terça-feira, 25 de agosto de 2009
O poeta popular António Rufino
Admiro muito os poetas populares
Creio que um dos mais conhecidos entre nós é o António Aleixo.
Ficou célebre pela simplicidade e profundidade das suas quadras.
Mas não é dele que hoje me vou ocupar.
Hoje quero vos apresentar o poeta António Rufino.
O quê, nunca ouviram falar dele?
Pois fiquem sabendo que António Rufino é o meu vizinho, da casa da aldeia há mais de 40 anos.
Hoje, quando eu regava calmamente o meu jardim, ele apareceu trazendo na mão um dossier com as suas poesias e com um sorriso aberto, quis que eu as olhasse.
Estavam dactilografadas e muito bem ordenadas por temas.
Para mim foi uma surpresa muito agradável.
Como na hora não podia lê-las, perguntei-lhe se me permitiria que trouxesse o dossier para minha casa, para as ler e apreciar com calma.
Ele concordou.
Há pouco, abri o dossier ao acaso e os meus olhos encontraram este poema, dedicado por ele á sua mãe, que já partiu.
Li-o, e achei-o deliciosamente belo.
Decidi repartí-lo com os amigos, que habitualmente, têm a gentileza de por aqui passar.
O poeta António Rufino é do Alentejo - Santo Amador, vive em Maceira - Sintra, há mais de 40 anos, trabalhou a vida inteira na Indústria do Mármore, é viuvo, e tem como habilitações literárias a quarta Classe do Ensino Primário.
Mãe
Mãe: tu me geraste
Ao mundo me trouxeste
Tu me criaste
Tu me beijáste
Tanto Amor que me deste...
Mãe tu eras santinha
Trago-te no coração
Toda torta e velhinha
Encostada á bengalinha
Com o queixinho rés do chão.
Tambem eras uma Abelhinha
Pousavas de flor em flor
Eras aquela mãe que eu tinha
Já eras muito velhinha,
Quando perdi o teu amor.
Querida mãe: mãe da minha paixão
Foste tu que me deste a vida
Serás sempre a preferida
Nunca me serás esquecida
Mesmo debaixo do chão.
Mãe, tamben foste uma florinha
Que não sais do meu pensar
Foste sempre muito queridinha
Hoje pareces uma estrelinha
Que es tás no céu a brilhar.
Quando vejo uma velhinha
Com as saias a arrojar
Lembras-me tu, querida mãezinha
Que já morreste coitadinha
Com o tu modo de trajar.
Eu tinha uma santinha
Numa igreja: no seu altar
De tanto amor que lhe tinha
Àquela mulher, minha mãezinha
Ainda hoje lá vou rezar.
(António Rufino)
14 comentários:
Parabéns amiga,
por homenagear esse ilustre poeta.
Bela poesia!
Beijooosss!
Oi, Viviana!
Este poema fez-me chorar!
Minha mãe fará oitenta e sete anos em novembro. É muito forte! Não parece nem de longe a idade que tem.
É vaidosa, pinta os cabelos, se trata com cremes e anda muito elegante!!
Mas penso que quando Deus a chamar, vou sentir imensamente sua falta, pois ela é, e sempre foi meu esteio e segurança humanos.
Muito bonita e emocionante a poesia!
Beijos
QUE OS VENTOS SOPREM O AROMA DAS FLORES PARA LEVAR ATÉ SI O MEU CARINHO COM PERFUME DE AMIZADE.
Fiquei emocionada com este poema.
Das coisas mais simples, nascem coisas simplesmente belas.
Obrigado Viviana por ter partilhado connosco este poema.
Aos poucos estou a voltar.
Beijinhos.
Fique bem. Fique com Deus.
Anita (amor fraternal)
lindíssimo poema, como todos os que homenageiam as Mães! mais agora, que acabo de ser avó...
beijinhos
Olá, Viviana!
Todos somos poucos para, de algum modo, prestarmos o nosso tributo a pessoas como o Senhor António Rufino. É preciso fazer como o fez a Viviana: dar a conhecer ilustres poetas, a toda a comunidade. Eles merecem!
Abraço,
Renato
Querida Ana Maria
Eu sei que com a sua sensibilidade poética a minha boa amiga, entende, por certo muito bem...o senhor António Rufino.
Um bijo
Viviana
Querida Jacyra
Deve ser linda e atraente a sua mãe!
Eu admiro muito essas pessoas que se preocupam sempre com o seu aspecto geral e o seu bem-estar.
Acho tão bonito!
Oitenta e sete anos!
Que linda idade!
Que Deus lhe conceda muitos mais.
Um beijo
viviana
Querida Anita
Que bom o seu crinho com perfume e amizade!
È uma poesia muito simples, sim, mas que diz tanto!
Tambem gostei.
Um abraço
viviana
Olá Gaivota linda
Parabéns uma vez mais,"avó babada"!
Um grande abraço
viviana
Olá renato, mreu bom amigo
Concordo consigo.
Temos o dever de dar a conhecer estas pessoas humildes mas de uma grande sensibilidade.
Ele usa termos neste poema, que me encantaram.
Um abraço
viviana
Olá! Boa tarde amorosa e querida maninha.
A continuação das tuas melhoras.
Então o Sr. António Rufino foi lá a casa visitar-te; foi mesmo muito bom para os dois. Vais ler tudo de fio-a-pavio, sentindo como só tu, cada palavra dos poemas por ele escritos. Ele simpático e gentil, como sempre são os Poetas, emprestou-te o seu precioso dossier. Quando lhe fores entregar o dossier, é que vai ser bom!!!...Até parece que estou a ver a cena...
Gostei do sentimento dele a escrever sobre a mãe.
Mãe é mãe, não há amor desinteressado e maior do que o amor de mãe.
Se eu fouce poetiza, também eu haveria de cantar a nossa mãe.
O amor, o amor desvanece, o amor, o amor perece;
O amor, o amor de mãe, esse sim, permanece.
Beijos para ti, querida irmãzinha
Esperança
Olá minha linda maninha Esperança
Boa noite!
Graças a Deus estou melhor.
Pois, o senhor Rufino, o marido da falecida Maria Antónia, que mora na casa do "barateiro", foi ter comigo quando eu estava á frente ca nossa casa a regar o jardim.
Queria que eu visse os poemas dele.
Fiquei muito contente com a atitude dele.
O Poema é lindo.
Tem ali muito sentimento, muita ternura.
Claro que aos poucos, vou lê-los todos se Deus quiser.
Agora vou preparar-me para ir dormir que já é tarde.
Uma boa noite para vocês ai.
Beijinhos
Viviana
Menina! Que surpresa!!
Nunca me passou pela cabeço que o poeta fosse esse Sr. Rufino. Quem diria?
Dizes que vais ler aos poucos, são assim tantos? Sim, bem sei que o teu tempo é curto.
Ainda não estou em mim de surpresa: O "dom" nasce com a pessoa.
Pensei que fosse esse teu amigo do Mourão.
Beijos
Esperança
Minha linda maninha Esperança
Pois é...
Eu tambem fiquei totalmente surpreendida!
Mas que ele escreve lindas palavras, escreve.
Um beijo
viviana
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