quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Os Sinos - Um poema de D. João da Camara

Pardais. Fonte da imagem: https://papoentrelinhas.wordpress.com/

OS SINOS

Manhã cheia de luz. O sol ardente e loiro,
Inda baixo, ilumina a fulvos tons de águas
Do Tejo azul, que tem cintilações de fráguas
Como enorme saphira engastada em oiro.

Repicam sinos e repicam!
      Repicam sinos!
Vôam pelo ar os hymnos cristalinos!
Longe outros sinos já replicam
     Com doidos hymnos!
Replicam sinos! 

Eh! tanta pardalada,
Voando pelo espaço,
Muito alegres ao compasso
D ´aquela sinetada!...

...Ouve-se um dobre. Um sino toca ao longe,
lento e soturno como o cantochão de um monge.

Eh! pardalada,
O dia é lindo,
Foge, revoa em  debandada,
Vira, revira e vai seguindo!

Requeima o sol no azul sem véo.
Os pardais descem, e quem olha
        Dirá que se desfolha
        Em pétalas o céo.

Cai tudo num socego. O sol glorioso avança.
       A pardalada en fim descansa
               Nas sombras de um jardim.
Ave- Marias. Longe o sino d ´um convento 
               Toca, devoto e lento:
                       Tlim!...Tlim!...

  (D. João da Camara - no livro - A CIDADE)

2 comentários:

  1. Olá Viviana.

    Cá estamos de novo com o sr. mau tempo, não dá tréguas por estes lados, de novo tudo inundado.

    Os passarinhos, os melros... só os vejo e ouço nos entreva-los da chuva e quando vêm apanhar a comida dos gatos.
    O sino, sim, ouço o seu toque muito bem daqui de casa, mas com este tempinho só a chuva a cair sobre o telhado.


    Viviana, mesmo com chuva, desejo-vos um bom fim de semana.
    Abraços.

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  2. Querida Rosa

    Quanta chuva, neve e granizo (camarinhas - como lhe chamam em Rio-Maior)!

    Hoje, por aqui, o sol espreita de vez em quando.
    já é muito bom!

    Um bom dia do Senhor e o meu abraço fraterno no amor de Cristo - nosso Mestre e Senhor
    Viviana

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