quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Pinhal do Rei - um poema de Afonso Lopes Vieira

Pinhal de Leiria. Foto tirada na zona de Vieira de Leiria pelo fotógrafo - Carlos Pedrosa


PINHAL DO REI

Catedral verde e sussurrante, aonde
a luz se ameiga e se esconde
e onde ecoando a cantar
se alonga e se prolonga a longa voz do mar,
ditoso o Lavrador que a seu contento
por suas mãos semeou este jardim;

ditoso o Poeta que lançou ao vento
esta canção sem fim...

Ai flores, ai flores do Pinhal louvado,
que vedes no mar?
Ai flores, ai flores do Pinhal louvado,
são as caravelas, teu corpo cortado,
é lo verde pino no mar a boiar,

Pinhal de heróicas árvores tão belas
foi teu corpo e da tua alma também
que nasceram as nossas caravelas
ansiosas de todo o Além;
foste tu  que lhes deste a tua carne em flor
e sobre os mares andaste  navegando,
rodeando a Terra e olhando os novos  astros,
oh gótico Pinhal navegando,
em naus erguida levando
tua alma em flor na ponta  alta dos mastros!...

Ai flores, ai flores do Pinhal florido,
que vedes no mar?
Ai flores, ai flores do Pinhal  florido,
que grande saudade, que longo gemido
ondeia nos ramos, suspira no ar.

Afonso Lopes Vieira

2 comentários:

  1. Boa tarda maninha querida, oxalá estejas benzinho…

    Que lindo!!!...Como eu gostei!!!...Amei!!! …Recordar este belo e sumarento poema que tanto nos diz!!!...
    Para mim também é saudade!!!...Do tempo de crianças e adolescentes que vivemos em Leiria ainda com os nossos saudosos pais Aida tão novinhos!!!...

    As flores do verde pino; do pinhal do Rei Dom Diniz, andavam de boca em boca.


    Tem, tenhamos todos um bom resto de dia

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  2. Querida maninha Esperança

    Podemos dizer que crescemos no meio do Pinhal!
    Quantas e quantas vezes os palmilhámos!

    Sempre a descobrir coisas...

    Saudades dessa infância.

    Um grande abraço
    Viviana

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