quarta-feira, 2 de junho de 2010

Minha Mãe - Um poema de Casimiro de Abreu.


Imagem da net.

Da pátria formosa distante e saudoso
Chorando e gemendo meus cantos de dor,
Eu guardo no peito a imagem querida
Do mais verdadeiro, do mais santo amor:
Minha Mãe!

Nas horas caladas das noites de estio,
Sentado sòzinho co'a face na mão,
Eu choro e soluço por quem me chamava:
Ó filho querido do meu coracão.
Minha Mãe!

No berço pendente dos ramos floridos,
Em que eu pequenino feliz dormitava,
Quem é que esse berco com todo o cuidado
Cantando cantigas alegre embalava?
Minha Mãe!

De noite, alta noite, quando eu já dormia,
Sonhando esses sonhos dos anjos dos céus,
Quem é que meu lábios dormentes tocava,
Qual anjo da guarda, qual sopro de Deus?
Minha Mãe!

Feliz o bom filho que pode, contente,
Na casa paterna, de noite e de dia,
Sentir as carícias do anjo de amores,
Da estrela brilhante que a vida nos guia:
Minha Mãe!

Por isso eu agora, na terra do exílio,
Sentado sòzinho co'a face na mão,
Suspiro e soluço por quem me chamava:
"Oh filho querido do meu coracão!"
Minha Mãe!

(Casimiro de Abreu)

2 comentários:

  1. Viviana,

    Que imagem tão ternurenta acompanhada de um poema tão bonito.

    Beijinhos e bom fim-de-semana

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  2. Olá Margarida

    Gostou da imagem e do poema?

    Que bom!
    Fico contente.

    Quando era bem jovem...declamei este poema várias vezes, nas festas do Dia das Mães.
    Daí, sabe-lo quase de memória.
    Acho-o muito lindo.

    Um beijo e bom fim de semana

    viviana

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