terça-feira, 30 de maio de 2017

Recordando Maria José Pires dos Santos (3)

Continuação

«Abundante de ideias, fluente na palavra, brilhante na exposição, D.Maria José tornou-se conferencista muito  solicitada, tendo até participado num comício da candidatura do General Norton de Matos, em 1948, sendo muito aplaudida pelo público. Como escritora, deixou uma vasta colaboração espalhada por muitos jornais e revistas regionais e nacionais. Fundou mesmo o único jornal que  Chança  até agora teve e que se intitulava "Eco da Verdade".
   A par do brilho da sua inteligência, notava-se também o brilho da sua bondade. Nunca deixou de ajudar quem a procurava. Muitas vezes era ela própria que procurava os que sabia estarem em dificuldades. O seu livro de "fiados" nunca se fechou, mesmo para quem tinha poucas possibilidades de pagar. Quando resolveu tresspassar a loja, deviam-lhe dezenas de contos de réis, na altura uma  pequena fortuna. A todos perdoou as dívidas! Intercedia pelos que precisavam de emprego e chegava a pedir dinheiro emprestado a amigos, para socorrer outros.Em 1944, quando ainda durava a guerra, havendo falta de farinha na terra,  e clamando as mulheres,  porque não tinham pão, prontamente tomou a iniciativa de telegrafar a Salazar, pedindo providências.
    Até mesmo como comerciante ajudava a sua terra, dinamizando actividades económicas principalmente  pela compra, por grosso, de palha, carvão e cortiça, que vendia depois para destinos vários. Numa época de grande crise, como era a de então,  ela ajudava a manter as famílias de muitos trabalhadores rurais, comprando-lhes a cortiça da "falca",  que eles metiam em redes e transportavam em burros.
   Não admira que,  pela sua acção,  como pela sua maneira simples e afável de tratar, esta Mulher extraordinária conquistasse a amizade  de muitos e  a admiração e o respeito de todos que a conheciam. As conquistas  mais importantes para ela,  no entanto, eram as almas que conseguia conduzir à fé de Cristo. Ignoramos o seu número, mas muitas foram,  sem dúvida,  espalhadas por muitos lugares, como continuadoras da sua obra.
   Vida dedicada aos outros, ela soube,  como poucos,  servir o seu povo e honrar a sua terra. A todos amou e serviu, com sinceridade,  segundo o ideal do Evangelho de Cristo. Como Paulo, podia,  ao partir para Deus, exclamar com verdade: "Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé. Desde agora a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, o justo Juiz, me dará".
      (II Tim. 4:7).
                  (No Opúsculo - Dª Maria José Pires dos Santos - pelo pastor, Dr. João António Marques)

2 comentários:

  1. Olá Viviana.


    Sem duvida, e pelo que nos dá a conhecer, deve ter sido uma Grande Senhora.

    É bom recordar pessoas assim, que se deram e fizeram tudo pelos outros.


    O Senhor as recompense.

    Viviana, que esteja tudo mais ou menos bem.

    Boa noite e bom descanso.

    abraços.

    ResponderEliminar
  2. Querida Rosa

    Não tive oportunidade de a conhecer - mas desde pequena que oiço falar nela e sempre para dizer muito bem.

    Foi uma grande serva de Deus. Pessoas como estas não podem ficar esquecidas, daí a ter trazido aqui.
    Um abraço
    Viviana

    ResponderEliminar