sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

Desencanto - um poema de Pedro Homem de Mello

DESENCANTO

Era em Maio.
Mais branca e vaporosa
Não havia no mundo outra roseira.

Com que afago
Ela via acender-se cada rosa
Reflectida no lago!

Tanta vez se mirou! Tanta vez se achou bela,
Que duma flor, bem sua, a pétala singela
Desprendeu-se, ligeira,
Como cílio de neve... 

Mas na face do lago um sulco de água leve
Fendeu, partiu ao meio a imagem da roseira! 

(Pedro Homem de Mello - no livro - Segredos) 

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