sexta-feira, 27 de março de 2015

Sobre o livro "A Glória do Evangelho", do Pastor Manuel Alexandre Júnior

segunda-feira, março 23, 2015

Sobre o livro "A Glória do Evangelho", do Pastor Manuel Alexandre Júnior

[Este pequeno texto serviu de base para a apresentação que fiz no Sábado passado, no lançamento do livro.]

«É um privilégio nesta tarde participar do lançamento do livro do Pastor Alexandre. Para quem cresce numa igreja baptista em Portugal é impossível não ter gratidão pelo serviço que o Pr. Alexandre tem prestado à nossa denominação. Conheci esse serviço de mais perto quando entre 1997 e 1999 trabalhei no Departamento da Juventude da Convençã Baptista Portuguesa, numa altura em que o Pr Alexandre era o Presidente da Convenção, e durante 1998 e 2001, ao estudar no Seminário Teológico de Baptista, quando o Pastor Alexandre era o seu director e lá me deu aulas de Introdução ao Novo Testamento e Hermenêutica (foi um erro grave não ter feito o grego com ele na altura!). Desde 2012 que somos colegas no ministério pastoral e tenho apreciado o seu companheirismo, sobretudo tendo em conta que o meu percurso exige um esforço fraterno por parte dos pastores mais antigos.
Escolhi três aspectos acerca de "A Glória do Evangelho - Pétalas de uma Rosa em Flor". Poderia escolher muitos mais. Mas creio que estes podem ser a abertura do nosso apetite para lermos o volume que hoje é lançado.
Em primeiro lugar, senti-me atraído pelas histórias pessoais do Pastor Alexandre. E elas aparecem nestas páginas aqui e ali. Existem notas breves acerca da sua infância, acerca do seu surpreendente percurso académico, acerca das suas frustrações pastorais. Em todas elas senti-me com vontade de ler mais. Seria ridículo sugerir ao Pastor Alexandre que considerasse escrever uma auto-biografia? Creio sinceramente que não.
Encontro aqui uma das grandes carências das nossas igrejas - os nossos mais experientes e sábios partem deixando-nos escassos registos escritos de como viveram a fé. E os poucos que o fazem geralmente têm a sua memória pouco valorizada pelas comunidades que serviram ou, muitas vezes, pelas suas próprias famílias (recordo uma implacável limpeza que uma igreja baptista onde estive fez aos apontamentos escritos de um dos seus velhos pastores - foi tudo parar ao caixote do lixo sem qualquer calafrio). Precisamos de mais palavras escritas pelos nossos pastores para vivermos melhor a Palavra. Precisamos de mais histórias dos nossos pastores para vivermos melhores histórias. "A Glória do Evangelho" dá-nos devoção ao mesmo tempo que pontualmente nos oferece biografia.
Um segundo aspecto que quero destacar em "A Glória do Evangelho" tem a ver com a vocação pastoral do seu autor mas não só. Tem a ver com a vocação pastoral que o nosso país precisa. A determinada altura o Pr. Alexandre escreve: "Dou graças a Deus porque, a par de haver sido professor de universidades e escolas de teologia, de haver dirigido por décadas o nosso seminário e outras instituições, eu sou acima de tudo Pastor e ministro do Evangelho (página 39)." O nosso país precisa desesperadamente de novos pastores que valorizem o ministério pastoral e, como o Pr. Alexandre, possam dizer o mesmo. Mas, se olharmos à nossa volta, como é que este panorama pode ser concretizável? As nossas comunidades procuram realmente valorizar a vocação pastoral como a Bíblia a valoriza, chamando-a de "excelente obra"? E como é que pode ser concretizável com características semelhantes às do Pr. Alexandre? Onde estão as nossas comunidades preocupadas com um compromisso com a pregação da Palavra que a honre simultaneamente nas instituições evangélicas de ensino ao mesmo tempo que nas instituições de ensino da nossa cultura portuguesa mais abrangente? Basta colocar uma questão bem prática: quantas igrejas têm como objectivo promover a publicação (ou o apoio à publicação) de livros escritos por cristãos e que possam ser lidos por muitos mais?
Como terceiro e último aspecto, gostava de sublinhar em "A Glória do Evangelho" o seu amor pela igreja. Pela igreja universal vista nas suas manifestações locais. É impossível estimar a palavra escrita e é impossível estimar a vocação pastoral sem estimar também as igrejas locais. Esse amor pela igreja brilha ao longo de todas as páginas deste livro, mostrando que não dá para querermos ser cristãos por conta própria, longe de uma comunidade à qual pertencemos. Quando lia estas páginas pensei sobre o risco de amar a igreja quando a igreja nos dá o que queremos, ao invés de amarmos a igreja também pelo que lhe podemos dar e pelo que ela quer de nós.
Estas são apenas três razões para começarmos a ler "A Glória do Evangelho". Nestas meditações que o Pastor Alexandre generosamente nos oferece haverá muitas, muitas mais. Leiamo-las.»

  ( http://vozdodeserto.blogspot.pt/)

Nota:
Encontrei este texto  no blogue  -http://vozdodeserto.blogspot.pt/ - da responsabilidade do meu querido amigo, Pastor Tiago Cavaco.
Gostei muito de ler e trouxe comigo para repartir aqui, com os amigos.
OBRIGADA, Pastor Tiago Cavaco.
Qu Deus o abençoe.

Sem comentários:

Enviar um comentário