sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012
Uma palavra apenas: Piegas
Assembleia da Re+ública
A língua portuguesa é muito rica. Existem nela várias palavras para significar uma mesma coisa. Digamos que tenho um certo orgulho na língua que se fala no meu país. Ás vezes dou comigo a pensar que deveria fazer mais uso de expressões e palavras da nossa língua, muitas delas usadas pelos nossos poetas e escritores,e que hoje práticamente caíram em desuso, o que é lamentável.
Vem isto a propósito de uma determinada palavra: Piegas - que creio nunca ter usado em toda a minha vida, pelo menos, que me lembre. Como esta palavra andou "no ar", estes dias... e de que maneira! fui vêr o significado e encontrei o seguinte:
Palavra de origem "obscura".
Significa: Que, ou quem é muito sensível ou assustadiço.
Que, ou quem se preocupa com pequenas coisas, ou com coisas consideradas sem importância.
Que, ou quem se lamenta demasiado - lamechas
( Dicionário Priberam da Língua Portuguesa)
Pois bem, esta palavra foi incluída numa conversa que o nosso Primeiro MInistro - Dr. Pedro Passos Coelho teve com um grupo de alunos numa escola onde, em tempos, ele foi professor. Tanto quanto percebi, ela foi usada num contexto de incentivo aos estudantes, a fim de serem bem sucedidos nos seus estudos.
Creio que foi isto, apenas isto. Mas houve alguém que anda de "antenas no ar", qual catavento, que imediatamente fez deste episódio um caso que foi assunto de conversa, assunto de jornais e revistas, assunto de telejornais e mesas redondas e tema para os comentadores políticos, gastarem tempo e mais tempo; foi tema para os deputados "na Casa do Povo", esgrimirem azedume e raiva uns contra os outros, de tal modo que se gastou tempo precioso que poderia ser usado em atitudes construtivas, em apresentação de projectos e propostas positivas, para ajudar a "compôr" o País, que está práticamente "em cacos", porque quem o conduzia o deixou caír e partiu-se. O País precisa que todos o ajudem a "consertar", a colocar os cacos no sítio, e não do contrário: de alguém que nada faz ou nada quer fazer para o bem comum, mas anda entretido a "apanhar no ar", palavras, apenas palavras, que transformam em casos que rendem, rendem, nas conversas mas que não levam a nada de positivo. E depois, como se não bastasse isso, ainda deturpam conscientemente o que foi dito e ás tantas cada um diz o que quer e entende, e o assunto já não tem nada a ver com o inicial.Já vai a milhas de distância do que era.
Isto fez-me lembrar, não sei bem porquê, uma passagem bíblica , no livro dos Actos dos Apóstolos que conta que quando a Apóstolo Paulo estava em Atenas e foi ao Areópago falar de Jesus Cristo, ele constatou, que em Atenas, nessa altura, não sei se hoje ainda será ssim, e aqui está o versículo: "Pois todos os atenienses e estrangeiros residentes, de nenhuma outra coisa se ocupavam, senão de dizer e ouvir alguma novidade." (Livro dos Actos dos Apóstolos cap.17: 21)
"No mundo há muitas palavras mas poucos ecos."
ResponderEliminarBeijo e bom fim de semana.
Parabéns, Viviana! Acabou de pôr o dedo na ferida dos nossos tempos: vivemos para debater a última novidade, quase sempre um disparate. E os meios de comunicação são óptimos nisso. Basta ver as horas de telejornal que se passam nisso.
ResponderEliminarBoa noite maninha querida, oxalá tudo continue a correr bem, com a Clarinha.
ResponderEliminarQuanto á palavra: Piegas, com tanta tinta e tantas horas de bla, bla por todo o lado, para nada serviu, todo o tempo perdido, teve o valor de uma cabeça de alhos chochos. Eu já não podia ouvir. Tu escreveste muito bem…Gostei e concordo contigo a 100%.
Beijinhos e tem, tenhamos todos uma noite tranquila.