Há algum tempo atrás, uma rola branca pousou na armação de madeira á volta do estendal da roupa, na janela da cozinha.
Creio que ela vinha á procura de comida. Pousou e ficou virada para a janela a olhar com a cabecinha de lado como elas costumam fazer. Eu abri a janela com jeitinho e suavemente comecei a falar com ela, para ela não se assustar e para eu ganhar a confiança dela.
Ofereci-lhe um punhado de arroz, que ela a medo, começou logo a comer Enquanto comia eu ia falando com ela e creio que “ficámos amigas” a partir daí.
No dia seguinte ela já veio acompanhada de uma outra, e nos dias a seguir, mais outra, e outra e outra, até que ás tantas já vinham cerca de dez ou doze e eu sempre a dar-lhes de comer. Os netos quando as viam ficavam fascinados por elas e queriam ajudar a dar-lhes de comer. Era uma festa. Depois de comerem, elas ficavam pousadas ali, na armação de madeira ou nas cordas do estendal, viradinhas para nós, como que a agradecerem o nosso gesto.
Mas, depressa me apercebi, que estava a surgir um grande problema: Tudo por ali, ficava cheio dos seus excrementos, que caiam também sobre a roupa estendida dos vários vizinhos de baixo, e, o pior… caíam na cabeça das pessoas, sobretudo crianças, que passavam no passeio em baixo e que iam para a escola situada ao lado.
Com muita pena minha, vi-me forçada a deixar de lhes dar de comer, pois a qualquer momento o problema iria surgir.
Custou-me tanto “desabituá-las”! Vê-las ali á espera, tempos e tempos…com a cabecinha de lado, como que a pedir. Eu fechava a cortina para não as ver.
A pouco e pouco, conforme vieram assim se foram; deixaram de aparecer.
Então, eu formulei um desejo: Que elas encontrassem alguém, que como eu gostasse delas e lhes desse de comer; não seria difícil, meigas e lindas como são!
quinta-feira, 31 de janeiro de 2008
quarta-feira, 30 de janeiro de 2008
Eternidade

Quando secar a força da nascente
Onde agora se bebe,
Não se morra de sede no caminho,
Acrescentem-se os passos que se deram
Até ver amieiros no horizonte.
São filhos de amieiros que nasceram
Junto de nova fonte.
Onde agora se bebe,
Não se morra de sede no caminho,
Acrescentem-se os passos que se deram
Até ver amieiros no horizonte.
São filhos de amieiros que nasceram
Junto de nova fonte.
Miguel Torga
terça-feira, 29 de janeiro de 2008
Evangelizando - parte dois
Soubemos que a Dª C. estava doente e muito debilitada e decidimos ir visitá-la. È uma senhora de 82 anos que há cerca de um ano e meio sofreu um acidente vascular cerebral do qual recuperou em parte.
Mais recentemente, há cerca de três semanas, “apanhou gripe” que lhe trouxe uma complicação respiratória para a qual tem necessidade de recorrer ao oxigénio.
Encontrámo-la deitada sobre a cama a descansar, coberta com um cobertor que, pelo toque, me apercebi que era muito antigo; disse-me que ainda é do seu enxoval.
Ao seu lado, o seu marido, o senhor E., que sempre carinhoso e solícito a cuidava com imensa ternura. Ele é um pouco mais velho que ela, creio que tem 85 anos.
No quarto estavam mais duas pessoas que eram vizinhas e amigas e que tinham vindo visitar a senhora.
Começámos a conversar e ás tantas falámos da “Casa de Oração” que toda a gente da terra conhece muito bem. Aí, o senhor E começa a cantar um hino muito conhecido entre os crentes: “ O ano novo hoje recebemos, o ano velho nunca mais veremos…”e disse que era hábito cantá-lo na noite de vigília, na passagem de ano, na Casa de Oração quando era criança, aí com uns 7/8 anos. A seguir recita um poema de Natal que disse nessa altura.
Imaginem o nosso espanto! Ele não frequenta a Casa de Oração desde a sua adolescência…E aos 85 anos ainda se lembra de todas essas coisas!
Quer dizer: ele é do tempo do início do trabalho Evangélico na terra! Ele e a esposa que também assistia lá.
