E de repente a casa ficou vazia

                                       O Moínho de Mira-Sintra, que vejo aqui da janela

Hoje, acordei "com a casa vazia".

Estiveram por aqui os netos durante cerca de duas semanas. Só faltaram dois: O Nuno e a Inês, de férias no Algarve.

Foram dias de riso, de alegria e de  muita brincadeira
Mas também houve momentos sérios, como por exemplo, quando  eu, de volta dos tachos e panelas, me lembrava de algo importante para lhes transmitir, para lhes ensinar, chegava junto deles e pedia cinco minutos de atenção, que eles me davam  prontamente.
  Ou ainda, momentos muito belos, quando todos á volta da mesa das  refeições, dávamos graças pelo alimento. Eu perguntava á mais pequenina que nem dois anos tem... a Clara, que era a primeira a ficar em silêncio e a juntar as pequeninas mãos em atitude de oração, eu perguntava-lhe: Clara, cantamos ou falamos? E ela rápida respondia: "Cantamos". Então todos (ontem á noite éramos treze) elevávamos  as nossas vozes até ao céu num hino de acção de graças. Terminado o cântico, a Clara era a primeira a dizer: "Bom apetite".

Hoje, de manhã cedo, enquanto pensava na Margarida, de seis anos, muito "agarrada a mim"...o telefone tocou. Era ela, com a vózinha embargada a dizer-me: "Bom dia, avó! O que é que estás a fazer?"

Amanhã, a casa voltará a ter vida. O Nuno e a Inês, regressados ontem do Algarve, virão passar um tempo aqui connosco. Estarão por aqui também, provávelmente, o Gil e a Sara.

Quando hoje acordei, abri a janela, olhei o céu, lavado pela preciosa chuva que caíu de noite, e com a minha alma profundamente reconhecida, agradeci ao meu Deus, ao meu Senhor, a benção da FAMÍLIA linda e preciosa que Ele me deu, e também estas oportunidades tão ricas de ter os netos por perto, a alegrarem-me e a fazerem-me feliz!
Que bom!