sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

Do livro - Leomil - de António de Seves


O precioso livro - Fonte da imagem: olx.pt
"O dia passava indiferente, cada vez mais calmo e lindo. Já os rebanhos desciam, por entre as penhas e montes, p´ r´ás ervagens das ribeiras. No carreiro de Valongo, a Tereza do Granja - Nova regressava ao seu moínho, atráz do burro carregado. Roupa esquecida córava nas relvas da Fonte.Igreja. E um paquetito, num lameiro, de carapuça encarnada, gritando a um boi tresmalhado: - eh! Cabano!  Rais-te parta!... - alevantara  écos  brandos, que logo no azul esmoreceram, deixando por sobre os campos um socêgo ainda maior.
Tinham-se derretido as geadas. Os montes eram azuis, azul a  água  dos rios  -  e dum leve azul de seda todo o céu em calmaria. Os castanheiros novos, sem folhas, traçavam, a finos traços, palmas roxas nas distâncias. Verdejavam  os centeios, com um verde tenro e claro. Ao longe, nas  voltas da estrada, havia cores de romeiros E ao imenso silêncio de tudo, apenas o sol dominava, cada vez mais quente  e loiro, afagando a  flor das coisas, macio como penugens.»
(António de Seves - no livro - Leomil  -  adquirido num alfarrabista)

2 comentários:

  1. Olá Viviana.


    Os livros são autenticas relíquias que devemos preservar.




    Um país se faz com homens e livros.

    ( Monteiro Lobato )



    Viviana, bom fim de semana, mesmo com chuvinha (chata mas precisa)

    Abraços.

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  2. É verdade, Rosa!
    Livros são verdadeiros tesouros...
    Um abraço
    Viviana

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