliminarAs suas palavras tranquilizaram-me um pouco mais.
Obrigada por a compreensão.
Um abraço
viviana
Foi para as mãos de quem lhe deu carinho.
ResponderEliminarBeijo e bom fim de semana.
Olá amiga Viviana.
ResponderEliminarBom, se a rosa lá continuasse, nós não podíamos contemplar a sua beleza.
Por isso, não se sinta mal, de certo que a rosa está feliz na sua casa, onde tem pessoas a admirá-la.
Beijos e bom fim de semana.