O espaço abaixo da minha janela e a vista ao longe |
A janela com a chuva |
Uma delicia mesmo!
Muitos meses se passaram sem uma pinga de chuva. O ar começava a "ficar pesado" e meio sujo. A natureza clamava por um pouco de água para se dessedentar. A època de praia, este ano, foi extensa, e até á chegada do Outono, ainda estava bom para ir até á praia. E há tantas tão lindas aqui á volta.
Mas, um dia a chuva tinha que vir... e veio, a semana passada. Primeiro, um pouco envergonhada, quase a medo. Mas depois, creio que se apercebeu da felicidade e do prazer das plantas, arbustos e árvores...e então veio para ficar. Está aí. Desde ontem de manhã que ela não pára de cair; miudinha, miudinha, cercada de uma neblina espessa que apenas nos permite enxergar algumas dezenas de metros. Procuro a minha Serra amada e querida, de Sintra, mas apenas vejo neblina cinzenta, quase branca, Nem Serra, nem Palácio, nem os prédios de Fitares ou de Rio de Mouro.
Mas está tudo bem! Está tudo muito bem, mesmo! Tudo tem um tempo, como dizia o sábio rei Salomão; ou, tudo tem o seu tempo, como dizia a minha mãe. Agora é tempo de chuva. O Deus Criador sabe disso muito bem. Eu olho da janela e sorrio feliz, por constatar que os dois pinheiros da rua; os dois canteiros acabados de plantar com alegrias de casa e com relva, os muitos "Lauréis" - assim lhe chamava a minha mãe em castelhano - têm um outro nome em português do qual não me lembro - mas dizia. os muitos Lauréis da cerca da Escola Secundária aqui mesmo ao lado, ainda cheios de flor...parecem sorrir para mim...regalados com a preciosa águinha da chuva.
Olho o céu cinzento escuro, vislumbro o meu Senhor por trás das nuvens, e, comovida e imensamente grata, sorrindo, com uma lágrima a rolar pela face...digo-lhe: Obrigada Senhor, porque não só criáste, mas sustentas e cuidas, toda a obra magnífica que nos ofertáste, com imenso e terno amor.