terça-feira, 23 de maio de 2017

Recordando Maria José Pires dos Santos (2)


Continuação

"Aos 17 anos, por causa do encerramento das escolas do Magistério, escreve, num semanário de Portalegre, um artigo em que ataca o ministro João Franco, a que respondeu o director dum jornal monárquico, com o qual manteve polémica durante 3 meses.
    Sócia da «Liga Republicana das Mulheres Portuguesas», aos 20 anos escrevia  artigos, numa revista desta Liga, ao lado das escritoras Ana de Castro Osório e Maria Veleda, com as quais, manteve relações pessoais de amizade, e cujas casas frequentava, em tertúlias intelectuais com outras amigas.
    Sempre revoltada contra as injustiças sociais e sonhando com uma humanidade mais perfeita e mais feliz, vivia em contínua busca do que satisfizesse a sua alma idealista: experimentou o anarquismo, andou pelo espiritismo, conheceo o teosofismo e outros «ismos», nada correspondendo ao seu ideal. Desiludida, pensou em pôr termo à existência.
     É então que entra no Tabernáculo Baptista do Porto, onde era  pastor o Dr. António Maurício. O que ali viu e ouviu era completamente  novo para ela. Fora católica, na infância,  mas ignorava aquela Mensagem. Converteu-se. A doutrina de Cristo, como ali a conhecia agora, correspondia inteiramene áquilo com que sempre sonhara. Tudo então mudou para ela. Tinha 30 anos.
    Integra-se na igreja, colabora nos trabalhos, é convidada para professora do Colégio Baptista Luso - Americano e desempenha  também funções de governante do Seminário Baptista.
    Em 1925, com 35 anos,  partiu com a família Luper, para os Estados Unidos, onde estudou no Jacksonville Baptist College. Após uma permanência de 14 meses, regressou a Portugal, a instâncias de sua mãe e também pelo desejo de anunciar à sua família e ao seu povo a mensagem de Cristo.
    Fixando-se em Chança, voltou à actividade comercial, tomando para si um estabelecimento que era dos seus pais. A todos falava do Evangelho, logo promovendo reuniões em casas  particulares, a que se seguiram outras, públicas,  com certa regularidade, num celeiro do pai. Em 1928 adquiriu uma casa para os cultos, transferidos depois para nova sala, onde, em 3 de Maio de 1937, foi organizada a Igreja Baptista de Chança, tendo sido realizado um memorável serviço de baptismos, na Ribeira  de Seda, a que assistiu uma multidão calculada em 1.500 pessoas. Foi ainda por sua acção que a  Igreja se transferiu, em 1953, para as actuais instalações, antiga morada de seu pai."

 (No panfleto: Dª Maria José Pires dos Santos - da autoria do Pastor Dr. João António Marques)

Continua na próxima terça-feira - querendo Deus

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