Campas sem nome . Fonte da imagem:http://www.tvi24.iol.pt/s |
"É UMA REALIDADE TRISTE
Nos corpos por reclamar também aparecem muitos indigentes, estrangeiros e toxicodependentes."
(Francisco Corte-Real - Presidente do I. N.M.L.)
«Há um "número muito elevado de idosos a morrerem sós e abandonados, sobretudo em Lisboa."
Esta realidade foi confirmada ao DN (Diário de Notícias) pelo Presidente do Instituto de Medicina Legal, Francisco Corte-Real, adiantando que uma parte considerável dos 36 corpos que se encontram por reclamar na Delegação Sul do INML serão de pessoas com mais de 65 anos, alguns não identificados e que vão a enterrar apenas com um número de processo atribuído. O Instituto guarda sempre uma amostra de material genético para o caso de um dia surgir um familiar a querer saber do paradeiro de alguém dado como desaparecido.Como consequência desta situação de abandono, a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa está a pagar mais funerais sociais - de pessoas que não têm família ou que esta não reclama o corpo. Em 2016 foram 426, mais doze que no ano anterior. E na última década a instituição tem realizado uma média de 380 funerais sociais por ano. O custo da cerimónia é de 332 euros, segundo dados avançados pela Santa Casa."Nos corpos por reclamar também há indigentes, estrangeiros e toxicodependentes. É uma realidade triste que mostra muito da sociedade de hoje, sobretudo em Lisboa", frisou Francisco Corte-Real.
Para que não sejam enterrados sozinhos, um grupo de 14 voluntários da Irmandade da Misericórdia de S. Roque de Lisboa segue os funerais.. Desde Maio de 20004 até ao final do ano passado já acompanharam 1466 funerais de pessoas cujo corpo ninguém reclamou. É uma média de 113 funerais" referiu Màrio Pinto Coelho, vice-provedor da Irmandade, "Cada vez são mais idosos que aparecem muito nesta situação", acrescentou.
Há muitas histórias tristes mas uma que nunca se apagará da memória de Mário Pinto Coelho: "Há dois anos fomos a um funeral de um idoso que tinha morrido sozinho num quarto alugado, em Lisboa. O senhorio depois contou-nos que conseguiram entrar em contacto com a filha do homem para lhe dar a triste notícia e perguntar o que fazer aos pertences do pai. "Não quero saber de nada disso, respondeu a mulher antes de desligar".
(Diário de Notícias de 23/05/2017 )
Nota pessoal
Perguntarão os amigos que por aqui passarem hoje, porque razão estou eu, Viviana, a publicar este assunto estranho e triste?
Não deveria estar a partilhar temas alegres e mais agradáveis?
Pois bem, meus caros amigos, saibam que este assunto "estranho e triste", me tocou profundamente...
Como deve ser triste e desolador, no momento da partida, que já de si, para muitos...trás sofrimento e dor...estar só? Sem uma mão, para segurar a mão, seu uma palavra doce, amiga, grata.
Como é possível? Não há amor, não há laços afectivos, nada, nada?
Onde anda o Amor de que nos fala o Evangelho? "Amai-vos uns aos outros como eu vos amei a vós"
Não dizem que Portugal é um país cristão? Onde uma grande maioria são católicos?
Onde anda o AMOR?
Ah! que o bom Deus nos ajude a não sermos cristãos só de nome, mas cristãos de coração!
Parecidos com Cristo!
Não nos dizemos seus discípulos?
Então? O discípulo tem que ser semelhante ao Mestre!
Que possamos reflectir e pensar sobre o assunto, e divulgar o Evangelho de Cristo, para que o mundo possa ser melhor e haja mais e amor de uns para com os outros.
Querida Viviana
ResponderEliminarFiquei comovida ao ler as suas palavras. Verdades tão tristes que eu desconhecia. E este facto horrível duma filha que reage de forma tão desumana à noticia da morte do seu próprio pai.Como é possível que naquela pessoa tenha "secado" o amor filial...
Nunca julguei ouvir um testemunho tão triste.
Para terminar, quero realçar o seu carácter amiga Viviana, a sua sensibilidade e, o seu amor ás boas causas.
Beijinhos.
Dilita
Querida Dilita
ResponderEliminarÉ, na verdade, muito triste e preocupante esta constatação.
Creio que a nossa sociedade está a deteriorar-se e a ficar cada vez mais desumana.
Algo terá que mudar...creio que os valores, por exemplo.
Oxalá, ainda vamos a tempo.
Obrigada por a sua apreciação acerca da minha humilde pessoa.
Sou, o que sou...pela misericórdia e graça de Deus.
O meu fraterno abraço
Viviana