sábado, 7 de março de 2009

O Galo e a Galinha


Olhares - Fotografia Online

Dizia o galo para a galinha:
- Vamos casar a nossa filhinha.

-A nossa filhinha casada será,
e agora o noivo donde virá?

Dizia o galo que estava a cantar,
que estava pronto com ela a casar.

- O noivo já nós temos, já,
agora o padrinho de onde virá?

Dizia o rato, lá do buraquinho,
que estava pronto para ser o padrinho.

-O padrinho já nós temos, já,
agora a madrinha, donde virá?

Dizia a cabra, lá do meio da vinha,
que estava pronta para ser a madrinha.

-A madrinha já nós temos, já,
agora o enxoval donde virá?

Dizia a aranha, lá do aranhal,
que estava pronta para dar o enxoval.

-Enxoval já nós temos, já,
agora a cozinheira, donde virá?

Dizia a rola, que andava a rolar,
que estava pronta para cozinhar.

-cozinheira já nós temos, já,
servir á mesa donde virá?

Dizia a andorinha, com a sua ligeireza,
que estava pronta para servir á mesa.

-Servir á mesa já nós temos, já,
mas o bailarico, donde virá?

Diziam os mosquitos, que andavam no ar,
que estavam prontos para irem bailar.

-Bailarico já nós temos,já,
mas o gaiteiro, donde virá?

Dizia o burro, lá do seu palheiro,
que estava pronto para ser o gaiteiro.

-O gaiteiro já nós temos, já,
ao casamento nada faltará.

(Eu bem vi nascer o sol)
Antologia da poesia popular portuguesa

de Alice Vieira

sexta-feira, 6 de março de 2009

Como é que pode ser?








Ontem, enquanto na cozinha preparava o almoço (corôa de atum, a pedido do Zè) ia ouvindo as notícias que a televisão apresentava, numa sala ao lado

Oiço então uma jovem a ser entrevistada; tratava-se de uma voluntária que foi "entregar" ajuda humanitária, resultante de uma campanha promovida por um sector da Igreja Católica, ao Hospital da Guiné-Bissau.

A jovem tentava descrever o que encontrou

Um hospital em que faltava tudo.

Sem o mínimo de condições.

As parturientes, á espera de "dar á luz", deitadas no chão, mesmo no chão...

As que já tiveram os filhos, deitadas em velhos colchões no chão, ás duas e três em cada um, com os seus meninos...

Nos "cuidados intensivos", as pessoas deitadas em velhos colchões , praticamente em cima das molas... e onde não se vê mais nada a não ser o rosto de alguem á espera da morte ... sem o mínimo de conforto ou bem-estar.

A jovem estava muito impressionada com o que encontrou, mas disse que queria voltar lá, logo que seja possível.

O noticiário continuou e, ainda eu estava a pensar no que tinha ouvido, quando o jornalista entrevista uma jovem que fez uma operação plástica aos seios, porque não gostava do "peito que tinha".

Quando inquirida sobre os custos, respondeu: A operação custou cinco mil euros, os quais foram conseguidos através de um empréstimo bancário que a mãe fizera.

A jovem estava extremamente feliz com o resultado, pois agora sim, tinha o peito que gostava. .

Entretanto a mãe ao ser entrevistada, estava muito contente e feliz por ter ajudado a filha a ficar mais bonita e realçando que é muio importante a beleza exterior.

Daí a momentos outra notícia:

O Presidente da Indústria Automóvel em Portugal, informou que desde o princípio do ano, ou seja, em pouco mais de dois meses, tinham sido já vendidos sete Ferráris; mais de duzentos por cento de aumento que no período homólogo do ano passado.



