segunda-feira, 25 de abril de 2016

Vivendo em Família - Pastor Samuel Quimputo


No princípio, Deus iniciou o seu relacionamento com a raça humana num ambiente e num contexto de família. E foi precisamente nesse ambiente que outorgou ao ser humano a responsabilidade de ser o seu vice-gerente, no cuidado e governo do resto da criação.
A ordem dada para a reprodução (multiplicação) e para o domínio (ou sujeição) sobre os animais, foi dada como expressão da “bênção divina” àqueles que tinham sido criados à sua imagem e semelhança.
Desde esse momento em diante, o relacionamento do Criador com os humanos tem-se fundamentado e consolidado, tendo a “linguagem do amor familiar” como suporte e matriz de convivência entre ambos. O amor familiar serve de exemplo visível e prático daquilo que caracteriza a relação de Deus com o seu povo.
O povo de Deus é composto da porção da humanidade que integra homens e mulheres de todas as gerações e de todas as classes sociais que, por meio do arrependimento e da fé, aceitaram viver debaixo do governo e da orientação divina, representando o modelo da humanidade, “idealizado” no princípio por Deus, caracterizado pelos relacionamentos saudáveis, evidentes no seio de uma família equilibrada.
A igreja local é a expressão visível da comunidade global que representa o povo de Deus. E é na igreja local que os dons e os ministérios são exercitados, e onde os membros do corpo de Cristo aprendem a servir a Deus, através do cuidado mútuo que mostram uns pelos outros.
Nesse ambiente de convívio familiar, que se traduz num espaço ideal de crescimento pessoal, as atitudes, os comportamentos e as ações devem ter como fundamento e motivação o amor verdadeiro e sacrificial.
Ao escrever a sua magna epístola aos crentes em Roma, Paulo exorta-os a exercitarem, no seio da sua comunidade (e não só), um amor “sem fingimento”, isto é, sem hipocrisia, sem dolo, querendo dizer com isso que, entre os membros da comunidade de redimidos, que partilham de um ambiente familiar, não deve haver lugar para a falsidade.
Segundo Paulo, a irmandade (gr. filadelfia) entre aqueles que se assumem como seguidores de Jesus, e que pertencem à família de fé, deve caracterizar-se  pela autenticidade da entrega e dos afetos, onde o respeito mútuo, a consideração pelo outro (irmão) e o zelo pelo bem comum, devem ser estimulados e deliberadamente promovidos.
Um dos aspetos mais poderosos do testemunho cristão é, sem sombra de dúvida, a evidência dos laços de amor que caracterizam a vida do povo da aliança, e que tornam visível o poder regenerador do Espírito Santo e a presença real do Reino de Deus em ação no coração de homens e mulheres transformados pela graça.
Onde o amor impera, as barreiras são ultrapassadas, as “pontes” (em vez de muros) são construídas, as necessidades são supridas, as feridas são curadas, os fracos são auxiliados, os erros são corrigidos, as dúvidas são gentilmente esclarecidas, os verdadeiros milagres da transformação acontecem.
Que o Deus da nossa salvação, aquele que com a sua maravilhosa graça nos arrancou das trevas e do poder de Satanás, para o reino do seu Filho amado, nos conceda a graça de vivermos como irmãos, o que de facto somos, fazendo com que os nossos relacionamentos sejam caracterizados e “coloridos” por um amor não fingido, mas real e autêntico. 
Soli Deo Gloria!
Pastor Samuel Quimputo
Igreja Ev. Baptista de Sete Rios - Lisboa

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