Fragas do Gerês - Fonte da imagem:cabradogeres.blogspot.com |
REGRESSO
Regresso às fragas de onde me roubaram.
Ah! minha serra, minha dura infância!
Como os rijos carvalhos me acenaram,
Mal eu surgi, cansado, na distância!
Cantava cada fonte à sua porta:
O poeta voltou!
Atrás ia ficando a terra morta
Dos versos que o desterro esfarelou.
Depois o céu abriu-se num sorriso,
E eu deitei.me no colo dos penedos
A contar aventuras e segredos
Aos deuses do meu velho paraíso.
Miguel Torga
S. Martinho de Anta, Natal de 1951
Nota:
Natural de S. Martinho de Anta - Trás os Montes, aos 12 anos Miguel Torga emigrou para o Brasil para trabalhar com o tio que tinha uma fazenda de café. Voltou jovem, para Portugal, porém os anos vividos fora do país marcaram-no para sempre.
Nota:
Natural de S. Martinho de Anta - Trás os Montes, aos 12 anos Miguel Torga emigrou para o Brasil para trabalhar com o tio que tinha uma fazenda de café. Voltou jovem, para Portugal, porém os anos vividos fora do país marcaram-no para sempre.
Olá Viviana
ResponderEliminarQue bonito!
" E eu deitei-me no colo dos penedos"
A arte e sensibilidade do nosso Torga, não tem paralelo.
E contudo parece-me a caminho do esquecimento, por quem de direito, até nas escolas.
Obrigada amiga, e boa semana.
Dilita
Querida Dilita
ResponderEliminarSem dúvida, amiga
Também achei essa frase muito bela:
" E eu deitei-me no colo dos penedos"
Obrigada
um abraço
Viviana