Cada Ferrari poderá custar várias dezenas, ou mesmo centenas de milhares de Euros.
Posso afirmar que fiquei deveras perturbada com estas três noticias..
Ainda hoje estou a pensar nelas.

quinta-feira, 5 de março de 2009

Rapidez e eficiência dos Bombeiros de Agualva -Cacém



Emblema dos Bombeiros Voluntários de Agualva - Cacém



Instalações dos Bombeiros Voluntários de Aguala -- Cacém



Carro dos Bombeiros de Agualva - Cacém

Desde anteontem, que aqui em Mira- Sintra, está uma grande ventania que parece que vai levar tudo pelos ares.
No prédio que fica á frente da minha cozinha, há uma casa que está desabitada há vários anos, e da qual já aqui falei num post, porque ali, uma jovem mulher que bebia muito álcool, se suicidou, atirando-se do quarto andar para a rua.

Desde então a família mudou-se para outra casa aqui no Bairro, e aquela ficou desabitada, e creio que há muito tempo que lá não entra ninguem, embora as cortinas continuem nas janelas e os estores puxados para cima.


Há um tempo atrás reparei que o estore da sala, que é grande e pesado, estava um pouco solto e batia com o vento.
Pois bem, ontem ao entardecer, quando olhei da janela da cozinha, verifiquei que por causa do forte vento, ele estava prestes a soltar-se e a cair.

Acontece que mesmo por baixo, é o pátio-recreio do O.T.L. onde as crianças brincam.
Prevendo o perigo, decidi telefonar para o Posto da Polícia, que fica na rua de trás.
Depois de ter explicado o caso ao senhor guarda que me atendeu, fui informada por ele que seria melhor telefonar para os Bombeiros.
Liguei, e atendeu-me uma voz juvenil, feminina, muito gentil a quem coloquei o problema. A jovem, que sei chamar-se Ana Lavrador, teve o cuidado de anotar o endereço e todos os aspectos necessários e disse-me que iria falar com o seu chefe
Agradeci-lhe desliguei o telefone
Entretanto vou para a internet onde estive cerca de 40 minutos
Oiço então o meu filho a chamar-me da cozinha, vou lá, e ele mostra-me, olhando da janela, que os Bombeiros já tinham retirado o estore que era um perigo eminente.

Fiquei espantada!
Tão rápido!

È verdade, já tinham resolvido o problema.
Creio que a isto pode chamar-se rapidez e eficiência..
Eu sei que os "meus Bombeiros" que servem as quatro freguesias da cidade do Cacem, são eficientes e zelosos... mas quero aproveitar a oportunidade, para os cumprimentar e dizer-lhes que os admiro e considero muito... e transmitir-lhes daqui deste cantinho, um grande e reconhecido OBRIGADA... por o serviço precioso e eficiente que prestam á poulação da cidade de do Cacem.

Continuem!

Que Deus sempre vos guarde e proteja.

quarta-feira, 4 de março de 2009

Os meus Hinos queridoa (3)



O grande Missionário escocês - Robert Kalley

Ultimamente, tem-me vindo com frequência á memória, um belo Hino que cantávamos muitas vezes no Culto doméstico , em casa dos meus queridos e saudosos pais, e tambem na amada Igreja Baptista de Leiria, onde cultuávamos o Senhor, que é o Hino número 491 do Cantor Cristão, entitulado: "Como há-de ser?"

De tanto o cantar, praticamente sei-o de cór, mesmo tendo em conta que é um hino bastante longo,com sete estrofes...

Por tudo isto, e tambem como preito de homenagem ao seu autor - o grande Missionário escocês Robert Kalley, um homem admirável, cuja vida é um testemunho fé e uma inspiração... decidi publicar aqui hoje não só o hino, mas tambem um pouco da história da vida do seu autor
Para além deste Hino, Kalley escreveu muitos outros.

«Descubram Edimburgo e encontrarão a sua New Town, o reflexo do crescimento desta cidade escocesa no séc. XVIII. Junto ao rio Water of Leith, repousa o Dean Cemetery e diversas personalidades da história da Escócia.
A personalidade que aqui me trouxe terá referências limitadas na história dos seus conterrâneos, mas entre os protestantes portugueses e brasileiros, Robert Reid Kalley, tornou-se figura incontornável.
O livro de registos do cemitério atesta a data de falecimento, 18 de Janeiro de 1888. O seu corpo seria aqui sepultado três dias depois, após culto celebrado pelo missionário Hudson Taylor. A morada da sua quinta mostra o endereço em português, “Campo Verde”.

