O poeta português - Tomás Ribeiro - |
Bem hajas, oh luz do sol,
Dos órfãos agasalho e manto,
Imenso, eterno farol
Deste mar largo de pranto!
Bem hajas, água da fonte,
Que não desprezas ninguém!
bem haja a urze do monte,
Que é lenha de quem não tem!
Bem hajam rios e relvas,
Paraíso dos pastores!
Bem hajam aves das selvas,
Música dos lavradores
Bem haja o reino dos céus,
Que aos pobres dá graça e luz!
Bem haja o templo de Deus,
Que tem sacramento e cruz!
Bem haja o cheiro da flor,
Que alegra o lidar campestre;
E o regalo do pastor,
A negra amora silvestre!
Bem haja o repouso à sesta
Do lavrador e da enxada;
E a madressilva modesta,
Que espreita à beira da estrada!
Triste de quem der um ai
Sem achar eco em ninguém!
Felizes os que têm pai,
Mimosos os que têm mãe!
TOMÁS RIBEIRO - Poeta português -1831 - 1901 - In D. Jaime
(No livro de leitura da IV classe do ensino primário - anos 40)
Nota
Alguns dados sobre o Autor:
Escritor ultra-romântico português, natural de Parada de Gonta, Tondela. Estudou Direito em Coimbra, integrando-se no grupo do Novo Trovador e no círculo de António Feliciano de Castilho. Após algum tempo de actividade como advogado, ingressou na carreira política: foi deputado, em 1862, ministro da Marinha e das Obras Públicas e embaixador no Brasil.
A obra de Tomás Ribeiro insere-se plenamente no romantismo português da Regeneração. Admirado por Camilo Castelo Branco e por Castilho, recebeu deste grandes elogios a propósito do seu D. Jaime (1862). O louvor de Castilho, num prefácio longo em que exalta a autenticidade nacionalista e a simplicidade natural da obra de Tomás Ribeiro, foram mais um pretexto para o despoletar da célebre Questão Coimbrã, que viria a concretizar o choque latente entre os poetas do Romantismo e a nova geração coimbrã. Mais tarde, Tomás Ribeiro viria a assimilar também algumas características do realismo, sem contudo abandonar um fundo melodramático ultra-romântico. Escreveu, para além do D. Jaime, as obras A Delfina do Mal (1868), Sons que Passam (1868), Vésperas (1880), Dissonâncias (1890), e as crónicas reunidas em Jornadas (1873).
Minha linda e doce Viviana, como estas?
ResponderEliminarSenti saudades e vim te visitar. Trouce também um mimo pra você. bjus da San
Querida Sandrinha
ResponderEliminarMinha linda e doce amiga
Que feliz fiquei com a sua visita!
E que lindinho o seu presente!
muito obrigada amiga
um grande a carinhoso abraço
viviana
Olá Viviana!
ResponderEliminarGostei de recordar! E aconteceu pela sua mão, que escolhe sempre o melhor. Obrigada.
Ainda sobre o poema de Guerra Junqueiro, A Lágrima, também acho maravilhoso. " A simplicidade e o encanto daquela gota..." E os versos finais que encanto.
Sabe que cheguei a saber todo de cór?!E a dizer bem, porque o meu pai me ensinava como devia ser.
Bons tempos da juventude!
Beijinho amiga, e bom Domingo.
Dilita
Querida Dilita
ResponderEliminarQue bom que apreciou...
Tão simples mas tão belo!
Se Deus permitir...um dia destes publicarei "A Lágrima"
que é espantosamente belo!
Acredito...que a minha amiga soubesse de memória aquele enorme...poema.
Naquele tempo...memorizava-se!
Era incrível!
Um grande abraço
Viviana