Então aproveitei e fiz-lhe muitas perguntas que há muito eu queria saber. Foi delicioso ouvi-lo falar do Herói pioneiro, o Colportor Bíblico, Arduino Gonçalves, que percorreu o País com uma mala cheia de Bíblias a disseminar a palavra de Deus, e que foi parar aquela aldeia porque a esposa, professora do ensino primário, estava “doente dos pulmões” e lhe disseram que aqueles “ares” eram muito bons para a ajudar a curar.
Ambos eram crentes fiéis e zelosos e grandes testemunhas do amor de Deus Mal se instalaram na aldeia, imediatamente começaram a falar ás pessoas dali do que lhes enchia a alma; abriram imediatamente uma escola para ensinar os meninos da terra a ler, pois nesse tempo só os meninos ricos iam á escola.
Rapidamente um grupo de pessoas aceitou o Evangelho e foi assim, que aquela Igreja nasceu, vai fazer no mês de Maio 83 anos.
Fiquei tão contente que combinei com o senhor E. ir lá um dia com mais tempo para me falar mais sobre todas as coisas que ele sabe desses tempos fabulosos.
Já agora, salientar que também os pais das outras pessoas que ali se encontravam de visita, em crianças frequentaram a Casa de Oração.
Mais recentemente, há cerca de três semanas, “apanhou gripe” que lhe trouxe uma complicação respiratória para a qual tem necessidade de recorrer ao oxigénio.
Encontrámo-la deitada sobre a cama a descansar, coberta com um cobertor que, pelo toque, me apercebi que era muito antigo; disse-me que ainda é do seu enxoval.
Ao seu lado, o seu marido, o senhor E., que sempre carinhoso e solícito a cuidava com imensa ternura. Ele é um pouco mais velho que ela, creio que tem 85 anos.
No quarto estavam mais duas pessoas que eram vizinhas e amigas e que tinham vindo visitar a senhora.
Começámos a conversar e ás tantas falámos da “Casa de Oração” que toda a gente da terra conhece muito bem. Aí, o senhor E começa a cantar um hino muito conhecido entre os crentes: “ O ano novo hoje recebemos, o ano velho nunca mais veremos…”e disse que era hábito cantá-lo na noite de vigília, na passagem de ano, na Casa de Oração quando era criança, aí com uns 7/8 anos. A seguir recita um poema de Natal que disse nessa altura.
Imaginem o nosso espanto! Ele não frequenta a Casa de Oração desde a sua adolescência…E aos 85 anos ainda se lembra de todas essas coisas!
Quer dizer: ele é do tempo do início do trabalho Evangélico na terra! Ele e a esposa que também assistia lá.
Então aproveitei e fiz-lhe muitas perguntas que há muito eu queria saber. Foi delicioso ouvi-lo falar do Herói pioneiro, o Colportor Bíblico, Arduino Gonçalves, que percorreu o País com uma mala cheia de Bíblias a disseminar a palavra de Deus, e que foi parar aquela aldeia porque a esposa, professora do ensino primário, estava “doente dos pulmões” e lhe disseram que aqueles “ares” eram muito bons para a ajudar a curar.
Ambos eram crentes fiéis e zelosos e grandes testemunhas do amor de Deus Mal se instalaram na aldeia, imediatamente começaram a falar ás pessoas dali do que lhes enchia a alma; abriram imediatamente uma escola para ensinar os meninos da terra a ler, pois nesse tempo só os meninos ricos iam á escola.
Rapidamente um grupo de pessoas aceitou o Evangelho e foi assim, que aquela Igreja nasceu, vai fazer no mês de Maio 83 anos.
Fiquei tão contente que combinei com o senhor E. ir lá um dia com mais tempo para me falar mais sobre todas as coisas que ele sabe desses tempos fabulosos.
Já agora, salientar que também os pais das outras pessoas que ali se encontravam de visita, em crianças frequentaram a Casa de Oração.