O túmulo está em local recôndito e incrustado numa parede amuralhada. A pedra tumular, assente verticalmente, apresenta a seguinte inscrição:



“TIL HE COME”

IN TENDER AND REVERENT MEMORY OF ROBERT REID KALLEY, M. D.

BORN 8TH SEPTEMBER 1807 AND FELL ASLEEP 17TH JANUARY 1888

A SERVANT OF GOD IN MADEIRA, BRAZIL AND OTHER LANDS

HIS DELIGHT WAS IN THE LAW OF THE LORD AND IN HIS LAW HE MEDITATE DAY AND NIGHT WHOSE FAITH FOLLOW CONSIDERING THE END OF HIS CONVERSATION

JESUS CHRIST THE SAME YESTERDAY, AND TODAY, AND FOR EVER

ERECTED BY HIS LOVING AND SORROWING WIFE SARAH POULTON KALLEY WHO REJOINED HIM THURSDAY 8TH AUGUST 1907
(LAID TO REST BESIDE HIM 12TH AUGUST)

HEIRS TOGETHER OF THE GRACE OF LIFE I PETER 3:7

Duas placas dedicatórias, provenientes das igrejas portuguesas e brasileiras, ladeiam o túmulo com as seguintes inscrições:

1 - "M"

TO THE BELOVED AND HONOURED MEMORY OF THEIR FATHER IN THE GOSPEL DR. KALLEY FROM THE MADEIRENSES CHURCES “SCATTERED ABROAD” IN 1846 BY ROMISH PERSECUTION1838 TO 1888THE NAME OF JESUS WAS MAGNIFIED2- “B”

A TRIBUTE OF LOVE AND GRATITUDE TO THEIR FIRST TEACHER AND PASTOR DR. KALLEY

FROM CHURCHES FOUNDED BY HIM IN RIO DE JANEIRO AND PERNAMBUCO BRAZIL

1855 TO 1888

THE SON OF GOD JESUS CHRIST WAS PREACHED

Estas inscrições não conseguem contar toda a história de Robert Kalley. Foi médico, professor e pastor entre os portugueses madeirenses. Fundou um hospital e escolas primárias de acesso gratuito para crianças e adultos. Foi também um propagador da fé evangélica ao serviço da Igreja Livre da Escócia (de matiz presbiteriana) e, por seu intermédio, organizou em 1845 a primeira igreja protestante portuguesa. Pela sua palavra pregada, cerca de 2000 madeirenses recém conversos presbiterianos tiveram de abandonar a ilha para Trindade e Tobago, Estados Unidos, Havai e Brasil, dada a perseguição religiosa que lhes foi movida.

Após expulsão da ilha da Madeira, iniciou nova acção evangelizadora no Brasil e ali seria igualmente pioneiro do Protestantismo brasileiro. Destaque-se também o facto de ter sido uma personalidade estimada pelo Imperador do Brasil, D. Pedro II.

É uma vida cuja obra está para além deste túmulo. Daí que, para além da possível visita a Edimburgo que possam prestar ao Dr. Kalley, se sugira a leitura de “Madeirenses Errantes” do jornalista Ferreira Fernandes, “Vidas Convergentes” de Eduardo Moreira e “Robert Reid Kalley - O apóstolo da Madeira” de Michael P. Testa«

(http://pioneiroprotestante.blogspot.com/2008/07/o-tmulo-de-robert-kalley-dean-cemetery.html)


Hino 491 -Cantor Cristão

Como há de ser, conclusa a longa lida,
Finda a peleja da paixão mortal,
Quando, avistando além da escura vida
A porta do prazer celestial,
Dos pés varrida a última poeira,
Do rosto enxuto seu final suor,
Deixarmos esta cena passageira,
Entrando ao santo lar de eterno amor?

