sábado, 3 de agosto de 2013

Um Poema de Silas Pego - O Filme


O Poeta Silas Pego e a esposa
No Jornal  - O Semeador Baptista - encontrei este interessante e tocante poema, da autoria de Silas Pego, como "Celebração" dos seus setenta anos. Conheço o poeta desde jovem e tenho por ele um grande carinho e uma enorme admiração.

O poema é m tanto extenso, porém creio que sendo tão rico, valerá a pena lê-lo na totalidade.

 Uma introdução:

"Hoje, 26 de Junho de 2013, é o dia que ultrapasso os 70, esse número redondo de que a Bíblia nos fala assim:

A duração da nossa vida é de 70 anos e se alguns, pela sua robustez, chega aos 80 anos, o melhor deles é canseira e enfado, pois passa rápidamente e nós voamos.

Curiosamente, estas palavras são  atribuidas a um homem que iniciou  a sua epopeia aos 80 - Moisés! E será dele ainda esta belíssima oração:

Ensina-nos a contar os nossos dias, de tal maneira que alcancemos corações sábios. (Livro dos Salmos 90:7 e 12)

Este é um tempo de balaço que aqui pretendo assinalar com gratidão, nestes 7 degraus  ou "migalhas", em saltitantes versos.

O FILME

Acção 1

Paragem na vida
que passa os 70
Já nada se inventa
Pois tudo é sabido...
Se o tempo nos foge
Não foge nem mente
E o que era aparente
Passou sem sentido...
E em beve balanço
De vida já longa
P`rá  além se prolonga
O bem que ficou
E o saldo proclama
Com graça e verdade
Fé na eternidade
De quem nos amou!

Acção 2

No tempo que passa
Presente que morre
Futuro que corre
Quem diz onde estou?
E tu que me escreves
Com tinta a correr
Será que a escrever
Me dizes quem sou?
Espelho da vida
Que vês ao contrário
Meu ser solitário
Que dizes de mim?
E em sua magia
Que tudo devassa
Num filme que passa
Mostrou-me-...assim:

Acção 3

Já vejo ou vislumbro
Com olhos fechados
Meus dias passados
Num filme de mudos...
E a base sonora
Que envolve o cenário
Transforma o calvário
Das lanças e escudos!
Celestes poemas
De acordes e arranjos
Suspendem os anjos
Cantando alegria!
E vendo onde estive
Mas cheio de encanto
Surpreso me espanto
Ao ver cruz vazia...

Acção 4

E abrindo meus olhos
Eu vejoesse monte
Com novo horizonte
Que espraia harmonia!
Quem sou e onde estou
No tempo presente
Que sente o que sente
Ao ver cruz vazia?
Só a lança quebrada
Do centurião
Recorda, no chão,
A intensa agonia...
E o filme revela
Que a VIDA voou
E a morte deixou
Aos pés de Maria...

Acção 5

Subindo em vapor
No espaço do tempo
Meu tempo acrescento
Sem peias ou dor...
Saudades são asas
E a vida que tenho
Cravada no lenho
Renasce em fulgor!
Silêncio de mudo
Contemplo essa paz
Que Cristo me traz
Por graça e favor
E o novo cenário
Do filme que passa
Ostenta essa graça
Do meu Redentor!

Acção 6

E olhando p`ra trás
Quem és tu que passas
Chorando as desgraças
Do filme que é teu?
Quem és, meu amigo
Que gemes e choras
Mas deuses que adoras
Não chegam ao céu?
Se ao menos pudesse
Voltar ao passado
E dar-te o recado
Que está tudo feito...
Se ao menos pudesse
Com este poema
Romper-te o dilema
Que abrasa o teu peito...

Acção 7

Já solto no espaço
Que o filme projecta
Bem perto da meta
Já ouço um cantor!
E a música em canto
Batuta que é cetro
Traureio e soletro
Pois sei-a de cor!
E os astros que vejo
Tão perto de mim
Me dizem assim
Com voz de tenor
 - Bem-vindo, que chegas
Por creres somente
Que a VIDA é um presente
De Cristo, o Senhor!

Silas Pego
Braga, 13.06.26


2 comentários:

  1. Olá amiga Viviana.
    O poema! lindo e verdadeiro...




    Alegre Domingo.

    Abraços

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  2. Que bom ter recordado aqui o amigo Silas.
    Há uns 15 anos que não o vejo, mas o carinho continua. Algumas vezes lembro-me dele a dizer os poemas que tão bem escreve, como este.

    Beijos.

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