Hoje, quero apresentar aqui aos amigos, uma velha ponte Romana que descobri há cerca de três semanas. A ponte Romana da Assafora, que data do século três depois de Cristo (III D.C.)
Era dia de folga do Zé, e como de costume, saímos a dar uma volta pelas belas e atraentes aldeias do concelho de Sintra. Passámos pela Assafora, seguimos em direcção á Cortesia, e avançámos para a Catribana, aldeia que só conhecíamos pela indicação do nome no autocarro. Chegados á Catribana, estacionámos o carro no largo, onde não se via "viva alma", a não ser um cão preto, razoavelmente grande, que veio receber-nos. Olhámos para ele e achámos que podíamos confiar; saudou-nos e acompanhou-nos por todo o percurso que fizemos a pé, por caminhos de terra batida, durante cerca de duas horas. Não mais nos largou. Andava um pouco á nossa frente, ficava um pouco para trás, mas sempre solicito a acompanhar-nos.
A ponte fica,obviamente, num vale, ladeada á esquerda por terras de cultivo - muitas delas abandonadas - e á direita, por uma montanha lindíssima, com vestígios de construções antiquíssimas, essencialmente formadas por grandes e curiosas lages de pedra, no alto da montanha e também nas encostas, onde onde uma brisa suave fazia ondular o feno nascido ali espontâneamente.
Tudo tão bem preservado, praticamente sem sinais da mão do homem , por ali.
A par da brisa e da luz solar, era audível um silêncio que nos segurava ali sem qualquer vontade de sair.
De um lado e doutro da ponte, bem como em cima, mantem-se bem vísível, um troço de estrada romana, que nos impressiona. A ponte e a estrada estão vedados ao trânsito de velocípedes e veículos; eram visíveis, no entanto, sinais da passagem de motos, o que é uma pena. A ponte também carece de uma melhor preservação, pois dá-nos a ideia de, como tantas coisas bonitas deste país, estar praticamente ao abandono. A ponte atravessa a Ribeira da Samarra, que vai desaguar ali um pouco mais á frente, á praia da Samarra, que também conhecemos nesse dia e que, querendo Deus, vos apresentarei aqui proximamente, pois é muito bonita.
Acabada a visita á ponte, o cão preto acompanhou-nos ao carro, como que a despedir-se, e seguiu para o jardim de uma vivenda ai no largo, onde entrou dentro de uma piscina e se refrescou. Esperto! Estava bastante calor.
Fotos lindos e texto muito interessante.
ResponderEliminarBeijo.
Olá Viviana.
ResponderEliminarBonito passeio, interessante descoberta a vossa, gostei.
Abraços.
Olá amiga
ResponderEliminarGrata pela visita ao meu birras.
Então neste Domingo partiu à descoberta,e foi premiada com pormenores encantadores. Tanta simplicidade e tanta riquesa...
Na minha terra também existia uma ponte como esta, igualmente romana. Havia uma lagoa enorme que depois se ligava ao rio mondego,tinha um nome descabido Pôço da Cal,era bastante fundo. O meu pai que era pescador aos Domingos, ia lá ficando afogado embora soubésse nadar bem. Ainda passei por baixo da ponte de barco (bateira)com o meu pai num outro dia, não nesse dia de azar. Era um local magnifico com muita verdura e sombra. Com a rectificação do rio Mondego danificaram a paisagem, e desta zona nada sei como estará actualmente.
Ao ver as suas fotografias, não pude deixar de notar a semelhança, e recordar...
Perdoe o meu defeito sou tagarela, e nesta altura está crónico,não há volta a dar.Só pedir que desculpe.
Beijinhos, e boa semana.
Dilita.
Este episódio contado pela irmã Viviana faz-me recordar um caso idêntico há muitos anos, na minha vida militar em Lisboa. Estava adido ao Batalhão de Sapadores dos Caminhos de Ferro, em Campo de Ourique.Certo dia, à noite, ao regressar, a pé, à referida Unidade, vindo do Largo do Rato, apareceu um cão que me perseguiu (com boas intenções)por todo o caminho que fiz, subindo toda a Rua do Sol ao Rato, até chegar aos portões do Quartel, em Campo de Ourique. O animal parou junto à entrada e aí olhou uma última vez para mim, numa espécie de despedida. Entrei, então, na Unidade e o cão seguiu o seu caminho. Fernando
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