Na foto acima, uma das minhas queridas amigas que tantas vezes visitei, e a quem sempre levava um raminho de flores... e que já partiu para Deus. Quanta saudade!
segunda-feira, 28 de janeiro de 2008
Evangelizando

Foi há cerca de dois anos, que eu e a Eduarda, na sessão deliberativa da minha Igreja (custa-me dizer esta frase pois a Igreja não é minha mas sim do Senhor) onde tiveram lugar as Eleições para os vários cargos nesse ano, nos oferecemos para fazer visitas de evangelização ás pessoas da aldeia, que habitualmente não vão ou que nunca foram á Casa de Oração (é assim que é conhecida a Igreja na terra) .
A Igreja está situada bem no meio da aldeia, que tem cerca de 3000 habitantes e fica nos arredores de Sintra.
Nestes dois anos de trabalho tivemos oportunidade de visitar muitas pessoas, principalmente pessoas de idade, que no nosso ponto de vista têm prioridade, por dois motivos: Em princípio, serão as que partirão primeiro… e depois, porque são as que estão mais sós e mais tristes. Mas também visitámos gente nova quando nos apercebíamos que se tornava necessário.
Este trabalho tem sido uma bênção para nós! Temos sido tão abençoadas! Tão enriquecidas! Que não podemos deixar de dar graças ao Senhor por nos conceder esta oportunidade de colaborarmos com Ele na sua obra.
As visitas são acordadas com as pessoas em questão; marcamos um dia e uma hora e antes de partir-mos vamos á Casa de Oração para, de joelhos, implorar-mos que o Senhor vá á nossa frente preparando os corações para o que iremos dizer e para que seja o seu Espírito e não nós a proporcionar o conforto e a ajuda espiritual de que tanto precisam.
Somos sempre muito bem recebidas e as pessoas pedem-nos para voltar.
Sempre que saímos de uma casa, o nosso “coraçãozinho” vai cheio!
Nestes dois anos foram criados laços tão fortes… que eu creio, irão permanecer por muito, muito tempo.
Só mais uma coisa: Creio que estou a partilhar isto convosco, porque o meu “coração” ainda está cheio da experiência vivida ontem á tarde.
Amanhã. Se Deus quiser, vou contar-vos o que aconteceu.
.
A Igreja está situada bem no meio da aldeia, que tem cerca de 3000 habitantes e fica nos arredores de Sintra.
Nestes dois anos de trabalho tivemos oportunidade de visitar muitas pessoas, principalmente pessoas de idade, que no nosso ponto de vista têm prioridade, por dois motivos: Em princípio, serão as que partirão primeiro… e depois, porque são as que estão mais sós e mais tristes. Mas também visitámos gente nova quando nos apercebíamos que se tornava necessário.
Este trabalho tem sido uma bênção para nós! Temos sido tão abençoadas! Tão enriquecidas! Que não podemos deixar de dar graças ao Senhor por nos conceder esta oportunidade de colaborarmos com Ele na sua obra.
As visitas são acordadas com as pessoas em questão; marcamos um dia e uma hora e antes de partir-mos vamos á Casa de Oração para, de joelhos, implorar-mos que o Senhor vá á nossa frente preparando os corações para o que iremos dizer e para que seja o seu Espírito e não nós a proporcionar o conforto e a ajuda espiritual de que tanto precisam.
Somos sempre muito bem recebidas e as pessoas pedem-nos para voltar.
Sempre que saímos de uma casa, o nosso “coraçãozinho” vai cheio!
Nestes dois anos foram criados laços tão fortes… que eu creio, irão permanecer por muito, muito tempo.
Só mais uma coisa: Creio que estou a partilhar isto convosco, porque o meu “coração” ainda está cheio da experiência vivida ontem á tarde.
Amanhã. Se Deus quiser, vou contar-vos o que aconteceu.
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domingo, 27 de janeiro de 2008
Louvai ao Senhor

Louvai ao Senhor. Louvai a Deus no seu santuário. Louvai-o no firmamento do seu poder.
Louvai-o pelos seus actos poderosos; louvai-o conforme a excelência da sua grandeza.
Louvai-o com o som da trombeta; louvai-o com o saltério e a harpa.
Louvai-o com o adufe e a flauta; louvai-o com instrumento de cordas e com órgãos.
Louvai-o com címbalos sonoros; louvai-o com címbalos altissonantes.
