Há cinco anos a esta parte, todas as quintas – feiras, logo de manhã cedo, eu e a minha irmã Teresinha vamos ao cemitério de Montelavar, nos arredores de Sintra, cuidar e colocar flores na campa da minha Mãe, a Nena.
Depois, vamos para a casa dela, onde a Teresinha abre as janelas, areja a casa, limpa e arruma, e onde eu, cuido do jardim e do pomar, pelos quais sou responsável desde que a mãe partiu. Dum maneira geral, por lá ficamos o dia todo ou quase.
È nesta altura do ano que o jardim e o pomar estão no seu auge. As figueiras já estão cobertas de folhas e já têm figuinhos, os pessegueiros já têm pesseguinhos, as nêsperas já estão maduras, a ameixoeira já tem ameixinhas, a abacateira (ou abacateiro?)está novamente toda a florir, e as peras abacates estão mesmo na altura de serem colhidas, e a lima – limão exala um perfume estonteante das suas pequenas flores brancas, e os frutos estão a amadurecer.
As rosas de Santa Teresinha trepam pelas árvores acima e até pelo telhado da casa, espalhando um perfume que inebria quem se aproxima; os “balõezinhos vermelhos”, tal com as rosas de Santa Teresinha, espraiam-se por todo o lado, espreitando aqui, espreitando ali, baloiçando ao sopro da mais leve brisa; os lilases já floriram também, tanto os brancos como os lilases; os cactos estão em flor, têm flores de uma beleza estonteante; as roseiras estão cheias de botões e já têm várias rosas abertas; as lágrimas de Mãe estão lindas, com as suas flores alvas; as astroméridas cintilam como estrelas no meio do verde; as sardinheiras e as verbenas com as suas cores em tom de rosa, dão uma grande alegria ao jardim; as coroas imperiais no seu vermelho – vivo encantam quem ali passa; as buganvílias enfeitam os cimos da porta de entrada e das janelas e os muitos arbustos estão cheios de folhas novas de um verde - claro, muito bonito.
È sobretudo nesta altura do ano, quando olho para o jardim e para o pomar, que me lembro do belo e impressionante poema da Sophia de Mello Breyner Andresen que diz:
Quando
Quando o meu corpo apodrecer e eu for morta
Continuará o jardim, o céu e o mar,
E como hoje igualmente hão-de bailar
As quatro estações á minha porta.
Outros em Abril passarão no pomar
Em que eu tantas vezes passei,
Haverá longos poentes sobre o mar,
Outros amarão as coisas que eu amei.
Será o mesmo brilho a mesma festa,
Será o mesmo jardim á minha porta.
E os cabelos doirados da floresta,
Como se eu não estivesse morta.
(Sophia de Mello Breyner Andresen)
Depois, vamos para a casa dela, onde a Teresinha abre as janelas, areja a casa, limpa e arruma, e onde eu, cuido do jardim e do pomar, pelos quais sou responsável desde que a mãe partiu. Dum maneira geral, por lá ficamos o dia todo ou quase.
È nesta altura do ano que o jardim e o pomar estão no seu auge. As figueiras já estão cobertas de folhas e já têm figuinhos, os pessegueiros já têm pesseguinhos, as nêsperas já estão maduras, a ameixoeira já tem ameixinhas, a abacateira (ou abacateiro?)está novamente toda a florir, e as peras abacates estão mesmo na altura de serem colhidas, e a lima – limão exala um perfume estonteante das suas pequenas flores brancas, e os frutos estão a amadurecer.
As rosas de Santa Teresinha trepam pelas árvores acima e até pelo telhado da casa, espalhando um perfume que inebria quem se aproxima; os “balõezinhos vermelhos”, tal com as rosas de Santa Teresinha, espraiam-se por todo o lado, espreitando aqui, espreitando ali, baloiçando ao sopro da mais leve brisa; os lilases já floriram também, tanto os brancos como os lilases; os cactos estão em flor, têm flores de uma beleza estonteante; as roseiras estão cheias de botões e já têm várias rosas abertas; as lágrimas de Mãe estão lindas, com as suas flores alvas; as astroméridas cintilam como estrelas no meio do verde; as sardinheiras e as verbenas com as suas cores em tom de rosa, dão uma grande alegria ao jardim; as coroas imperiais no seu vermelho – vivo encantam quem ali passa; as buganvílias enfeitam os cimos da porta de entrada e das janelas e os muitos arbustos estão cheios de folhas novas de um verde - claro, muito bonito.
È sobretudo nesta altura do ano, quando olho para o jardim e para o pomar, que me lembro do belo e impressionante poema da Sophia de Mello Breyner Andresen que diz:
Quando
Quando o meu corpo apodrecer e eu for morta
Continuará o jardim, o céu e o mar,
E como hoje igualmente hão-de bailar
As quatro estações á minha porta.
Outros em Abril passarão no pomar
Em que eu tantas vezes passei,
Haverá longos poentes sobre o mar,
Outros amarão as coisas que eu amei.
Será o mesmo brilho a mesma festa,
Será o mesmo jardim á minha porta.
E os cabelos doirados da floresta,
Como se eu não estivesse morta.
(Sophia de Mello Breyner Andresen)
Na água tudo se perde
ResponderEliminarLavas do rosto a desventura
Uma lágrima é simples gota
Perdida do mar da ternura
Bom feriado
Doce beijo
Um poema não tem idade, não envelhece e nem morre. Um poema pertence ao infinito e serve a todas as gerações. No seu caso, ele foi como um elo para o que escreveste sobre sua mãe e a casa onde morava.
