segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Eu, e o poema LXXXI de Mário Dionísio

O poeta, ensaísta e escritor Mário Dionísio.
Fonte: http://ler.blogs.sapo.pt
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Depois de várias horas "a lidar," a artite, recomendou-me, que era hora de parar um pouco e descansar. Recostei-me no cadeirão do Ikea e estendi as pernas  sobre o "pousa pés" (também do Ikea) e como não sou capaz de estar sem fazer nada, olhei a prateleira do móvel ao lado e "apanhei" um punhado de livros para deitar os olhos.
O primeiro, e único, que abri, foi Terceira Idade, da autoria de Mário Dionísio, de quem eu apenas tinha ouvido falar.
Comecei a ler calmamente, tranquilamente,  e rapidamente me interessei por o que li; principalmente os poemas do início  e os do fim do livro.
 No meio, estão a maior parte, encontrei poemas "revolucionários", que têm a ver com o 25 de Abril. Respeito-os, porém não são  os meus preferidos.Como dizia, no princípio e no fim do livro, encontrei poemas muito belos, profundos e, muito interessantes, que "falam" da observação que o poeta faz de si mesmo e das coisas envolventes, quando o  caminho da vida, já vai por aí além.Na página 101, encontrei este poema, que não tem título, apenas um número: LXXXI, que transcrevo a seguir:

É curioso
como as mãos se encarquilham
os dedos se deformam
os ombros se conformam
o ouvido endurece
o andar firmemente
se torna vagaroso
com seu quê de avantesma
o interesse esmorece
o que se ouve esquece
já tão pouco apetece
e o sorriso indiferente
irónico agradece
o Mas tu estás na mesma

(Mário Dionísio)

Não sei quantos anos teria o autor quando escreveu este poema, mas sou levada a crer que não andaria muito longe, dos anos que contam no meu bilhete de identidade. Identifico  no poema, sobretudo nas primeiras linhas, ou mesmo até ao meio,"alterações" que o meu corpo  comprova.O andar...por exemplo.
Como eu entendo o autor...
Gostaria de estar por perto, quando ele  "abriu esta frestazinha" da sua alma - o poema - por onde eu espreitei...e fiquei a saber como era o seu sentir. o seu sofrer.
Dir-lhe-ia algumas palavras que eu digo habitualmente a quem eu quero bem...e eu quero bem a toda a gente. Falar-lhe-ia da minha fé, do meu Deus, da minha certeza, da minha esperança, da minha alegria, que encontro Naquele que é para mim, a minha melhor porção na vida - O meu Paizinho- (é assim que eu gosto de o tratar) Deus único -  Criador e Sustentador da vida.
Quem sabe, ele, o poeta triste, poderia entender!
Como há milhões que entendem!

4 comentários:

  1. Olá Viviana.

    Mas claro que entendemos do que fala a Viviana, do amor ao Pai.

    Quanto ao poema, que real, que verdadeiro.
    Também já começo a sentir algumas coisitas :))

    Mas para aliviar dizemos, até aqui me ajudou o Senhor, e assim vamos continuando até que ELE assim o queira.

    Viviana, uma tarde tranquila, e não dê importância á artrite, pode ser que assim ela fique chateada e deixe de a importunar :))

    Abraços amiga.

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  2. Querida Rosa

    Digo consigo, boa amiga:

    "EBENEZER"!

    Um Abraço
    Viviana

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  3. Olá amiga Viviana,

    Que bonito e verdadeiro!
    Tão cheio de simplicidade,e riqueza também -logo nos cativa.

    Beijinhos.
    Dilita

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  4. Querida Dilita

    É lindo, sem dúvida! Irei publicar mais poemas deste autor.se Deus quiaer.
    Um beijinho
    Viviana

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