Tudo quanto tem fôlego louve ao Senhor. Louvai ao Senhor.
(Salmo 150)
Louvai-o pelos seus actos poderosos; louvai-o conforme a excelência da sua grandeza.
Louvai-o com o som da trombeta; louvai-o com o saltério e a harpa.
Louvai-o com o adufe e a flauta; louvai-o com instrumento de cordas e com órgãos.
Louvai-o com címbalos sonoros; louvai-o com címbalos altissonantes.
Tudo quanto tem fôlego louve ao Senhor. Louvai ao Senhor.
(Salmo 150)
sábado, 26 de janeiro de 2008
- PETZI - e João Pouca Terra
A noite passada, os netos Nuno e Inês dormiram cá em casa Chegada a hora de ir para a cama a Inês pede para contar uma história, como é costume. Eu respondo: claro que a avó vai contar uma história. E pergunto então: Querem uma história “da cabeça da avó” ou de um livro? Ao que eles respondem: de um livro! Qual livro? Pergunto eu. Diz a Inês: olha avó pode ser aquele que é do tempo do pai quando ele era pequeno, que da outra vez tu contaste e nós rimo-nos muito!
OK! Respondi eu. Eu pego no livro, eles sentam-se na cama, e eu começo a ler a história.
Cada frase que lia provocava uma gargalhada! Nós rimos tanto, tanto, tanto, que já chorávamos de tanto rir!
Ah! Mas como foi bom aquele riso todo!
Eles quase que adormeceram a rir!
E eu, sentia-me tão bem, tão descontraída, e ao mesmo tempo tão feliz! Que acabei dando graças a Deus por “ter trazido os netos” para me proporcionar, além de tudo o mais, esta óptima “sessão de terapia pelo riso”!
O livro em causa, é um livro de banda desenhada, editado pela Verbo em 1970, cujo título é: - PETZI – e João Pouca Terra, e faz parte de uma colecção de muitos, que na altura e nos anos que se seguiram, fizeram as delícias de muitas crianças, de muitos adolescentes e de muitos adultos.
Curioso é o facto de ainda hoje, passados todos estes anos, esses livros (temos muitos dessa colecção) serem preferidos pelas crianças e conseguirem causar nelas este impacto tão interessante.
OK! Respondi eu. Eu pego no livro, eles sentam-se na cama, e eu começo a ler a história.
Cada frase que lia provocava uma gargalhada! Nós rimos tanto, tanto, tanto, que já chorávamos de tanto rir!
Ah! Mas como foi bom aquele riso todo!
Eles quase que adormeceram a rir!
E eu, sentia-me tão bem, tão descontraída, e ao mesmo tempo tão feliz! Que acabei dando graças a Deus por “ter trazido os netos” para me proporcionar, além de tudo o mais, esta óptima “sessão de terapia pelo riso”!
O livro em causa, é um livro de banda desenhada, editado pela Verbo em 1970, cujo título é: - PETZI – e João Pouca Terra, e faz parte de uma colecção de muitos, que na altura e nos anos que se seguiram, fizeram as delícias de muitas crianças, de muitos adolescentes e de muitos adultos.
Curioso é o facto de ainda hoje, passados todos estes anos, esses livros (temos muitos dessa colecção) serem preferidos pelas crianças e conseguirem causar nelas este impacto tão interessante.
sexta-feira, 25 de janeiro de 2008
As violetas já floriram!

Entre as várias plantas que há no meu jardim, estão as violetas -viola odorata -. Foram plantadas há muitos, muitos anos pela minha mãe e não requerem grandes cuidados pois são muito resistentes.Elas gostam de ambientes húmidos, sombrios e frios. Florescem nos fins de Janeiro /Fevereiro e permanecen floridas durante muito tempo.Ontem quando olhava o jardim ,reparei que elas já estavam em flor. Fiquei tão contente! São lindas, tão lindas!
Elas representam a humildade e o amor escondido.Lembro-me, de há muito anos atrás, no Chiado, andarem mulheres a vender raminhos de violetas e os rapazes que andavam por ali a passear com as namoradas, ofereciam-lhe estes raminhos.