Bagas de Outono - Fonte da imagem: |
"Estação de bruma e doce abundância!
Amiga íntima do Sol que amadurece,
como ele conspirando para encher de frutos
e abençoar as vinhas que se estendem pelas latadas.
Para carregar de maçãs as árvores musgosas.
E amadurecer todos os frutos até ao caroço.
Para inchar as cabaças e encher as avelãs de doce miolo,
para abrir cada vez mais às abelhas as flores tardias
até elas pensarem que os dias quentes não acabarão,
pois o Verão já fez transbordar os seus favos viscosos.
Quem não te viu, tantas vezes, na tua abundância?
Por vezes, quem procurar aí fora pode encontrar-te
sentado no chão de um celeiro descuidadamente
com o cabelo levemente agitado pelo vento,
ou adormecido num sulco já ceifado,
entorpecido pelo odor das papoilas, enquanto a tua foice
poupa o trigo próximo e as flores entrelaçadas
e, outras vezes, como um rebusqueiro,
firmas a cabeça ao atravessar um ribeiro
ou observas com calma, junto a um lagar,
a longa passagem do tempo, horas e horas.
Onde estão as canções da Primavera? Onde estão?
Não penses nelas, tens a tua música própria!
Quando os farrapos de nuvens florescem o suave crepúsculo
e tingem de róseos matizes as planícies de restolho,
surge então o lamentoso coro dos mosquitos
entre os salgueiros do rio,
aumentando ou diminuindo com o soprar do vento.
E berram os cabritos já adultos, nas cidos na montanha,
cantam os grilos nas sebes e, numa branda voz,
o pintarroxo canta no jardim.
Nos céus piam bandos de andorinhas."
(J. Keats)
Poeta romântico inglês - 31/10/1725 - 23/02/1821
No livro - A Alegria de Viver com a Natureza - de Edith Holden
Olá Viviana.
ResponderEliminarEste poema "A Alegria de Viver com a Natureza" é encantador.
Como encantadora é a própria natureza, que nos oferece toda a abundância de frutos cores e cheiros e deixa, para quem nela repara com olhos de ver, inúmeros motivos para a escrever, ler e cantar...
Viviana, esperamos que tudo esteja bem convosco.
Abraços de amizade.
Querida Viviana
ResponderEliminarLinda esta Ode ao Outono.
Era nesta quadra que se arrumavam as colheitas, se enchiam os celeiros, e se guardavam as palhas.
Bem me lembro... mas actualmente parece que já não é assim; -ou serei eu que estou saudosista mas no mau sentido?
Secalhar sou eu a pensar errado, e assim precipitando-me...
Mas uma coisa posso afirmar "gostei muito, muito, deste poema!"
Beijinho, e melhor saúde.
Dilita
Querida Rosa
ResponderEliminarÈ verdade, amiga.
Como é bela e importante!?
Uma maravilha.
Está tudo bem...graças a Deus
Um grande abraço
Viviana
Querida Dilita
ResponderEliminarTambém gostei muito.
Os ingleses são muito sensíveis nesta
área.
Têm poemas muito belos.
Que bom que gostou!
Um grande abraço, amiga
Viviana