ResponderEliminarJunto ao caminho de uma profecia encontrei um novo caminho - o seu.
Beijos de sol e de Lua.
Palavras escritas com a alma... e portanto, vivas.
ResponderEliminarbjkasssssssss
O bom mesmo, é que, à volta da mãe Nena e, também, do pai Zé - fruto dos seus esforços e do amor de Deus - se criou uma família que, tal como o jardim da Nena, se mantém alegre, viçosa, unida e, ainda que por meio de maus ventos ou tempestades, persistente.
ResponderEliminarGosto disso, parabéns!
Shalom,
Mimi
Boa Tarde querida irmã Viviana! :)
ResponderEliminarObrigado pelo carinho lá no meu canto.... :)
Como deve ser lindo o jardim da mãe Nena... pois o segredo do seu florir está no Amor com que a irmã cuida dele, sem dúvida....
Não conhecia esse poema e amei... lindo lindo....
Irmã, a Maria José, esposa do Pastor Valdemar Salgueiro já esteve aqui no seu cantinho e gostou bastante, no entanto, está triste pois não é possível comentários anónimos... ela não tem blog.... a irmã só aceita visitas de outros bloguistas... e ela queria tanto deixar-lhe uma palavrinha amiga... :)
Hoje, passamos o dia na Malveira, tivemos três baptismos... foi um dia muito abençoado, Graças a Deus... apanhamos também um tempo mto bom...
Querida, quanto à incerteza profissional que atravesso, já entreguei tudo nas mãos do nosso Bom e Amado Deus.. ELE É FIEL! :)
Abraço em Cristo da Flor
quando a minha mãe partiu nada aconteceu...
ResponderEliminarfoi tudo mal, muito mal,
continuo amargurada e revoltada com a hipocrisia dos outros...
somos 5 irmãos, alguns bem mal se portaram!
beijinhos doloridos
Bom dia querida amiga.
ResponderEliminarBelo texto.
Passo para te desejar um abençoado fim de semana.
Muitos beijinhos docinhos.
Fica bem. Fica com Deus.
Anita (amor fraternal)
Ha! Querida maninha,que bom, teres escrito sobre aquela querida casinha,cheia de recordações tão doces!!!Como a vida fervilhava ali, plena de harmoniosa alegria, carinho, e paz de espírito.
ResponderEliminarSó sei, que ainda hoje, como sabes, se sente ali, um bem-estar especial, um não sei quê, de muito bom!!!
Tudo por lá, está impecável,graças a ti, e á nossa Teresinha, inclusive a campa da nossa muito querida Nena, está sempre LINDA.
Um forte xi-coração.
Esp.
Olá Profeta!
ResponderEliminarDesejo que tenha tido um bom dia.
Estou muito feliz com a sua visita. Obrigada e, venha sempre que puder.
A quadra é muito bela! Gostei muito.
Um beijinho tambem
viviana
Olá Claudia!
ResponderEliminarQue sábias e belas palavras me deixou! Gostei e apreciei!
Quanto á poesia, nãp digo que adoro porque eu só adoro mesmo ao meu Deus!
Mas gosto e amo a poesia!
Acho que já não coseguiria viver sem ela!
Um grande e carinhoso abraço
viviana
Olá, minha bela e doce Alice!
ResponderEliminarSempre que a encontro por aqui, fico muito feliz e sorrio...
Obrigada pelas palavras.
Fique bem, fique com o bom Deus
viviana
Olá minha querida Mimi!
ResponderEliminarObrigada pelo terno e belo comentário...
Sim, a Mimi conhece bem a família!
Dou muitas graças a Deus por ela!
na verdade, é como diz, tudo o que somos e fazemos, a Deus e ao pai e mãe devemos.
Muitos beijinhos para todos aí
viviana
Querida Flor!
ResponderEliminarObrigada pelas suas doces palavras.
Fiquei muito feliz com o trabalho na Malveira.
Não sabia que tinham lá qualquer actividade.
Tres baptismos! Que bom!
Quanto á Maria José, fico contente por saber que ela já esteve no meu canto!
Quanto ao facto de ela não ter nenhum blog, eu creio que ela pode colocar comentários... eu tenho várias pessoas amigas e familiares que os conseguem colocar sem terem blog...
Eu é que não sei como lhe expilcar...
Ela que tente novamente!
Um grande abraçi para ambas
viviana
Oh querida Gaivota!
ResponderEliminarQue pena eu tenho das coisas com a sua mãe não ter corrido bem!...
Muitas vezes as coisas escapam-nos!
Deixe lá, tente ultrapassar isso para não se intristecer mais.
Um grande e carinhoso abraço
viviana
Obrigada Anita!
ResponderEliminarAgreço reconhecida a sua visita diária e as palavras tão carinhosas que deixa!
Tambem a estimo muito.
Desejo-lhe um excelente fim de semana
Um abraço carinhoso
viviana
Maninha Esperança!
ResponderEliminarMinha querida irmã mais velha!
Deixáste palavras tão bonitas e ternas no teu comentário!...
Mas é assim como dizes, há qualquer coisa de muito, muito especial naquela casinha!
Sentimo-nos tão bem lá!
Olha, tenho lá muito que fazer no jardim. Já estamos em Maio e eu tenho ainda tantas sementes para semear...
A ver se consigo ir lá passar uns dias brevemente.
Muitos beijinhos para ti e para o João Pedro
tua mana
viviana