Do belo livro dos Salmos

Palavras do salmista para Deus no Salmo 39:

"Quem sou eu diante de ti?  Sombra que arrasta a sua própria sombra. E os meus dias? Folhas de Outono caídas. E a minha vida? Flauta de cana, cheia de ar e mentiras. Com quem me compararei? Com um pequeno monte de restolho no campo.Tem piedade da obra das tuas mãos. Quem pode medir-se contigo? Que são os nossos dias, à luz da tua eternidade? Um sopro, o dia de ontem, uma sombra fugitiva.
   A minha vida é um monte de trabalhos (cf.v.7),uma pura paixão, como uma chama ao vento, desprendida do lenho, perseguindo quimeras, enterrando tesouros (para quem?), levantando castelos (para quem?),  enchendo celeiros (para quem?) (cf. v. 7). Meu Deus, onde está a razão e o fim de tanta paixão inútil?  A terra move-se debaixo dos meus pés. Onde irei segurar-me? Pobre naufrago da noite, onde está a rocha e a âncora?
   Tu és a minha rocha e a minha âncora. Em ti estão enterradas as minhas raízes. Nos teus mananciais beberemos á guas da vida eterna. Nos teus braços cálidos e possantes dormiremos, enquanto  durar a tempestade. Tu encherás de luz os nossos horizontes, de segurança os nossos passos, de sentido, os nossos dias. Tu serás  o farol e a estrela, a bússula e a âncora, durante a travessia da nossa vida."

       (Ignácio Larrañaga - No livro - Salmos para a vida)

        Nota: Um presente lindo do meu filho Zé.