terça-feira, 10 de abril de 2018

O PAÇO DO MILHAFRE - Um poema de Vitorino Nemésio

 O poeta e escritor português - Vitorino  Nemésio. Fonte:tps://poetasportuguesesecxx.wikispaces.co

O PAÇO DO MILHAFRE

À beira de água fiz erguer meu Paço
De Rei- Saudade das distantes milhas:
Meus olhos, minha boca eram as ilhas;
Pranto e cantiga andavam no sargaço.

Atlântico, encontrei no meu regaço
Algas, corais, estranhas maravilhas!
Fiz das gaivotas minhas próprias filhas,
Tive pulmões nas fibras do mormaço.

Enchi infusas nas salgadas ondas
E oleiro fui que as lágrimas redondas
Por fora fiz de vidro e, dentro, de água.

Os vagalhoes da noite me salvavam
E, com partes iguais de sal e mágoa
Minhas altas janelas se lavavam.

 (Vitorino Nemésio - no livro - poesia (1935 - 1940)

4 comentários:

  1. Olá Viviana.


    Ao ler o poema, dá-nos a sensação que o ouvimos na voz do se autor.


    Relíquias, que muitas vezes não damos valor.


    Viviana, um resto de uma boa tarde.


    Abraços

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  2. Vitorino Nemésio! Há quanto tempo! O ouvia-mos com satisfação...E nesse tempo, a casa cheia do tagarelar da pequena Susana e o coração cheio de ventura, pois ainda cá estavam os nossos saudosos pais, e a vida, de todos nós, ainda pouco vivida, cheinha de sonhos e esperança. Que, SAUDADESSSSSSSSSSSSS

    Beijinhos cheios de carinho de irmã mais velha.

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  3. Querida Rosa

    Também tive essa sensação.
    Foi uma tal voz...que ficou marcada indelevelmente na nossa memória.

    Um homem sábio, um homem bom.

    Saudades

    Creio que está a ser bastante esquecido, e não deveria.

    Um abraço, boa amiga
    viviana

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  4. Querida maninha Esperança

    Como eu te compreendo!

    Este senhor fez-nos "muita companhia".

    Mas, como diria a nossa querida Nena: "Tudo tem um tempo, tudo passa."

    Que tenhas um bom e agradável dia

    um abracinho
    viviana

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