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O MEU TRICÔT
«Agarro o meu tricôt,
Tecendo eu me distraio
E sem destino vou,
Relaxo, descontraio...
Subo a grandes alturas,
Mesmo não tendo asas,
vejo flores, figuras,
Sobrevoando as casas...
As agulhas, tec, tec,
Me deixam embalada,
O fio tira e mete
Laçada após laçada...
Estou a construir
Sonhando acordada;
Contemplo o evoluir
Da obra realizada!
Desejo tecer nela
Muita beleza e arte,
Graça pura, singela,
Espelho em qualquer parte...
Quero que chegue ao porto
Da sensibilidade;
Traga ao pobre conforto
E muita utilidade!
Leve o fio desliza
Pelos meus frágeis dedos;
Minha pele suaviza
E conta-me segredos...
Agulas e novelo,
Quanta cumplicidade...
Quanto amor, quanto desvelo
E solidariedade!
Que tranquilas miragens
Me vão mostrando quem sou,
Fazendo longas viagens
Quando teço o meu tricôt...
E ao findar do meu dia
Escuto o som que se repete
Nessa doce melodia
Das agulhas tec, tec, tec... »
(Graciete Pio - no livro - Perfume do Céu)
ResponderEliminarLINDO!
Olá Viviana.
ResponderEliminarAchei lindo.
Talvez porque me lembrou o tempo em que fazia tricot,isto, alguns anos atrás, era jovem e gostava imenso ver aparecer a obra depois de muito tec tec :))
Agora é mais trrr trrr, a máquina de costura :))
Viviana, numa tarde de autentico inverno, chuva e frio, que passe um resto de tarde quentinha e tranquila.
Abraços.