Como há de ser, nos céus por Deus banhados
Dos raios da divina e excelsa luz,
Oh, que alegria! Isentos de pecados,
Estarmos nós diante de Jesus!
E pela vez primeira em harmonia
Com os santos cidadãos dos altos céus,
Unindo-nos, sem medo, à companhia
Que cerca o trono do supremo Deus?

Como há de ser, com sentimento ouvindo
O coro dos remidos do Senhor,
As áureas harpas, sempre retinindo
Louvores ao Cordeiro, ao Salvador;
E quando, dentro de átrios espaçosos,
Entoarmos gratos salmos, sem cessar,
E, como incenso, os hinos fervorosos
Subirem junto ao celeste altar?

Como há de ser, quando o Juiz chamar-nos:
"Benditos, vinde, para os céus entrai!"
E o Salvador dignar-se revelar-nos
A glória em que ele habita com o Pai?
Ali, não tem, jamais, a morte entrada,
Nem dor nem pranto estorvam o prazer.
A vista não se ofusca, e em volta nada
Pode a ditosa festa entristecer?

Como há de ser, quando a pasmosa história
Da triste e indigna vida que findou,
Com lucidez se espelhe na memória
Todo pecado ou mal que então passou,
O nosso apreço de Jesus aumente,
E da clemência deste Benfeitor;
E de contínuo a gratidão se alente
Por seu insigne e milagroso amor?

Como há de ser? Oh, nunca foi pensado,
Por mente ou coração humano aqui,
O bem-estar por Deus determinado
Para os que entrarem com triunfo ali!
Avante, irmãos! Avante no caminho
Que nos conduz ao gozo tão real!
Se aqui nós temos um quinhão mesquinho.
Marchamos para a glória divinal.

Robert Kalley

terça-feira, 3 de março de 2009

O desperdício da vida


Imagem retirada da Net

"A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca, e que, esquivando-nos do sofrimento, perdemos também a felicidade."

(Carlos Drummond de Andrade)

segunda-feira, 2 de março de 2009

A bondade


Ciclame - Imagem retirada da Net

A bondade em palavras cria confiança; a bondade em pensamento cria profundidade; a bondade em dádiva cria amor.

( Lao-Tsé)

domingo, 1 de março de 2009

Porque hoje é Domingo (45)


Imagem retirada da Net

«E logo ordenou Jesus que os seus discípulos entrassem no barco, e fossem adiante para o outro lado, enquanto despedia a multidão.
E, despedida a multidão, subiu ao monte para orar, à parte. E, chegada já a tarde, estava ali só.
E o barco estava já no meio do mar, açoitado pelas ondas; porque o vento era contrário;
Mas, à quarta vigília da noite, dirigiu-se Jesus para eles, andando por cima do mar.
E os discípulos, vendo-o andando sobre o mar, assustaram-se, dizendo: É um fantasma. E gritaram com medo.
Jesus, porém, lhes falou logo, dizendo: Tende bom ânimo, sou eu, não temais.
E respondeu-lhe Pedro, e disse: Senhor, se és tu, manda-me ir ter contigo por cima das águas.
E ele disse: Vem. E Pedro, descendo do barco, andou sobre as águas para ir ter com Jesus.
Mas, sentindo o vento forte, teve medo; e, começando a ir para o fundo, clamou, dizendo: Senhor, salva-me!
E logo Jesus, estendendo a mão, segurou-o, e disse-lhe: Homem de pouca fé, por que duvidaste?
E, quando subiram para o barco, acalmou o vento.
Então aproximaram-se os que estavam no barco, e adoraram-no, dizendo: És verdadeiramente o Filho de Deus. E, tendo passado para o outro lado, chegaram à terra de Genesaré.
E, quando os homens daquele lugar o conheceram, mandaram por todas aquelas terras em redor e trouxeram-lhe todos os que estavam enfermos.
E rogavam-lhe que ao menos eles pudessem tocar a orla da sua roupa; e todos os que a tocavam ficavam sãos. »

(Ev.S. Mateus 14:22 a 36)