quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011
A gata e a cadela
A gatinha sem dono
A cadela que alguém abandonou por ali
Hoje, eu e a Teresinha viemos tristes da aldeia.A gatinha-mãe não voltou a aparecer.Já há duas semanas que não a vemos. Como ela estava sempre por ali, muitas vezes deitada no tapete da nossa porta de entrada, e vinha logo roçar-se nas nossas pernas e miava com uma voz muito fraquinha, estranhámos o facto.
Conhecêmo-la há cerca de quatro meses quando ela trouxe um a um pendurados pelo cachaço os quatro filhos pequeninos e escondeu-os num buraco no meio de umas ervas altas. Começámos a dar-lhe comida e ela vinha sempre á nossa procura.Era tão magra e tão fraquinha que quase não acreditámos que pudesse ser mãe e amamentar os quatro gatinhos.
Os gatinhos foram crescendo e a minha irmã trouxe sempre comida para eles e eles estão fortes e bonitos.
Um homem que vive só numa casinha ali ao lado, gostou muito deles e quando a chuva começou a cair ele levou-os para casa dele, onde ainda hoje estão.
A minha irmã vai carregada de latas de comida para toda a semana, pois nós só vamos a aldeia uma vez por semana.Ela deixa ficar a comida com o Chico, assim se chama o homem, e ele dá-lhes uma lata por dia.
Ele insiste em querer ajudar a comprar as latas.
Ao todo são cerca de 10 os gatos que ali vão comer até ficarem saciados.
A gatinha-mãe era a única que se aproximava de nós e entrava pela porta dentro percorrendo toda a casa e o pátio.
A última vez que ela fez isso foi há três semanas. Chovia muito, muito, e nós tínhamos que fechar a porta da rua para ir-mos embora e enxutámo-la para sair mas ela recuava e não queria sair e ir para a chuva.
Teve mesmo que sair, contrariada, pois nos tínhamos que ir embora...
Saíu e trepou para cima do murinho do jardim á chuva e ali ficou olhando-nos quando vínhamos embora.
Foi a última vez que a vimos. Estamos preocupadas e tristes pois não fazemos ideia do que é que lhe aconteceu.
Terá morrido?
Os filhos estão praticamente adultos e andam sempre a brincar no nosso jardim.
Quanto á cadela preta, ela foi abandonada por alguém ali junto do caminho. O meu amigo Inácio que vive logo ali começou a cuidar dela consoante podia, pois também não tem lá grande fartura.
Quando chegáva-mos com o carro a bichinha aparecia logo e estava junto do carro quando saíamos para nos cumprimentar.
A Teresinha comprou-lhe comida de cão mas é curioso que ela preferia e comia muito bem comida de gato e, os gatos também comem comida de cão.
Ela deixou de apaecer há umas três semanas e nós ficámos logo preocupadas porque ela não andava muito bem.
Hoje, ao chegar vi o meu amigo Inácio á porta e fui perguntar-lhe pelo animalzinho.
Ele contou-me uma cena triste....
Durante dois dias ela não veio ter com ele e não saíu do lugar onde costumava dormir - um palheirito ali perto. Ele foi lá procurá-la e ela lá estava deitadinha.Sacudiu a cauda e baixou as orelhas como que a cumprimentá-lo.
No outro dia o Inácio pediu ao amigo para levar a comida á cadela.
Na manhã seguinte, uma manhã de muita chuva, quando ele abriu a porta a cadela estava morta deitada ao lado da porta dele.Quer dizer, ela veio morrer á porta do amigo. Ele ficou muito triste porque gostava da cadela e foi chamar a Domicília, uma vizinha que mora logo ali pertinho e, qual não é o espanto do Inácio, ao chegar e verificar que o corpo da cadela já não estava lá no lugar onde três minutos antes o deixaram.
Perguntaram a toda a gente, foram verificar os caixotes de lixo e contentores e nada...o corpo da cadela desapareceu mesmo.
Resumindo e concluindo:
Estou triste por a gatinha mãe que desapareceu e pela cadela preta que morreu e desapareceu. É que a gente afeiçoa-se aos bichinhos e quer-lhes bem e depois ...sofremos quando lhes acontece qualquer coisa de ruím.
O que vale é que eu lhes tirei várias fotografias que vou imprimir e colocar numas molduras.
Ainda bem que as acarinhámos.
6 comentários:
Os animais são fantásticos. Eles dão-nos exemplos de afecto e gratidão enormes.
Gostei!
Um grande abraço.
Descanse que se a gata estiver viva, mais dia menos dia aparece.
Abraço.
Viviana!
Doce história como doce é a sua alma e o seu coração!
Bom termos a certeza de que fizemos tudo que poderíamos fazer para minorar os sofrimentos e necessidades dos que podem menos que nós!!!
Só quem respeita aos animais tem real respeito por seus semelhantes!
Um beijo e meu carinho!
Sonia Regina
Querida Mimi
Quanto mais vivo mais creio que o que diz é verdade.
Um beijo
viviana
Olá amigo Manuel
Quem dera que a gatinha voltasse.
Mas sabe uma coisa interessante?
Ela deixou uma filha que faz parte da tal ninhada de que aqui falo que é igualzinha, igualzinha á mâe.
Um abraço
viviana
Querida Sónia
Doce...doce mesmo, é o SEU coração, boa amiga.
O meu não é amargo...
Obtrigada pelo carinho e amizade
um beijo
viviana
Enviar um comentário