terça-feira, 20 de novembro de 2018

DEIXA - Um poema de João Apolinário

O poeta português João Apolinário. Fonte da imagem: http://revistamododeusar.blogspot.com/

 DEIXA

Meus filhos olhem  quando eu morrer
que leve seja a vossa mágoa de pensar
naquilo que de mim sobrou para lhes dar
que o dar-me inteiro foi todo o meu viver

Nada que eu fiz além de vos merecer
(se  vos mereci de tanto vos amar)
vale a palavra última de chorar
a saudade sem - fim de vos perder

Perdido estou  eu  sei  neste vazio
que deixo preenchido em vós os dois
 - a memória do meu sangue dilatado

Que a minha pobre vida seja o fio
da voz longínqua que virá depois
cantar o vosso pai imaginado

  (João Apolinário - no livro - O POETA DESCALÇO)

Nota:
João Apolinário nasceu em Sintra no dia 18 de Janeiro de 1924 e faleceu em 1988.

2 comentários:

  1. Olá, minha querida e doce Viviana.
    Quanto tempo faz que estive por aqui desde o aniversario de 11 anos do teu blog.
    Estive ausente devido a uma cirurgia mas,estou me recuperando bem e hoje vim matar as saudades.
    beijos minha linda-San

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  2. Sandrinha querida:

    Quanta saudade, amiga linda!

    Que bom que a cirurgia correu bem e a Sandrinha está a recuperar bem..
    O nosso Paizinho amoroso e doce...cuida de nós, não é assim?
    Ah! como é bom tê-lo sempre pertinho de nós!

    O meu abraço caloroso
    Viviana

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